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História Sem querer, cheguei a você - 40 capítulo


Escrita por: micaele35r

Capítulo 40 - 40 capítulo


Fanfic / Fanfiction Sem querer, cheguei a você - 40 capítulo

Não era uma pessoa agressiva e não conseguia se lembrar da última vez que tivera um pensamento violento, mas naquele momento poderia torcer o pescoço de kurai com prazer.

Olhou em direção à porta com uma sensação sombria de fatalidade, esperando o marido chegar em casa, sabendo que a cada segundo se aproximava o momento em que teria de confessar tudo a ele.

Neji não diria “Eu lhe avisei”. Jamais seria capaz de algo assim.

Mas pensaria.

Não ocorrera a tenten, nem mesmo por um minuto, esconder aquilo dele. As ameaças de kurai não eram o tipo de coisa que se ocultava do marido, e, além do mais, iria precisar da ajuda dele.

Não sabia ao certo o que teria de fazer, mas o que quer que fosse não saberia fazê-lo sozinha.

No entanto, havia algo de que estava certa: não queria pagar nada a kurai. Não havia a menor possibilidade de sua inimiga se satisfazer com dez mil libras, não quando achava que poderia conseguir mais. Se tenten cedesse agora, teria que sustentar kurai pelo resto da vida.

Isso significava que, dentro de uma semana, ela contaria para o mundo que tenten mitsashi era a infame Lady confidecial.

Tenten achava ter duas escolhas. Podia negar, chamar kurai de tola e esperar que todos acreditassem nela, ou podia encontrar alguma forma de usar a revelação a seu favor.

Mas, por tudo o que lhe era mais precioso, não sabia como.

– tenten?

Era a voz do neji. Queria se atirar em seus braços e, ao mesmo tempo, mal conseguia se virar para ele.

– tenten? – Agora ele parecia preocupado, os passos se tornando mais rápidos enquanto atravessava a sala. – Dudy me contou que kurai esteve aqui.

Ele se sentou ao lado dela e tocou a sua face. Ela se virou e viu as rugas de preocupação no rosto dele.

Nesse momento, ela finalmente se permitiu chorar.

Era engraçado como fora capaz de se controlar até o ver. Mas agora que ele havia chegado, a única coisa que conseguia fazer era enterrar o rosto no calor de seu peito e se aninhar em seus braços, como se de alguma forma ele pudesse fazer todos os seus problemas desaparecerem apenas com a sua presença.

– tenten? – disse ele, a voz baixa e preocupada. – O que aconteceu? O que há de errado?

Ela se limitou a balançar a cabeça enquanto tentava reunir coragem para falar e controlar as lágrimas.

– O que ela fez com você?

– Ah, neji – retrucou ela, de alguma forma conseguindo se afastar dele o suficiente para fitá-lo. – Ela sabe.

Neji ficou pálido.

– Como?

Tenten fungou, em seguida enxugou o nariz com o dorso da mão.

– A culpa é minha – sussurrou.

Ele lhe entregou um lenço sem desviar os olhos dela.

– A culpa não é sua – falou, de forma rude.

Tenten abriu os lábios num sorriso triste. Sabia que o tom ríspido era direcionado a kurai, mas ela mesma o merecia.

– É, sim – insistiu ela, a voz cheia de resignação. – Aconteceu exatamente o que você disse que aconteceria. Eu não prestei atenção no que escrevi. Cometi um erro.

– O que você fez?

Ela lhe contou tudo, desde o momento em que kurai aparecera até a chantagem. Confessou que a sua péssima escolha de palavras seria a sua ruína, o que não era nada irônico, pois tenten realmente se sentia com o coração partido.

Durante o relato, percebeu que a atenção do neji se dispersava.

Ele a escutava, mas era como se não estivesse ali. O olhar estava estranho e distante, mas ao mesmo tempo focado, intenso.

Ele estava planejando alguma coisa. Tenten tinha certeza disso.

Aquilo a apavorou.

E a excitou.

No que quer que neji estivesse pensando, tinha a ver com ela.

Tenten odiava o fato de ter sido a estupidez dela que o enredara naquele dilema, mas não conseguiu evitar o formigamento de entusiasmo que lhe percorria o corpo enquanto o observava.

– neji? – chamou, hesitante.

Já tinha terminado o relato havia um minuto e ele ainda não dissera nada.

– Vou cuidar de tudo – garantiu ele. – Não quero que se preocupe com nada.

– Posso lhe garantir que isso é impossível – retrucou ela, com a voz trêmula.

– Levo os meus votos matrimoniais muito a sério – replicou ele, com a voz serena de uma forma quase assustadora. – E creio que prometi honrá-la e protegê-la.

– Deixe-me ajudá-lo – pediu ela, impulsivamente. – Juntos, podemos resolver isso.

Um dos cantos dos lábios dele se ergueu numa sugestão de sorriso.

– Você tem uma solução em mente?

Ela balançou a cabeça em negatiba.

– Não. Passei o dia todo pensando e não sei... embora...

– Embora, o quê?

Tenten abriu a boca, depois a fechou, então a abriu outra vez e sugeriu:

– E se eu pedisse a ajuda de Lady kaguya?

– Está pensando em pedir a ela que pague kurai?

– Não. Vou pedir que ela seja eu.

– Como assim?

– Todo mundo já acha que ela é Lady confidecial – explicou tenten. – Bem, ao menos a maioria das pessoas. Se ela dissesse...

– kurai a desmentiria no mesmo instante – interrompeu neji.

– E quem acreditaria na palavra de kurai em detrimento da de Lady kaguya? Sei que eu não ousaria contrariar Lady kaguya, qualquer que fosse o assunto. Se ela dissesse que é Lady confidecial, é provável que eu mesma acreditasse.

– O que a faz pensar que pode convencer Lady kaguya a mentir por você?

– Bem, ela gosta de mim.

– Gosta de você? – ecoou neji.

– Sim, bastante. Acho que iria gostar de me ajudar, sobretudo por detestar kurai quase tanto quanto eu.

– Acha que a afeição dela por você a levará a mentir para toda a alta sociedade? – perguntou neji, em tom de dúvida.

Tenten afundou no estofado.

– Vale a pena perguntar.

Ele se levantou bruscamente e foi até a janela.

– Prometa-me que não irá a ela.

– Mas...

– Prometa.

– Eu prometo, mas...

– Nada de “mas” – decretou neji. – Se for necessário, recorreremos a ela, mas não até eu ter a chance de pensar em alguma outra coisa. – Ele passou os dedos pelos cabelos. – Deve haver outra solução.

– Temos uma semana – disse ela com a voz suave, embora não tenha considerado as próprias palavras tranquilizadoras e duvidasse de que neji tivesse.

Ele se virou e se dirigiu decididamente à porta.

– Eu voltarei – falou.

– Mas aonde vai? – quis saber tenten, levantando-se de repente.

– Preciso pensar.

– Não pode pensar aqui, comigo? – sussurrou ela.

A expressão dele se suavizou e ele voltou ao seu lado. Murmurou o nome dela e lhe tomou o rosto entre as mãos.

– Eu te amo – falou, com a voz baixa e ardente. – Eu te amo agora e te amarei para sempre.

– neji...

– Eu te amo mais do que tudo. – Ele se inclinou para a frente e a beijou suavemente nos lábios. – Pelos filhos que teremos, pelos anos que passaremos juntos. Por cada um dos meus sorrisos e mais ainda pelos teus.

Penelope se deixou arriar em uma cadeira próxima.

– Eu amo você – disse ele mais uma vez. – Sabe disso, não sabe?

Ela fez que sim, fechando os olhos enquanto roçava o rosto nas mãos dele.

– Tenho coisas para fazer – decretou neji –, e não vou poder me concentrar se estiver pensando em você, preocupado se está chorando, me perguntando se está magoada.

– Eu estou bem – sussurrou ela. – Agora que lhe contei, me sinto melhor.

– Vou resolver essa situação – prometeu ele. – Só preciso que confie em mim.

Ela abriu os olhos.

– Com a minha vida.

Ele sorriu e ela teve certeza de que as palavras dele eram verdadeiras. Tudo ficaria bem. Talvez não naquele dia nem no próximo, mas logo. A tragédia não podia coexistir no mundo junto com um dos sorrisos do neji.

– Não creio que chegará a tanto – disse ele afetuosamente, acariciando a face dela uma última vez antes de se afastar. Então foi de novo até a porta e, no último momento, virou-se para a esposa. – Não se esqueça da festa de minha irmã hoje à noite.

Tenten deixou escapar um pequeno gemido.

– Temos mesmo que ir? A última coisa que quero é aparecer em público.

– Temos – disse neji. – Rin não oferece bailes com frequência e ficaria muito magoada se não fôssemos.

– Eu sei – concordou tenten, com um suspiro. – Eu sei. Sabia até mesmo enquanto me queixava. Me desculpe.

Ele sorriu.

– Não tem importância. Você tem direito a um pouco de mau humor hoje.

– É verdade – retrucou ela, tentando retribuir o sorriso.

– Eu volto mais tarde – prometeu ele.

– Onde você... – começou ela a questionar, mas então se conteve.

Era óbvio que ele não queria responder a nenhuma pergunta naquele momento. Nem mesmo dela.

No entanto, para a sua surpresa, ele respondeu:

– Ver o meu irmão.

– Naruto?

– Sim.

Ela assentiu, encorajando-o, e murmurou:

– Vá. Eu ficarei bem.

Os uzumaki sempre haviam encontrado forças uns nos outros.

Se neji achava que precisava dos conselhos do irmão, então devia ir.

– Não se esqueça de se arrumar para o baile da Rin – lembrou ele mais uma vez.

Ela assentiu sem muita disposição e ficou olhando enquanto ele deixa?a a sala.

Depois que neji saiu, ela foi até a janela para vê-lo passar, mas ele não apareceu. Devia ter ido direto à cavalariça. Ela suspirou, apoiando-se no parapeito. Não se dera conta de quanto desejara olhar para ele uma última vez.

Desejou saber o que o marido estava planejando.

Desejou ter certeza de que ele sabia o que fazer.

Ao mesmo tempo, sentia-se estranhamente tranquila. Neji daria um jeito na situação. Disse que o faria, e jamais mentia.

Ela sabia que a ideia de pedir a ajuda de Lady kaguya não era a solução perfeita, mas, a não ser que neji tivesse algo melhor em

mente, o que mais poderiam fazer?

Por hora, podia tentar afastar tudo da cabeça. Estava tão chateada, tão cansada, que a única coisa que precisava era fechar os olhos e não pensar em mais nada além dos olhos verdes do marido, do brilho luminoso de seu sorriso.

Amanhã.

Amanhã ajudaria neji a resolver os problemas deles.

Hoje, ela descansaria. Tiraria um cochilo e rezaria para encontrar uma forma de enfrentar toda a sociedade naquela noite, sabendo que kurai estaria observando-a e ansiando que ela fizesse qualquer movimento em falso.

Era de esperar que após tantos anos fingindo ser apenas a invisível tenten mitsashi, estivesse acostumada a esconder a verdadeira identidade.

Ela se encolheu no sofá e fechou os olhos.

Tudo era diferente agora, mas isso não queria dizer que tinha de ser pior, certo?

Tudo ficaria bem. Tinha de ficar.

Não tinha?

Neji começava a se arrepender da decisão de tomar uma carruagem até a casa do irmão.

A princípio, ele pretendera ir caminhando – o vigoroso uso dos músculos das pernas e dos pés parecia ser o único escape socialmente aceitável para a sua fúria. No entanto, admitira que o tempo era precioso e que, mesmo com o trânsito, uma carruagem poderia levá-lo a Mayfair mais rápido do que os próprios pés.

Mas agora as laterais dos veículos pareciam próximas demais, o ar, sufocante, e, maldição, seria aquilo um carro de entrega de leite capotado, parando o trânsito?

– Meu Deus – murmurou, olhando a cena.

Havia cacos de vidro espalhados pela rua, leite derramado por todas as partes, e ele não saberia dizer quem guinchava mais alto:

os cavalos, ainda enredados nas rédeas, ou as mulheres nas calçadas, cujos vestidos haviam ficado completamente molhados.

Neji saltou da carruagem com a intenção de ajudar a liberar o local, mas logo ficou claro que a Rua Oxford continuaria intransitável por pelo menos uma hora, com ou sem a sua ajuda. Certificou-se de que os cavalos da carruagem de leite estavam sendo bem tratados, informou ao chofer que continuaria o percurso a pé e partiu.

Fitava de forma desafiadora cada pessoa que passava, sentindo um prazer perverso quando elas desviavam o olhar ao notar sua óbvia hostilidade. Quase desejou que alguém fizesse um comentário só para ter quem agredir. Não importava que a única pessoa que queria de fato estrangular fosse kurai; àquela altura, qualquer um teria sido um ótimo alvo.

A raiva o estava deixando desequilibrado, irracional, transformando-o em alguém que não era.

Ainda não sabia ao certo o que sentira quando tenten lhe contara sobre a chantagem de kurai. Aquilo era maior do que ira, maior do que fúria. Era físico: corria pelas suas veias, pulsava sob a sua pele.

Queria bater em alguém.

Queria chutar as coisas, atravessar uma parede com o punho.

Ficara furioso quando tenten publicara a sua última coluna. Na verdade, achara que jamais sentiria raiva maior.

Enganara-se.

Ou talvez fosse apenas um tipo diferente de raiva. Alguém estava tentando machucar a pessoa que ele mais amava.

Como podia tolerar isso? Como podia permitir que acontecesse?

A resposta era simples: não podia.

Tinha de dar um fim àquilo. Precisava fazer alguma coisa.

Chegara a hora de agir.

Ergueu a vista, um tanto surpreso por já ter chegado à Casa uzumaki. Era engraçado não ?er mais a construção como lar.

Kurai ali, mas agora era a residência do irmão.

Seu lar ficava em Bloomsbury. Seu lar era com tenten.

Qualquer lugar com tenten.

– neji?

Ele se virou. Naruto estava na calçada, obviamente retornando de algum compromisso, e fez um sinal com a cabeça em direção à porta.

– Pretendia bater?

Neji olhou confuso para o irmão, só então se dando conta de que estava parado nos degraus só Deus sabia havia quanto tempo.

– neji? – chamou Naruto outra vez, franzindo a testa, preocupado.

– Preciso da sua ajuda – retrucou neji.

Era tudo o que precisava dizer.

Tenten já estava vestida para o baile quando a dama de companhia lhe levou um bilhete do neji.

– Dudy recebeu do mensageiro – informou a jovem.

Então fez uma breve reverência e deixou tenten sozinha para lê-lo com privacidade.

Ela abriu o envelope e tirou lá de dentro a folha única que continha a caligrafia elegante e caprichada que se tornara tão familiar para ela desde que começara a editar os diários do neji.

Irei por minha conta ao baile desta noite. Vá para o Número Cinco. Mamãe, izume e Ino estão à sua espera para acompanhá-la à Casa Uchiha.

Com todo o amor, neji.

Para alguém que escrevia diários tão bem, bilhetes não eram seu forte, pensou tenten com um pequeno sorriso irônico.

Levantou-se e ajeitou o vestido. Escolhera um modelo verde, sua cor preferida, na esperança de que talvez lhe desse coragem. A mãe sempre dissera que, quando uma mulher estava bem-vestida, se sentia bem; achava que anko tinha razão. Deus sabia que ela passara quase dez anos se sentindo bastante mal nos vestidos que a mãe insistira tanto que usasse.

Os cabelos estavam presos num penteado que lhe realçava o rosto, e a dama de companhia havia até passado alguma coisa nos fios (tenten temera perguntar o quê) que parecia destacar as mechas castanha .

Cabelos castanha não estavam muito em voga, é claro, mas, certa vez, neji dissera que gostava da maneira como a luz das velas realçava os dela, então tenten decidira que aquele era um caso no qual ela e a moda teriam de discordar.

Quando chegou lá embaixo, a carruagem estava à sua espera e o chofer já havia sido instruído a levá-la ao Número Cinco.

Neji providenciara tudo. Tenten não sabia por que isso a surpreendia, afinal ele não era o tipo de homem que se esquecia dos detalhes. Mas estivera preocupado com outras coisas, então ela estranhou que tivesse gastado tempo enviando instruções aos criados sobre como deveria ser levada à casa da mãe quando ela mesma poderia tê-lo feito.

Ele só podia estar planejando alguma coisa. Mas o quê? Será que ia interceptar kurai e despachá-la para alguma colônia penal?

Não, melodramático demais.

Talvez tivesse descoberto algum segredo a seu respeito e planejado uma contrachantagem. Silêncio por silêncio.

Tenten assentia, em sinal de aprovação, enquanto a carruagem percorria a Rua Oxford. A resposta só podia ser aquela. Era bem do feitio do neji inventar algo tão diabolicamente apropriado e inteligente. Mas o que será que teria desencavado sobre kurai em tão pouco tempo? Em todos os seus anos como Lady confidecial, jamais ouvira nem mesmo um sussurro de qualquer coisa de fato escandalosa ligada ao nome daquela mulher.

Kurai era má e mesquinha, mas nunca dera um passo que fosse fora das regras estabelecidas pela sociedade. A única coisa ousada de verdade que já fizera fora afirmar ser Lady confidecial.

A carruagem rumou para o sul, entrando em Mayfair, e, poucos minutos depois, pararam diante do Número Cinco. Izume devia estar olhando pela janela, pois desceu as escadas quase voando e teria




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