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História Sem Pudor-sprousehart (segunda temporada de sem vergonha) - 13- epílogo


Escrita por: Ana_Reinhart_S

Notas do Autor


Boa leitura 💙💙💙💙

Capítulo 13 - 13- epílogo


Fanfic / Fanfiction Sem Pudor-sprousehart (segunda temporada de sem vergonha) - 13- epílogo

Alguns meses depois.

Dois dias.

Em dois dias eu seria uma mulher casada.

Isto é, se eu conseguisse superar a ressaca em 48 horas.

Lucy enfiou uma taça de champanhe nas minhas mãos e convocou o brinde, me forçando a beber um único gole, como manda a etiqueta, antes de abandonar o resto.

Disparei um punhado de amendoins à boca, temendo pelo vazio do meu estômago. 

A ideia de celebrar a despedida de solteira foi divertida.

Infelizmente, não se pode afirmar o mesmo sobre a ideia de visitar todas as boates na rua para engolir todos os drinques do cardápio que englobassem a palavra "sexo" no nome.

Sexo na praia. 

Sexo no elevador.

Sexo no fogo. 

Sexo febril. 

Sexo vermelho. 

Sexo rosa. 

Sexo azul. 

Sexo maluco. 

Sexo Infernal. 

Sexo Angelical. 

Sexo entre garotas.

Muitas coisas podiam faltar em um bar, mas a palavra "sexo" realmente não era uma delas e nós bebemos e bebemos.

Desisti da brincadeira no terceiro lugar que entramos, usando todas as técnicas conhecidas para me livrar de um copo de bebida. Até inventei umas novas. 

Quando finalmente voltamos à imensa suíte cinco estrelas especialmente reservada para a ocasião, Elise já beirava as perigosas imediações em que a embriaguez demanda nudez.

O casaco desapareceu em algum lugar entre o Sexo Angelical e o Infernal, o que era igualmente poético e apropriado.

O resto das roupas ficava cada vez mais alheio ao seu corpo e, quando minha melhor amiga começou a reclamar do calor, aumentei a ventilação do ar condicionado, antes que ela resolvesse se despir apenas para se arrepender no dia seguinte. 

Entre as garotas da boate, a amiga de infância e as colegas de trabalho, somávamos quinze mulheres espalhadas pelo sofá e tapetes da luxuosa antessala da suíte.

Estourando garrafas de champanhe e prendendo na minha cabeça o minúsculo véu que se recusava a cooperar.

Denny, uma de minhas colegas de trabalho mais chegadas, já tinha bebido o suficiente para ultrapassar a barreira da vergonha e me puxava pelo braço para confessar o quanto ela achava meu noivo gostoso.

Preferi ignorar, não apenas porque eu tinha noção que o efeito do álcool a deixaria sem graça no dia seguinte, mas também porque minha atenção estava dedicada a manter Elise vestida.

– Lili, deixa ficar pelada – Tonya reclamou, virando a taça de champanhe e servindo-se de mais uma. – Ela está bêbada e só tem mulher aqui. Se ela quer ficar pelada, deixa ficar pelada. Lucy não vai dar em cima dela. – Riu alto.

Lucy riu baixinho, mas Nila não gostou da brincadeira.

Com o braço envolto na cintura da namorada, Nila resmungou em holandês, palavras que não compreendi, mas que, pela entonação, só poderiam ser ofensas.

– A Lili é controladora mesmo quando está exalando álcool pelos poros. – Elise me abraçou, estalando um beijo na minha bochecha. – Pare de se preocupar! Divirta-se! Depois de amanhã você será uma mulher casada! Um único homem pelo resto da vida!

– Como uma pessoa pode querer um único homem pelo resto da vida? – Tonya balançou a cabeça.

– Como uma pessoa pode querer um homem pelo resto da vida? – Lucy provocou e Nila a beijou com carinho. 

Na comoção da ausência de Spider, Lucy e Nila tinham encontrado, uma na outra, uma amizade sutil e um amor furioso.

– Cole é mais que homem suficiente pra me manter ocupada. – Ao meu redor, minhas amigas riram, crentes que se tratava de uma brincadeira.

Entretanto, quando ofeguei, foi por verdadeiro cansaço.

– Não duvido. – Denny largou-se em um dos sofás. – Se eu tivesse aquele homem, eu o lamberia todinho, toda noite. Tá ali um gosto que eu não ia reclamar em repetir. – Riu.

Cerrei os olhos, me controlando para não lhe oferecer uma careta e um murro.

Tudo bem que ela estava bêbada e iria se arrepender amanhã, mas se ela continuasse a citar as atividades que desejava praticar com meu homem, eu a faria se arrepender no mesmo instante.

– Não vamos falar de Cole! – Skye bateu palmas antes de me abraçar, talvez percebendo que minha colega não estava sendo exatamente educada. – Qual é o problema de vocês? Querem falar de marido na despedida de solteira da menina?

– Tá. – Nila sorriu. Ela tinha um sorriso perigoso, como se sempre estivesse planejando algo que envolvesse safadeza. Uma versão feminina do sorriso descarado e sem vergonha de Cole. – Então, acho que está na hora da surpresa?

– Que surpresa? 

Estreitei os olhos. O que mais poderia haver?

Até ali, minha despedida de solteira já tinha envolvido galões de bebidas, apostas, brinquedos eróticos e conversas sobre sexo em público.

Tinha rolado até mesmo um striptease estrelado por Lucy e Skye em cima do balcão de um dos bares que, apesar de ter feito a noite de muitos rapazes e ter deixado algumas de minhas colegas de trabalho coradas, não pode ser classificado como algo "especial", a considerar de quem estávamos falando.

– Pra começar a festa. – Tonya piscou um olho para mim e Skye abriu a porta que dava para o quarto conjugado.

Tantos homens passaram pela porta aberta por Skye que perdi a conta e a razão.

Pareciam quase clones uns dos outros, não fosse a ligeira diferença de altura e as cores dos cabelos. Os rostos cobertos por máscaras, brancas e impessoais, cobriam-lhes da testa ao queixo.

Vestidos com paletós, gravatas e calças sociais que pareciam esnobemente caras em seus cortes impecáveis, ao contrário da porcaria barata de tecido vagabundo e velcro que os meninos usavam no Lucky’s.

Lexa. Meu olhar correu para ela, sentada em um dos sofás brancos e felpudos. Sorvendo seu champanhe devagar. As pernas cruzadas exibidas pelo decote na frente da sua saia justa. Parecia uma imperatriz quando me ofereceu um brinde. 

Strippers contratados por ela.

Entretenimento feminino de altíssimo luxo. Sorri para mim mesma.

Por mais que parecessem chiques e caros... ainda eram strippers. Ri, encarando as meninas.

– Desde quando strippers são "surpresa"? – Ri.

– Esses são caros! – Lucy dobrou o lábio. – Até eu, que não incluo linguiça na minha dieta, estou curiosa para assistir.

– Acho que Lili merece uma dança sensual só pra ela, de um cara que não seja o Cole, hein? – Skye percorreu a fila, analisando rapidamente as opções antes de segurar um deles pela mão e conduzi-lo até mim.

Os outros strippers se espalharam pela sala, divertindo a todas.

Não consegui ignorar o indicador elegante de Lexa, erguendo-se no ar, indicando ao stripper ajoelhado aos seus pés que fosse entreter outra dama.

Então, minha visão foi tomada pelo stripper aleatoriamente escolhido por Skye, que me guiou pela cintura, sentando-me na poltrona quase no meio da sala.

Com as pernas entreabertas, ele rebolou de maneira sensual, despiu o paletó e ergueu a camisa social, retirando-a da proteção das calças, ainda sem exibir nenhum pedaço de pele.

Eu adorava quando Cole dançava daquele jeito para mim.

Aquele jeito de rebolar parecendo que o homem está fodendo o ar e faz imaginar todo aquele movimento por cima de você, na cama.

Comum que as mulheres associem dança a sexo e, pelo menos no meu caso, era inevitável.

Cole rebolava e eu o imaginava se enfiando em mim. Minhas coxas se espremeram à medida que o stripper causava em mim efeito semelhante, levando-me a amaldiçoar meu plano idiota.

Um mês sem sexo antes do casamento. 

Sei que tive um motivo por trás dessa decisão, mas pela graça dos céus, eu nunca conseguia lembrar qual era.

O lado bom é que Cole tinha uma capacidade seletiva de entendimento e, quando sugeri "um mês", ele escutou "duas semanas".

Assim, trabalhou arduamente para me convencer que era ele quem estava certo, de modo que, em vez de trinta longos dias, tive que sobreviver a apenas quinze à abstinência.

Skye e Lucy seguraram minhas mãos, forçando-me a explorar o tórax rígido do dançarino por cima de sua camisa e algo dentro de mim se contraiu, querendo mais.

Ele parece ter notado minha intenção como um convite e se aproximou, me levantou da cadeira, apertou minha cintura e desceu as mãos até quase atingir minhas nádegas.

Seu aperto foi familiar, porém indecoroso, e eu o empurrei com uma negativa, assim como Lexa tinha feito, deixando claro que estabelecera um limite que não deveria ser ultrapassado. 

Ele ergueu as mãos, rendido, dedicando seu foco e seu delicioso rebolado a uma de minhas colegas ao seu lado.

A gravata permanecia presa ao pescoço quando seus dedos desceram pelos botões, abrindo-os e expondo o peitoral másculo.

Algo na situação me incomodava e não demorei a descobrir o que era. Foi o modo como ele me envolveu com os braços.

Como apertou minha cintura. Como suas mãos gulosas se adiantaram na direção de minha bunda.

Era seu cheiro, sua altura, a cor do cabelo.

Então, a camisa se foi e o jeito com o qual despiu um tórax que eu conhecia melhor que o meu destruiu a pouca dúvida que ainda me restava. 

Cole fazia essa coisa com os braços e os ombros quando tirava a camisa.

Movia-os devagar, abrindo-os, numa espécie de convite para tocá-lo e lambê-lo só por estar despido.

Denny tinha uma mão erguida na direção do seu peito.

– Ei, ei, ei – reclamei, chamando sua atenção. Ele parou a dança, virando o rosto ainda mascarado para mim. – O senhor pode voltar pra cá – ordenei, impaciente, com um movimento do indicador. Ele curvou o rosto, ainda acreditando em seu anonimato e caminhou de volta para mim, fazendo cada passo balançar de um jeito sensual que ardia minhas entranhas. Parou na minha frente, as mãos mergulhadas nos bolsos, a coluna levemente curvada para ficar da minha altura. Enrolei sua gravata em uma das mãos. – Me deixou com tesão e vai embora? – Segurei o sorriso para não entregar a brincadeira. – Onde já se viu? Deixar uma pessoa excitada e virar as costas? Absurdo.

Desferiu um passo adiante e hesitou antes de tocar minha cintura mais uma vez. As mãos fortes apertaram minha carne. 

Meu Cole. Meu Cole bobinho. 

Achou mesmo que ia conseguir se esconder? Sua máscara próxima ao meu ouvido.

O sussurro abafado, rouco, mas audível.

– Está com tesão? Acho que seu noivo não deve estar fazendo um bom trabalho.

Foi impossível não rir, enquanto ele se esfregava em mim.

Eu conhecia bem o movimento do seu corpo, a pressão de sua mão contra a parte baixa de minhas costas, unindo nossas virilhas.

– Ah, ele não dança muito bem – falei alto. – Depois que virou escritor, perdeu a prática e ficou enferrujado. Desaprendeu tudo. Agora, quando ele tenta dançar parece uma minhoca nervosa.

Ele travou imediatamente e, apesar da máscara, eu conseguia sentir sua decepção. Os ombros tesos e rígidos. Sequer respirava.

– O que houve? – indaguei, sonsa.

Ele apenas balançou a cabeça indicando que não havia problema e voltou a dançar. Dessa vez, sustentou uma dança nervosa e inquieta.

– Estava dançando melhor antes, senhor – provoquei. – Mas deve ser porque está respirando do jeito errado. – Ele interrompeu sua dança assim que ouviu minhas palavras. – Se estivesse respirando do jeito certo, estaria me fodendo. – Assisti à queda de seus ombros, indicando um tipo diferente de decepção, e não consegui controlar o riso. – Mas não! – ironizei. – Você precisava respirar do jeito errado e estragar minha dança erótica. – Levantou o rosto mascarado para o teto antes de se afastar um pouco.

– Você sabe – afirmou, frustrado.

– Quase certeza. – Espremi os lábios. Desabotoei sua calça, enfiando a mão por dentro de sua cueca. Ele tinha as mãos nos bolsos e tive certeza que estava rindo.

– Um pau. – Lembrei de outro de nossos momentos.

– Não está constrangida? – brincou.

– Nem um pouquinho. – Encarei os olhos verdes fixos em mim, deixando-o perceber que, apesar do público ao nosso redor, eu era uma mulher diferente agora. Ele tinha me transformado em uma mulher diferente. Uma sem vergonha assim como ele. Desbravei seu membro, da cabecinha às bolas, sentindo-o se esticar na minha mão. Ele gemeu baixinho. – Pronto. – Soltei-o e ele se moveu, chateado. – Agora eu tenho certeza. – Esperou apenas um segundo antes de me agarrar pela cintura, girando no ar. Removi sua máscara com cuidado, apenas para descobrir aquele rosto que eu amava mais que qualquer outro. – Aí está ele – sussurrei, raspando nossos narizes.  – Minha minhoca nervosa. – Cole beijou minha boca, pousando-me no chão.

– Ei, isso não vale! – Lucy reclamou e eu vi Skye sorrir, sugerindo que sua escolha de stripper não tinha sido nem um pouco aleatória. – Ele não vale!

– Boa noite pra vocês – desejou depressa, antes que Lucy pudesse impedi-lo, agarrando minha mão e me puxando para dentro do quarto.

– Só mais dois dias! – implorei, quando ele me prendeu contra a porta fechada, beijando meu pescoço.

Seu quadril ainda mantinha um rebolado proibido que me fazia tremer em todos os lugares errados.

– Você tem as piores ideias – resmungou, ainda com a boca enfiada na curva do meu pescoço.

– Falou o homem que tentou fazer um striptease anônimo pra mulher que transa com ele há mais de um ano.

– Como conseguiu perceber? – Abriu os olhos, sua chateação relativa ao plano falho era perceptível.

– Quer dizer que você não conhece meu corpo de cor e salteado? – Ele fechou os olhos e grudou nossas testas.

– Cada centímetro dele. – Sorriu sozinho e eu o beijei.

– Ah, Lili, chega desse negócio de esperar, por favor! – Simulou uma dancinha cômica de desespero, se esfregando em mim e eu belisquei sua bunda. – Você e essa sua mania de me fazer esperar. – Entrelaçou nossos dedos, ranzinza.

– Só mais um pouquinho, amor. – Mordi seu lábio inferior.

– Tá – resmungou. – Mas não aperta meu pau, né? Você quer esperar, mas apertando meu pau fica difícil. Desse jeito não dá certo, mulher.

Ri, aprofundando as mãos em seus cabelos e apertando-o em meu abraço.

Sexo não ia acontecer, mas beijos não estavam fora dos limites e nós dois não nos poupamos. Um beijo que se prolongava e aquecia.

– Amor... – gemeu, entre os beijos. – Amor... quero te pedir uma coisa. – Era um murmúrio quieto. Quase tímido. Receoso.

– O que foi?

Segurou meus braços, encarando o chão.

– Um dos caras lá fora – suspirou. – Foi uma indicação de Lexa. Ele é garoto de programa. Ela disse que ele é muito bom. Profissional.

– Ele quer um emprego no Lucky’s? Eu só volto pra lá no próximo semestre, Col, mas posso...

– Não, não. – Oscilou a cabeça. – É que... – Bagunçou os cabelos com as mãos e me puxou para a cama. Não houve lascívia quando se sentou sobre os lençóis. Apenas aquietou-se de modo a contemplar o chão por um segundo, convidando-me para ficar ao seu lado. – Você só ficou comigo a vida inteira. – Apertou minha mão. – Isso me incomoda. Incomoda-me que você não conheça como é ficar com nenhum outro homem. Preocupa-me que um dia isso se torne algo desagradável pra você. Algo insuportável.

– Cole... – Engoli em seco, compreendendo o rumo da conversa. – Você está errado.

– Você não sabe como é. – Virou-se para mim com carinho. – Não sabe porque nunca ficou com outro homem. Não tem com o que comparar. Tenho medo que um dia você olhe ao redor, decida que não sou mais o suficiente e se pergunte como outros homens poderiam ser. Esse tipo de pensamento gera frustração, Lili, gera curiosidade.

– Cole! Ficou louco? Está preocupado com um problema que pode ou não acontecer daqui a sabe-se lá quanto tempo? É um problema muito improvável. – Fiz uma careta.

– Essas coisas acontecem em crise de meia idade! Vai que você repense sua vida e fique nervosa porque só ficou com um homem toda a vida.

– Sua irmã tem alguma coisa a ver com essa conversa? Porque ela não parece o tipo de pessoa que concordaria com isso.

– Não. Só pedi a indicação de um profissional.

– E ela não imaginou que seria pra isso?

– Você sabe como é a Lexa, amor. O relacionamento dela é aberto. Esse tipo de coisa, pra ela, é normal. Talvez ela imagine que a gente também...

Parei por alguns instantes, o olhar fixo no seu, à espera do momento em que ele anunciaria que tudo não passara de uma brincadeira e quando esse momento finalmente chegasse, ele iria apanhar, mas o momento não veio e Cole se guardou em silêncio.

– Está falando sério? Quer chamar um estranho lá fora para transar com a gente?

– Eu já fui um estranho que você convidou pra cama. E não seria com a gente. Seria... pra você. Ele faria o que você quisesse. Eu posso ficar ou... – engoliu em seco, sua ereção minguava à medida que o assunto avançava, deixando claro o quanto a conversa o incomodava – ...posso sair. Como você preferir, mas acho que você precisa dessa experiência. Acho que... – respirou fundo – ...precisa conhecer outro homem para ter certeza que o melhor sou eu. – Sorriu, ensaiando uma brincadeira cuja graça nunca atingiu seus olhos.

Ele estava racionalizando. Racionalizando sexo, que era o que ele conhecia.

Tentava antecipar sentimentos, algo que nunca foi sua zona de conforto.

Era lindo que ele quisesse se submeter a algo assim por mim, pelo nosso relacionamento, mas também era idiota.

Como a maior parte das coisas que Cole fazia quando se tratava de lidar com emoções.

– Você é um idiota. – Beijei sua boca. – Não quero.

– Lili. – Inclinou-se, abraçando a si mesmo. – Deixa pelo menos o cara entrar? Olha pra ele. Deixa ele... – Engoliu em seco de novo, como se algo lhe ardesse à garganta. – Deixa ele... – Gesticulou para o meu corpo, o movimento parecia causar-lhe dor. – Deixa tocar em você. Se não quiser tudo bem, mas acho que pode gostar. Pode tentar? Eu me sentiria melhor.

– Você é um idiota! – Não havia raiva na minha voz, apenas carinho. – Se sentiria melhor se um homem transasse comigo antes do nosso casamento?

– Me sentiria melhor se você tivesse experimentado outros homens antes do nosso casamento para que não ficasse curiosa para experimentar depois. Não estou afirmando que é certo Lili, mas realmente é tão incompreensível? – murmurou.

Mordi o lábio, tentando respirar fundo.

– Tudo bem. Mande-o entrar.

Ele se ergueu e abriu a porta, convidando o estranho a se juntar a nós.

– Ele pode ficar com a máscara. – Cole parecia miúdo e reduzido, apontando para o estranho com o polegar. – Para manter as coisas num nível mais impessoal. Ou pode tirar, se você preferir. – Sua voz falhava até quase desaparecer. As mãos enfiadas embaixo das axilas, como se ele temesse que, ao liberá-las, fosse capaz de avançar e esmurrar o estranho assim que ele me tocasse. – Só não o beije, tá? – sussurrou.

Ficou parado no canto enquanto o mascarado avançava pelo quarto.

Seus olhos castanhos eram intensos e sedutores. Tão intensos que, mesmo que ele tirasse a máscara, seria possível que eu não enxergasse qualquer outra parte de seu rosto além de seus olhos.

Tocou minha cintura e, por um instante, temi que fosse idêntico. Igual a Cole. Me assustaria notar que eu não conhecia o toque do meu homem, reduzindo-o a um mero toque, considerando-os todos iguais, mas seus dedos atingiram minha carne e eu sorri. Era pesado demais, desagradável.

Sua ereção chegou rápida, suas mãos escorreram pelas minhas costas, pressionando seu peito contra meus seios e... Não... não, não, não.

Minha vagina ressecara. Parecia uma esponja, sugando de volta para dentro do meu corpo cada gota de lubrificante liberado apenas para Cole.

Meu corpo não parecia capaz de ficar molhado ou relaxado para qualquer homem que não fosse Cole.

O mascarado tocou minhas coxas e sua rouquidão ecoava em meus ouvidos, sussurrando palavras que me deixavam mais constrangida que excitada. 

Era o nervosismo de véspera de prova mais uma vez.

Até mesmo sua boca, mesmo que protegida pela máscara me incomodava. Perto demais do meu corpo.

Cole tinha sido estranho um dia. Cole tinha me tocado em um quarto de hotel quando eu não sabia nada além de seu nome e sua ocupação, mas não foi daquele modo.

Havia algo nos olhos do meu Col que eram diferentes da intensidade dos castanhos que agora me observavam.

Algo que me promovia excitação.

Mas o castanho era diferente. O contexto era diferente.

Sorri ao ver Cole rígido no canto do quarto. Ele me devolveu um sorriso amarelo de incentivo. Não tinha compreendido o motivo da minha risada.

Empurrei o dançarino com educação.

– Obrigada. – Acenei. – Já pode ir.

Cole estava ao meu lado em um instante.

– Algo errado? Ele fez algo que você não gostou? O que ele fez? – Me tomara nos braços.

– Calma. Obrigada. – Indiquei a porta. O desconhecido apenas gesticulou uma breve reverência para nós dois e se foi. – Não é culpa dele, Col. É culpa sua.

– Minha? – Ele me soltou para enfiar as mãos de volta embaixo das axilas. Eu conseguia sentir o cheiro forte do seu ciúme e desconforto. – O que eu fiz? Eu estava quieto ali no canto e olha que não foi fácil!

– Culpa sua por ter me estragado, seu idiota. – Revirei os olhos. – Eu ia fazer uma piada. – Gesticulei e ele respirou, compreendendo. – Você foi o primeiro homem com quem fiquei, mas me estragou de um jeito que não me dá vontade de ter mais nenhum. – Apoiei-me em seus ombros, abraçando-o devagar. – Acho que algumas mulheres têm esse azar – provoquei. – De encontrar o idiota certo logo de primeira. Tira a diversão de procurar outros idiotas – expliquei devagar e ele riu. – Mas a gente ganha tempo. E você sabe que, pra mim, eficiência vem em primeiro lugar. – Pisquei um olho.

– Tem certeza?

– Amor – Gargalhei baixinho. – No que você estava pensando? A gente nem namorava quando Devon me tocou no palco e você lhe deu um murro. Você me viu nua na cama do Allender e depois nem conseguia olhar pra mim! A gente transou na frente de todo mundo no banheiro do bar, mas no segundo que o cara do casal ao lado tentou me tocar, você me agarrou e me levou para longe de lá antes que eu percebesse o que tinha acontecido. Você é exibicionista e nunca se incomoda com público, mas no segundo em que alguém me toca, você começa a passar mal.

– Não gosto – resmungou, dando de ombros. – Mas não sou seu dono.

– Ninguém acha isso amor, mas você ciumento. No que estava pensando quando resolveu sugerir que eu ficasse com outro homem?

– Você precisa experimentar, Lili. Não é certo uma mulher conhecer só um homem na vida.

– E certo é você querer definir o que é bom ou ruim para mim?

– Você não sabe porque só transou com um. Ter parceiros diferentes é uma experiência importante.

Travei os lábios, sentindo a irritação que finalmente me atingiu.

– Sprouse, senta aqui. – Indiquei a cama e ele obedeceu, cansado. – Você e seus amigos confundem liberdade sexual com necessidade sexual. É a minha virgindade, tudo de novo! – reclamei. – Perder a virgindade cedo, perder a virgindade tarde, perder a virgindade em uma grande ocasião com o homem da sua vida, perder a virgindade com um desconhecido em um bar... Não faz diferença! O que importa é o que a pessoa quer. É o que nos faz bem. – Segurei seu rosto em minhas mãos. – Não é porque prezamos a liberdade sexual que devemos cumprir todos os quesitos da lista "sexo livre"

Cole apertou minha mão com carinho, beijando o canto da minha boca. Não devolvi o beijo, porém, assim que ele se afastou, passei o polegar pelos seus lábios deixando-o beijar meus dedos.

Apoiei um joelho de cada lado de seu quadril, estirado sobre a cama. Pressionei meu nariz contra o dele, montada em seu colo. Fechou os olhos, inspirou meu cheiro.

Coloquei seu pescoço entre minhas mãos em busca de sua boca.

– Gosto de sexo safado e exibicionista. – Ri. Cole não abriu os olhos, ainda procurando minha boca. – Mas só gosto de sexo com você – admiti com um sussurro. – Se a mulher transa com três homens por noite ou se transa com um só a vida inteira, também não faz diferença! Desde que seja a vontade dela. O que lhe faz bem. E eu... – Beijei sua boca. – Eu sou apaixonada pelo meu idiota e não quero outro. Obrigada. Entendeu? Ou quer que eu use palavras mais fáceis?

– Tanto faz. – Raspou a língua no meu queixo. – Não consegui ouvir mais nada depois do "sexo safado e exibicionista".

– Ah, é?

– Hunhrum. 

Seu gemido de concordância se transformou em um gemido de algo mais e suas mãos estavam apertando minhas nádegas, por baixo do vestido.

Eu me movi em seu colo, montando em sua ereção e o estimulando com minha virilha.

Cole apertou minha cintura com força suficiente para atrapalhar minha respiração.

Escorreguei minha língua pela sua garganta, bebendo sua saliva, piscando os olhos pesados, me entregando ao momento. 

Toque rápidos de lábios molhados e olhos abertos, Cole me observou com um meio olhar.

Desejando-me. Implorando.

Beijos intensos de bocas sedentas e olhos cerrados. Segurando-o pelas orelhas, engoli sua aflição.

Agarrei seu pescoço e ele se levantou, pegando-me por baixo dos joelhos antes de me jogar de volta na cama.

– Amor, dois dias para o casamento – lembrei, rindo.

– Que casamento, senhorita? – Ele riu. Muito, muito safado. – Eu só fui contratado para vir até aqui. Dançar pra você. Te deixar molhada. Te comer, se tivesse a chance. – Lambeu meu queixo. – A senhorita está noiva? – Beijou meu pescoço, raspando os dentes na minha pele, me fazendo suspirar até transpirar. – Seu noivo tem coragem de te deixar sozinha assim, às vésperas do casamento? – Ele se pôs a me despir, com os dentes no meu mamilo.

– Ah, fiz um acordo com ele – gemi. – Nada de sexo por um mês antes do casamento.

– E ele aceitou esse absurdo? – Fingiu estar chocado.

– Deu trabalho.

– Imagino. – Engoliu um de meus seios. – Não deve ser fácil abrir mão de ter esses peitinhos lindos na boca. – Mordiscou a carne ao redor da auréola.

– Mas ele acabou aceitando. – Apertei minhas pernas, sentindo-o entre elas.

Crescendo. Esfregando-se em uma parte que ficava mais e mais sensível.

– Como pode um homem aceitar um acordo desses? Deve ser um idiota. – Riu.

– É o que eu vivo dizendo – provoquei e ele me mordeu no seio, com um pouco mais de força. – Ai! – Ri, dando-lhe um tapa no topo da cabeça.

– Mas é um idiota que sabe dançar? – Voltou para minha boca e apenas consegui gemer em resposta. – E comer? Ele sabe te comer?

– Como ninguém – gemi, desesperada. Cole tinha tirado minha calcinha e despido meu vestido. Eu já estava aberta e encharcada.

– Ah, então é um desafio. Tenho que te foder melhor do que ele, não é isso? Para você se despedir da vida de solteira antes de casar com o idiota?

– Vai ser difícil. – Balancei a cabeça. – Ninguém jamais me enlouqueceu como ele. Em cima da cama ou fora dela. Ele é o único que me deixa molhada.

– Humm... – Deslizou a boca pelo meu estômago, me fazendo arquear as costas enquanto ele agarrava meus seios. – Se você não ficar molhada sozinha, vamos ter que fazer algo a respeito.

Sua boca atingiu o meio de minhas pernas.

Eu estava pingando tão incontrolavelmente que, quando sua língua me atingiu, suas lambidas mais removiam meu suco do que me molhavam.

Contudo, sua saliva em minha pele causava um eterno efeito sobre minha libido e eu explodi.

Enfiei as mãos em seus cabelos só para gemer seu nome.

– Quem é Cole? – Beliscou minha bunda à medida que afundava o nariz em minha bocetinha. – Sou só um stripper, senhorita.

Cole me engolia pela vagina enquanto prosseguia com sua brincadeira de interpretação.

Eu urrava baixinho e ele me lambeu e mordeu até me fazer atingir o limite, de modo que mal me penetrou e eu atingi um orgasmo violento.

Seu movimento continuou enquanto ele me cobria com seu corpo.

Exatamente como a dança que tinha me oferecido: movia as nádegas em golpes fluidos e constantes, me fodendo devagar, me impelindo a arreganhar pernas e boca mesmo que o orgasmo já tivesse me atravessado.

Algo voltou a se formar em meu estômago. Intenso e poderoso.

Agarrei seus cabelos com força.

– Humm... mais um? – Ele mordeu o lábio, se segurando para não terminar. – Com dois seguidos assim, acho que eu ganho do idiota, não?

Eu quis continuar a brincadeira, mas o grito foi mais forte que eu. Berrando seu nome a plenos pulmões, eu estava certa de que o resto da festa nos escutaria sem problemas.

Ele me beijou e gemeu na minha pele. Meu nome misturado com seu sentimento de posse.

Lili... Minha...

Mordi seu queixo largo, sentindo sua barba por fazer furar meus lábios.

A explosão de alívio foi ainda mais forte que a anterior, sentindo-o derramar seu prazer dentro de mim. 

Cole resfolegava, visivelmente sem ar.

Uma gota de seu suor escapou de sua testa para a minha antes de ele grudar nossos rostos em um beijo ainda ofegante.

Ele não saiu de mim e as palavras que escaparam de seus lábios foram mais doces que seus lábios em si.

– Sou teu – sussurrou.

Tão baixo. Tão doce.

– Eu sei. – Acariciei seu rosto, apenas para ter minha mão roubada por sua boca e, assim, coberta de beijos. – É por isso que não quero mais homem nenhum.

Ele sorriu e se voltou para a cama, saindo de mim.

Nos deitamos um sobre o outro, uma mistura de corpos tão completa que era difícil determinar se quem me abraçava era ele ou se era eu quem o envolvia.

Corpos entrelaçados. Entre beijos e sorrisos, olhares e confidências, nos esquecemos das pessoas que nos aguardavam do lado de fora.

Eu e Cole.

Era isso que acontecia.

Nós esquecíamos todo o resto.

Entrelaçados, nós deitamos.

Entrelaçados, nós esquecemos.

E entrelaçados, nós dormimos. 

Naquela e em todas as outras noites de nossas vidas.

                                               Fim...



Notas Finais


Acabou.... ✊😔

pessoas, espero que tenham gostado deste livro tanto quanto eu gostei.
Muito obrigado a quem leu, comentou e votou 💙

Ainda não sei qual livro adaptar,mas eu aviso quando tiver um ;)
(se souberem um bom manda aí)

É isso, até a próxima✌amo vcs bjs Ana💙💙💙


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