— Acho que com isso você vai conseguir se sair bem! — Junmyeon disse.
Ele e Zitao estavam no restaurante que logo seria aberto. O mais velho insistiu em ajudar o amigo a se organizar e dar um tour pelo local, mesmo que o Huang já estivesse familiarizado com quase tudo — afinal não havia tido muitas mudanças nos últimos anos.
— Espero que sim… — Tao respondeu, receoso.
— O que foi?
— Estou com medo… — o menor confessou. — Não sei se vou me sair tão bem quanto a sua mãe.
— Taozi, você aprendeu tudo com ela, tenho certeza que você vai ficar bem! — assegurou. — Você até aprendeu a fazer a torta de pêssego, e olha que ela não passou essa receita nem para mim. — cruzou os braços, arqueando a sobrancelha.
Zitao suspirou.
— Inclusive, você bem que podia me passar essa receita… — tentou.
— Nada disso! — Tao negou rindo. — É segredo.
— Mas…
— Sem “mas”. — mordeu o lábio inferior, saindo da despensa.
— Ok, ok! — Junmyeon suspirou, seguindo o mais novo. — Então… as coisas entre você e o Yifan estão bem boas, né? — falou sugestivo.
— Como assim? — o ômega franziu as sobrancelhas, se apoiando no balcão.
— Quero dizer, esses chupões no seu pescoço não devem ter sido feitos por outro alfa, certo? — apontou divertido.
As bochechas de Zitao coraram e o mesmo desviou os olhos azuis, se fingindo de desentendido. É claro que aquelas marcas tinham sido feitas por Yifan na noite anterior. Ainda se recordava de como aconteceu: o alfa tinha acabado de colocar Jennie para dormir e foi até a cozinha, onde o ômega estava. O Wu não perdeu tempo em prensar o menor contra a pia, alegando que não poderia ir até o restaurante vê-lo no dia seguinte por ter que tomar conta da delegacia sozinho — já que Yixing e Minseok que costumavam o ajudar estariam ocupados —, mas que deixaria um presente para que o ômega se lembrasse de si o tempo todo — e é claro que Zitao não reclamou.
— Ah! Você fica tão fofo corado! — Junmyeon apertou as bochechas do Huang, rindo. Zitao deu um leve tapa nas mãos do outro, virando o rosto e sentindo-se corar ainda mais. — Vocês dois não fizeram…? — perguntou.
— Junmyeon! — Tao repreendeu.
— Só quero ter certeza que meu garotinho continua puro! — deu de ombros. — Vocês já deram um título para essa relação?
Zitao suspirou.
— Sim, Junmyeon, eu continuo virgem e sim, eu e o Yifan somos oficialmente um casal. Está feliz? — questionou, notando que seu rosto estava quente de vergonha.
— Muito! — o ômega comemorou. — Mas lembre-se da nossa conversa sobre preservativos, já teremos um bebê a caminho e não precisamos de trabalho em dobro!
— Junmyeon, eu vou te bater... — ameaçou.
— Você me ama demais para isso. — riu quando Zitao arqueou as sobrancelhas pela ousadia. — Enfim, eu tenho que ir, mas você já sabe: preservativo sempre!
— Vai logo antes que se atrase! — Tao mandou, apontando para a saída.
— Vou mesmo! — respondeu rindo.
O mais velho se aproximou da porta, contudo parou no meio do caminho.
— Junmyeon? — Tao chamou, franzindo o cenho. O outro se virou, o olhando.
— Eu vou ter um bebê… — disse desacreditado. Um sorriso genuíno surgiu nos lábios do Kim e o menor pôde ver o brilho nos olhos do amigo.
— Sim, Jun, você vai! — o Huang sorriu orgulhoso.
Após Junmyeon sair, Zitao não ficou sozinho por muito tempo. A porta se abriu, chamando a atenção do ômega que se virou um pouco nervoso por ser um possível cliente, mas logo se tranquilizou ao ver quem era.
— Byunie! — cumprimentou.
— Olá, Tao! — o repórter respondeu, sorrindo de canto. — Vim te desejar boa sorte hoje.
— Você não vai ficar?
— Não posso, tenho um compromisso marcado… — disse, se sentando no balcão. — Mas eu realmente queria te ver antes.
— Fico feliz que tenha vindo, então! — o ômega sorriu. — Quer alguma coisa? Você pode ser o meu primeiro cliente... — sugeriu.
— Bom, acho que um café está ótimo. — o Byun sorriu.
Zitao começou a preparar a bebida, tentando ao máximo não se distrair e fazer tudo certo. Era fofo a forma que o mais novo se concentrava e Baekhyun se pegou sorrindo levemente enquanto o observava. Nos últimos dias os dois estavam cada vez mais próximos, e foi inevitável que Baekhyun não se pegasse admirando a forma que Zitao passou por cima de tudo o que aconteceu.
Pelo que pôde perceber do mais novo, o Huang era uma pessoa determinada e alegre; era realmente uma pena ter passado por tudo aquilo. Contudo, o jornalista ainda se lembrava o real motivo para ter se aproximado do ômega de olhos azuis e não havia mudado de ideia quanto a isso.
Pelo canto do olho conseguiu ver algo que chamou sua atenção.
— O que é aquilo? — apontou.
Zitao pegou o jornal que estava jogado em um canto — provavelmente obra da mama Kim —. Baekhyun reconheceu como um jornal antigo, o mesmo que havia publicado quase acusando Zitao de ser o assassino.
— É algo que eu deveria jogar fora… — o ômega disse um pouco cabisbaixo. — Sabe, às vezes eu queria conhecer esse jornalista...
— Sério?! — o Byun perguntou surpreso. — Por quê?
— Para perguntar o que eu fiz de errado para ele querer me atingir. — deu de ombros. — Quero dizer, tem que ter algum motivo para ele publicar algo tão maldoso.
— Talvez ele não queira te atingir… — deu ênfase no “te”. — Pode haver outro motivo para ele escrever algo do tipo. — Baek deu de ombros, tentando parecer indiferente.
— E qual seria? Fama? — Tao riu incrédulo. — Que tipo de pessoa desprezível faria isso com outra por fama?
O jornalista abaixou a cabeça.
— Eu não sei.
xXxXxXx
— Cheguei! — Junmyeon sorriu.
— Como o Tao está? — Minseok perguntou.
— Ele está bem, nervoso, mas bem. — respondeu. — E como você está, Min?
— O mesmo, eu acho… — riu fraco.
— Vai ficar tudo bem! — Yixing garantiu, segurando na mão do beta e apertando, tentando passar conforto.
— Exatamente! — o ômega concordou. — Lembre-se que nós dois vamos estar aqui o tempo todo.
— Obrigado! — o beta sorriu confiante.
— Nós é que agradecemos. — o mais novo disse.
— Você nem imagina o quanto somos gratos pelo que você está fazendo, Minseok. — Lay falou.
— Kim Minseok! — a doutora chamou, sorrindo ao ver o beta se levantar. — É a sua vez. Creio que já lhe explicaram o procedimento.
— Sim.
— Ótimo! Podemos ir? — a mulher perguntou.
— Claro! — sorriu.
O beta deu uma última olhada para o casal de amigos, sorrindo para os dois antes de seguir a mulher. Yixing segurou a mão de Junmyeon, ainda observando o caminho que o beta seguiu.
— Eu estou tão feliz, Xing… — o ômega disse com a voz embargada de emoção.
— Eu também, meu amor! — o alfa sorriu, puxando o marido para um abraço.
Em breve o sonho de ambos seria realizado.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.