O quarto está vazio. À volta predomina o silencio e a claridade da madrugada que fere a vista. Fecho os olhos e imagino-me num planalto, deitada, sozinha onde só consigo escutar o som das aves que ali passam e me ignoram. É tudo tão insignificante, frágil. A relva está fresca, acabada de cortar. Esta dança ao som de uma brisa leve, graciosa. É tudo tão simples, tão complexo. Fecho os olhos. Estou na praia. Escuto o som das ondas, da areia, das rochas. Sinto o movimento dos animais e da areia que rebola com o vento. Alguém observa-me. Fecho os olhos. Estou no mar. Consigo respirar. Sinto o movimento dos peixes migratórios. Ouço as conversas que tem. predomina o silêncio, a solidão, a profundidade. Fecho os olhos. Estou no quarto. Este continua vazio, silencioso. Abro os olhos. Estou dentro de mim. Está tudo vazio, silencioso.
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