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História Sei que você está em algum lugar - Eu sou seu e você é meu


Escrita por: ClotsQueen

Notas do Autor


Oieee!!!

Pessoal, primeiramente devo me desculpar pela demora, estou realmente cheia de responsabilidades ultimamente e estou literalmente carregando a fic comigo e escrevendo ela no tablet, no celular, num caderno, em blocos de anotações, no notebook, e em cada segundo livre entre uma coisa e outra, tenho escrito até no ônibus e nas salas de espera, na fila do banco, na fila do mercado...
Mas está aqui, consegui terminar e estou FINALMENTE postando!!


AGORA... Esqueçam tudo o que eu falei sobre capítulos imensos, este aqui está além da compreensão!!
E querem saber? Eu nem me arrependo!!!
Várias informações aí são importantes e necessárias, e mesmo que eu quisesse não poderia deixá-las de fora! Espero que compreendam!

Estou postando bem cedo, geralmente posto tarde da noite, mas hoje arranjei um tempinho no intervalo de uma coisa e outra pra que vocês tenham tempo de ler e comentar com calma, sem sono e possam avaliar e observar tudo... e claro aproveitar a limonada!!

E ISSO AE, LEMON STYLE AQUI VAMOS NÓS!!

* A fanart da capa eu encontrei no tumblr, mas não achei a fonte, se alguém souber o artista me envie nos comentários!*

Peguem uma bebida, acomodem-se confortavelmente e BOA LEITURA!!

Capítulo 17 - Eu sou seu e você é meu


Fanfic / Fanfiction Sei que você está em algum lugar - Eu sou seu e você é meu

 

Na manhã de sexta-feira Kyle chegou cedo na escola, ele esfregava os olhos e, através do espelho retrovisor do carro, encarava os cachos ruivos caindo em seu rosto, a noite tinha sido complicada depois da despedida apressada na casa dos Marshs.

Kyle queria ter ficado, queria ter Stan junto a si e era um desejo pungente, no entanto não era justo fazer isso sem dar uma chance adequada de que o cara recuperasse as memórias... e negar seus impulsos de jogar Stan contra alguma superfície e ter tudo dele, e dar tudo a ele, estava ficando cada vez mais impossível!

O ruivo desligou o carro, apanhou a mochila do banco do passageiro e pulou do veículo, no estacionamento havia uma pequena aglomeração de seis alunos, no centro estava Butters e seu sorriso radiante, atrás dele, quase como se estivesse sendo protegido, Kenny cobria a boca, provavelmente abafando alguma reação exagerada.

— Pessoal, tudo bem tirarem fotos, mas devem avisar às pessoas! É errado bancar os paparazzi dos seus professores!

Um coro decepcionado se fez ouvir, Kyle aprofundou as sobrancelhas e se aproximou pisando na fina camada de gelo que acumulara durante a noite.

— Aquele moreno com cara de poucos amigos vai ser nosso professor? — Uma menina de cabelos longos escuros questionou, um garoto com casaco azul ao lado dela quase pulou em Butters.

— Eu conheço ele, é o namorado do moço da cafeteria! O nome dele é Craig! — O garoto ofereceu, a menina o encarou com a sobrancelha erguida. — Meu pai contou que eles são namorados desde a infância!

— Sim, minha mãe era do Clube do Yaoi. — Ela informou com ar de expert. — Mas eles não poderiam ser mais diferentes! Preferia que nosso professor fosse o Tweek, ele parece tão mais legal!

— Mas o Craig é tão fodão! — Argumentou outro garoto, usando um gorro bege. — Você viu, ele não ficou reclamando que tiramos foto, simplesmente mostrou o dedo do meio!

— Sim, ele é um mito, porra! — O garoto de casaco azul vibrou, Butters o encarou com olhos afiados.

— Não falem palavrões, Alex e Ed, é feio! Quando eram meus alunos vocês não tinham esse vocabulário! — Butters repreendeu, mas a atenção de todos estava agora no professor recém-chegado. — Olá, Kyle!

— Bom dia, Professor Broflovski! — A menina com cabelos longos e escuros se destacou do grupo e sorriu para Kyle.

— Bom dia, Hayley! — Kyle sorriu e as bochechas da menina ficaram rosadas, a amiga ao lado apertou a mão dela e ambas trocaram um olhar secreto que Kyle não notou. — Então, o que temos aqui? Uma pequena reunião de ex-alunos ou o Professor Stotch está tentando roubá-los de mim?

Kyle falou parecendo ofendido, seus olhos verdes piscaram para Kenny que ria atrás de Butters, alimentar a rivalidade entre professores era algo que Kyle gostava muito.

— Nunca! — Hayley se apressou a responder, ao receber a atenção de Kyle ela jogou o cabelo longo para trás e fez uma pequena careta. — Parece que teremos um novo professor de matemática.

Kyle encarou Butters e depois fez um gesto desinteressado.

— Isso não é bom, agora vocês não vão mais ter tantas aulas extras comigo, ou o Professor Rodriguez!

— Mas eu preferia ter aulas com você, Professor Kyle! — Hayleu respondeu recebendo um cotovelaço da amiga. — Desculpe. Professor Broflovski.

Ela se corrigiu, Kenny apertou os olhos e fez um biquinho, enquanto o ruivo ergueu as sobrancelhas e sorriu de lado.

— Está tudo bem, Hayley. — Então ele voltou para Butters. — Então, não era você roubando meus alunos, era só o Craig assustando eles?

Kenny pigarreou e oito pares de olhos o encararam.

— Na verdade essas pestinhas são do Clube do Yaoi, e estavam tirando fotos do Tweek e do Craig.

— Oh! — A compreensão floresceu no rosto de Kyle. — Como esperado dos meus alunos, afinal Tweek e Craig praticamente fundaram o Clube, não é mesmo? Foi a primeira vez que ouvimos falar disso, é a História pura.

— Exatamente, queríamos documentar! — A amiga de Hayley falou, seus cabelos eram loiros, ondulados e curtos. — Mas Craig mostrou o dedo do meio antes. Nem consegui enquadrar o Tweek na cena.

Butters e Kenny trocaram um olhar.

— Certo, Alice e Ed... o importante é que não tirem fotos, tudo bem?! E nada de perseguição! Craig ainda não foi apresentado oficialmente, e seria bem constrangedor pra ele viver sendo seguido e vigiado pelo Clube de vocês.

— Tá bom. — Disse Alex seriamente. — Podemos ter uma foto do Professor com seu namorado? Uma foto para nosso próximo Festival?

— Mas é claro, por que não? — Kenny disse já puxando Butters para um beijo.

— Por favor, crianças! Precisamos entrar! — Kyle quase gritou horrorizado, Kenny e os seis adolescentes fuzilaram o ruivo com o olhar. — Eu deveria perguntar que outras fotos vocês têm?

Kyle questionou sem pensar, uma garota com cabelos castanhos cacheados deu um passo para perto dele, enquanto Ed mantinha um olhar aguçado em Kenny, seu celular pronto para uma foto discreta.

— Temos algumas do Professor Broflovski e Professor Rodriguez! — Ela ofereceu com um largo sorriso, Kyle arregalou os olhos. — Mas Alice postou ontem no grupo do facebook fotos lindas do Professor com um cara que não conhecemos bem, segundo a pesquisa dos membros ele é Stan Marsh, o ex-melhor amigo que voltou desmemoriado.

— Ah, foram jantar ontem? E depois? — Kenny balançou as sobrancelhas e voltou seus olhos azuis perspicazes para o grupinho. — Ladies and Gentlemen, vos apresento: Style, meu OTP!

— Ken! — Butters censurou. — Mas é meu OTP também... sabia que eles até usam “pulseiras da amizade”?

— Ohhhhhh!!!! — Foi um coro geral e Kyle apertou a ponte do nariz.

Hooooolla... — Como se fosse um adendo da exclamação de todos, um sotaque mexicano se destacou, todos viraram as cabeças para encontrarem o sorriso de David. — O que os professores e alunos mais adoráveis de South Park Elementary estão fazendo aqui? Uma breve reunião?

— Estávamos apenas contando às crianças como o Kyle ama o Stan, você lembra, David, quando éramos crianças e o Kyle deu ao Stan aquele relógio dos Broncos? — Kenny incitou observando as reações de David. — Eu pensei “porra, já estão transando!”

— Ken, as crianças! — Butters empurrou seus ombros contra os do namorado, eles trocaram um sorriso e Ed, atento, fotografou sem ninguém notar.

Kenny voltou os olhos azuis provocativos para David e, por uma fração de segundo, pensou ter visto uma sombra de irritação surgir nos olhos escuros do mexicano, uma palidez foi superada e o professor sorria novamente.

— Stan é o cara com maior coração que conheço, mas ele sempre foi muito possessivo com o Kyle, — David disse voltando seus olhos castanhos para as crianças, adolescentes entre 14 e 15 anos — no Barmitzva* de Kyle, comentei que daria a ele uma camiseta com uma Estrela de David, na época, Cartman, um colega, fez piadas com o trocadilho, dizendo que o Kyle era minha estrela, e que o Stan estava sendo “traído”.

Ele fez uma pausa e Kyle abriu a boca, mas Hayley foi mais rápida.

— E o que Stan disse? — Ela perguntou, todos os alunos estavam atentos ao enredo, Kenny ergueu a sobrancelha, sabendo para onde isso ia.

— O de sempre, mandou o Cartman calar a boca e se levantou irritado, embora ninguém percebesse porque ele era bom em parecer o cara mais legal da escola. — David disse dando de ombros. — O mais interessante é que no dia da festa, Stan deu ao Kyle uma Estrela de David, pendurada em uma corrente, e segundo Cartman, havia uma inscrição nela, mas isso não posso confirmar.

— Professor Broflovski, isso é verdade? — Alice perguntou quase pulando, seus cabelos loiros ondulados chegaram a balançar com o impulso. — Stan era muito possessivo e queria ser melhor que os outros amigos?

Havia na cena duas garotas com olhos puxados que estavam silenciosas até então, mas com a nova informação começaram a fazer esboços em um papel, traços nítidos de alguém amarrado, com o peito aparente e uma bola na boca.

Kyle estava mudando de cores no rosto muito rápido, de branco ficou rosado e corando gradualmente.

— Bem, ele é um cara legal, não é? — Ele falou encarando Butters e Kenny com as bochechas vermelhas.

— Claro que sim! Stan é o máximo! — Declarou Butters com facilidade.

— Um dos caras mais legal que conheço! — Confirmou Kenny. — Estou muito feliz que ele e o Kyle estão se acertando!

— Ohhh... — Novamente o coro ressoou. David ficou um pouco amuado.

— Então, eles estão namorando, Sr. McCormick? — Alice perguntou, cabeças atrás dela se reuniram.

— É possível, sim. — Kenny respondeu feliz, Kyle o encarava com olhos arregalados, mas também não estava fazendo nada para negar. — Vocês achariam isso estranho?

Alex e Alice trocaram um olhar, Hayley estava totalmente chateada, a expressão dela só era superada pela de David, ela respirou fundo e encarou Kenny altiva.

— Mas... segundo nossas fontes, certa vez o professor Broflovski foi levado em seu carro para a casa do Professor Rodriguez... e segundo nossas fontes também, o Professor Rodriguez tem visitado muito o Professor Broflovski em seu apartamento, muitas vezes até saindo pela parte da manhã... e segundo algumas de nossas fontes, o Professor Broflovski faz caminhadas com o Professor Rodriguez.

Kenny colocou o dedo indicador no queixo pensativo, Butters observava com expressão incrédula.

— Hum, sim, suas fontes parecem muito bem informadas, querida. — Kenny falou dando um passo à frente e tocando o cabelo da menina de forma paternal. — Também já dormi na casa do Kyle esses dias. Nosso amigo passou por alguns momentos complicados que não vêm ao caso, mas vocês sabem, tantas licenças e afastamentos nas últimas semanas... isso tudo está ligado ao Stan. No entanto, Kyle e David são bons amigos.

— Professor, por que não nos disse? — Alice falou por cima da expressão chocada de Hayley. — Teríamos dado nosso apoio!

Kyle pigarreou.

— Está tudo bem, agora tudo está calmo, e vou poder voltar a planejar as aulas com tempo como antes! — Kyle empurrou Butters pelos ombros. — Agora vamos todos entrar, sim? Já estamos conversando aqui tem muito tempo!

David saiu andando na frente, mas antes jogou um olhar irritado para Kenny que o encarava com um sorriso torto no rosto, Butters acenou por cima do ombro, incapaz de fazer algo contra Kyle que o empurrava.

— Tchau, Ken! Tenha um bom dia!

— Você também, Leo!

Os adolescentes ficaram todos para trás, e todos os seis pares de olhos se voltaram para Kenny, uma das garotas com olhos puxados deu um passo à frente.

— Sr. McCormick, fale mais sobre o seu OTP, Style, é assim que se escreve?

— Ah... — Kenny começou, mas uma voz gritou de longe.

— McCormick, essas crianças têm aula. — Kyle virou o rosto um pouco desconcertado, Kenny piscou o olho para ele.

— Escutem... me convidem pra uma reunião informal do clubinho de vocês que eu conto uma coisa... — O loiro se abaixou confabulando — posso até levar minha coleção de fotos oficiais!

— Ahhhh, sério?!! — As meninas perguntaram, Hayley ainda estava um pouco aborrecida, mas Kenny sorriu ao ver que ela cedia aos poucos.

— Claro, quem não gosta de uma boa história de amizade que virou amor?! — Kenny balançou as sobrancelhas. — Garotos, se encontrarem o Stan por aí, podem puxar assunto, ele adora falar no Kyle!

Alex e Ed acenaram com a cabeça, eles estavam atrás das garotas e trocaram um olhar com algum tipo de plano fudanshi rolando dentro de seus cérebros.

Kenny se despediu e os alunos entraram na escola, em poucos instantes Kyle os vira passar na frente da sala de História e óbvio, estavam tramando alguma coisa.

 

Kyle caminhou até a porta para fechá-la, mas uma visita chegou sorrindo para ele, o ruivo deixou David entrar com um copo de água na mão, que ele bebia encarando Kyle por cima da borda.

— Então... você e o Stan estão juntos? — O mexicano falou, sua voz era leve e Kyle sempre sentia uma grande conexão com ele. — Mesmo depois de tudo o que o Gary falou?

Kyle sentou-se à mesa organizando alguns relatórios que tinha para entregar na primeira aula.

— Não estou interessado no Gary e acho que o Stan também não. — Kyle deu de ombros. — Mas você percebeu que os alunos estavam nos seguindo, ou algo assim, David? Eu nunca havia notado!

David largou o copo descartável no lixo e sentou-se ao lado de Kyle.

— Desconfiei quando eles começaram a fazer perguntas sobre eu gostar de pizza de gorgonzola ou pepperoni. — David falou colocando a mão bem perto da de Kyle. — Não vi nenhum problema em dizer que a minha favorita era aquela que você preferia.

Kyle encarou David tão rápido que ao virar seu nariz quase colidiu com o rosto do outro, o ruivo se ergueu ficando de pé e derrubando a cadeira atrás dele.

— Você sabe que isso poderia dar a impressão errada a eles, não sabe?! — Kyle perguntou.

— Desculpe, Kyle, nunca pensei que você não tivesse percebido. — David falou se levantando, ele deu um passo e estava tão perto de Kyle que poderia contar suas sardas.

— Não tinha percebido o quê?

— Que eu estava totalmente flertando com você, mi cariño. — Confuso Kyle balançou a cabeça. — Que sempre estive interessado.

— Pensei que éramos amigos! — Kyle falou em um sussurro.

— E somos. Não é assim que começa? — David deu um passo à frente, Kyle não se moveu, ainda surpreso. — Pensei que eu teria uma chance agora, quando você voltou a South Park e sem o Stan por perto.

Kyle arregalou os olhos, o rosto de David se aproximando dele, a diferença de altura não diminuía em nada o ímpeto do mexicano. O ruivo notou o que ia acontecer e virou o rosto, deixando David afundar o nariz em seu ombro.

— David, você é um cara muito legal e tudo, mas realmente, eu amo o Stan. — Ele disse sem rodeios, empurrando com gentileza o amigo de seu ombro. — Não vou perder a oportunidade de arrumar tudo entre nós dois depois de todo esse tempo. Não depois de saber que o Stan me ama.

Kyle segurava os ombros fortes do amigo, David fechou as mãos em punhos, sua respiração acelerou e seus olhos voltaram-se para Kyle.

E demonstravam dor.

— Mas... e sobre o meu sentimento? E sobre mi amor? — Ele murmurou ferido. — Stanley estava com o Gary enquanto você sofria na Califórnia, ele não pode simplesmente levar você de mim, mi hermoso!

Kyle fechou os olhos tentando conter um sentimento de pena, era um sentimento injusto e cruel.

— Realmente me sinto muito honrado com seu sentimento, David, mas — Kyle soltou o ar que estava prendendo, os olhos castanhos de David brilhavam estampando uma agonia que o ruivo não queria causar — Stan... não está levando nada de você... Eu sempre pertenci àquele homem, e ele sempre pertenceu a mim.

O sinal tocou e David deu um passo para trás abandonando o espaço pessoal de Kyle, o ruivo estava próximo à porta e deu as costas, indo em direção a sua mesa, em poucos segundos alunos chegaram à sala, tomando seus lugares, o burburinho de um novo dia de aula tomou os pensamentos de Kyle, e ele resolveu por bem deixar para pensar nisso tudo depois, bem depois.

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

Stan se encarou no espelho do banheiro, uma imagem sorridente o encarava de volta, era estranho, mas havia esta emoção que não deixava seu coração bater no ritmo normal, quanto mais pensava em Kyle, mais vontade de sorrir ele tinha, Stan tocou os lábios com a ponta dos dedos e sentiu o calor dos lábios de Kyle ainda frescos em sua memória, e em seu coração.

Ele sabia que não era uma memória recente, ele sabia mesmo sem lembrar que aquele era o beijo certo, os lábios certos, o cheiro inegavelmente certo. Stan sabia que ele amava Kyle.

Mas quando eu vou lembrar?

Uma sombra de insegurança surgiu em seu rosto, seu sorriso desvaneceu um pouco, ele esfregou a toalha nos cabelos secando-os com vigor na tentativa de ignorar o sentimento que por vezes o deprimia, confiava em Kyle que tinha tanta fé na recuperação.

Ele saiu do banheiro e encarou o quarto, aquele local era cheio de uma energia boa que Stan não conseguia ignorar, ele poderia entender que fora muito feliz neste lugar. O moreno largou a toalha que tinha nas mãos numa cadeira ao lado da escrivaninha, ele soltou a tolha da cintura e apanhou uma cueca boxer azul, vestia-a distraído olhando para uma roupa separada em cima da cama, um jeans azul marinho, uma camiseta manga longa branca e um pulôver azul turquesa.

Stan vestiu devagar experimentando a combinação, faltava pouco menos de uma hora para Kyle chegar, a viagem até Denver duraria em média três horas e o moreno sorriu agitado encarando seu reflexo no espelho do quarto, ele ajeitou os cabelos que teimavam em ficar sobre seus olhos, estava nervoso, era ridículo um homem às portas dos 26 anos estar nervoso para uma viagem com um interesse romântico? 

Ele gargalhou.

Kyle estava longe de ser algo tão trivial como um interesse romântico, a ligação que Stan sentia com Kyle era algo que ultrapassava qualquer relação comum. Stan puxou uma gaveta e segurou a pulseira que não estava em seu pulso desde o acidente, ele a colocou no bolso, em seguida apanhou o relógio, colocou no pulso, não sem antes reler uma inscrição curiosa (feita por Kyle, sem dúvidas) que estava gravada no lado interno, ele tocou os dedos ali como se assim pudesse sentir o toque do ruivo.

Stan terminou de se vestir, apanhou um par de Converse preto e jogou um olhar para a poltrona ao lado da porta, uma mochila descansava ali, dentro tinha uns poucos itens necessários, aparentemente os mesmos que Stan trouxera de Denver, ele estava ansioso para rever seu apartamento, um lar que ele mesmo montara para si, um lugar que continha mais do que tudo a sua personalidade, uma personalidade que ele ainda não estava ciente.

Stan abriu o armário e apanhou o caderno com anotações infantis e fotos, folheou por alguns minutos e em seguida colocou dentro da mochila, o moreno olhou o relógio no pulso, faltava em torno de meia hora para o horário que Kyle combinou. Ele pegou a mochila e com os tênis nas mãos deu uma última olhada para o quarto, Stan respirou fundo.

Jesus, sou eu, Stan. Se por acaso não me lembrar nunca mais de nada, me dê uma força com o Kyle!

Dizendo isso ele desceu as escadas, a casa estava silenciosa, seus pais ainda estavam na convenção dos cientistas, enquanto dava uma boa olhada na sala, uma imagem rápida passou na mente de Stan, ele se viu ligeiramente mais novo, com o celular na mão olhando para o número de contato de Kyle, havia uma dor em seu peito, ele fechou os olhos para a possível lembrança, e especialmente para a dor.

Se houve sofrimento ou desencontro antes, não haveria mais.

Mais de vinte minutos antes do horário combinado, uma buzina inconfundível de um híbrido soou alto na frente da casa do moreno, Stan correu para a porta colocando na cabeça o gorro que apanhara de última hora, já sabendo que quando voltasse nesta casa, não seria mais o mesmo.

 

 

Kyle buzinou na frente da casa de Stan, em alguns minutos o moreno surgiu na porta com uma mochila nas costas e o gorro azul com a bola vermelha na cabeça, Kyle sorriu, um sentimento nostálgico permeando seu peito.

Stan caminhou rápido e entrou no carro, ele jogou a mochila no banco de trás e eles trocaram um sorriso.

— Está pronto? — Kyle perguntou, se banqueteando nas feições alegres de Stan.

— Sim! Estou com um pouco de medo do que vou encontrar. — Stan observou a janela dando uma última olhada na casa dos pais.

— No máximo se você tiver plantas elas podem estar um pouco secas. — Mas não lembro de nenhuma planta.

Stan olhou para Kyle como se o ruivo estivesse em uma nova luz brilhante.

— Você já esteve lá!

— É claro que estive, lembra sobre aquele pedido de namoro. — Respondeu Kyle com o rosto em chamas, dando a partida no carro.

— Ah, aquilo foi no meu apartamento? — Stan falou, seu próprio rosto ardendo ao ver Kyle corado ao lado dele, segurando-se no volante como se fosse uma tábua de salvação.

— Você vai se lembrar disso a qualquer momento. — Kyle falou erguendo o cotovelo e escondendo o rosto atrás da curva do braço por um instante fugaz.

E o moreno tinha certeza que iria mesmo, ele sorriu adorando ver a timidez de Kyle, que até então sempre parecera tão contido e centrado.

— O que vamos fazer em três horas de viagem? — Stan perguntou tentando instigar Kyle a falar mais.

O ruivo olhou para ele com um sorriso gigante.

— A propósito, eu tenho uma playlist bem aqui! — Kyle disse sorrindo brilhantemente. — Conhece?

Stan arregalou os olhos e seu coração deu um pequeno salto quando uma voz infantil começou a cantar uma letra boba, embora a melodia composta por um dedilhar de cordas em um violão fosse bastante boa.

— Cara... essa voz...

— Sim, é você! — Kyle gargalhou. — É uma música que você fez para que as pessoas comprassem híbridos!

Eles riram juntos, Stan tinha sim, visões esparsas de vagas cenas, era tudo uma bagunça ainda, mas ele sabia que as luzinhas estavam se conectando aos poucos.

“Em algum momento a luz principal vai se acender e você vai lembrar de tudo”

Ele olhou para Kyle, que tinha os olhos presos na estrada, com o coração repleto de uma emoção nova e familiar, a música mudou e agora era a mesma que tocara no celular de Stan quando Kyle ligou, ele sorriu e um calor tocou seus dedos, o moreno ergueu o rosto e encontrou os olhos verdes de Kyle o admirando, eles apertaram um aos dedos do outro, aproveitando o calor daquele momento, em poucos minutos saíram da cidade, ganhando a estrada.

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

— E todo mundo cagou nas calças, juro em nome de Abraão!

Kyle declarou, Stan estava rindo imensamente, ele jogou a cabeça para trás sem poder conter as gargalhadas, poderia imaginar a cena perfeitamente, tão nítida como se fosse uma memória, então ele voltou os olhos para Kyle que o encarava, as pupilas dilatadas e o verde parecendo um fino círculo.

O moreno parou de rir imediatamente, o coração acelerado, Kyle sentiu o próprio coração aquecer quando a franja escura caiu em cima dos olhos azuis estalados de Stan, o moreno passou os dedos nos cabelos para afastar os fios do rosto e sua mão não era grande nem pequena, mas do tamanho adequado às mãos de Kyle, a boca vermelha era perfeita e Kyle estava dolorido para beijá-lo.

— Por que está me olhando assim?! — Stan perguntou com olhos arregalados.

— Já disse que você é lindo? — Kyle falou voltando os olhos para a estrada enquanto o carro diminuía a velocidade.

— Não fale isso assim... — Stan falou desviando o olhar para a paisagem. — Eu vou ficar todo vermelho e parecer gay.

Eles riram juntos outra vez, então avistaram um posto que era última parada antes de chegarem a Denver, Kyle encostou o carro, Stan abriu a porta do passageiro às pressas e correu para o lado, Kyle foi atrás dele um pouco preocupado, mas chegou a tempo de ver o moreno cuspindo os restos da última golfada de vômito.

Preocupado o ruivo se agachou ao lado do moreno.

— Enjoo de viagem? — Ele perguntou alisando as costas do moreno.

 Stan se levantou de pé, seguido por Kyle que o observava com olhos atentos, o moreno respirou fundo e virou o rosto para o lado oposto.

— Não, eram apenas as borboletas que estavam se agitando no meu estômago.

Kyle o fitou por um instante antes de puxar Stan para si e o apertar em seus braços.

— Isso é bem gay. — O ruivo declarou. — Você tem esse dom de dizer coisas assim.

— Gays? — Stan perguntou sem falhar uma batida.

— Sentimentais, perfeitas, complexas e simples. — Kyle beijou o topo da cabeça de Stan. — E se você não tivesse acabado de vomitar o chocolate quente de antes, eu o beijaria agora mesmo!

Stan riu e se separou de Kyle, ele apanhou a mochila no carro e se dirigiu ao banheiro do posto de abastecimento, Kyle o seguiu, eles se prepararam para mais uma hora e meia de viagem, comprando alguns lanchinhos na lojinha de conveniência dali.

Já na estrada, um caminhão passou por eles com certa velocidade, Kyle deslizou o carro com sutileza para o lado deixando uma caminhonete que vinha logo atrás do caminhão os ultrapassar.

— Você acha que vai nevar? — Stan perguntou, e Kyle sabia no que o moreno estava pensando.

A estrada não estava movimentada, o sentido South Park/Denver era vazio na sexta-feira à tardinha, Kyle atacou a direção, os levando com cuidado, mas rapidamente através do trecho mais limpo, havia neve aqui e ali no asfalto, mas ao menos não estava nevando no momento.

— No aplicativo diz que vai nevar um pouco, sim. — Como esperado por Kyle, Stan se encolheu. — Mas não se preocupe, cara, coloquei correntes nas rodas, e costumo ser muito paranoico dirigindo aqui.

— Fui muito relaxado, acho que estava com pressa... — Stan falou num sussurro.

Kyle entortou o nariz, não queria pensar nisso agora.

— Não vamos pensar nisso agora, certo?

No horizonte atrás deles o sol se punha atrás das nuvens lançando raios rosados-pálidos sobre os cachos ruivos de Kyle, o brilho chegava aos olhos de Stan e o calor dos dedos do ruivo tocaram os dele outra vez, ele pensou que tudo parecia tão certo e tão natural que seu coração acelerou e seus olhos sorriram para Kyle.

— Não entendo porque não namorávamos antes... você e eu... isso — Stan apontou para as mãos seguras — é perfeito.

— Vamos mudar isso, mas agora... cara, cale a boca, ou vou parar o carro e beijar você até que nossas bocas sintam câimbras! — Kyle reclamou, mas seu rosto corou de prazer.

 

Uma hora e nove minutos depois, eles entraram no apartamento de Stan, o moreno entrou com certa cautela, mas rapidamente ele parecia simplesmente saber onde ficava cada coisa, foi até a cozinha e voltou com um copo de água para Kyle.

O ruivo tomou sem fazer pausa, e quando terminou, largou o copo e se dirigiu a Stan que o encarava absorto, em uma fração de segundo Stan viu as sardas de Kyle se agigantando, em seguida a sensação da boca do ruivo unida a dele, quente, úmida, exigente, apaixonada, a língua macia e ousada forçava passagem entre os lábios de Stan, e todos os pensamentos coerentes desapareceram quando Kyle empurrou Stan contra a parede e uniu os corpos deles, os lábios desceram pelo pescoço enquanto os dedos subiam por dentro da blusa encontrando a pele quente do moreno.

— Kye...

Stan gemeu e Kyle estava perdendo todo e qualquer controle, ele sentiu Stan segurando-o pela nuca, os dedos puxaram os cachos ruivos de leve, mas com vigor, e Kyle sem se afastar dos lábios de Stan, lutou para abrir o zíper das calças jeans, Stan fez o mesmo com o ruivo, abrindo o fecho e roçando os dedos na carne quente que palpitou ao pequeno toque.

— Droga, Stan...

Kyle puxou o pênis do moreno, com os olhos fechados ele juntou os dois pênis na mão e começou a mover para cima e para baixo, ele parecia conhecer Stan muito bem, pois com uma mão livre escorregou para apertar com força as nádegas que agora estavam coladas à parede, o beijo aumentava de forma incandescente, os músculos doloridos da viagem de três horas estavam totalmente fracos e a própria capacidade de manejo de Kyle estavam por um triz, ele se derramaria a qualquer momento.

— Kye... eu vou... — Stan tentou, mas Kyle acelerou o ritmo. — Ah, porra... Hnnnng... Kye... vou gozar, cara...

Kyle abriu a boca engolindo um gemido gutural quando o esperma de Stan banhou seus dedos, escorrendo quente e pegajoso, o moreno estremeceu, Kyle abriu levemente os olhos e observou por baixo dos cílios os olhos azuis de Stan o encarando, Stan estremeceu rente ao seu corpo, e isso foi brutalmente erótico, o ruivo acelerou os golpes e então mergulhou para um novo beijo, ele gozou um segundo depois, quando seu mundo virou um show de emoções e cores, seu próprio pênis contraindo-se num orgasmo contundente.

Com alguma técnica que Stan desconhecia, Kyle conseguiu que nada pingasse no chão, ele puxou as calças, mas não fechou o zíper, o ruivo largou Stan ainda trêmulo e andou alguns passos até o banheiro, ele voltou de lá rápidamente, Stan ainda não havia se movido, não conseguia, e com papel absorvente Kyle limpou o restante do líquido perolado.

— Cara... — A voz macia de Kyle chamou, Stan empurrou o pênis ainda duro para dentro da cueca e abriu os olhos o observando. — Você tá legal?

— Estou... maravilhoso! — Stan falou puxando Kyle para um novo beijo.

— Que bom, porque quero terminar isso... lá na sua cama... — Kyle falou puxando Stan da parede e andando com ele em direção ao quarto.

As pernas ainda estavam vacilantes, mas Stan conseguiu chegar até a cama, Kyle ficou ali de pé o observando tirar as calças jeans, enquanto puxava as dele, chutando os tênis sem tirar os olhos do corpo do moreno.

Stan estava com uma boxer azul marinho, e quando ele notou o olhar de Kyle se levantou dando de cara com o ruivo vestindo uma camiseta branca e uma boxer enquanto jogava as meias em uma pilha de peças de roupas desprezadas no chão, os olhos azuis de Stan correram pelo corpo de Kyle e o ruivo sentiu um arrepio percorrer sua espinha apenas com a intensidade daquele olhar.

Kyle deu um passo para trás observando o moreno, ali parado no meio do quarto encarando-o, Stan parecia uma imagem conjurada pela saudade de Kyle, Stan tirou a camiseta e ficou de costas, Kyle viu o traseiro firme, onde não via a hora de mergulhar seus dedos doloridos de vontade de percorrer aquele corpo inteiro, Kyle passou a língua nos lábios incapaz de conter a onda de desejo que o assaltou, o orgasmo anterior não servira para nada além de exaltar seu desejo.

A força de vontade que Kyle lutara para erguer em torno de si lentamente durante anos, e especialmente nos últimos dias, agora esvaía-se de forma extraordinária, ter Stan ali, exposto e convidativo, era o fim do caminho.

O ruivo deu dois passos e puxou Stan pela mão, o nariz tocou o espaço entre o pescoço e o ombro do moreno e Kyle pressionou os olhos fechados, tentando reunir coerência para não o tomar de assalto.

— Você cheira muito bem, sabia? — Kyle disse afastando o rosto e encarando Stan.

— Você também... você tem um cheiro que me faz sentir em casa... me faz sentir que sou parte de algo.

Kyle segurou o rosto de Stan com as duas mãos em concha, estudando as feições do moreno, então ele afundou naquela boca, para um beijo calmo.

Os lábios de Kyle se encaixavam tão perfeitamente que Stan sentia que cada pedaço de Kyle estava prestes a se ajustar na memória de Stan, preenchendo a lacuna que havia ali, conforme a boca de Kyle se movia contra a dele, Stan sentia cada gota de seu sangue entrando em ebulição, o coração do moreno bateu pesado no peito, com o desejo ardente de ter Kyle, tocá-lo, amá-lo, dar-lhe prazer.

O ruivo se afastou minimamente, ambos ainda de pé no meio do quarto, e tirou a camiseta que vestia, a luz do luar que penetrava lentamente pela janela descansou solene na pele pálida de Kyle, Stan teve a impressão que cada sarda brilhava como uma constelação privada, ele se aproximou e escorregou os dedos tocando os ombros e o peito de Kyle, adorando ver o ruivo arrepiado e quente ao seu toque, os mamilos rosados eriçados e uma ereção indiscutível erguida na boxer do ruivo, Stan tocou por cima do tecido e o pênis de Kyle respondeu com uma contração.

— Kye... me deixe só...

Kyle o empurrou para a cama, os olhos em chamas e o rosto corado, o ruivo respirava pesadamente, os lábios se conectaram outra vez em um beijo selvagem, as línguas brincavam indisciplinadas, Stan sentiu o colchão macio atingindo suas costas e o peito de Kyle pressionou o dele, rapidamente as mãos do ruivo estavam em todas as partes de seu corpo, tocando-o nos lugares certos, com possessiva familiaridade, Stan gemeu de surpresa quando Kyle escorregou a boxer azul, revelando a ereção pulsante, o ruivo afastou-se levemente, correndo os dedos de encontro às nádegas de Stan, Kyle espalmou e apertou a carne muscular e morena, Stan estremeceu de êxtase e antecipação.

— Você... lembra de já ter feito algo assim...? — Kyle perguntou, a voz rouca de desejo.

— Eu... não lembro... — Stan lamentou quando uma sombra de angústia surgiu no rosto de Kyle. — Mas... sinto essa conexão cada vez mais forte... há essa corrente elétrica, que atravessa meu corpo quando nos tocamos, quando você me abraçou no hospital... o seu cheiro... há algo sobre você, Kyle... só você... mais ninguém...

Para ilustrar o que disse, Stan puxou a mão de Kyle depositando-a em seu peito diretamente em cima do coração, os lábios de Kyle se curvaram em um sorriso misterioso, o ruivo relaxou, Stan sorriu um pouco também, o alívio suplantando o nervosismo.

O moreno correu a mão apanhando o membro de Kyle, enquanto o ruivo distribuía beijos em seu peito arfante e mordia-lhe o mamilo túrgido.

— Droga, Stan... sempre fui atraído por caras, mas você está acima do paraíso.

Kyle puxou-o para um novo beijo, Stan lentamente empurrava o membro pálido do ruivo quando as virilhas se chocavam. Kyle abriu a boca em um grito mudo quando Stan deslizou os dedos e apertou a cabeça nua do pênis, espalhando a lubrificação que saía dali, o moreno trouxe a mão à boca experimentando o sabor de Kyle.

O ruivo beijou-o e incapaz de se conter rodou os quadris esfregando os dois membros duros, ele estava prestes a enlouquecer com o cheiro de Stan, o calor do moreno e seu corpo incandescente de desejo, os olhos azuis brilhantes abriram e observavam Kyle em expectativa, não teria como recusar, amnésico ou não, Stan ainda sabia como enlouquecer Kyle, e o ruivo não teria como negar a si mesmo esse pedaço de céu.

Não hoje, não mais.

Stan sentiu o peito de Kyle pressionando o seu, inebriado separou os lábios levemente permitindo que a língua de Kyle explorasse, o gosto era intoxicante para ambos, o moreno abriu os olhos dentro do beijo e quando as línguas se tocaram o sangue iniciou uma corrida frenética em suas veias, indo direto para a virilha, Kyle se afastou, encarando-o.

— Stan... — Kyle começou, mas Stan o calou com um beijo.

O moreno sentiu a ereção latejar, ele abriu a boca convidando Kyle a tomar tudo o que pudesse, convite que o ruivo aceitou sem questionamento, os dedos de Kyle correram pelo peito de Stan, sentindo o calor da pele, então pararam em um mamilo, Kyle brincou acariciando, separou os lábios e beijou a mandíbula sinuosa, em seguida o queixo forte, a boca escorregou encontrando o pescoço de Stan, Kyle lambeu e mordeu de leve, em seguida com mais pressão, experimentando o sabor e a textura.

— Kye...

— Ah, Stan...

Os olhos verdes de Kyle eram como uma chama, seus lábios estavam vermelhos dos beijos, a boca dele era quente contra a pele de Stan, o moreno afundou os dedos nos cachos flamejantes quando Kyle desceu a boca em direção a sua cintura, com familiaridade estranha e surpreendente, Kyle depositou um beijo na lateral da virilha e o pênis de Stan palpitou a ponto de explodir, com certa selvageria ele sentiu o membro afundando dentro do calor úmido da boca de Kyle, ele apertou os cabelos ruivos e gemeu alto, aquele som fez Kyle empurrar o pênis de Stan até o limite da garganta.

Eles se separaram e Kyle limpou a saliva que escorria dos próprios lábios, ele se ergueu e esticou o braço, em seguida deslizou uma porta pequena no armário embutido atrás da cabeceira da cama de Stan, o moreno observou por cima do ombro totalmente deslumbrado quando o ruivo alcançou uma gaveta oculta e dali tirou um lubrificante e uma tira de preservativos.

— Cara... como você... como sabia...?

— Shhhh...

Kyle o beijou rapidamente, em seguida sentou nas próprias pernas dobradas, incitou Stan para mover-se mais perto da guarda da cama e puxou um travesseiro, acomodando na parte debaixo das costas de Stan, ele colocou a camisinha em si mesmo e apertou o lubrificante lambuzando o membro de forma abundante, em seguida o ruivo se inclinou, os cachos úmidos de suor tocaram a pele do rosto de Stan enviando um calafrio.

— Tudo bem...? Está confortável? — Kyle perguntou em um sussurro junto à orelha de Stan. — Não quero que sinta nenhuma dor...

— Cara... tarde demais... Meu pau tá doendo de tanto esperar, Kyle...

— Porra, Stan...

Então Kyle se empurrou, lentamente, com cuidado ultrapassando cada barreira com maestria, Stan não demonstrava nenhuma resistência ou dor, fosse pela sensação confortável ou pelo excesso de lubrificante, o fato era que uma emoção enorme irrompeu no coração de ambos, e se espalhou por todo o corpo, Kyle arremetia devagar, Stan se inclinou puxando o ruivo pela nuca, e Kyle apanhou o pênis de Stan em sua mão, tocando-o de forma insana, a língua de Kyle brincou no pescoço de Stan e o moreno jogou a cabeça para trás forçando o ritmo de Kyle, estavam às portas do céu e Stan não sabia se queria alcançar o orgasmo logo ou se preferia que o coito durasse eternamente, mas então Kyle deu uma guinada e atingiu um ponto dentro dele que fez tudo rodar, seu coração ia explodir e ele gozou, sem trégua.

— AHHH, KYE... — Stan clamou, e a voz dele foi direto para a cabeça do pênis de Kyle. — Cara... isso é... porra... Kye...

Stan começou a se derramar em seus dedos outra vez, e Kyle tentou manter uma cadência calma, mas aos poucos estava perdendo a cabeça e seus movimentos foram ficando mais selvagens, o pênis esmagado no aperto quente de Stan, sentindo o moreno pulsar no mesmo ritmo das batidas dos dois corações, Kyle sentia seu próprio interior em chamas e o coração prestes a sair pela boca, sem poder mais se segurar, Kyle apertou firme Stan pela cintura e o beijou com vigor, alguns impulsos depois estava se esvaziando inteiro, talvez até mesmo sua alma agora estivesse preenchendo o interior do preservativo.

Espasmos percorreram o corpo de Kyle e era ridículo o quanto ele sentiu-se feliz por estar ali, ele jogou-se exausto em cima do peito de Stan e o moreno o beijou com ardor e mesmo sem saber, mesmo sem lembrar, tinha certeza que eles já haviam feito isso antes, Kyle preenchia todos os espaços que estiveram vazios em Stan por muito tempo, talvez anos, a constatação não o assustou, e o moreno sorriu quando puxou o ruivo para si, Kyle tinha os olhos semicerrados e o rosto corado do orgasmo recente, Stan o beijou com ternura, em seguida seus lábios se separaram.

— Eu sou seu, e você é meu. Sempre foi assim. — Stan falou, porque assim que as palavras saíram ele sabia que eram reais.

— Sim — Kyle corou e Stan sorriu, o pênis do ruivo ainda pulsava um pouco depois de um segundo orgasmo — você... e sua imensa capacidade de dizer essas coisas emotivas... é tão sexy...

Eles se beijaram novamente, e sabiam que nunca mais poderiam estar separados, Kyle puxou o edredom os cobrindo o torpor do pós-orgasmo começou a cair sobre eles, os embalando a um sono cálido e terno, seguro e apropriado, um nos braços do outro, onde pertenciam, e de onde nunca deveriam ter saído.


Notas Finais


Oieeee!!!

E aí, foi bom para vocês?! 😊

Sobre o capítulo:
Hayley, a aluna que junto com seus colegas, conversava com Kyle e Butters, tem/tinha uma quedinha pelo professor de História, vocês já viram este filme? Alunas com crush no professor é tão velho quanto andar pra frente, mas se eu fosse aluna do Kyle, também teria um crush harder nele!!! 😝

O Clube doi Yaoi ainda existe e é muito ativo, como podem ver.
Em alguns pontos da fic inteira havia alunos escondidos em determinados locais da cidade observando (perseguindo/espionando) professores e outros potenciais casais, talvez ninguém havia notado antes.

O "OTP Professores" é Kyvid, ao qual os membros (alunos) chamam Rodlovski (Rodriguez + Broflovski)

Há alguns detalhes ocultos no capitulo, e espero que todos notem 😋

* Barmitzva (Bar Mitzvá = filhos do mandamento) é o nome dado à cerimônia que insere o jovem judeu como um membro maduro na comunidade judaica.
Quando um judeu atinge a sua maturidade (aos 12 anos de idade), passa a se tornar responsável pelos seus atos, de acordo com a lei judaica. Nessa altura, diz-se que o menino passa a ser Bar Mitzvá ("filho do mandamento").


Estou com um pouco de pressa, mas me digam TUDO TUDO TUDO o que acharam nos comentários!
Vocês sabem como funciona nas minhas fics: Uma vez que eles começaram não vão mais parar! 😍

Mil Bjs,
Vivi


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