História Sem conexão(Now United) - O que há de errado com Dan?

Dan enxaguou o braço no rio limpando todo o sangue que havia escorrido nele. Sabina observava de longe enquanto Froy tentava criar coragem de fazer o mesmo que o amigo. Thomas enfiou a força os braços do outro na água fazendo-o gritar, já que seus machucados ardiam. Por sorte nenhum dos cortes havia sido profundo e eles não teriam de ir a um hospital.  

Marcus retornou trazendo sua moto. Froy olhou torto para o homem, por culpa da mania de velho dele ele quase havia sido pego. Dan secou os braços na barra da camisa manchando ela.

_Como fez pra pegar essa porcaria de volta? _Froy perguntou ao homem.

_Eu sou o dono dela, assim que eu a peguei de volta. _Marcus desceu da moto. _Vamos deixar o espelho mágico com a garota enquanto eu tento entrar em contato com uma conhecida do meu irmão. Ela conhece a história desse troço, e talvez possa ajudar em alguma coisa.

O homem se afastou segurando Thomas pelo braço o levando para longe dos outros. Havia algo que ele estava estranhando em Dan.

_Desde quando o Rumpf ficou deste jeito?

_De que jeito? _Thomas perguntou olhando para o amigo. Para ele Dan estava normal.

_Ele do nada resolveu ajudar uma pessoa. Até parece que os cultos que ele foi, obrigatoriamente, estão fazendo efeitos.

_Acha que tem algo de errado com ele?

_Acho que ele tá afim da garota e por isso tá ajudando ela. _Marcus cruzou os braços. _Se isso realmente estiver acontecendo ele vai acabar se dando muito mal. Essa menina quer ir embora, e quando ela voltar pra época dela ele já vai ter idade para ser o pai dela.

Thomas olhou com preocupação para o amigo, o velhote tinha razão quanto a isso, e era extremamente raro Dan ser gentil com as outras pessoas o que tornava possível a teoria de Marcus.

_Eu falo com ele depois. _O ruivo falou voltando para perto dos outros.

Rafael ajudou Sabina a colocar o espelho em um canto da sala de Camila. Thomas pegou um lençol velho dentro do guarda-roupa e o usou para cobrir o espelho. Eles esperariam conhecer a história daquele objeto antes de usá-lo.

_Vai ficar sozinha aqui? _Rafael perguntou para Sabina.

_Sim.

_Os meninos vão pra minha casa agora, pode ir também, te trazemos aqui antes do expediente da Camila acabar.

_Eu não sei se deveria...                                            

 _Vai ser divertido! _Froy falou sorrindo. _Aposto que o Dan vai...

Dan acertou o amigo com uma cotovelada no estômago.

_Não me enfia no meio.

_Foi mal.

_Tudo bem, eu vou com vocês! _Sabina concordou fazendo Froy sorrir olhando para Dan.

Amanda escutou o som das motos se aproximando. A jovem se levantou destrancando a porta para que o irmão e seus amigos pudessem entrar. Ela olhou para Sabina e sorriu, a garota estava com eles ainda, o que poderia significar que mais um deles arrumou alguém.

_Não me apresentaram ela. _Amanda falou olhando para Sabina.

_O nome dela é Sabina e ela não fala alemão. _Dan respondeu antes de se jogar no sofá. _Raf, busca um copo d’água pra mim.

_Vai você na cozinha seu folgado.

Sabina ainda era encarada por Amanda. Infelizmente ela havia ficado por fora da conversa novamente, e a única coisa que entendeu foi seu nome sendo pronunciado de um jeito engraçado.

_Meu nome é Amanda. _A jovem falou cumprimentando Sabina em inglês. _De qual país você é?

Os rapazes pararam de falar para escutar a resposta. Até agora nenhum deles haviam feito aquela pergunta embora já tivessem apostado, sem valer nada, de onde ela teria vindo.

_México. _Sabina respondeu fazendo Dan e Thomas comemorarem por terem acertado.

_Veio passar as férias aqui?

_Sim, eu vim com uma amiga, mas nós acabamos nos separando. _Ela respondeu se lembrando de Sina e a falta que ela lhe fazia.

_Ela te deixou pra trás? _Amanda parecia preocupada e ao mesmo tempo interessada em saber mais sobre a estrangeira.    

_Eu me separei do grupo e acabamos perdendo a ligação. Agora eu nem sei onde ela possa estar me procurando. Mas agora eles tão me ajudando a achar a Sina.

_Então é por isso que estão juntos. _Amanda riu. _Eu achei que fosse namorada de um deles!

_Eu não! _Sabina riu fazendo uma careta. Quando voltasse para casa todos eles estariam velhos e provavelmente casados, e ela não queria correr o risco de se apaixonar por um deles. _Nenhum faz meu tipo.

_Eu te entendo!

Thomas parou o carro em frente ao bar, ele e Sabina aproveitaram que já estavam indo para casa e foram buscar Camila. A moça sorriu ao vê-los e logo foi em direção ao carro. Thomas deu um selinho na garota abrindo a porta do carro. Camila sentou-se ao lado do rapaz antes de ele dar partida as levando para casa.

As duas entraram na sala. Sabina descobriu o espelho o mostrando para Camila, que ficou maravilhada com o objeto.

_Ele é lindo!

_Sim, mas é um perigo. _Sabina reclamou o cobrindo novamente. _Vamos conversar amanhã com uma mulher que sabe a origem dele.

_Vão contar sobre a viagem pra ela?

_Acho que não. Só vamos saber um pouco mais sobre ele antes de tentarmos me mandar pra casa.

_Sei bem como é difícil ficar longe do lar. _Camila falou indo até a cozinha pegar café. _Aceita um café também?

_Não precisa.

_Quando cheguei aqui eu sonhava quase todos os dias que estava voltando para casa. _A jovem retornou a sala sentando-se ao lado de Sabina. _Mas na manhã seguinte eu ainda estava em Cochem. Isso se repetiu até eu me apaixonar por Thomas, depois disso eu não quis mais partir.

_Espero não me apaixonar por nenhum deles. _Sabina riu antes de se lembrar dos rostos dos rapazes, realmente nenhum deles lhe chamava a atenção. _Não quero ficar desaparecida eternamente em dois mil e dezenove.