1. Spirit Fanfics >
  2. Sempre Fui Sua >
  3. Chapter 30

História Sempre Fui Sua - Chapter 30


Escrita por: selenandzayn

Capítulo 31 - Chapter 30


Depois de um programa supernecessário e uma conversa aberta com a minha avó, voltei para casa mais calma do que estive há semanas.

Sentei-me na cama e fiquei lendo um dos suspenses de Chelsea Cain quando ouvi um ganido vindo lá de fora.

Minhas portas francesas abriram com um estalo, então consegui escutar a chuva. A garoa leve que começou quando eu e minha avó chegamos em casa virou uma tempestade, e estava caindo aos borbotões agora. Empurrando uma das portas para abri-la, me inclinei para fora e escutei.

O latido era constante, angustiado… e próximo.

Madman.

Dando uma espiada no quintal de Zayn, não consegui ver nenhuma iluminação ou sinal do cachorrinho. A casa toda parecia quieta e escura. Já passava das nove, então ele e sua mãe deviam ter passado a noite fora.

Coloquei meus tênis e desci as escadas, aproveitando para verificar se a luz do quarto da minha avó estava apagada. Quando cheguei na porta da frente, acendi a luz da varanda e fui até lá fora.

Merda! Estava chovendo.

Como consegui me esquecer disso nos três segundos que levei para descer as escadas? Ainda bem que a varanda era coberta. Encolhendo-me, andei até a ponta mais próxima da casa de Zayn e dei outra olhada. Coloquei a mão na boca em assombro ao ver Madman gemendo e raspando a porta da frente. Ele estava muito molhado e pude notar que tremia. Por sorte, ele tinha uma partezinha coberta que o protegia do aguaceiro estrondoso.

Sem pensar duas vezes, mergulhei na chuva e atravessei nossos quintais correndo até chegar aos pequenos degraus da entrada. Estava vestida apenas do short de dormir e uma regata, então, igual ao Madman, estava agora tremendo por causa da chuva fria que pingava nas minhas pernas e braços nus.

– Ei, amigão. Como conseguiu vir aqui fora? – Abaixei para passar a mão em sua cabeça e ele lambeu minha mão, todo feliz. – Cadê o Zayn, hã?

Meu corpo se arrepiou, o que fez meus ombros se contraírem.

A última coisa que queria era bater na porta da casa do idiota, mas não sei o que aconteceria comigo se eu levasse o Madman comigo para casa. Provavelmente, Zayn me acusaria de tentar roubar o cachorro dele.

Madman tinha sido um efeito colateral na minha briga com o Zayn. Por mais que eu amasse o cachorro, achava que seria melhor se ele ficasse com Zayn. Algumas coisas tinham ficado assim depois que ele voltou daquele verão que passou longe. Um de nossos passeios preferidos era um viveiro para peixes no Parque Eagle Point. Quando Zayn e eu deixamos de ser amigos, ele parou de ir lá.

Fiquei com o viveiro. Ele ficou com o cão.

– Zayn? Sra. Malik? – chamei, tocando a campainha. A chuva martelava o chão, dando uma sensação de que a rua estava alagando. O vento uivante forçava a chuva a cair de lado, o que deixou meu tênis e panturrilhas ensopados, mesmo por baixo da cobertura.

Duvidava que alguém conseguiria me escutar gritando nesta confusão, então bati na porta e toquei a campainha mais duas vezes. A casa continuava escura e silenciosa.

– Bom, Madman. Acho que você vai pra casa comigo. – O cão uivou de novo, claramente infeliz por estar do lado de fora.

Antes de ir embora, coloquei a mão na maçaneta e girei. Para minha surpresa, a porta abriu.

Não está trancada? Que estranho.

Madman entrou com tudo, empurrando e abrindo a porta inteira como se fugisse de um incêndio. O barulho de suas unhas nos pisos de madeira ecoou pelo corredor. Ele foi até a cozinha, provavelmente até seu pote de comida.

Dei um passo hesitante até a entrada.

– Olá?

A casa estava praticamente escura, exceto pelas luzes da rua que lançavam um brilho fraco através das janelas.

– Sra. Malik? Zayn? – Olhei em volta e senti um frio atingir meus braços.

Tem algo errado.

A casa estava quase morta. Não havia relógios fazendo tique-taque, nem zumbido de um aquário. Eu nem mesmo sabia se eles tinham um aquário, mas uma casa ocupada produzia algum tipo de barulho, até no meio da noite.

Madman latiu, então fui até a cozinha, mas parei quando ouvi um estalo por baixo do meu sapato. Ao dar uma olhada mais de perto, depois que meus olhos tinham acabado de se ajustar ao escuro, percebi um vidro quebrado ou… talvez fosse cerâmica, no chão. Dei uma sondada na área e notei mais desordem, que não tinha percebido quando entrei.

Havia cadeiras de ponta-cabeça, um abajur quebrado e as almofadas do sofá estavam jogadas na sala de estar. Até as fotos do Zayn em quadros pendurados na parede nas escadas estavam despedaçadas e pendendo pelas pontas.

Zayn?! Meu coração martelava pelas orelhas. O que havia acontecido aqui?

Madman continuou latindo, só que desta vez mais forte. Corri pelo corredor até a cozinha.

O cachorro estava sentado, olhando pela porta dos fundos que estava aberta, gemendo e balançando o rabo.

Ao olhar pela porta, pude ver Zayn sentado no degrau mais alto que levava até os fundos.

Soltei um suspiro.

Ele estava de costas para mim e ensopado. Tinha água escorrendo pelas costas, e seu cabelo estava grudado na cabeça.

– Zayn? – gritei, subindo até o batente.

Ele virou a cabeça o bastante para me ver pelo canto do olho, que estava quase completamente coberto pelo cabelo molhado. Sem ter me reconhecido, virou-se novamente e levou uma garrafa de uísque aos lábios.

Jack DanielsPuro.

Meu primeiro pensamento foi ir embora. Ele estava seguro. O cachorro estava seguro. O que quer que ele estivesse fazendo não era da minha conta.

Mas meus pés não se mexiam. A casa tinha sido vandalizada e Zayn estava bebendo, sozinho.

– Zayn? – Pisei lá fora, grata por ter uma cobertura na porta de fora também. – O cachorro estava latindo lá fora. Toquei a campainha. Você não escutou? – Achei que precisasse explicar a minha presença dentro da casa dele.

Como ele não respondeu, desci as escadas para olhá-lo. A chuva caía em meu rosto, ensopando meu cabelo e minhas roupas. Meus músculos ficaram tensos pedindo urgentemente para eu voltar lá para dentro, mas, por alguma razão, fiquei parada.

Zayn estava com a cabeça levantada, mas com os olhos baixos. Seus braços estavam relaxados nos joelhos e ele balançava a garrafa quase vazia de um lado para o outro, com os dedos da sua mão esquerda.

– Zayn? Pode me responder? – gritei. – A casa está destruída.

Não é da minha conta. Deixa quieto.

Zayn lambeu os lábios e as gotas de chuva em seu rosto pareciam lágrimas. Eu o observei levantar os olhos com preguiça e piscar as gotas de água para longe.

– O cachorro fugiu – murmurou ele, com desinteresse. Ele estava com a voz calma.

Chocada com a resposta enigmática, quase ri.

– Então você resolveu fazer birra? Sua mãe sabe que você fez isso com a sua casa?

Ele franziu a sobrancelha ao me encarar com um olhar sem vida.

– O que você tem a ver com isso? Não sou nada, né? Um perdedor? Meus pais me odeiam. Não foi isso o que me disse?

Por um momento, fechei os olhos, pois me senti culpada novamente.

– Zayn, eu nunca devia ter dito aquelas coisas. Não importa o que você…

– Não peça desculpas – ele me interrompeu. Ele balançou ao se levantar e adotou seu tom sádico de sempre. – Você fica patética se rebaixando.

Idiota!

– Não estou me rebaixando! – resmunguei, ao segui-lo para dentro da casa. – Eu apenas assumo as merdas que faço.

Fiquei dentro da entrada enquanto ele colocava a garrafa na mesa da cozinha e pegava um pano de prato no balcão. Indo até Madman, que estava encolhido embaixo de uma cadeira, ele enrolou o pano no cachorro e começou a secá-lo devagar. Ele continuou me ignorando, mas eu não podia ir embora sem dizer o que eu tinha que dizer.

– Me desculpe se te magoei, isso não acontecerá novamente. – Pronto, falei. Não precisava mais ficar aqui.

Mas não parei por aí. Olhei para a garrafa de Jack que ainda não estava vazia e fiquei preocupada. A mãe dele era uma alcoólatra em reabilitação e uísque puro podia ser perigoso se fosse ingerido em grandes quantidades. Pelo jeito que a casa estava, ele não estava muito consciente.

Tirei a garrafa da mesa, fui até a pia e comecei a despejar o conteúdo dentro do ralo.

– E também não vou deixar você se machucar.

– Filha da pu/ta! – Zayn pulou nas minhas costas. Nervosa, balancei a garrafa ao ouvi-lo vindo rapidamente atrás de mim.

Zayn agarrou o recipiente, que ainda estava a alguns goles de ficar vazio, mas me virei para observá-lo, parada.

– Isso não é da sua conta. Vá embora – rosnou ele. Senti sua respiração em meu rosto, com cheiro de uísque e chuva, e seus olhos selvagens fizeram meus braços enfraquecerem. Quase soltei a garrafa, surpreendida pela força que ele usou para tirá-la de mim. Quando ele a puxou de mim, meu corpo todo reagiu.

Bom, isso é novidade.

O Zayn ao qual tinha me acostumado andava sempre tranquilo e controlado, mas este Zayn estava desesperado e inconsequente. Eu devia estar assustada, mas, por alguma razão, estava inebriada com o enfrentamento.

Queria este confronto com Zayn. Ansiava por isso.

Esforçamos-nos para respirar enquanto tentávamos tirar a garrafa um do outro, mas nenhum dos dois desistia. Ele flexionou os braços fazendo força e senti a garrafa começar a escorregar dos meus dedos. Sabia que ia perder.

– Para! – gritei. Será que a por/ra da garrafa era tão importante?!

Controle-se, idiota! Ele tinha obviamente perdido o controle, por isso precisava fazê-lo voltar à realidade.

Soltei a garrafa e dei um tapa em seu rosto. A cabeça dele foi pro lado com o impacto, e minha mão ardeu. Eu nunca tinha batido em Zayn. Nem quando éramos crianças e brincávamos por aqui.

Chocado e furioso, ele largou a garrafa no chão, deixando-a pra lá, e virou seus olhos cruéis para mim. Arquejei quando ele me tirou do chão segurando a minha cintura e me encostou na ponta dura da pia. Antes que conseguisse perceber, ele prendeu meus pulsos nas costas e se posicionou entre as minhas pernas. Ele me puxou contra si, com força, e fiquei presa. Meu peito subiu e desceu rapidamente, desesperado por ar.

Ah, caramba.

– Me solta! – gritei.

Meu corpo estava espremido entre seus braços atrás de mim e seu tórax na minha frente. Ele me apertava forte para me manter imobilizada, mas não o bastante para me machucar. Tentei me contorcer e sacudir, mas ele apenas me puxou para mais perto e me apertou ainda mais forte.

– Zayn, me solta – tentei fazer minha voz soar enérgica, mas com a luta minha força diminuiu.

Seus olhos encontraram os meus, nossos rostos estavam a menos de um centímetro de distância um do outro. Vários momentos passaram na minha cabeça enquanto ele me segurava, tentando me encarar.

Mas nada funcionou.

Quando o meu olhar encontrou o dele, ficou impossível conseguir desviar a atenção. Seus olhos pareciam a capa de um livro – fornecia umas dicas, mas não contava a história inteira. E eu queria saber a história. Se eu vasculhasse em seus olhos tempo o bastante, talvez o que eu estivesse ansiando desapareceria.

Droga!

Mesmo com o bafo de bebida, ele tinha um cheiro incrível. Como um tipo de colônia.

Minhas coxas estavam frias onde ele esfregava a calça molhada, mas minhas outras partes estavam pegando fogo. Um calor se derramava pelos poros do meu pescoço e uma gota de suor estava parada entre meus seios, onde o meu peito tocava o dele. Uma tontura passou pela minha cabeça em função da pressão que ele aplicou entre as minhas pernas.

Nossa respiração estava sincronizada e ele não estava mais com cara de raiva.

Ele falou, abalado, quase triste:

– Você acabou comigo hoje.

Presumi que ele estava se referindo ao monólogo.

– Que bom – destratei-o.

Ele me pressionou novamente.

– Você queria me machucar? Você se divertiu fazendo isso? Foi bom, né?

Ele estava falando sobre mim ou sobre ele?

Tentei manter a mesma expressão, mas meu corpo estava formigando por toda parte. Seu cheiro estava me preenchendo conforme ele se inclinava. Nossos corpos estavam se derretendo juntos, nossos lábios estavam tão próximos. Quando senti ele ficar duro entre as minhas pernas, fechei os olhos bem forte, já que estava com medo de ter parado de lutar.

Dando uma forte respiração, abri os olhos e o encarei audaciosamente, sentindo minha pulsação vibrando pelas orelhas.

Ele não significa nada para mim. Nada.

– Não, não me diverti com isso – respondi, calma. – Não senti nada. Você não significa nada para mim.

Ele se encolheu.

– Não diga isso.

O calor de sua boca flutuava ao meu redor enquanto eu me inclinava.

– Nada – repeti, quase como um sussurro. – Agora, me deixa…

Sua boca colidiu com a minha, suprimindo meu protesto.

Seus lábios me devoraram, forte e rapidamente, como se eu estivesse sendo comida viva.

Sua língua penetrou na minha boca e eu deixei, precisando senti-lo por completo. A sensação pulsante em meu âmago ficou mais acelerada e coloquei minhas pernas ao redor de sua cintura antes de fechar os olhos, saboreando a liberação.

Tentei pensar, mas não consegui. Não queria. Todos os anos em que ficamos separados preencheram este único momento.

Ele soltou meus braços, enfiou uma mão rudemente no meu cabelo e pegou meu bumbum com a outra. Puxando meu quadril para mais perto do dele, atacou minha boca como se estivesse morrendo de fome. Ele chupou meu lábio inferior e depois se focou na minha mandíbula e no meu pescoço, dando beijos quentes e descontrolados. Um friozinho na barriga domou meus sentidos e gemi de prazer.

E retribuí o beijo.

Ah, caramba! Estava beijando-o também!

– Zayn – arquejei. Ele tinha que parar. Nós tínhamos que parar. Mas me esqueci da razão.

Estava perdida.

Prendi minhas pernas ao redor da cintura dele e puxei seu cabelo molhado, segurando-o em mim, enquanto ele chupava meu pescoço. Sua mão esquerda desceu até minha coxa, e trouxe seus lábios para cima até os meus novamente, precisando de mais. Uma pressão se construía enquanto ele apertava nossos abdômens. Ele gemia, eu não queria que parasse. Nunca.

Quando ele curvou a cabeça para mordiscar por baixo da minha orelha, imagens dele com K.C. no dia anterior no corredor começaram a passar pela minha mente.

Foi isso o que ela sentiu.

Tudo veio como uma inundação. Meus olhos se abriram rapidamente quando comecei a cair na real.

Ele me machucou.

Ele me odiava.

– Zayn, pare. – Era para ter saído uma voz mais forte, mas parecia apenas desesperada. Ignorando-me, ele beijava e mordia levemente meu ombro, ao mesmo tempo em que sua mão se mexia por baixo da minha camisa.

– Zayn! Eu disse pare! – Coloquei as mãos em seu peito e o empurrei. Ele deu uns passos para trás tropeçando, respirando fortemente e me olhando como um animal.

Passamos do limite.

Pulando da prateleira da pia, saí praticamente correndo para fora da cozinha e da casa.

Parecia que estava saindo vapor da minha pele quando a chuva fria golpeou meus braços e minhas pernas do lado de fora. Meu coração estava quase saindo pela boca enquanto caminhava até a varanda da frente.

O que você está fazendo?!, gritei para mim.

Senti uma dor oca se formar na minha barriga. Um vazio horrível preencheu meus braços onde ele tinha acabado de estar. Eu deixei ele me beijar. E me sentir.

E eu fiz o mesmo com ele.

Tentei recuperar o fôlego. Como deixei isso acontecer? É como se eu nunca estivesse no controle! Eu sabia que o que estávamos fazendo era loucura, mas senti-lo me fez esquecer de tudo. Mesmo agora, meu corpo ainda desejava o dele e eu odiava isso. A vergonha queimava minha pele onde ele havia me tocado.

Zayn sempre calculava suas jogadas. Ele planejou isso? Era um golpe mais baixo do que jamais imaginei que ele chegaria. Ele provavelmente estava lá dentro rindo de mim agora, sabendo que conseguiu tirar meu orgulho.

Mil perguntas passavam pela minha cabeça, mas tentei esquecê-las. Não. Tinha certeza de uma coisa: não podia confiar em Zayn. Ele mal tinha começado a compensar as coisas, e eu já estava com náuseas por causa da humilhação.

Isso não aconteceria novamente.


Notas Finais


até maiss


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...