Pov's Naruto
Hoje de manhã fui acordado com batidas na porta, bem mais cedo que o normal. Meu sono não foi muito bom e apesar de Sasuke dizer que descobriria mais sobre essas pessoas que supostamente me procuram e que estava tudo bem, eu não consegui dormir. Como eu, uma pessoa normal, criado em uma casinha simples com a minha avó, posso ser alguém procurado por um bando de ladrões ou sei lá o que?
Passei a noite me perguntando sobre e tentando me manter seguro as palavras do Sasuke, mas adiantou pouco e quando eu me dei conta já estava com Ino na cozinha e mais alguns criados, ela foi quem bateu na minha porta, bem cedinho quando o sol ainda nascia, queria que eu participasse do café da manhã dos criados para conhecer mais gente. Fiquei feliz com o convite, queria distrair minha mente e a ideia de fazer mais amigos aqui no castelo não tinha mudado.
– Então Naru, como é o Reino Hyuuga? – Perguntou Konan. Ela é uma das empregadas do castelo, uma beta encantadora de cabelos arroxeados e olhos cor de mel, sem contar que é muito simpática.
– É bem diferente daqui. – Respondi com um sorriso nostálgico nos lábios. Apesar do pouco tempo aqui no castelo Uchiha, a falta dos meus amigos e da minha Obaa-Chan é constante.
Queria poder contar tudo para minha Obaa-Chan como fazia quando pequeno sempre que me metia em confusões, ela me acolhia em seu colo e mesmo que eu levasse sermão na maioria das vezes, ela me escutava e me ajudava a achar a solução pra qualquer problema.
– Diria que lá é um lugar mais cheio de cor, principalmente claras. – Completei e me atrevi a pegar mais um dos pãezinhos doces que Ino preparou. Está uma delícia.
– O Reino Uchiha sempre teve esse ar mais frio com suas cores escuras, acho que isso traz uma imagem mais poderosa para o lugar. – Sai comentou.
Sai é outro servo, seus cabelos e olhos são escuros como os de Sasuke, mas sua pele é bem mais pálida como uma folha de papel novinha. Ele é um alfa, mas sua família não é da nobreza. Sai é mais quieto, percebi isso observando que ele fala bem pouco a mesa, diferente de Ino que ama puxar um assunto e por incrível que pareça acabei descobrindo que os dois são casados.
– Gosto daqui, mas sempre quis conhecer o reino Hyuuga! Dizem que lá é lindo. – Diz Karui com os olhos brilhando. Ela também é uma beta, tão agitada quanto Ino, mas muito gentil e engraçada e tem uma personalidade forte que se percebe só de ver.
Me dei bem com todos em pouco tempo.
– É mesmo. – Concordei me lembrando de todo o reino, lá era tão florido, cores claras, taças e talheres de prata e ouro lindos. – Já limpei o quarto da princesa uma vez, não fiz muita coisa a não ser organizar. E era lindo. – comentei me lembrando do dia. Eu estava esgotado, tanto psicologicamente quanto fisicamente.
Balanço a cabeça, mandando as lembranças do dia embora.
– Talvez quando o futuro rei se casar com a princesa poderemos ir até lá. – Ino exclamou batendo palminhas.
Sai e Karui riram da animação da loira e por mais que eu quisesse pelo menos fingir a mesma alegria foi impossível.
– Como está sendo ser criado oficial do Sasuke, Naruto? – Sai me perguntou, afastando qualquer pensamento para longe.
– Anh? – fico confuso por um tempo e engulo rapidamente o pãozinho para poder responder. – Ele é uma pessoa exigente, mas está tudo bem. – Abri um pequeno sorriso.
Karui estalou a língua e pegou um pedaço de queijo da mesa.
– Não sei como você tem paciência, Sasuke sempre foi intolerante a qualquer criado.
– Karui! – Ino repreendeu o tom rude da amiga.
Eu comecei a rir. Parece que o Sasuke não tem uma boa fama entre os criados... porque será, não é mesmo?
– Eu te entendo Karui – Digo calmamente, segurando a risada na garganta. – Mas minha Obaa-Chan também era muito mandona, acho que já me acostumei com a personalidade dele.
Os três da mesa riram.
Continuamos tomando café até cada um voltar a realizar suas tarefas. Karui tinha que limpar o corredor principal, Sai cuidaria do jardim, Ino ficaria por ali mesmo arrumando a cozinha a seu gosto, e eu arrumei o café da manhã para o Sasuke, já prevendo o quanto ele iria resmungar na minha cabeça por eu ter feito minha refeição antes e não com ele.
O café da manhã me animou, tenho que admitir que foi uma boa distração para os meus pensamentos medrosos, mas quando me vi sozinho andando pelos corredores até o quarto do Uchiha nossa conversa de ontem voltou na minha mente e eu tive que respirar fundo e convencer a mim mesmo que eu estou seguro aqui. Nenhum ladrãozinho é capaz de passar pelos portões do castelo nem que tentasse mil vezes.
Bato na porta três vezes, já virou meu toque tradicional. Escuto Sasuke permitir minha entrada e seguro a bandeja mais firme em uma das mãos e giro a maçaneta. O quarto está arrumado como sempre, a não ser pela cama amarrotada já que ele acabou de acordar, Sasuke não é uma pessoa bagunceira o que é ótimo para mim.
– Bom dia. – Cumprimento com um sorriso e fecho a porta atrás de mim.
– Bom dia – Sasuke terminou de ajeitar a roupa e se virou para mim, compartilhava do mesmo sorriso simples no rosto. Agradeci por não ver muito mais do que ele colocar uma camisa porque eu sabia que não conteria minha mente diante de uma visão dele sem nada para cobrir seu tronco. – Hoje eu tenho novidades para você.
Ergo minhas sobrancelhas.
– Novidades? – Pergunto a ele e começo a organizar a mesa distribuindo os itens da bandeja por cima da mesma. Tinha os mesmos pãezinhos, queijo, o mesmo suco rosa que ele diz gostar e algumas frutas.
– Sim. – Ele me responde, mas seu olhar está na pouca quantidade de coisas dali. Sasuke franzi o cenho e me olha – E você?
– Ah. – começo a rir, eu sabia que ele iria perguntar – Ino-san me convidou para tomar café com mais alguns criados, conheci mais pessoas... Posso dizer que somos amigos agora. – Não contenho o meu sorriso.
Sasuke parecia querer retrucar, mas não fez observando o motivo.
– Que bom que está fazendo amizades aqui, mas não pense que vai fugir sempre. – Ele pegou um pedaço de queijo e apontou para mim, com os olhos cerrados levou a comida até a boca.
– Prometo a você que no ponto em que estamos eu nem gasto meus esforços com isso mais, foi pura coincidência. – Permaneço próximo da mesa enquanto ele ri da minha fala. – E então, que novidades são essas?
– Ah sim – Ele deixou o pãozinho de lado e me olhou novamente – Hoje eu vou ensinar você a cavalgar.
– Em?? – Pisquei os olhos.
– Disse que ensinaria você aquele dia. – Ele me fez lembrar dos momentos antes que subimos no cavalo juntos e avançamos pela floresta – E hoje não tenho nada muito importante para fazer, que tal?
– Claro. – concordei na hora. No dia que ouvi ele dizer a Gaara que me ensinaria assim que conseguisse tempo, não pude deixar de me sentir animado. Sempre quis aprender a cavalgar e a primeira experiência que tive foi muito boa, não senti medo, principalmente com Sasuke praticamente colado em mim, passando o calor do seu corpo para o meu. Me senti seguro. – E então... quando vamos?
Minha pergunta ansiosa fez ele rir.
– Depois que eu terminar aqui. Vai ser bom porque assim quando precisarmos sair de novo você poderá cavalgar sozinho. – Sasuke explicando só me deixava mais ansioso.
Esperei ele terminar de tomar café e sem demoras fomos para o estábulo. Fiquei paralisado quando chegamos, era enorme, e embora fosse um local para guardar os cavalos devendo ser completamente sujo, o que eu vejo é o contrário, era muito bem cuidado com vários empregados andando de um lado para o outro.
Sigo Sasuke por onde ele vai, completamente perdido já que Chiyo não me mostrou o lugar, acho que ela nem sequer pensou que eu colocaria os pés aqui dentro um dia.
– Pode escolher o cavalo que quiser. – Sasuke diz parando de andar do nada, e eu quase me choco contra o seu corpo. - Aqui ficam todos os disponíveis.
– Escolher? – Olhei para ele assustado. - Eu posso escolher o cavalo que vou aprender?!
– Não o que você irá aprender e sim aquele que será seu sempre que precisar usar. - Fui ficando mais e mais ansioso e animado enquanto ele explicava. - Cavalos são animais sentimentais, é importante estabelecer uma boa ligação com eles e isso não é uma coisa que se consegue somente em alguns treinos, é necessário uma rotina, quando você escolhe um, estabelece um vínculo, usando sempre o mesmo você consegue uma maior confiança, tanto você nele como ele em você, assim as chances de qualquer acidente são imensamente menores. – Ele ria da minha cara de surpresa e confusão.
- Mas... não é estranho que um criado tenha seu próprio cavalo? - Perguntei inseguro apesar de quase tremer de felicidade pela possibilidade.
- Não Naruto. - Ele se aproximou mais de mim afagando rapidamente minha bochecha. - Nada é estranho quando você está comigo. - Piscou galante e se afastou rápido visto que haviam várias pessoas passando e apontou para o estábulo para que eu focasse minha atenção ali. – E então? Pode andar e escolher, não pense muito, nessas horas seu instinto é seu melhor amigo.
Comecei a olhar em volta. Eram muitos, opções é o que não faltava aqui. Observo todos os animais disponíveis, todos lindos e bem cuidados, mas o que mais me chamou a atenção foi um cavalo cor de mel um pouco mais ao fundo do estábulo. Caminhei até ele e reuni coragem para tocar na sua frente, ele recuou um pouco para trás e eu também.
– Relaxe. – Sinto as mãos de Sasuke apertando meus ombros e respiro fundo, ao invés de me acalmar acabei mais apavorado com o contato quente das suas mãos. – Não está tenso por causa do cavalo, está? – Ele está próximo demais e sabe que isso me afeta.
Respiro fundo, procurando me acalmar. Sasuke sabe o efeito que causa em mim, ele sente isso e tira proveito da minha fraqueza pra me provocar.
– Como faço para ele gostar de mim? – Pergunto a ele, tentando ignorar sua aproximação e o toque.
– Acaricie, ganhe a confiança dele.
– Existe isso mesmo? – Me virei para ele.
– Claro que sim – Sasuke me olha bravo por desconfiar da sua explicação.
Respiro fundo e ergo minha mão para tocar o animal novamente, o cavalo relincha e eu me afasto novamente. Sasuke nega com a cabeça, o calor da sua mão cobre a minha e eu sinto meu corpo arrepiar novamente, mas ignoro. Juntos, tocamos o animal novamente, ele reclama, mas logo para.
– Viu só? – Sasuke sorri.
Quando eu me dou conta estou acariciando o cavalo sozinho.
– Ele é lindo... – Murmuro sorrindo.
– Tem razão, combina com você. – Escuto Sasuke dizer e olho para ele. – Quer ele pra você?
Sinto um frio na barriga com essa pergunta e sem dúvida nenhuma respondo:
– Quero, quero muito. – Retraio minha mão, mas continuo próximo ao animal. Sasuke concorda com a cabeça, começa a tirá-lo dali e vamos para o lado de fora.
Respiro fundo o ar livre, o castelo Uchiha é um pouco escuro e dá a sensação de ser abafado as vezes, mas aqui do lado de fora é muito melhor, mesmo eu não me esquecendo do que aconteceu na floresta, sei que estou seguro aqui, há muitos guardas em volta além é claro que Sasuke ao meu lado não deixa espaço para que qualquer temor seja presente em mim.
– Sabia que essa foi a minha primeira opção também? – Sasuke diz e eu paro de olhar as árvores e o observo acariciar o cavalo. – Só que ele não gostou muito de mim, me admira você ter conseguido, ele é o mais chato. – Ele faz uma careta e se afasta do animal. - Quando te ajudei foi mais pra te proteger do que qualquer outra coisa.
Eu reviro os olhos, rindo, e me aproximo mais dos dois.
– Ou talvez você que é chato demais, já pensou nisso? – Provoco ganhando um olhar surpreso e indignado de Sasuke.
– Vou fingir que não escutei isso e vamos começar. – Ele cerra os olhos e eu ri baixo, mas logo o nervosismo vem.
Será que eu consigo mesmo andar sozinho em cima de um cavalo?
– Ei, relaxa. – Sasuke acalma e novamente suas mãos estão em contato com a minha pele.
É incrível como meu corpo corresponde ao seu com toques simples como esses, chego a me arrepiar todas as vezes, não importa qual seja a situação. Me xingo todas as vezes que aquela sensação quente dentro de mim se acende mais ainda, e como um idiota, tento ignorar para o meu próprio bem.
– Vou te ensinar a montar primeiro. – Sasuke avisa e eu sou obrigado a sair dos meus pensamentos para escutar a explicação com atenção. – Apoie um dos pés aqui. – Orienta e eu faço o que ele pede. – Agora dá o impulso e a outra perna vai do outro lado.
Demoro um pouco por não ser tão alto, mas consigo e comemoro baixinho. O cavalo se mexe um pouco e eu quase caio, mas Sasuke segura ele e eu volto ao lugar.
É muito diferente sem ele atrás para guiar.
– Tem que se manter firme se não o cavalo vai querer brincar com você. – Ele avisa e eu assinto um pouco envergonhado. – Não precisa segurar as rédeas tão forte assim, só um pouco e já vai ter mais controle – Ele toca as minhas mãos e eu afrouxou o aperto aos poucos, não confiando muito no animal. Ele está parado porque Sasuke ainda segura a rédea junto comigo mas e quando for só eu?
– E agora? – Pergunto e minha voz saiu baixa. Não sei o que fazer. Devia ter prestado atenção quando estava com Sasuke naquele dia mas não me dei conta de que poderia ser importante.
– Vai ser estranho se equilibrar no começo mas você consegue, ele é um animal, se mexe muito, então não se assuste quando eu soltar aqui e ele começar a se mexer. – A cada palavra sua eu me apavorava mais. – Relaxe os braços do lado do corpo, isso vai te ajudar mais. – Deu a dica e eu assinto me apressando em fazer qualquer coisa que ele diga que possa me ajudar naquele momento.
– Parece ser difícil. – Digo baixo e Sasuke sorri.
– No começo, mas tudo se aprende, então relaxe. – Sua mão fez menção de soltar a rédea e eu olhei assustado para ele – Calma, você já andou antes.
– Não sozinho. – Relembro e um sorriso peculiar cresce em seus lábios. Desvio o olhar na hora – Tudo bem, pode soltar.
Sasuke vai soltando aos poucos e eu seguro as rédeas com mais força, mas ele me adverte mais uma vez.
– Vocês dois ainda são estranhos, relaxa.
Quando ele se afasta um passo o cavalo relincha mais uma vez, tentei me manter firme enquanto ele andava um pouco sozinho. É difícil, o animal é alto e eu baixinho, sem contar que não tenho força o suficiente para isso.
Com o tempo, eu pensei estar conseguindo o controle, Sasuke dizia que eu estava indo muito bem... até que o animal dá um pulo e me joga para trás. Minhas costas bateram no chão e eu solto um gemido de dor.
– Naruto! – Sasuke se aproxima preocupado. – Você está bem?!
– Mais ou menos. – Faço uma careta de dor quando tento me sentar. Pelos Deuses... Até minhas mãos estão esfoladas.
– Acho que já deu por hoje... – Sasuke me olha de cima abaixo, avaliando meu corpo e minhas caretas. Tento tirar essas expressões o mais rápido possível.
– Não. – Nego rapidamente e ele me olha confuso – Quero aprender. – embora o medo e nervosismo estejam sobressaindo nas minhas expressões, eu gostei de tentar.
– Tem certeza? Você está bem machucado. – Ele me olha de cima abaixo de novo.
– Não estou não. – Me levanto às pressas, surpreendendo a Sasuke e a mim mesmo pela rapidez. Não quero dar mais trabalho para ele, essa não é minha função nem mesmo como criado.
– Tudo bem. – Sasuke solta uma risada soprada e se levanta junto. – Pode ser que demore pra você se acostumar, mas vamos aos poucos.
Concordo sem pensar duas vezes.
– Dias depois –
Eu pensei que demoraria muito para aprender a andar de cavalo, mas a verdade é que consegui aprender tudo em poucos dias. Eu fiquei muito feliz, é uma sensação totalmente diferente guiar sozinho do que com uma pessoa atrás, por um lado a liberdade de se estar galopando ali sozinho, acompanhado somente pelo vento e por seu cavalo é incrível, mas ter o calor do corpo de Sasuke atrás de mim também não era nada mal.
Sas disse que eu me saí surpreendentemente bem, já que muitas pessoas demoram semanas e eu consegui compreender tudo em poucos dias. Ele diz que é porque eu tenho um talento natural, eu já acho que é porque minha égua é muito gentil quando se pega afeição, seja como for o importante é que deu certo e agora eu já me sentia mais próximo de ser uma pessoa que não estava ali só pra atrapalhar.
E embora realmente estivesse contente com a conquista eu ainda sinto que não é o suficiente. Aprender a cavalgar é útil, muito importante na verdade, mas eu não vou me esquecer do quanto fui inútil quando Sasuke e os outros foram levados, eu não pude fazer nada, nem mesmo me defender.
Esse pensamento ficou martelando na minha cabeça por vários dias, até que eu decidi resolver o problema e procurar Sasuke. Na minha cabeça, ele iria me ajudar, já que fez a mesma coisa me ensinando a andar de cavalo, mas quando perguntei a resposta que recebi foi bem diferente da que eu tinha imaginado.
– Não.
– O que?! – Me aproximei da cama indignado – Porque não? – Era só o que me faltava, eu queria aprender a lutar, caso alguma coisa acontecesse novamente eu estaria preparado.
– Naruto eu não vou ensinar você a lutar, isso já é absurdo. – Ele continuou na cama, eu sentia sua raiva comprimida pela ligação.
Mas que droga.
– Não é um absurdo! Vai ser muito útil pra mim, caso aquelas coisas aconteçam de novo e...
– Não vai acontecer. – ele me olhou com seriedade, mas isso não me impediu de continuar, insistir.
– Caso aconteça. – reforcei não me abalando nem um segundo por sua raiva sem noção. – Você disse que era o melhor depois do seu irmão, pode me ensinar!
– Não, eu não posso. – Ele fechou o livro que tinha em mãos com força. – Naruto eu sou seu alfa, não ia conseguir lutar com você, nem se quisesse.
– Você não iria me machucar. É só me ensinar... – Pela primeira vez fiquei confuso e com raiva da ligação. Eu queria aprender.
– Mesmo assim, não. Você não precisa aprender nada disso Naruto, tem muitos guardas aqui.
Revirei os olhos. É claro que tem muitos guardas, olha o tamanho desse castelo! Mesmo assim não diz respeito a mim, eu quero fazer por mim mesmo, não quero mais ser um peso morto.
– E caso aconteça, o que é impossível. – Ele suspirou – Gaara, Itachi e eu estamos aqui.
– Vocês também estavam lá naquele dia e foram encurralados. – Cruzei os braços. Eu estava grato por terem me libertado, me salvado, mas se eu pudesse ajudar naquele dia talvez as coisas teriam sido diferentes, não precisávamos ter passado por tudo aquilo.
– Eles pegaram você, Naruto.
– Por isso mesmo! – Exclamei e respirei fundo. – Sasuke, por favor...
Quando ele iria responder ouvimos batidas na porta e eu me forcei a endireitar a coluna e me afastar da cama. Shikamaru entrou segundos depois, olhou para nós dois com o cenho franzido.
– O que está acontecendo? Dava pra ouvir vocês do lado de fora. – Ele buscou os olhos de Sasuke para uma explicação.
Eu também olhei para o moreno na cama, esperando que ele explicasse e que Shikamaru ficasse do meu lado.
– Naruto quer aprender a lutar. – Sasuke rolou os olhos e eu bufei.
– E porque não ensina ele? – Shikamaru perguntou confuso e eu fiz um barulho com a boca, deixando claro que eu também queria uma resposta convincente.
– Porque ele é o meu ômega, será que isso já não é resposta o suficiente? – Sasuke explicou impaciente, como se fosse óbvio demais o que ele falava.
– Então eu treino você Naruto. – Shikamaru diz e eu imediatamente olho em sua direção.
– O que?! – Sasuke e eu praticamente falamos juntos, surpresos.
– Eu sei um pouco, posso te ensinar. - Deu de ombros. - Não sou um grande lutador como os três irmãos de ouro, mas sei me defender e posso derrubar alguém maior que eu com um pouco de estratégia, posso te dar umas dicas sobre isso.
Senti meus olhos brilharem com a ideia, era perfeito!! Shikamaru tinha basicamente o mesmo porte físico que eu, se ele podia se defender e ainda derrotar alguém maior caso precisasse era exatamente o que eu queria aprender.
– De jeito nenhum. – Sasuke bufa e se levanta da cama – Era pra você estar do meu lado, Shikamaru!
– Se ele quer porque não? – Shikamaru me olhou e eu sorri ansioso. – É uma ótima ideia se você parar de pensar só como um alfa protetor Sasuke, eu não vou machucá-lo, você estará lá pra supervisionar e vou focar na parte da autodefesa.
Bom... não era isso que eu queria, mas não vou dispensar, afinal já é um começo. Meu olhar cai sobre Sasuke novamente, eu praticamente estou implorando em silêncio. O moreno encara seu conselheiro e depois a mim, e com um suspiro alto e irritado diz:
– Tudo bem, mas apenas autodefesa, nada mais que isso. - Aceno rapidamente sorrindo enquanto ele continua dessa vez pra Shikamaru. - Se você o machucar eu te quebro.
Shikamaru ri como se fosse uma ameaça padrão e eu me senti feliz demais pra me importar.
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