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História Segundos - Déjà vu


Escrita por: Lucidium09

Notas do Autor


Gente. Reta final, tenho amigas que já descobriram o maior dos segredos desta fic, parabenizo de pé, deixei várias pistas em vários capítulos, mas descobrir não é fácil. Comenta aí se você já sabe ou que desconfianças têm. Próximo capítulo todas as máscaras cairão. Aguardem.

Capítulo 26 - Déjà vu


Fanfic / Fanfiction Segundos - Déjà vu

 

Sons de sirenes de viaturas policiais enchiam a noite de Budapeste, era uma noite agitada, faziam quase dois meses que soubera que a pessoa denominada por Arcanjo havia morrido por parada cardíaca no hospital St Bartholomew. Soubera também que Mycroft Holmes havia se responsabilizado por seu funeral e sepultamento, num cemitério de uma pequena cidade do interior da Inglaterra. Não pôde ir vê-la, não podia se despedir, quando percebeu que cometera um erro ainda realizou uma denúncia anônima revelando o local da tortura de Angel Collins, mas era tarde demais, os danos já haviam sido causados e sua previsão enfim tinha se realizado. Angel morreu por sua causa.

Dois meses, dois meses em que fugia, parecia que estava sobre efeito de uma maldição, suas previsões falhavam e falhavam. Não conseguia mais lê os sinais, não era mais exata. Estava perdida em conjecturas falhas, tinha teses não provadas, sua alma matemática estava se afundando. A mão ainda carregava a cicatriz que o Holmes mais novo provocara, sinal que era humana, não o ser intocável que sempre achou ser e esta ciência a desestruturou. Sherlock tinha lhe roubado sua divindade.

Saiu do hotel onde estava hospedada, pouco depois de descer a calçada quase foi atropelada por um ciclista, se afastou assustada e um carro do outro lado da rua por pouco não a acertou. O que estava acontecendo consigo? Ela ainda era Charlote Hargreaves? Ainda era Caos?

Andou apressada e angustiada pelas ruas da bela cidade capital da Hungria, a última vez que pisara ali, havia chamado Mycroft para uma armadilha, tinha caído na própria. Desta vez estava sem rumo, por muito pouco não havia sido morta ou presa nessas últimas semanas, pela primeira vez estava no escuro, assim como todos os que a cercavam naquela rua movimentada, era uma pessoa comum pela primeira vez na vida, era normal e apenas esperava o imprevisível acontecer, não possuía mais domínio sobre ele. Sorriu e decidiu o que fazer com aquela nova condição, afinal era a justiça poética, só tinha um lugar para ir, o lugar onde aquele jogo tinha tomado dimensões que ultrapassaram a vida e a morte. Ia para ponte Szabadság, a ponte da Liberdade. Tudo tinha que de alguma forma terminar onde tinha começado.

 

Sherlock caminhava calmamente com seu sobretudo pesado e negro na noite de Budapeste, sabia que ela o estava esperando lá e também sabia que tudo terminaria naquela noite. Caçou impiedosamente por todas as semanas que se seguiram a morte do Arcanjo e sabia perfeitamente que não estava sozinho. Lia os sinais. Mycroft se fechou em seu trabalho, e como ele tinha trabalho depois do ocorrido em Westminster, foi sua responsabilidade levar a justiça inglesa a Caos e por que não a vingança também. No sobretudo também carregava uma arma. Já estava na ponte e podia a ver de longe, sentada no parapeito de pernas penduras para o Danúbio abaixo de si. Sorriu curto, era agora. Se aproximou sem fazer questão de encobrir sua presença. A mulher não se virou para si, mas se pronunciou.

- Muito bem Sr. Holmes. Leu todos os meus sinais corretamente. – Disse a mulher.

- Não senhorita Charlote. Foi você que leu os meus e acreditou neles. Está exatamente onde eu previ. – Respondeu Sherlock direto.

- Eu sei senhor Holmes, mas não resistir a sensação de Déjà vu. – Sorriu. – Eu já disse a mesma coisa a seu irmão a anos atrás nessa mesma ponte. Sabe o que é um Déjà vu senhor Holmes?

Sherlock acenou com a cabeça.

- Claro que sabe! – Respondeu à pergunta retórica que tinha feito. - Déjà vu é um galicismo que descreve a reação psicológica da transmissão de ideias de que já se esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, ou outro elemento externo. – Falou explicativa. – Estou no maior dos meus déjà vu. Por exemplo, daqui a alguns instantes veremos uma pessoa caminhando em nossa direção vindo do lado oposto da ponte. Quem será senhor Holmes?

- Meu irmão. – Respondeu curto.

- Sim, ele mesmo, ele estava aqui naquela noite a anos atrás. – Constatou a loira.

A atenção de ambos foi desfiada para o homem de terno escuro e andar solene que se aproximava dos dois.

- Desculpem se demorei. – Falou Mycroft com sua imponência de sempre e seu guarda-chuva de companhia. Acessório que sempre conteve uma arma escondida.

- Você foi pontual Mycroft, como o bom inglês que é. – Respondeu a loira ainda olhando o rio de águas caudalosas abaixo de si. – Somos novamente três pessoas perdidas pelo amor de uma Hooper sobre a ponte da Liberdade. – Constatou Charlote. – Viu senhor Sherlock... Déjá vu.

- Sinto que aqui param as coincidências. Você está presa, faça o favor de nos acompanhar. – Disse calmo o detetive.

- Acho que não. – Falou Caos mostrando a arma que também carregava. – Três armas, três pessoas com desejo de vingança. Uma escolha. Quem morre hoje senhor Sherlock. As regras são as mesmas da última vez, se me matar cria um efeito borboleta que destrói a todos. – Disse pela primeira vez encarando o Holmes mais novo. – O que vai ser? Quem morre hoje? Eu você ou seu irmão?

Mycroft simplesmente sacou a arma escondida de em guarda-chuva e apontou para Charlote, Sherlock fez o mesmo.

- Então vocês estão dispostos a arcar com todas as consequências. Interessante... seria isso por conta da morte dela. Por isso estão dispostos a infligir a muitos inocentes a consequências de minha morte? O amor é tão forte assim? – Ela coçou a cabeça com a arma que carregava enquanto se levantava de sua posição cômoda e ficava melhor na mira dos irmãos. – Claro que não é só isso, não é mesmo senhores Holmes? Nenhum dos dois honraria a memória dela agindo desta forma. É mais que isso e agora eu entendo...

- Sério? – Indagou Sherlock fingindo curiosidade. – O que você entende? – Quis saber.

- Entendo que cheguei a pensar que havia me tornado uma pessoa comum quando vinha pra cá. Pensei que tinha perdido minha capacidade de interpretar os dados matemáticos que nos cercam, mas eu tive uma grande espera até vocês chegarem aqui e assim tive também muito tempo pra pensar. E enfim descobri tudo.

- O que descobriu Charlote? – Perguntou desta vez Mycroft.

- Ela está por trás de tudo não é mesmo Mycroft, Sherlock? A irmã de vocês? Bem antes dos atentados que eu provoquei em Westminster, por isso minhas ações não tiveram a magnitude que eu previ. Ela e Angel estavam trabalhando juntas certo? Minando, prevendo e anulando cada uma das minhas ações de interferências. No começo de forma tão singela e irrelevante que eu não percebi. Mas depois da morte de Angel, Eurus começou a agir com força. Me deixando encurralada e duvidando de minhas habilidades. Me fazendo cair na armadilha que vocês prepararam esta noite. – Concluiu a loira indo com o olhar de um irmão para o outro.

Mycroft a encarava sereno, Sherlock com um sorriso cínico e vitorioso.

- Correto senhorita Charlote. Então agora que já sabe, acho que podemos lhe prender agora. – Disse Sherlock.

- Calma. Sabe senhor Holmes... o intervalo de tempo que levei para entender isso até os senhores chegarem aqui foi bem longo. Tempo mais que suficiente para retornar ao meu normal e agora elevar o nível do jogo. Ao nível da Eurus. Afinal seria a primeira vez que ela aceitaria jogar comigo. – Disse a loira. – Mas tem outra coisa que eu percebi senhor Sherlock. Sabe o que é?

- Poderia me contar por favor? – Pediu o detetive.

- Claro! – Afirmou Caos. – Este jogo sempre teve uma peça chave, sempre foi inserido deste o começo um fator imprevisível, para ambos os lados, um coringa. Sempre foi o senhor, Sherlock Holmes e seu amor confuso e alucinado por Molly Hooper, que os desavisados como eu acreditavam que era o Arcanjo, foram todas e cada uma de suas ações caóticas que tornaram os planos de Angel uma verdade. – Explicava Caos. – Sabe a marca na minha mão causada pelo senhor? Ela é a prova que eu perdi, perdi para o imprevisível por 3 vezes. Uma quando fiz seu irmão ser apresentado para Angel, uma quando a Angel fingiu seu suicídio nesta ponte e a última quando me acertou com aquela adaga.

- E o que isso quer dizer? – Perguntou Sherlock.

- Déjà vu, senhores! – Ela exclamou. – Uma pessoa de capa se juntara conosco essa noite na ponte da Liberdade e uma mulher será morta!

Mais um barulho de passos e alguém usando a pesada e negra capa do Arcanjo se aproximava do grupo e parava ao apontar uma arma para Caos.

- Quem estará debaixo da capa agora? Um Hooper? Um Holmes? Um Collins? – Perguntava sorrindo a loira e depois de 5 segundos de espera, a arma da pessoa encapuzada foi descarregada em si. 10 tipos, todos em pontos vitais, mira excelente ainda pensou Charlote ao cair para trás no chão da ponte.

Mycroft desviou o olhar da cena e começou a esconder sua arma novamente no guarda-chuva, aquilo enfim tinha acabado. Já Sherlock correu em direção a loira caída ao chão, ela estava morrendo, sufocando no próprio sangue, mesmo assim ainda queria lhe dizer algo, ele encostou o ouvido perto de sua boca ensanguentada e pode escutar os sussurros dela: Gostaria de ter podido conhece-los...

Aquilo não fez sentido para ele, mas pouco depois Charlote Hargreaves, Caos, também estava morta e uma de suas primeiras previsões estava se cumprido, o complemento da previsão que havia feito ao encontrar Angel pela primeira vez: “Esse anjo vai morrer pelas minhas mãos, mas também morrerei quando ela me fizer perder três vezes.”

Sherlock ainda estava perplexo, olhou para a pessoa de capa e antes mesmo de perguntar viu o agente Ausubel baixar a capuz e revelar sua identidade. Mycroft se aproximou do irmão e ouviu Sherlock perguntar.

- Por que fez isso? Ela descobriu o que planejávamos? A morte dela pode ser catastrófica!

- Não, não vai ser. – Respondeu curto enquanto guardava a arma.

- Como pode saber? – Perguntou zangado.

- Por que eu estou seguindo as ordens do único Holmes inteligente da família. Eurus Holmes. – Ela me deu ordens para matar Caos e a garantia que nenhum dano seria causado.

- Como pode confiar nela? – Perguntou Sherlock furioso.  – É a Eurus!!!

- Por que Angel confiava! – Desta vez respondeu Mycroft.

- Ela queria salvar sua vida senhor Sherlock e eu estava só cumprido essa ordem, se eu não a matasse, ela mataria você, a pessoa que a fez perder pela terceira vez. – Explicou o agente.

- Mycroft? – Gritou Sherlock. – Você sabia disso?

- Não irmão. Elas jogaram com o imprevisível até o final. – Respondeu o ruivo.

Ausubel já subia o capuz novamente e se preparava para sair dali, afinal já se ouviam ao longe as sirenes da polícia.

- Mais uma coisa Sherlock. Sua irmã quer lhe ver. – Falou o Agente pouco antes de se jogar da ponte para o Danúbio, lá embaixo uma lancha já o esperava para empreender sua fuga.

- Déjà vu... – Disse Mycroft. – Uma pessoa pula da Ponte de Szabadság e David Ausubel se torna o novo Arcanjo.


Notas Finais


O que Caos que dizer ao Sherlock?
O que Eurus quer com Sherlock?
Ausubel é o novo Arcanjo?


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