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História Sei que você está em algum lugar - Você deveria ter me ouvido


Escrita por: ClotsQueen

Notas do Autor


Oieee!!

GALERA!!
GA-LE-RA!!!
Jamais eu consegui envolver meus leitores tão BEM!!
Estou AMANDO as reações de vocês e a fic está no meio da segunda metade, há dois capítulos estamos andando em direção a várias revelações de enredo, e este capítulo tem a primeira parte disso, tenho certeza que vocês vão ter bastante pra pensar!!
Se querem um conselho amigável, voltem no capítulo anterior e leiam novamente, porque ESTE AQUI vai fazer vocês se questionarem, ou ME questionarem kkkkkkk

Então, é isso, espero que se divirtam lendo!

*Eu ouvi Nazareth - Dream On enquanto escrevia, não tenho nenhum motivo pra isso, mas sei lá, é uma curiosidade kkkkkk*
** A fanart é de temari, foi levemente editada, e vocês vão entender porque eu escolhi ela**

BOA LEITURA!!

Capítulo 13 - Você deveria ter me ouvido


Fanfic / Fanfiction Sei que você está em algum lugar - Você deveria ter me ouvido

 

Tweek estava pronto para dar as costas para a cena que acabara de presenciar, enojado sobre o quão baixo o ser humano pode chegar, mas ao mesmo tempo precisava dar apoio ao seu amigo, Kyle fora seu colega de quarto por anos no Campus da Stanford University, eles apoiaram um ao outro em um novo local, estranho e longe de todos os amigos, o ruivo fora um alívio para Tweek, um bálsamo que o ajudou a superar a pressão da separação provisória de tudo o que lhe era confortável, e de Craig, especialmente, quando ele e o namorado escolheram faculdades diferentes.

Quando Tweek viu Stan sendo novamente abraçado, ele se virou, precisava ir até Kyle, mas então seu rosto bateu em uma massa sólida que o fez dar um passo para trás.

A jaqueta azul e o cheiro familiar, Tweek ergueu os olhos e encontrou um par de azuis arregalados em perplexidade absoluta, automaticamente Tweek foi colocado gentilmente de lado, a atenção do recém-chegado estava integralmente voltada para a cena que se desenrolava na frente deles.

— MAS QUE PORRA TÁ ACONTECENDO AQUI?? — A voz anasalada preencheu o silêncio que se instalou ali, o dono da voz pulou a barra que o separava de Stan e seu acompanhante, apanhou um colarinho, erguendo alguém quase dois palmos do chão. — Você é um filho da puta mal caráter!! Vou arrebentar os seus dentes!

A neve começou lenta, mas com intensidade crescente, Tweek correu mas havia a barra o separando da cena.

— Não é da sua conta, Tucker.

A voz respondeu arrogante apesar de estar sendo estrangulado pelo próprio colarinho que Craig Tucker segurava no alto, ele que chegara quase neste instante, os cabelos cobertos de neve e ofegante da corrida.

— Deixa, Craig, ele não vale a pena, vou ver o Kyle! — Tweek pediu ao namorado, mas sabia que depois que Craig começava uma coisa, nada o parava.

— Você não é só podre, Gary Harrinson, você não tem ética nem respeito, há códigos de conduta a serem respeitados e o que você está fazendo saiu do controle de todas as formas possíveis. — Craig apenas abriu a mão e largou Gary como se fosse um saco de lixo. — Eu pensava que o Broflovski era apenas exagerado, talvez ciumento, invejoso de você, paranoico, mas não... ele sempre esteve certo. Você se diz um médico ainda? Você me dá nojo.

Gary caiu no chão, mas rapidamente se ergueu espanando a neve da roupa, ele enfrentou Craig, suas alturas quase pareadas.

— Fique fora disso, Tucker! Você tem um namorado pra cuidar, um emprego pra arranjar e carreira pra controlar, e por isso mesmo acabou aceitando um acordo para ajudar o Stan com sua amnésia! — Gary falou rispidamente, então voltou-se para Tweek, expondo todos seus dentes brancos em um sorriso mordaz.

Craig encarou Stan com a expressão vazia.

— Você esqueceu também como se usa um celular? Eu enviei uma mensagem hoje à tarde marcando um encontro. — Craig questionou Stan friamente.

Stan estava dividido entre Gary e Craig, que esperavam uma resposta, e olhar para Kyle parado de costas falando com outros caras.

— Vi a mensagem sim. Eu só... me esqueci. O Gary disse que tinha como me ajudar, e os encontros eram no mesmo horário, eu estava curioso e então... — Stan respondeu, mas seu coração apertou quando Kyle começou a se afastar ainda mais.

— Ele me escolheu, Tucker. Seja o que você for oferecer, Stan quis vir até mim! — Gary respondeu com voz apertada.

— To pouco me fodendo pra o que ele escolhe! Randy Marsh me pediu apenas pra colocar um pouco de razão na cabeça de vento do filho dele, o pai pode ser um imbecil, mas sabe que o filho é rodeado de pessoas que o protegem demais!

— Ele sofreu um acidente! — Gary quase gritou, dando um passo à frente enfrentando Craig.

Tweek já havia dado a volta na barra e estava plantado ao lado de Craig, seus olhos injetados, ele gostaria de trucidar Gary, mas ao invés disso apenas apontou o dedo no rosto bonito.

— VOCÊ era o médico dele e simplesmente saiu beijando... VOCÊ é a escória da humanidade. VOCÊ está atrapalhando e machucando muitas pessoas nesse seu joguinho, desde o Ensino Médio VOCÊ tenta separar os dois.

— STAN ME ESCOLHEU!! — Gary gritou fora de si.

— PORQUE ELE ACHOU QUE O KYLE NÃO O AMAVA!! — Tweek replicou com veemência.

Gary fez menção de avançar em Tweek, mas Craig facilmente se impôs na frente.

— Não ouse tocar no Tweek.

Stan olhava de um para o outro, ainda havia lágrimas em seu rosto, ele estava totalmente atônito e perdido.

Craig apontou para a frente, onde Kyle era praticamente consolado por David e Kenny.

— Eu francamente acho que a boca certa teria beijado e feito a memória dele voltar, seria simples, acredito, prender o Marsh e o Broflovski por algumas horas sozinhos em um quarto, com preservativos e lubrificante, tenho certeza que em algumas horas até das vidas passadas o Marsh lembraria!

— Você é obsceno, Tucker. — Gary falou baixo e perigoso.

— Não, eu sou prático. E não seja hipócrita, você tentou isso.

Os dois se enfrentavam, Tweek viu num relance quando Stan empurrou Craig e Gary e pulou a barra, correndo pelo estacionamento.

— KYLE!! KYLE, ESPERE!! — Ele gritou usando toda sua capacidade vocal, a voz dele ecoou no estacionamento.

Kyle parou, ladeado por Kenny e David, ele não olhou para trás, não queria que Stan visse seus olhos marejados.

— Kyle... não sei o que está havendo, mas não quero que você pense nada errado! — Stan disse, sincero, ele estava respirando pesadamente.

O ruivo respirou fundo, ele tentou caminhar novamente, mas Kenny segurou-lhe pelo ombro.

— Cara. — Kenny falou baixo. — Pelo menos ouça ele.

Kyle virou o rosto de lado levemente, ele não encarava Stan, nem pretendia, o moreno limpou as lágrimas que insistiam em cair, Tweek e Craig chegaram na cena e Gary estava por perto também, o médico se aproximou de Stan, Kyle notou isso de soslaio e fechou os olhos para que as lágrimas não denunciassem sua fraqueza para o médico.

— Stan... você não tem que me explicar nada. — Kyle respondeu, Kenny alisou suas costas, dando-lhe um apoio essencial. — Reagi mal a algo que não tem nada a ver comigo, sinto muito.

— NÃO!! Não, Kyle!! Eu... eu nem sei como isso tudo aconteceu! Por algum tempo achei até que o Gary tinha um namorado! Ele falou, agora há pouco que tinha alguém, um cara, especial na vida dele, eu pensei... eu presumi...

— Sim, é verdade. Eu tenho! — Gary falou e agora ele tinha toda a atenção de Kyle. — Essa pessoa, esse cara especial, é você Stan! Nós dois... nós... Vamos conversar, eu te explico tudo!

O ruivo virou-se para Kenny que assim como Stan e Tweek encaravam Gary com olhos estalados.

— Quero ir embora. — Kyle falou baixinho. — Nos falamos outra hora Stan, se você quiser.

— Eu quero agora!

Kyle balançou a cabeça impotente, ele olhou para Kenny implorando, mas Kenny olhava de Stan para Kyle, ambos com a mesma expressão de desolação, e com o impasse dele, David abraçou Kyle pelos ombros e o puxou para seu peito.

— Eu levo você, mi cariño! — Ele falou, sua voz era quente e doce, Kyle queria deslizar ali e chorar para o resto da noite.

Foi neste momento que Kenny pulou na frente deles e puxou Kyle dos braços de David.

— Desculpa, cara, mas eu vou levar meu amigo! Não vou deixar que as coisas piorem — O loiro fuzilou David com os olhos, então voltou-se para Butters que assistia tudo calado. — Leo...

Butters se aproximou alisou as costas de Kyle que agora estava seguro dentro do abraço de Kenny, parecendo uma boneca sem vida, Butters deu uma olhada para Stan que tinha lágrimas lavando o rosto, e cochichou no ouvido de Kenny.

— Tudo bem, Ken, cuide dele. Vou ver o que posso fazer com o Stan, não se preocupe com nada.

Eles trocaram um selinho terno por cima da cabeça de Kyle e Butters ainda afagou levemente os cachos vermelho, nunca foram os maiores amigos, mas o coração de Butters estava quebrado com aquilo tudo.

Kenny puxou o rosto de Kyle, o amigo parecia um objeto inanimado, com olhos úmidos e vazios, Kenny colocou o braço na cintura do ruivo e o orientou em direção a sua caminhonete.

— Vamos, Kyle, eu te levo.

 

Stan assistiu devastado enquanto Kyle se afastava encolhido nos braços de Kenny, ele teve raiva e inveja por sentir-se tão destruído e impotente, Gary se aproximou colocando o braço por cima do ombro dele, mas Stan sabia que não queria estar ali, ele voltou seus olhos azuis para Gary, empurrando-o ferozmente para o chão.

— Se nós tínhamos algo antes, se tivemos, ou se você quer algo agora, fique sabendo que eu quero que esqueça tudo! Há algo sobre o Kyle, é importante pra mim, e mesmo que eu não lembre, eu sinto algo por ele que ninguém mais despertou.

Tweek e Craig observaram Gary levantar-se, eles se entreolharam, Tweek tinha pena nos olhos, e Craig sabia reconhecer este olhar, os dois sabiam que estava difícil para o médico manter sua impaciência sob controle, no entanto ninguém presente naquela cena, nem Tweek e Craig, Butters, David ou Thomas — que fora incapaz de ir embora — nenhum desses rapazes sabia sobre o relacionamento malfadado de Gary com Stan, a simples presença do Marsh ali, e a inerente perda despertava o pior deste homem que no geral era alguém gentil, afetuoso e compassivo.

— Você não pode fazer isso, Stan... Kyle já te deixou uma vez, ele o abandonou! — Gary declarou, sorrindo quando viu a expressão de Tweek mudar de pena, para raiva contida.

— VOCÊ NÃO VAI FALAR DELE ASSIM, PORRA!! — Stan vociferou coberto de ódio, ele chegou mais perto de Gary e lágrimas ainda rolavam por suas faces vermelhas de frio e indignação. — Kyle até agora foi paciente e cuidadoso! Segundo eu sei, ele não saiu da sala de espera do hospital, ele burlou regras de merda para me ver, ele se importou comigo mais do que qualquer um desde que abri meus olhos naquele hospital rodeado de pessoas que eu não sabia quem eram!

— Eu me importo com você, Stanley... fiquei com você quando ele não estava lá! — Gary tentou colocar a mão no ombro esquerdo de Stan, mas o moreno deu um tapa sonoro na mão do médico.

Craig ergueu as sobrancelhas e esticou o lábio inferior.

— Até que o Marsh tem culhões, hein. — Ele falou admirado olhando para Tweek, o namorado balançou a cabeça em concordância.

— Kyle... — Stan começou entredentes — passou uma noite no chão do meu quarto, acariciando a porra dos meus cabelos como se eu fosse uma criança, enquanto VOCÊ passou pouco mais de uma hora comigo e se aproveitou da minha instabilidade.

— Me excedi, mas por favor, vamos conversar, Stanley... — Gary agora suplicava.

— CALE A PORRA DA BOCA!! EU QUERO O KYLE!  — Stan gritou em total fúria, mas as lágrimas eram incessantes. — Quero descobrir o que havia entre nós! QUERO LEMBRAR!!

O moreno desabou de joelhos na neve, afundou o rosto entre as mãos soluçando alto, sua cabeça prestes a explodir de dor, e seu coração sangrando em seu peito. Butters se jogou junto a ele e abraçou-o.

— Nossa, tudo bem, Stan. Vai ficar tudo bem. Vamos ver o Kyle, por favor, se acalme, não posso te ver assim.

Gary apertou as mãos em punhos, ele não queria admitir uma derrota para Kyle outra vez em sua vida.

Um filme começou em sua cabeça.

 

Flashback – Oito anos atrás, noite da Formatura do Ensino Médio

 

Gary tinha um sorriso enorme estampado no rosto, ele acabara de ser coroado o Rei do Baile e agora faria a dança clássica, onde o Rei e a Rainha iam até o meio do Salão e cumprimentavam seus súditos.

Mas havia apenas um problema que o loiro mais encantador daquele baile não esperava: A Rainha desaparecera.

Ele grudou o sorriso em seu rosto e cruzou o Salão tentando encontrá-la, perguntou para várias pessoas até que Bebe Stevens disse que viu a amiga conversando com Stan e Kyle, Gary esperava por isso, ele tentara a noite toda se aproximar de Stan, mas Kyle estava postado ao lado dele como um cão de guarda treinado, procurar por Wendy seria a melhor oportunidade para falar com Stan.

Gary descobriu recentemente que ele e Stan iriam para a mesma faculdade, ele sabia que lá teriam mais chances de serem amigos, andarem juntos e se encontrarem mais, pois não haveria a influência de Kyle, que estaria a mais de mil milhas de distância, com dois estados o separando de Stan.

O loiro ultrapassou várias pessoas reconhecendo alguns rostos de seus colegas aqui e ali, ele era saudado pela coroa dourada que usava, o lembrete a todos que ele era o rapaz mais perfeito naquele baile, chegando aos cantos mais escuros da festa Gary passou por Tweek e Craig, o moreno estava com as costas coladas na parede e Tweek cobria sua frente beijando-o lentamente, ele discretamente tinha a mão direita dentro da calça do namorado.

Craig viu Gary os olhando e mostrou o dedo do meio por trás das costas de Tweek, o namorado o pressionou mais forte na parede abandonando sua boca e mordendo-lhe o pescoço, foi o suficiente para Craig esquecer que Gary estivera ali. O Rei do Baile ergueu as sobrancelhas e viu mais à frente — no que seria a saída dos fundos do Salão — um pedaço do vestido lilás de Wendy visível pelo ladinho de uma porta de armário, ele avançou certo de que ela estava ali, provavelmente consolando alguma amiga que fora chutada por seu acompanhante, sendo a boa moça que ela era.

Mas quando Gary se aproximou e pôde ver a cena sua surpresa não poderia ser maior, Wendy estava com os olhos fechados e a cabeça jogada para trás, o coque perfeito estava totalmente desfeito, os cabelos escuros caiam ondulados nos ombros expostos pelo decote tomara-que-caia, e o mais chocante para Gary vinha em seguida, ajoelhado ao chão estava Eric Cartman, com o rosto totalmente mergulhado entre as pernas de Wendy.

— Eric... Eu não... Ahhh... eu não queria isso... Ahhh...

Gary assistiu estupefato quando Wendy puxou os cabelos castanhos de Eric.

— Cale a boca, vadia, estou tentando te dar um orgasmo aqui. — A voz sarcástica soou mais rouca que o normal.

Gary deu as costas para a cena, este ano não haveria dança cerimonial do Rei e da Rainha, seria impossível.

Ele voltou para a festa e avistou Stan sozinho bebericando algo, escorado em um canto, o Black Tie com a gravata colorida combinara com ele em absoluto, seu porte estava mais impressionante que nunca e Gary não sabia como Stan acabara em segundo lugar e não fora eleito Rei em seu lugar.

— Stan! — Chamou contente, automaticamente os olhos azuis de Stan estavam nele. — Aproveitando a festa?

Gary se aproximou e o moreno sorriu.

— Está ótima! — Stan respondeu. — Aliás, parabéns pelo título! A coroa caiu muito bem em você! Eu não poderia pensar em pessoa mais nobre!

O elogio fez Gary corar, por dentro seu coração vibrou, Stan voltou a falar.

— Kyle teria ficado incrível também, e acho que o Token seria um Rei muito régio, mas agradável! — Stan completou rindo, mas o sorriso de Gary desapareceu.

— Onde está o Kyle afinal? Ele não deveria estar com você? — Gary perguntou fingindo preocupação.

— Ah, ele foi falar com o David. — Stan falou com a voz séria.

Gary limpou a garganta diminuindo a distância entre eles.

— Eu jamais deixaria meu par abandonado, exceto se ele achasse um outro par para si mesmo.

— Não é o caso do Kyle. — Stan respondeu tomando um grande gole de sua bebida.

— O que você está bebendo afinal? — Gary perguntou puxando o copo das mãos de Stan que pulou pelo ato inesperado.

— Cara!

Uma gota escorreu pelo lábio do moreno e Gary limpou com a ponta do polegar, ele então levou o dedo à própria boca, provando.

— Suco?

Stan se afastou rapidamente, se escorando na parede, ele enviou um olhar penetrante a Gary.

— Sim. Suco. — Ele respondeu irritado.

Gary ia dizer alguma coisa, mas uma voz surgiu por trás dele.

— Hey, Stan — Kyle falou lançando um olhar sombrio para Gary — não sei você, mas eu já estou esgotado! Quer ir embora?

— Claro, cara! Com licença, Gary! — Stan falou passando pelo loiro e caminhando à frente de Kyle.

— A propósito, parabéns, Gary, desejo que tenha muito sucesso na sua nova etapa. Vai voltar a Utah?

— Não! Mas obrigado, Kyle, desejo o mesmo!

Os olhos verdes de Kyle tentaram ler a expressão vitoriosa de Gary, mas Stan o puxou pela mão e eles se foram.

Gary fingiu não se importar com Kyle levando Stan, só precisaria esperar mais um pouco.

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

O primeiro semestre estava no meio e Gary já estava de mudança para outro dormitório, havia uma vaga no campus central e o quarto não poderia ser melhor.

Ele empurrou a porta trazendo uma caixa de papelão com alguns de seus pertences mais emergenciais, o contrato de sublocação assinado descansava na bancada da cozinha pequena, o apartamento era muito menor do que o que ele estivera antes, mas o que mais importava era a pessoa que pulou do sofá para ajudá-lo.

— Hey, Gary! O restante virá amanhã, certo? — Stan perguntou.

Ele jogou um livro que estava lendo de lado e apanhou a caixa das mãos de Gary enquanto o loiro virou-se para porta puxando uma mala de rodinhas com roupas, livros, um par de tênis.

— Sim, não se preocupe! — Gary respondeu passando a mão pelos cabelos loiros ondulados. — Espero não atrapalhar você!

Stan deu de ombros.

— Pelo contrário! Prefiro dividir o quarto com um conhecido do que com um total baderneiro!

Em poucas semanas Gary estava totalmente instalado no apartamento que dividia com Stan, ele reparou que o moreno estava com um humor oscilante e muitas vezes vira Stan dormir abraçado ao notebook, houve noites em que ele ouvia Stan chorar silenciosamente, ele batera na porta do quarto mais de uma vez, oferecendo-se para conversar, mas Stan não atendia.

No entanto num dia de verão Gary chegou em casa e deparou-se com Stan ajoelhado no chão, chorando convulsivamente.

Gary correu e o abraçou, apavorado com o estado do outro.

— Não aguento mais... — Stan disse, a voz era sufocada pela força do pranto. — Tentei fingir que não me importo e tentei sofrer em silêncio, tentei até me esquecer... mas não posso, Gary... eu... não posso!

— Tudo vai ficar bem... eu vou ajudar você...

— Não, você não vai... ninguém vai... eu... ele é insubstituível...

Stan não pronunciou nenhum nome, mas Gary sabia de quem se tratava. Ele apenas sabia.

— Você vai ficar bem. — Gary apanhou o rosto de Stan em suas mãos. — Eu prometo.

Então Gary fez o que queria ter feito anos atrás, o que queria ter feito no Baile de Formatura, o que queria ter feito todas as vezes que sabia que Stan estava chorando.

O loiro puxou o moreno para si, e pressionou os lábios gentilmente, no início Stan congelou, Gary acariciou sua nuca e beijou-o demoradamente, dando espaço caso Stan quisesse fugir, o moreno não correspondeu no início, mas quando Gary empurrou sua língua, Stan separou seus lábios deixando Gary sentir todo seu sabor.

Gary ignorou o aumento do fluxo das lágrimas de Stan tão feliz que estava por ter finalmente o moreno em seus braços, ele o beijo afetuosamente, sem se dar por conta que não eram os seus lábios que Stan queria beijar.

O moreno o empurrou de leve, saindo do beijo, os olhos azuis não encontraram os de Gary.

— Cara... isso pode ser um erro. — Stan disse com a voz quebrada.

— Não se preocupe com nada, Stan... Eu sempre... estarei com você.

O que Gary não sabia era que Stan sentia-se frio, sem vida, que ele era um homem incompleto.

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

O tempo passou e o relacionamento com Stan não foi muito longe, não daria para dizer que era um namoro, mas Gary era o mais perfeito que poderia ser, porém Stan nunca estava feliz, Gary amargou ver Stan saindo com outras pessoas no Campus, o arranjo deles não durou muito tempo.

Os anos passaram e eles se formaram, Gary continuou tentando ser alguém especial, mas Stan parecia fechado para ele.

Ambos seguiram caminhos diferentes, nunca deixaram de se falar, por mensagens ou ligações, Gary continuava com sua promessa, ele nunca deixava de procurar Stan, mas o moreno não deixava que o loiro entrasse muito na sua vida, havia um buraco inegável no coração de Stan que obviamente não era Gary que iria preencher e isso chateava o loiro, e mesmo assim ele não se dava por vencido.

A última vez que estiveram juntos foi quando Gary soube por Thomas que Kyle voltaria para South Park, a distância do ruivo era o que favorecia às investidas de Gary, e se Kyle voltasse da Califórnia em algum momento ele e Stan se encontrariam, incapaz de se conter com a perda iminente, Gary questionou Stan.

Eles estavam sentados frente a frente na Tweek Bros, já era noite e Stan viera a South Park para o aniversário de sua mãe, o moreno brincava com uma colher dentro de um café expresso.

— Hipoteticamente, se eu tivesse a chance... — Stan declarou. — Mas não vou procurar ele nem nada. Acho que fiz minhas escolhas, e ele fez as dele. Vamos deixar como está.

Gary apertou as mãos em punhos, seu rosto colorido de raiva contida.

— Ele não o ama! — Gary apontou resoluto, Stan jogou um olhar magoado para o loiro. — Ele o abandonou, Stanley! Não acredito que você correria para ele!

Stan simplesmente se levantou, vestiu as luvas e saiu, deixando Gary para trás.

Alguém se aproximou e colocou uma taça de café na frente de Gary, ele ergueu os olhos para encontrar os olhos avelãs de Tweek o encarando.

— Você não sabe o que está falando. Não conjecture sobre os sentimentos das pessoas. — Tweek aconselhou. — Não fique entre eles.

Gary o observou, ele bebeu a taça de café de uma golada só.

— Não se preocupe, só quero a felicidade do Stan, só quero proteger ele.

— Sabe, Gary. Também costumo proteger meus amigos, se for preciso posso usar um lançador de foguetes, qualquer coisa, eu não perdoo pessoas que machucam meus amigos.

— Então somos iguais.

Gary acenou para Tweek e saiu da cafeteria, deixando o loiro lá encarando suas costas.

— Stan vai ser meu, não vou entregar ele ao Kyle outra vez. Se eu tiver a oportunidade, não perderei. — Ele falou para si mesmo.

 

 

Seis meses depois – Tempo atual.

 

— Vá embora. — A voz de Craig era mais fria e sem emoção do que a neve que já se acumulava nos ombros deles. — Vá embora, não procure esses dois mais. Você desceu muito baixo, Harrison, junte o que ainda restou da sua dignidade e vá embora.

— Você não tem que se meter nisso! — Gary apontou o dedo no peito de Craig, Tweek apanhou o dedo dele e torceu.

— Você deveria ter me ouvido meses atrás. — O loiro encarou Gary com olhar cortante. — Ouça o Craig agora. Vá.

— Rodriguez, Thomas... por favor ajudem nosso amigo a achar o caminho de casa. — Craig disse e Thomas olhou para ele. — Amanhã conversaremos, Thomas, ainda preciso resolver umas coisas com o Tweek, como vê, esses babacas continuam mantendo bem animadas as vidas de todos os cidadãos de bem de South Park.

Tweek encarou Craig, com a confusão toda ele havia esquecido o que Francis lhe dissera mais cedo.

David e Thomas guiaram Gary através do estacionamento, David ainda olhou para trás, observando Butters erguer Stan do chão.


Notas Finais


~continua~

Eu ouvi essa música enquanto escrevia, eu meio que pensei no Gary...~> https://youtu.be/zdeaZ2f3zI0
"Continue sonhando
Embora seja difícil reconhecer
Embora você esteja enganando a si mesma, continue sonhando"

Meio que parece o Gary, né não? :/

GA-LE-RA!!
VAMOS CONVERSAR!!!!
Não sei porque vocês tinham TANTA certeza que era o Craig =P Como disse a JK Rowling certa vez: "Releiam" =P
Trolhei vocês bonito!!! kkkkkkkkk Aliás, tive que contar pra Sheilinha a verdade porque ela estava totalmente PIRADA nos comentários e eternizou a expressão "POR QUE CARALHAS O CRAIG FEZ ISSO??"
Geeente eu ri DE-MAIS!!!!!
Passei a semana inteira pensando "Gente, como pode eles terem acreditado nisso tão bem???
Claro que eu realmente INDUZI vocês a pensarem no Craig, mas né... não achei que vocês ACREDITARIAM MESMO!!!
Pra todos vocês eu REFIZ a pergunta, "Por que o Craig faria isso?" Por que tipo, gente, ele é apaixonado pelo Tweek, e é verdade que muita gente (ou alguém) vai tentar algo lá (pra tirar ele do Tweek, porque né?), mas o Craig ainda ama o Tweek... rs... nem vejo ele por aí beijando o Stan, é um clichê do fandom que eu NÃO gosto, pra falar a verdade (mas acho Staig bonito, porra, dois morenos lindos se pegando? Se não existisse o Kyle e o Tweek, eles ficariam lindos... :P)

Passando essa parte do Craig vs Gary, vocês viram que teve bastante revelação de enredo, espero que tenha ficado tudo claro pra cada um de vocês, SE NÃO, LÁ VAI UM RESUMO! =P
→ Gary sempre quis dar uns pegas no Stan, talvez antes do Ensino Médio, mas o Kyle tava sempre em cima
→ Gary queria convidar o Stan para o Baile, mas ele foi com... Tcham tcham tcham tchaaaaaammmmmm.... quem chuta??
→ Sim, a Wendy foi a Rainha do Baile, e SIM, ela tava recebendo umas boas lambidas do Cartman, sabe com é se alguém não percebeu ainda... AQUI É CANDY, PORRA! =P
→ Gary e Stan ficaram, foi tipo um namoro aberto, claro que o Gary tentou fazer a coisa séria, vocês podem imaginar porque diabos não deu certo!
→ Não está na fic, mas eu acredito que o Gary tentou levar o Stan naquele show, mais tarde talvez eu coloque isso na fic, mas é tipo uma informação extra :)

Bem pessoal... Não tirem seus olhos do Gary ainda, e mais, David, Thomas, e mais alguns aparecerão! ;)

Se sobrou alguma dúvida, comentem, QUERO SABER O QUE VOCÊS ACHARAM!!!!

Mil Bjs,
Vivi


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