Fantasio como seu beijo toca meu rosto, me causa arrepios — como um soco na boca do estômago e então vomito toda e qualquer lagarta antes que vire borboleta. Meu pulmão cospe que tudo acabou, mas não acredito (nessas viagens onde rezo para tudo nunca mudar, de joelhos). Peço para me comer vivo, cru, pele e ossos; real. Metaforicamente: absorva cada uma das ideias que ainda rondam meu corpo, faça delas algo novo. Jogue-as no lixo, se quiser.
É tão desagradável, você não vai querer isso de futuro.
As unhas, novamente as unhas (sempre as unhas, com um sorriso cortante) arranham o pescoço e deixam uma cicatriz afiada no coração, jorra sal e poeira. No caminho das costelas, agarra a minha coluna e não tenho mais noção de nada. Dividindo a aura pesada do quarto com teu perfume de laranja e madeira, quase sufoco. Nos tocamos na violência que existe em seus olhos — nosso olhos no espelho. Castanho escuro, veias vermelhas e sinais de anemia.
A dor que sai dos teus lábios, as tatuagens feias no nosso pulso até a marca de nascença que nunca identificou os motivos de tanto descaso. É difícil dizer, agora, onde tu começa e eu termino.
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