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História Sem Fôlego - Imagine Kyoujurou Rengoku - Pegando Fo(le)go.


Escrita por: RockValentine

Notas do Autor


Segundo e último capítulo desse imagine ;) aproveitem!

Capítulo 2 - Pegando Fo(le)go.


Fanfic / Fanfiction Sem Fôlego - Imagine Kyoujurou Rengoku - Pegando Fo(le)go.

 

Meses haviam se passado desde a noite quente com o loiro extravagante, a quem você chamava carinhosamente de "Ren" – quando não estava com raiva de sua atitude pós-coito em simplesmente desaparecer e deixar-te para trás.

Você não sabia por que aquilo lhe machucava tanto; Quando começou, sabia que seria algo de apenas uma noite – uma noite degenerada e muito, muito quente – mas por algum motivo esperava mais. Mesmo sem sequer conhecer o homem que havia lhe deflorado, sentiu que o momento que compartilharam naquele quarto quatro estrelas havia sido especial para ele também… Sentiu que ele era diferente, não apenas um belo, musculoso e extremamente excêntrico estranho, mas um homem diferente dos que você havia conhecido até então.

Mas ele se mostrou igual a todos os outros ao deixar-te sem sequer se despedir, após ter o que queria… 

 

Você bufou, se estressando com aquele assunto não pela primeira vez e possivelmente não pela última. Felizmente, após tanto tempo, suas esperanças haviam dado trégua, e sentir seu peito doer em saudade não era mais uma realidade diária.

Você ouviu a campainha da loja de seus pais anunciar a entrada de mais um cliente e forçou um sorriso atrás do balcão, dizendo:

– Seja bem vindo! – de forma falsamente animada.

Seus pais tinham diversas lojas de tecido pela cidade, competindo entre as maiores indústrias de quimonos de Kyoto. Por isso você estava sempre munida dos melhores tecidos para produzir suas roupas tradicionais, quer Yukari as julgasse ou não.

E por falar no diabo... Yukari e Nobuko fizeram perguntas após o incidente, mas nenhuma delas foi respondida da forma como queriam. Por fim, você ficou sem paciência com a falta de tato de Yuka, e levantou a voz pela primeira vez para ela, pedindo que parasse de ser tão incômoda.

Você não sabia de onde àquela coragem havia vindo, mas o fato é que agora não tinha mais amigas, pelo menos não as da alta sociedade. E por algum motivo, isso te fazia mais feliz do que triste. Se soubesse que teria tanta paz assim, teria mandado Yukari pastar há tempos.

 

Após seu turno acabar, você se direcionou para a sala dos funcionários ao fundo, arrumando mais algumas coisas antes de fechar a loja por completo. Os outros funcionários se despediam, dizendo "bom trabalho" e "até amanhã" e você retribuía. Quando se viu finalmente só, você suspirou em cansaço. Seus pais estavam no seu pé há meses para que se casasse logo, queriam alguém para herdar o negócio da família, e obviamente uma mulher não era apta o suficiente para esse trabalho, mesmo que você conhecesse todos os produtos, fornecedores, afiliados, valores do mercado, tabela de preços e público alvo.

É, você realmente não devia ser apta para aquilo.

 

Já estava na hora de fechar quando você ouviu o som do sino da loja tocar. Curiosa, você atravessou a porta em direção ao balcão da frente, encontrando com um homem esquisito, demasiadamente pálido e com os olhos numa cor estranha de roxo. 

– Já fechamos, senhor. – você avisou, sentindo-se estranhamente ansiosa com a presença daquela pessoa. – Abriremos novamente amanhã… As… 7 ho… – sua voz falhou ao sentir uma presença atrás de si. Com o canto do olho, você tentou olhar para trás, virando a cabeça com calma, até se deparar com uma mulher no canto da parede, presa no alto dela, como uma aranha, a olhar para você com escleras negras e íris vermelhas.

 

– É ela quem foi vista junto ao Pilar? – perguntou a mulher, numa voz e sorrisos maníacos.

– Por que não pergunta para ela? – sugeriu o homem, se aproximando a passos lentos.

Você quis gritar, mas sabia que naquela situação apenas pioraria tudo. No entanto, não conseguiu controlar seu tremor ao observar a mulher saltando da parede e se aproximando, saindo da sombra e mostrando todo o seu rosto. 

Chifres.

Ela tinha chifres. 

Vermelhos, quase como os de um

– Demônio. – a realização veio rápida para você, tamanho o trabalho que seu cérebro fazia para pensar e sair daquela situação. 

 

A mulher gargalhou maquiavélica, comentando para o parceiro:

– Viu? Ela sabe o que somos, aposto que sabe onde ficam os esconderijos dos Pilares, também.

– Não a mate, hein? – avisou o homem, dessa vez também sorrindo malicioso. 

De repente, as unhas da mulher se aproximaram de seu rosto, sua mão agarrando em cima de sua boca e bochechas e lhe atirando para trás, em uma força absurda que te fez chocar suas costas contra a parede de madeira.

O ar deixou seus pulmões por um segundo, causado pelo impacto em suas costas. Você sequer piscou, e a mulher já estava com o rosto frente ao seu, pronta para te atacar novamente.

– Pergunte sobre os pilares! – disse o homem.

– Antes eu quero brincar um pouco! – disse a mulher, e o homem pareceu se dar por vencido, fazendo um gesto de "seja breve" com a mão.

 

Ela agarrou as dobras de seu quimono, em seguida lhe atirou por cima do ombro, como um casaco velho, te arremessando em direção a vidraçaria. Você protegeu o rosto, enquanto seu corpo atravessava o vidro da loja. 

A dor foi a mesma de bater a cabeça em uma porta com muita, muita força. Você caiu no chão da rua e rolou pelos cacos de vidros ao chão, se enchendo de cortes finos e alguns profundos e se erguendo com muita dor. Você se sentia tonta, mas conseguiu ver claramente quando a mulher demônio pulou para fora do estabelecimento através da vitrine que havia quebrado com a sua cabeça.

 

– Por favor… – você tentou implorar, certa de que iriam te machucar bem mais dali pra frente. 

A rua ainda era movimentada a essa hora da noite, e algum passante devia de ter visto ou ouvido você ser atirada pela vidraçaria da loja. Mesmo assim, ninguém veio ajudar-te, ao contrário, você ouviu passos correndo no final da rua, provavelmente das pessoas que fugiam para fora dali.

– Ahh, – lamentou o homem, se aproximando. – o rostinho dela está todo machucado agora, Tsugune. 

– Tem razão! – riu a tal demônio chamada Tsugune, se abaixando e puxando seus cabelos, levantando seu rosto para encara-la. – Lá se vai um rosto bonito pro enterro. 

 

Os seus olhos se arregalaram ao ouvir tal frase, sentindo seu coração palpitar como louco. Você tinha medo do que pretendiam fazer com você, e em um movimento para tentar fugir, você segurou o braço da mulher e se aproximou para mordê-lo, cravando os dentes em sua carne.

Ela se assustou, finalmente soltando seu cabelo, e você viu a oportunidade para se erguer, o fazendo com rapidez e começando a correr.

Mas antes de conseguir uma boa distância, sentiu um chute empurrar suas costas, te arremessando no chão, onde você rolou várias vezes antes de conseguir parar. 

Com o resto de consciência que te restava, você viu os passos da mulher se aproximarem lentamente de você, com um sorriso no rosto que anunciava o seu fim.

 

Lágrimas de desespero saíram de seus olhos sem que você conseguisse para-las. Sua vida passava diante de seus olhos, revendo seus erros e se perguntando onde havia feito algo para aquelas pessoas, para que fizessem aquilo com você. Mas nada veio à sua mente, sequer as conhecia. 

Uma memória que veio a sua cabeça, no entanto, foi a de "Ren", seu sorriso fácil e enérgico, seu jeito vibrante de falar, seus sussurros gentis… 

Antes que você se afundasse em memórias, seus olhos captaram o exato momento em que um vulto negro pulava em cima de Tsugune, numa voadora que a derrubou.

 

Um jovem, provavelmente com a mesma idade que a sua, usando roupas negras como as que Ren usava no dia em que se conheceram, e uma longa katana.

– Estão aqui! – gritou ele, brandindo a espada na direção da demônio, que havia sido arremessada até chocar-se contra uma parede.

 

Mais dois daqueles jovens fardados surgiram, cada um com sua própria katana. Um deles te viu ao chão e se aproximou, preocupado.

– Uma civil! – alertou aos outros, em seguida virando-te de barriga para cima, verificando seus ferimentos. – Você está consciente, não é? Evite cair no sono, por favor.

Você assentiu. De qualquer forma, a dor em sua cabeça não deixaria que você pegasse no sono tão fácil assim.

 

Você foi afastada dali, nas costas daquele jovem, vendo pela última vez a loja de seus pais, e aqueles dois demônios, cujas cabeças foram cortadas em sincronia pelos dois jovens fardados.

 

 

 

 

 

Você foi levada para se recuperar em um lugar chamado “Mansão Borboleta”, e após isso, ficou sabendo toda a verdade sobre demônios e exterminadores. Uma conversa séria com a dona da mansão, no leito de sua cama, no entanto, pareceu mudar todo o seu destino.

– Você foi atacada por demônios que servem uma lua menor. – explicou Shinobu, uma morena bastante agradável e sorridente. – Luas menores são demônios fortes escalados pelo próprio Muzan, criador dos demônios, ter dois relacionados a ele indo atrás de você, significa que virou de conhecimento do superior deles, uma lua, quem você é. Não sei porquê você foi feita como alvo, mas, de qualquer forma, não é mais seguro para você continuar a viver em Kyoto. 

 

Seu sorriso e voz doces nunca vacilavam durante a macabra mensagem que tinha de te transmitir, e isso, é claro, te lembrou de outra pessoa extremamente sorridente. 

Enquanto um turbilhão de pensamentos invadiam a sua cabeça – o que diria aos seus pais? Eles ficariam seguros? Para onde iria? O que seria de sua vida agora? – um nome escapou de seus lábios, quase como um espasmo.

– Ren!

O rosto da exterminadora se contorceu em uma surpresa contida, que logo se dissipou. Talvez fosse comum para ela ver pessoas atacadas por demônios perderem a cabeça ou reagirem de forma excêntrica após o episódio, coisa do dia a dia.

– Hã… – você pigarreou, tentando achar uma explicação que não a fizesse te deixar em observação por mais alguns dias. – Eu encontrei um exterminador uma vez, em Kyoto. "Ren", é como me lembro dele ser chamado, mas não sei se é seu verdadeiro nome.

– "Ren"...? – repetiu a jovem, seus olhos violetas parecendo levemente confusos ao vasculharem a própria memória. – Entendido. Vou procurar saber sobre exterminadores que foram designados para Kyoto e regiões nos últimos meses. 

Sua voz, apesar de melódica, passava-lhe confiança. Você sabia que Shinobu conseguiria aquela informação logo, mas a ansiedade não te deixou esperar para fazer uma pergunta...

– Posso fazer uma pergunta? Há a possibilidade de… Meu encontro com esse exterminador… Ter sido o porquê os demônios vieram atrás de mim?

Silêncio. As sobrancelhas naturalmente erguidas de Shinobu e seus olhos opacos te encaravam, misteriosos como seu sorriso.

– É possível! – sorriu ela, chegando a fechar os olhos pelo sorriso mais aberto.

 

Não muito tempo depois, Shinobu retornou de viagem e foi diretamente te ver. Você já se vestia para partir, quando ela chamou-te para uma conversa séria.

– A descrição do homem que você me deu é certamente a de nosso pilar das chamas, Kyoujurou Rengoku. 

Seus olhos se arregalaram, devia ser ele!

– Ren! – você deixou escapar em surpresa, mas a exterminadora já prosseguia.

– Rengoku-san é muito ocupado, por isso não consegui que viesse diretamente aqui confirmar seu encontro, no entanto, ele confirmou ter visitado Kyoto meses atrás, e encontrado uma dama na ocasião, com quem disse ter compartilhado algum tempo.

 

Compartilhou bem mais que isso, Você pensou, sem coragem para dizer.

– Se for o caso, sua vida pode estar em mais perigo do que imaginamos.

– O que..?

Shinobu levantou seu indicador, em tom de explicação:

– Ter um exterminador de demônios do mais alto nível tendo algum tipo de ligação com você é extremamente perigoso por si só. Mas se chegou aos ouvidos dos outros demônios, temo que não possamos garantir sua segurança. Você terá de se isolar completamente em algum lugar vigiado por exterminadores, como uma de nossas bases secretas! – seu tom animado mal chegava aos seus ouvidos ao final da frase, sua cabeça girava, pensando em como você, uma garota da cidade grande, teria de viver completamente isolada e escondida pelo resto de seus dias a partir de agora.

Você engoliu em seco, em seguida viu o olhar afiado da exterminadora lhe encarar, dessa vez, a voz de Shinobu carregava um certo mistério ao te dizer:

– Mas podemos tentar outra coisa…

 

 

 

 

A brisa que anunciava o inverno beijou suas bochechas, era gentil, mas fria. Você a suspirou, soltando o ar de uma só vez, criando coragem para se aproximar da famosa mansão Ubuyashiki. 

Você sabia que alguns exterminadores estariam se reunindo ali naquele dia, e esperava que toda a sua viagem até ali não acabasse sendo em vão. 

Após ser recebida pelo par de gêmeas sinistras, Hinaki e Nichika, você foi conduzida até a sala onde se concentravam outros exterminadores de seu mesmo ranking.

Caminhando pelo corredor que a filha mais velha dos Ubuyashiki havia lhe indicado, um som nostálgico cativou seus ouvidos, uma nota melódica de riso. Se aproximando com cautela, você adentrou pela porta aberta de uma das inúmeras salas de tatami daquele lugar, onde alguns poucos exterminadores de ranking baixo se concentravam, e, de frente a eles, um homem mais alto, forte, com os cabelos e o olhar que você reconheceria em qualquer lugar.

 

– Ren… – seus lábios deixaram escapar em um suspiro de surpresa. O loiro havia notado a sua presença, virando o rosto para olhar-te, com o mesmo sorriso simples e presença calorosa que tinha.

– Hum? – ele não parecia te reconhecer, com você usando a farda do esquadrão de extermínio e carregando sua espada nichirin, nenhuma lembrança da "garota de yukata de Kyoto" devia vir à mente de Rengoku. Você se precipitou:

– Nã-Não se lembra de mim?! Eu sou – você pronunciou todo o seu nome, nervosa, sem ter certeza se havia o dito alguma vez antes. – De Kyoto! 

O homem piscou, parecendo tentar não soar rude ao responder:

– Não me lembro! Quando foi isso? Eu viajo muito!

Seu coração apertou, numa dor que subiu até a sua garganta, lhe dando vontade de chorar. Você tinha significado tão pouco assim para aquele homem? Que te esqueceu em alguns meses?

– No Verão! Eu te levei para comer junto a minhas amigas, após você me salvar de um bondinho que descarrilou! – todos os exterminadores se entreolharam confusos, alguns cochichando sobre a nova fofoca que você os havia dado. – Não se lembra? Você comeu e fomos expulsos do estabelecimento e então visitamos o parque e… 

 

Você decidiu parar por aí, olhando de canto para as caras de espanto dos exterminadores, que provavelmente já estavam imaginando mil coisas que poderiam vir depois.

Rengoku demorou mais alguns segundos para responder, não ajudando em nada na atmosfera pesada que havia tomado aquela sala, mas enfim soltando:

– Ah! Sim! – ele se virou para você, finalmente. – A garota fraca de yukata! Você e eu fizemos naquele dia!

 

Seus olhos se arregalaram com a tamanha cara de pau de Rengoku, suas bochechas ficando vermelhas ao saber que mais pessoas ouviam aquela conversa subitamente indecente.

– N-Não vem ao caso… Agora. – você tentou desconversar, apesar de que vinha muito ao caso sim, agora.

– Então? – ele cortou a distância com apenas dois passos, mas antes que você pudesse formular uma resposta que resumisse todos os últimos meses, uma ideia subitamente pareceu surgir na cabeça do loiro, quem pareceu um pouco surpreso ao perguntar: – Está grávida?

 

Os exterminadores não aguentaram, soltando suspiros e exclamações de surpresa em vista daquele escândalo novelista que havia se tornado a conversa. Seu rosto queimava em vergonha. Era como ser exposta em seu local de trabalho, por um superior, não menos.

Você fechou os olhos, os impedindo de chorar, apertando ambas suas mãos e lábios, que tremiam. Todo o tempo que havia passado treinando para chegar até ali, tudo que havia passado para precisar estar ali em primeiro lugar, você lembrou-se de tudo. Lembrando-se também o quanto a memória do caloroso "Ren" havia te salvado até ali. Uma memória que você agora tinha de despedaçar por inteira, assim como seus sonhos antigos.

Sem conseguir controlar seus sentimentos em meio aquela situação estressante, você deixou seus pensamentos mais raivosos escaparem.

 

– Eu fui atacada por demônios pouco após nosso encontro! – ergueu seu queixo para encarar com ódio Kyojurou Rengoku, que lhe retribuiu um olhar surpreso e confuso, se desfazendo do sorriso que sempre descansava em sua face. – Juraram me matar! Agora tenho de me esconder ou lutar pela minha vida! Tudo porque fui vista com você naquela maldita cidade, naquele maldito dia! E a única coisa com que você se importa é se vim lhe cobrar algo?!

Seus gritos preencheram o quarto de paredes de papel, fazendo-se escutar até por outros cômodos. 

Enquanto Rengoku te encarava com uma expressão séria, os cochichos dos outros exterminadores se tornaram mais altos, até uma falar alto e claro:

– Ela está falando assim com um Pilar?! Espero que seja expulsa!

Não era surpresa, os pilares eram o mais alto ranking dos exterminadores de demônios, eram vistos como deuses por todos do esquadrão, alguns sequer se arriscando a erguer a cabeça na presença deles, quem dirá a voz. 

– Ei, você! Se coloque no seu lugar! – exclamou outro exterminador, se aproximando com punhos fechados de raiva.

Mas antes dele se aproximar o suficiente para fazer algo contra você, a mão de Rengoku ergueu-se na frente dele, pedindo que parasse, sem tirar os olhos de você, com o sorriso costumeiro voltando aos lábios.

– Entendo! Peço perdão por ter a colocado nesta situação! – começou o loiro. – Deve ter sido difícil para você! 

– Por que o Rengoku-sama quem está pedindo desculpas? – comentou outra exterminadora, mais distante.

– Mu-Muito difícil! – você se manteve firme, desculpas não eram o suficiente para devolver sua vida antiga. – Mesmo me tornando uma exterminadora, nunca sei quando serei atacada novamente! 

– Hum! Isso parece problemático! – assentiu Rengoku, como se realmente compreendesse seus sentimentos. – Você veio até aqui pegar uma nova missão, não é?

 

Na verdade, você havia vindo na esperança de encontrá-lo, mas jamais admitiria isso.

– Se for o caso, venha comigo! – ofereceu ele, na mesma hora em que outra pilar adentrava o recinto, Shinobu, provavelmente preocupada com os gritos. – Estou saindo em uma missão! Poderei treiná-la pessoalmente! 

 

– Isso parece ótimo, Rengoku-san! – sorriu a pilar do inseto, enquanto todos, incluindo você, se inclinaram em uma reverência. – Vai torná-la sua Tsuguko?

Sua cabeça levantou-se no susto, espantada com aquela ideia. Tsuguko, ou Sucessor, eram combatentes excepcionalmente talentosos, escolhidos a dedo por pilares para serem seus aprendizes e os sucederem eventualmente. Não havia muitos deles por aí, e cada pilar apenas escolhia um para ser seu sucessor. 

– Não tenho pretensão! – admitiu ele em seu tom de voz alto, em seguida olhou em seus olhos, pronunciando como se para você. – Mas veremos!

 

 

...

 

 

Após sair da mansão do chefe Ubuyashiki acompanhada de um dos exterminadores mais poderosos da existência, a informação ainda não havia afundado em sua cabeça, de que você, uma simples ex-socialite, agora era pupila de Kyoujuro Rengoku, o homem que por sinal havia entregue a sua donzelice.

Caminharam juntos em silêncio por um bom tempo, você um pouco atrás, pela diferença em velocidade, até não se aguentar mais de curiosidade:

– Ren… goku-san, – você completou o apelido que o havia dado, de forma a não parecer que forçava intimidade. – você está no ramo de extermínio há muito tempo?

– Sim! – respondeu o loiro prontamente, sem sequer virar-se. – Eu li o livro sobre a respiração das chamas e treinei duro até me tornar um pilar. 

Incrível. E totalmente fora de sua realidade.

– Então você viveu sua vida para se tornar um pilar? – soava um pouco exagerado dizer coisas como "viveu toda sua vida" para alguém de apenas 21 anos, mas era mais tempo que você naquele ramo, certamente. 

– Me tornar um pilar foi um resultado, não um objetivo particular! E quanto a você? – ele pronunciou seu nome, casualmente. – O que pretende fazer agora que entrou para o ramo?

 

Não morrer, você queria responder, já que era basicamente o objetivo com que havia entrado, após treinar com conhecidos da pilar do inseto, Shinobu Kochou.

Participar da seleção, se tornar uma exterminadora, sair em missões… Você apenas havia pensado em cada um dessas coisas quando já as estava fazendo. Não queria admitir, mas após o primeiro encontro com Rengoku, uma chama começou a queimar dentro de você, te dando coragem para contradizer pessoas com quem não concordava e tentar coisas que nunca havia tentado antes.

– Pretendo ajudar pessoas, e a mim mesma, no caminho. – você respondeu, e por algum motivo, sua resposta o deixou em silêncio. 

Os minutos iam passando e os passos dados se tornando mais barulhentos em sua cabeça, começando a se questionar se havia dito algo errado. Por fim, desistiu do assunto, e só voltaram a falar quando alcançaram seu destino. 

 

As semanas foram passando, e as missões foram ficando mais difíceis, não restando muito tempo para vocês socializarem entre si. Rengoku era um excelente instrutor, e um companheiro de batalha confiável. Sua raiva foi subsidiando com o tempo, até restar muito pouco para ela em meio a sua admiração pelo exterminador.

 

Após saírem para mais uma missão, você ouviu atentamente as ordens de seu superior e esperou na retaguarda enquanto ele invadia o suposto esconderijo de demônios.

Aguardando do lado de fora do lugar, você observou a primeira neve do ano começar a cair, sentindo a própria respiração condensar-se ao expirar. Era uma tarde fria de janeiro, o mês mais frio do ano, e suas mãos doíam ao redor do punho da sua espada nichirin.

 

Erguendo uma de suas mãos, você observou enquanto um floco de neve descia lentamente até ela, se encontrando com a sua palma e dissolvendo-se em seu calor. 

Apenas esse breve momento de distração foi o suficiente para que um demônio se aproximasse de você, vindo de forma sorrateira por trás da construção. Você teve tempo de erguer sua lâmina e se defender de duas mãos grandes e pesadas, que seguraram sua lâmina como se nada fosse, ameaçando quebrá-la.

O demônio em questão era muito maior que você e também parecia te ultrapassar em força. Não querendo ficar ali para testar, você segurou o próprio fôlego e lançou a primeira forma de sua respiração, conseguindo afastar sua nichirin das mãos do inimigo, que agora se posicionava frente a você, pronto para mais um ataque.

 

Se recuperando da exaustão causada pelo uso de uma respiração, você se preparou para formular algum plano, um em que não fosse precisar chamar por Rengoku. Mas o demônio além de forte também era mais rápido, e rapidamente te cercou, fazendo com que você recuasse até a parede da construção. A mão dele te acertou na lateral enquanto você tentava desviar, as garras rasgando roupa e tecido epidérmico. A dor quente que saía do ferimento deixou-te assustada. E em um movimento desesperado, você tentou afasta-lo com uma segunda respiração, lançando-a na direção do demônio, que no momento final saltou por cima do ataque, as mãos fechadas vindo em sua direção… 

 

De repente, uma segunda linha de poder foi traçada acima de sua cabeça, chamas que pareciam ondas vermelhas envolveram o corpo do demônio, o atirando para o chão, quase inteiramente queimado. 

Seus olhos, no entanto, ainda estavam presos no show pirotécnico acima de sua cabeça, as labaredas dançantes e a silhueta conhecida a se aproximar… Você nunca havia se sentido tão…

 

– Quente. – você pronunciou, sentindo algo errado com seu corpo, que começou a suar e tremer. Enquanto você se perguntava se tinha algo haver com o ferimento causado pelo demônio, sua consciência foi falhando, até que não conseguiu ver e ouvir mais nada, apenas uma voz abafada clamando por seu nome…

 

 

...

 

 

Demorou um pouco para que você percebesse que estava em um sonho. A sensação quente que o enorme sol acima de você causava parecia muito real para ser mentira. Você piscou, e a figura de uma pessoa tapou o sol, se erguendo acima de você, encostando sua mão em sua testa e sussurrando palavras suaves, seu toque era gentil, quase materno, e preocupado, a sensação cálida de sua mão era agradável, e te enchia de paz.

 

Você fechou seus olhos, aproveitando aquela sensação, e ao abri-los, estava em um local diferente, olhando para um teto de madeira de bambu. Estava deitada em um futon quente e branquinho, com um cobertor grosso por cima. Na sua testa havia uma sensação pesada e fria: uma compressa.

Uma janela estava aberta dentro do quarto, e por ela você conseguiu ver que já era dia, e que nevava muito lá fora. Seu corpo tremeu em um calafrio, sentindo falta da sensação quente que havia em seus sonhos.

– Vejo que acordou, minha jovem! – a voz alta e animada de Rengoku adentrou o quarto junto a ele. Parecia bem, e isso deixou-te aliviada. 

– O que aconteceu? A luta… ? – você pergunta, confusa, tentando levantar o pescoço, mas sentindo todo o seu corpo gritar em dor ao fazê-lo.

– Você desmaiou de febre! – Rengoku aproximou-se, sentando-se ao lado de seu colchão. – Peço perdão por não ter notado. Como seu instrutor deveria ter sido mais atencioso. 

Você suspirou, voltando a reclinar a cabeça no travesseiro. Ao menos não parecia ter sido envenenada pelas garras do demônio anterior. 

– É apenas um resfriado, então? – você riu, o que deixou sua companhia confusa. – Pensei que fosse coisa mais séria. Agora estou envergonhada por ter te dado tanto trabalho e deixado toda a luta em suas mãos.

– Não é bom tratar uma doença levianamente. – respondeu ele com certa seriedade, em seguida prosseguindo. – Você estava ardendo em febre a noite inteira, poderia ter morrido. 

Então ele quem havia cuidado de você a noite inteira, você pensou, imaginando um Rengoku preocupado a trocar compressas e checar sua temperatura de hora em hora.

 

Olhando para seu próprio corpo, você notou que estava sem a parte de cima de seu uniforme do esquadrão, ao invés disso, todo o seu peitoral estava enfaixado, bem no local onde o demônio havia lhe ferido.

– Quem me trocou? 

Ao ouvir a sua pergunta, o rosto de Rengoku vacilou para trás, suas bochechas tornando-se levemente avermelhadas.

– Fui eu! Mas não se preocupe, eu sequer olhei! – respondeu ele, soando um pouco envergonhado. – Dessa vez. – completou com uma voz mais baixa.

Foi sua vez de ficar vermelha, mas a febre provavelmente tinha algo a ver com isso. Sem forças para continuar aquela conversa, você agarrou os lençóis e se virou de costas para mais um cochilo, tímida.

 

– Vou te deixar descansar. – Rengoku entendeu a mensagem, erguendo-se após o seu rejeito, mas você sequer deixou que ele se levantasse por completo, virando-se e segurando seu pulso para que não fosse.

– Não vá... – você implorou com a voz manhosa, sentindo-se muito vulnerável naquele momento. – Fique.

Novamente os olhos de Rengoku se arregalaram, mas seu sorriso pareceu também o fazer, e ele não discutiu, sentando-se novamente frente a você.

Você sentiu-se um pouco infantil ao pedir que um pilar olha-se por você em seu sono, mas não queria que ele a deixasse só. Estar doente já era ruim e solitário o suficiente.

 

Não demorou para que você caísse no sono novamente, tendo sonhos muito bons em seu descanso, novamente com sóis, vagalumes, e um distante verão, semelhante ao qual você havia encontrado Kyojurou Rengoku.

Ao acordar, os cílios negros do loiro estavam muito próximos ao seus, e sua respiração quente fazia cócegas em seu rosto. Ele havia caído no sono enquanto olhava por você.

Você analisou seu rosto, as grandes e desenhadas sobrancelhas escuras, contrastando com seus enormes e serpenteados olhos. Seu cabelo amassado, sempre com uma parte presa para trás, loiro com algumas pontas vermelhas, tal como as próprias chamas.

Enquanto você o analisava, acabou passando os dedos levemente por seu rosto, ainda um pouco inebriada pela névoa do sono. Ao traçar seu nariz, notou o rosto do pilar se contorcer, e retirou suas mãos rapidamente antes de seus olhos se abrirem, olhando para você daquela forma tão intensa, com sua íris dividida nos tons do fogo.

Seus olhos se arregalaram com a proximidade de seus rostos e ele rapidamente levantou-se, olhando ao redor e notando estar de noite.

Rengoku apoiou o corpo em um dos braços e coçou os olhos, tentando acordar por completo antes de se dirigir a você:

– Acabei caindo no sono. Como você se sente? – novamente pronunciou seu nome daquela forma tão casual, o que fez com que um calafrio involuntário subisse sua espinha.

 

Você não se sentia quente, pelo menos, não por conta da febre, e seu corpo não estava mais dolorido. Mas ao invés de respondê-lo, você apenas aproveitou a atmosfera sonolenta da penumbra para se aproximar dele de forma sugestiva, deixando o cobertor cair de seus ombros e mostrando seu peito coberto apenas por ataduras.

Os olhos de Rengoku te encaravam espantados enquanto você fazia seu trajeto engatinhando até ele, até estar com as mãos em suas coxas.

– A noite é fria. Pode me aquecer? – você provavelmente sentiria vergonha dessas palavras na manhã seguinte, mas agora, elas soavam tão certo…

Você sentiu a pulsação de Rengoku aumentar, vendo seu rosto se contorcer em algum sentimento complicado.

– Você tem seu cobertor, precisa que eu pegue outro? – ele fugiu do assunto, talvez muito preso ao papel de "superior".

 

Mas você não fugiu, e dessa vez passou as mãos por seus ombros e as segurou atrás de seu pescoço, colocando uma perna em cada lado de seu corpo e sentando-se em seu colo, os rostos ainda mais perto.

– Não finja que não me entende. Você sabe bem o que eu quis dizer. – você fez um bico, olhando fixo em seus olhos.

A esse ponto Rengoku descruzou os braços e segurou nos seus, tentando calmamente desvencilha-los.

– Você ainda está doente, não devia tentar essas coisas. Fazer esse tipo de coisa com um homem apenas irá piorar sua febre.

Você aproximou mais seu rosto, não sentindo que aquilo era uma total rejeição… ainda. 

– Mas eu não estou mais com febre. – você disse, descendo seus olhos aos lábios que tanto desejava. – Estou com frio. Não vai me ajudar? 

 

Não havia sorriso no rosto de Rengoku, ele te encarava com seriedade, analisando sua reação e talvez uma resposta a altura. Por fim, ele permaneceu calado, passando os braços pelas suas costas e te apertando em um gentil abraço.

Seu calor era absurdo, esquentando seu corpo em segundos. Você sentia sua respiração calma contra o seu peito, da mesma forma que havia sentido naquele dia em que dormira sobre o mesmo. Seus seios estavam apenas cobertos por tiras de esparadrapo, e sentia como se encostassem nus contra o peito de Rengoku. 

 

Aos poucos, a respiração calma e tranquilizante do loiro foi se tornando mais audível e profunda, até que você ouviu um pequeno gemido fugir de sua garganta. Você retirou sua cabeça de seu peito e encarou seu rosto, vendo uma expressão de dor no mesmo, com olhos fechados e grande rubor.

Não poderia, poderia…? Você se perguntou, mas a resposta veio em forma física, sentindo o pulsar forte do membro inferior do loiro.

– Perdão… – ele gemeu, lentamente se desvencilhando do abraço. – Não tive tempo para um descanso apropriado, por isso… 

Sua desculpa sequer parecia o convencer, e ao finalmente abrir os olhos, eles pareciam bem menos frios do que no início daquela semana. Lembravam os olhos com que ele havia a olhado naquele fatídico verão…

Sem nada dizer, segurando seu olhar, Rengoku se aproximou de seu rosto e fechou os olhos novamente, depositando um pequeno e gentil beijo em seus lábios, um que fez tanto calor quanto cócegas na região.

Você o olhou confusa, olhos arregalados que pediam por respostas.

Ele levou a mão ao seu queixo, passando o dedo de forma carinhosa pelos seus lábios.

– Se é o que quer, eu não irei me segurar. – disse ele, voltando seu sorriso confiante ao rosto.

– Não vai fugir dessa vez quando eu adormecer? – você sussurrou, aproximando mais o rosto de Rengoku, como se houvesse um ímã entre os dois.

O loiro inclinou a cabeça, aproximando-se de seu ouvido para sussurrar:

– Acredite, eu adoraria permanecer naquele quarto com você. – seu corpo estremeceu em um calafrio ao ouvir tais palavras. – Mas tão logo você havia caído no sono em meus braços, senti a presença do demônio quem eu perseguia. Tentei deixar uma carta enquanto me arrumava para a batalha, mas não consegui termina-la. 

– Eu pensei… – você começou, mas agora tanto fazia o que sua mente leiga havia pensado naquela época. O importante era aquilo que Rengoku lhe dizia agora. Você virou o rosto para uma última pergunta: – Por que não me procurou? Eu signifiquei tão pouco para você?

 

Rengoku piscou, surpreso com a sua sinceridade.

– Acho que você entende o motivo agora, já que também é uma exterminadora como eu. – ele tinha um ponto, afinal, apenas aquele dia em que passaram juntos fora o suficiente para colocar sua vida em perigo não muito depois, te tornando alvo dos demônios. 

Mesmo assim, você decidiu que não era desculpa o suficiente, e em um segundo, o empurrou em direção ao futon, subindo em cima dele, com seus olhos mantendo uma encarada séria, enquanto Rengoku te olhava surpreso.

– Você espera que eu te perdoe fácil assim, "Ren"? – você soletrou o apelido, o que deixou Rengoku mais confuso ainda. – Eu sofri bastante nesses últimos meses, como espera compensar por tudo isso?

– O que tem em mente? – ele entrou na brincadeira, segurando firme em sua cintura, as pontas dos dedos apertando sua bunda.

– Eu quero uma posição. 

Rengoku engoliu em seco, em seguida voltou a seu modo de trabalho, pronunciando com sua mais alta sinceridade:

– Eu não posso te dar uma posição no esquadrão que você não conseguiu por si! Mas ainda posso te ajudar a chegar lá, dependendo do que tens em mente. – aquele homem era simplesmente incorruptível, e você achou aquilo atraente, tal como sua sinceridade marcante.

 

– Eu não estou falando no esquadrão de extermínio. – você aproximou seu rosto. – Quero uma posição em seu coração. – você depositou um beijo nos lábios de Rengoku, que rapidamente reagiu, movendo os seus e provando do seu sabor. Não querendo que a conversa terminasse ali, você se separou, concluindo com a voz já embriagada em prazer: – Me torne sua.

Os olhos de Rengoku aumentaram por um segundo, espantados com sua coragem. Se erguendo, o loiro se sentou de frente a você, segurando seus ombros ao perguntar:

– Você quer se tornar minha mulher? – ele pronunciou seu nome mais uma vez.

Você assentiu, dessa vez tímida com a pergunta que ele havia resignificado. O rosto de Rengoku se iluminou, seus olhos brilhando ao responder com energia:

– Hum! Eu quero isso!

E sem tirar os olhos dos seus, ele te inclinou gentilmente sobre o futon, devorando-te primeiro com os olhos, que desceram até as bandagens, desfazendo-as habilmente. Suas pernas se enroscaram nas dele, ansiosas, enquanto Rengoku provava de sua pele nua, começando pela sua clavícula, formando um colar de chupões e beijos pelo lugar.

Você suspirou ao sentir ele massagear com uma mão livre um de seus seios, amassando-o como um pão e apertando com força, deixando até mesmo marcas de unhas. Sua boca rapidamente desceu para o seio livre, a saliva dando uma sensação quente ao mesmo que refrescante. Sua boca chupava com muito mais força do que da última vez, alternando os beijos com pequenas mordiscadas. 

Você subiu suas pernas, as apertando na cintura do loiro, fazendo com que suas intimidades cobertas se encostassem, tentando o apressar. 

Rengoku soltou um riso baixo, retirando seus lábios do seu seio e encarando-te com um olhar apaixonado. 

– Você parece apressada! – disse, se erguendo um pouco, fazendo novamente suas intimidades se chocarem, dessa vez, com muito mais força, o que fez um gemido involuntário escapar de ambos. O rosto de Rengoku brilhava em prazer sob a luz da única vela que iluminava o quarto. A visão de seus olhos agatiados e dourados era quase assustadora na penumbra, mas ao contrário, você se sentia ainda mais excitada com esse seu lado selvagem.

Tomada por esse lado, você se ergueu de súbito, empurrando Rengoku com força em direção ao travesseiro e novamente montando em cima dele. Seus olhos te olhavam com um espanto entretido.

– Eu quem irá conduzir. – você pronunciou numa voz rouca, sentindo o pulsar desesperado do membro de Rengoku abaixo de você.

 

As mãos do pilar seguraram suas nádegas com força, te mexendo um pouco para a frente. Você começou a desabotoar a própria calça, a retirando rapidamente, em seguida partindo para a fivela do cinto de Rengoku, quem desesperadamente tentou ajudar, seus olhos quase pedindo por tal libertação. 

Você afastou suas mãos, o dando um olhar sério de "eu faço" que fez o loiro engolir em seco. O cinto fez um barulho alto ao ser deslizado com força por suas mãos. Vendo a excitação no olhar de Rengoku, você fez questão de encara-lo enquanto desabotoava sua calça lentamente, botão por botão, descendo seu zíper com uma lentidão quase torturante.

Quando finalmente abaixou suas calças, seu membro já estava se projetando para fora da roupa íntima, rígido. Dessa vez você não teve vergonha de encarar, aproximando sua mão para tocar na glande, sentindo-a deslizar por seus dedos devido a lubrificação. Agarrando a base, você procurou com os olhos permissão para continuar, recebendo um grunhido em resposta.

Movimentando as mãos de maneira inexperiente, você tentou investigar o que dava prazer ao seu parceiro, observando suas diferentes reações. Os olhos de Rengoku estavam fechados, e suas sobrancelhas franzidas, assim como seus lábios, que vez ou outra soltavam um grunhido quase inaudível.

Repentinamente descendo seus lábios até a glande, você depositou um beijo na ponta do membro, recebendo um suspiro audível em troca. Rengoku abriu os olhos em tempo de ver você traçar sua língua pelo membro, engolindo em seco para aquela visão erótica.

– Você não precisa… – ele tentou dizer, numa voz surpreendentemente baixa.

– Mas eu quero, meu amor. – você sorriu com malícia, olhando fundo em seus olhos cheios de desejo antes de tomar metade do membro de uma só vez. 

Um gosto afrodisíaco invadiu sua boca, junto a sensação quente e o pulsar do membro, que movia-se para frente em pequenos espasmos involuntários, sedento por liberação.

Após achar uma posição confortável, você começou a subir e descer sua cabeça, chupando todo o comprimento de seu pau, com certa dificuldade de chegar até a base. Quando se sentiu mais confiante, começou a passar a língua pelo topo e fazer movimentos circulares, sentindo um prazer em sua boca parecido com o dos beijos de Rengoku, mas bem, bem mais quente.

O dono do membro parecia ir à loucura mesmo com a sua pouca experiência, chegando a agarrar seus cabelos e apertá-los nas próprias mãos, enquanto a outra cravava as unhas nos lençóis. Vez ou outra, você conseguia ver a cabeça de Rengoku ser jogada para trás, soltando um longo e silencioso suspiro, nuvens de ar quente saindo de sua boca.

Você também soltava alguns gemidos, surpresa pela sensação de ter sua boca completamente preenchida pelo membro rígido, porém macio, deixando-o encostar em suas gengivas e bochechas, mas nunca na ponta de seus dentes.

Em um solavanco, Rengoku te puxou para cima pelos cabelos, se aproximando rapidamente e roubando seus lábios com urgência, sem se importar de onde estavam segundos antes.

Você sentiu a língua do loiro tocar seu céu da boca, fazendo todo seu corpo tremer em um calafrio prazeroso. Os braços de Rengoku passaram por seu pescoço e pela dobra de suas costas, te apertando com cuidado, fazendo seus corpos quentes encostarem, sentindo o movimento de respiração um do outro.

Em uma pausa para buscar ar, você observou a mão de Rengoku alisar sua coxa, subindo sem demora até alcançar sua calcinha, puxando lentamente uma das alças para baixo e se introduzindo ali.

Seus dois dedos massagearam a carnosidade de seus grandes lábios, encostando em seu clitóris quase acidentalmente, enquanto seus lábios voltavam a desbravar sua boca, com beijos profundos e carregados de prazer.

Como se não fosse o bastante, ele começou a dar pequenas mordiscadas em meio aos beijos, mordendo seus lábios sem qualquer força, às vezes soltando grunhidos quase animalescos em meio ao estalo de suas línguas.

Você acabou se deixando levar, mas ao sentir os dedos de Rengoku adentrarem sua abertura para te preparem, você o afastou.

Ele te olhou confuso, provavelmente achando que havia feito algo que lhe incomodou. Você sorriu com malícia, empurrando seu ombro com força e o derrubando na cama novamente. 

Rapidamente você passou uma perna de cada lado, encostando seus membros sexuais, enquanto olhava com intensidade para seu amado.

– Eu quem irá conduzir, lembra? – você recapitulou, erguendo seu quadril e se colocando sem cerimônia sobre o membro ereto de Rengoku, que deslizou com facilidade para dentro de você, te fazendo suspirar com a sensação pesada de ser preenchida repentinamente.

Rengoku ainda te olhava surpreso, mas sorriu em seguida, retribuindo seu olhar intenso.

– Então seja rápida. – exigiu, apertando seu quadril e dando um pequeno tapa em uma nádega antes de agarra-la com as unhas. – Meu autocontrole não é tão generoso quanto pensa.

Você fez como ele mandou, sem esperar que seu corpo se acostumasse por completo, começou a subir e descer com ajuda de Rengoku, que além de segurar sua cintura, também dava pequenas investidas, apressado para te sentir. 

Você inclinou seu corpo para a frente, continuando a subir e descer, mas pedindo novamente pelos beijos de seu loiro quente, que generosamente os deu a você, segurando sua bochecha com carinho, enquanto mexia os quadris com força para cima.

Seu pau tocava nos lugares mais inusitados, esfregando em seu interior e quase te queimando com seu calor. Você deixou um gemido escapar nos lábios de Rengoku, quem não aguentou, estalando a língua com impaciência e te virando rapidamente. Era a mesma posição da primeira noite em que dormiram juntos, mas dessa vez, suas pernas se agarraram às costas de Rengoku, apressando-o, enquanto ele metia com muito mais liberdade e rapidez, se afundando em você num ritmo acelerado.

Suas barrigas chegavam a encostar, e você sentia os gomos dos músculos dele massagearem suas coxas quando ele se movia. 

– Mais… – ele gemeu, buscando por seus lábios, totalmente perdido em prazer. – Mais!

O movimento se intensificou, fazendo a madeira abaixo de vocês ranger enquanto ele socava seu membro com força, fazendo movimentos alternados, semelhante a ondas, com seu quadril. Isso fez com que seu membro atingisse partes em você que intensificaram o prazer e fizeram suas pernas tremerem, quase às soltando de seus quadris.

A respiração de vocês começou a ficar descompensada, e você podia ouvir claramente o arfar de Rengoku em sua orelha enquanto ele investia dentro de você, às vezes manuseando seus seios com bem mais agressividade, os elevando e abaixando em círculos. 

Os seus gemidos começaram a ficar mais altos e mais descontrolados, nesse momento você sequer pensou que talvez estivessem na casa de outra pessoa ou em um hotel com outros hóspedes. Tudo o que pensava era o quanto amava a sensação de ser penetrada por Rengoku, o quanto adorava seus suspiros e gemidos baixos, e o quanto queria gozar junto a ele.

– Eu quero gozar… – você pediu, deixando um rastro de saliva descer após um beijo molhado. 

– Eu vou te fazer gozar, meu amor... – ele respondeu, talvez sequer pensando em como havia te chamado, embriagado em prazer. 

– Juntos! Vamos… juntos! – você gemeu alto, agarrando o pescoço de Rengoku o fazendo te abraçar.

Ghh! – Rengoku gemeu mais alto, deixando de lado a rapidez e investindo de forma devagar e profunda, ainda em movimentos de onda, fazendo sua cabeça enlouquecer e seus olhos revirarem em prazer.

 

Seus gemidos saiam descontrolados e altos, e Rengoku não parecia se importar nenhum pouco, continuando a se afundar em você, até sentir que você chegava ao seu ápice, com seu corpo tremendo por inteiro abaixo dele, e sua cabeça se tornando mais leve.

Ele parou por um segundo, esperando que você regulasse sua respiração antes de continuar. Você o observou se retirar, suspirando pelo calor enquanto soltava o cabelo e o jogava para trás com uma só mão.

– Que quente! – comentou ele, passando a mão pelo suor da própria testa.

 

Enquanto sua respiração se estabilizava, você notou que Rengoku ainda estava bastante ereto, o que apenas podia significar que ele não havia gozado ainda.

– Você demora, mas quando vem é apenas uma vez, não é? – você comentou eroticamente, fazendo Rengoku sorrir com malícia para você, se aproximando novamente de seu corpo e se reclinando sobre ele.

– Sim! Eu derramo de uma vez. Tudo. – ele revelou, olhando para seu rosto, esperando por uma reação tímida que não veio.

Você passou sua perna por cima da dele, alisando com seu pé o comprimento da perna e coxa de Rengoku, observando enquanto o atiçava.

– Em mim? – você sugeriu, o que o fez perder completamente a cabeça, arregalando os olhos e respirando fundo, antes de te virar por completo, com a bunda para cima e deitar sobre você.

Você sentiu a respiração de Rengoku tocar atrás de sua nuca, e suas mãos alcançarem sua barriga, fazendo um carinho pelas linhas de seu corpo, antes dele adentrar novamente sem nenhum aviso, naquela posição de bruços.

 

Por conta do seu orgasmo, sua cavidade estava extremamente dilatada e lubrificada, passando da etapa de incômodo direto para a de prazer, sentindo com bem mais intensidade tudo que era feito.

Você sentia as pontas do quadril de Rengoku baterem contra as laterais de sua bunda toda vez que ele investia com força. Suas estocadas eram bem mais profundas do que antes, e pareciam chegar a lugares mais fundos naquela posição.

Seu clitóris era massageado vez ou outra pelas mãos apressadas porém gentis de Rengoku, que a cada estocada grunhia mais alto, às vezes gemendo seu nome próximo a sua cabeça, apertando sua nuca antes de depositar um beijo em seu pescoço e retornar as estocadas. Os sons molhados que suas intimidades faziam envolveram todo o ambiente

 

Quando o ritmo voltou a ser rápido e desesperado, com poucas pausas entre os gemidos de Rengoku e seus, você sentiu o líquido quente do pré-gozo tocar dentro de você, arqueando as costas e se preparando para o que viria em seguida. A respiração audível de Rengoku estava completamente descompensada, e ao abaixar a cabeça uma última vez, buscando seus lábios, você sentiu um gemido ser abafado em sua boca, no mesmo momento em que ele dava sua última estocada, derramando-se dentro com seu líquido absurdamente quente, deixando-o molhar a cama mesmo sem sequer se mexer.

Os suspiros altos em busca de ar preencheram o quarto, e você sorriu, se virando e segurando Rengoku em seus braços dessa vez, tendo a certeza que ele não escaparia, mesmo que você caísse no sono.

Ele pareceu descansar em seu peito, ajeitando a cabeça de forma a ficar mais confortável, te abraçando de volta.

– Rengoku?

– Hum? – sua voz soava sonolenta. 

– Kyojurou. Posso te chamar assim? – apesar do apelido Ren ter se feito presente por muito tempo em seu coração, o nome próprio de Rengoku soava bem mais íntimo agora.

Ele se apoiou nos braços para erguer o tronco, parecia um pouco surpreso com o pedido repentino, mas sorriu da forma tão charmosa que você conhecia.

– A minha mulher pode me chamar do que quiser! 

E mais uma vez, selaram seus lábios, como um pacto feito.

Infelizmente, você espirrou, cortando o clima e fazendo seu amado gargalhar com a careta que havia feito.

– Droga. – você amaldiçoou. – Espero não ter passado para você… 

Rengoku se inclinou de lado na cama, com o braço dando suporte a cabeça, numa pose casual, mas que para você parecia bem sensual.

– Não há preocupação! Eu nunca fiquei doente na vida!

– Sequer um resfriado?!

– Hum! Eu nasci forte, para proteger aqueles mais fracos do que eu. É o meu dever. – seus olhos brilhavam ao dizer isso, mas você sentia o peso em suas palavras… O peso em sua missão.

E isso te fez passar os braços pelos ombros do loiro, o apertando em um abraço emotivo.

– Eu te ajudarei. – você sussurrou. – Você pode depender de mim também, Kyojurou.

 

– Desculpe… – sussurrou ele de volta, em seguida se separando de você e falando mais alto. – Eu não escuto bem! Tive os ouvidos feridos em batalha! Você pode repetir?

 

Seus olhos se arregalaram em choque: Isso explicava porque ele falava tão alto!

Mas ao invés de repetir, você apenas pronunciou o óbvio, olhando fundo em seus olhos de chamas:

– Eu disse que amo você. 

 

O sorriso no rosto de Rengoku se desfez por um segundo, surpreso, mas logo deu lugar a um ainda maior, e um brilho em seus olhos que apenas podia significar…

– Eu também me apaixonei por você. – ele encostou suas testas, em um carinho.

 

Tudo havia começado em um dia veranil, e agora, numa noite de inverno, você e o pilar das chamas aqueciam bem mais do que os lençóis, procurando fôlego em meio aos suspiros e juras de amor, as quais ultrapassariam todas as estações.

 

 

 


Notas Finais


Os exterminadores na cena do reencontro 👁️👄👁️ fofoca
Essa parte sobre a audição de Rengoku não é exatamente canônica, na primeira missão ele propositalmente atingiu os próprios ouvidos e afetou seus tímpanos para fugir de um ataque de demônio. Não é confirmado, mas é uma teoria bem válida que sua audição tenha sido afetada permanentemente, explicando o porquê dele falar tão alto (para poder se ouvir).

Eu gostei bastante de escrever esse estilo de duoshot, apesar de ter saído bem maior do que eu imaginava (e desejava) espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu dessa curta saga.

Essa fic era para sair logo após o filme do trem, mas demorei um pouco mais pra lançar kk
A do Uzui já está lançada!
https://www.spiritfanfiction.com/historia/a-quarta-esposa--imagine-uzui-tengen-23388162
Obrigada por lerem! Deixem um comentário se desejarem!


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