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História Sempre Você... (Camren) - Seu Filho...


Escrita por: Camren_Yes

Notas do Autor


Só o que tenho a dizer é...

Segurem os forninhos...

Aproveitem, beijoooo

Capítulo 37 - Seu Filho...


--- Quando eles chegam?

--- Mais a tarde, eu acho...

--- E você não falou nadinha mesmo?

--- Não, Ally. Só falei que eu preciso conversar com ela e meu pai, então, eles estão vindo.

--- O que a Mila acha disso?

--- Eu vou ter que contar em algum momento, Ally, pra quê adiar? É, eu até penso que agora seja a melhor hora. Camila está grávida de três semanas, é bem o início e não quero que digam que não lhes dei a oportunidade de acompanhar tudo, desde o começo.

Senta na poltrona ao meu lado tirando os óculos de leitura que a deixavam com um ar de mulher mesmo é não só a menininha que ela sempre me pareceu.

--- Posso não conhecer muito a sua família, mas... Tudo bem, seu pai pode até querer participar, mas, Laur, sua mãe?

--- Eu sei. Mas, é o neto dela, Allyson! Talvez isso possa fazê-la repensar algumas coisas, entende?

--- Você quer muito isso, não quer?

Inspiro e prendo o ar em meus pulmões por alguns segundos.

--- Ela ainda é a minha mãe – solto em voz baixa.

--- É claro que é, Laur.

--- Eu... Eu não digo nada, porquê sei que isso deixaria Camila chateada e se culpando, mas eu sinto a falta dela. Sinto falta de termos uma conversa normal sem precisar medir cada palavra, sinto falta de sermos mãe e filha e não Clara e Lauren somente. Eu amo as duas, será que é assim tão difícil de aceitarem algo tão simples? Eu não devia ser obrigada a escolher entre uma e outra!

Vejo minha amiga preparar-se para falar, então continuo sem lhe dar essa oportunidade.

--- Ok, minha mãe não ajuda em nada. Porém... É o neto dela, Allyson, o primeiro! Quem sabe ele não seja capaz de fazer o que eu não pude! Elas não precisam estabelecer nenhum vínculo de amizade, óbvio que seria esperar demais, contudo, respeito mútuo já me deixaria imensamente feliz. Camila nunca disse nada que pudesse ser interpretado como desrespeito à minha mãe, que já não tem esse crédito comigo, mas, ainda assim, eu só quero que meu filho nasça numa família harmoniosa, como foi comigo e com a Taylor. Agora, me diga, estou pedindo demais?

Segura minha mão e aperta antes de negar.

--- Você só quer o melhor pra todos, Lauren. Mas, nem sempre conseguimos tudo aquilo que desejamos.

--- Ela é minha mãe, Ally. Mas, se preciso, eu abro mão disso por Camila e por nosso bebê. Por mais que isso vá acabar comigo, minha família vem em primeiro lugar.

E posso afirmar que nunca tive tanta certeza de algo em minha vida.

--- Vamos esperar e torcer pra que as coisas se ajeitem, não é?

Concordo com a cabeça e pouco depois nos despedimos, cada uma seguindo com seus pensamentos.

***

--- Eu tô morrendo, Lo!

Quanto exagero, meu Deus!

--- Camz, é só um enjoo, amor, daqui a pouquinho passa e você vai se sentir melhor!

--- Só um enjoo? SEU filho tá me fazendo pôr meu almoço todo pra fora e você vem me dizer isso?

--- Eu acabei minha última aula agora, quer que eu te busque?

--- Eu só quero que isso passe de uma vez...

E eu quem pensei que essa fase levaria mais tempo pra chegar.

--- Você não devia nem ter ido trabalhar, Camila, eu avisei! Você já acordou se sentindo mal, mas não, sua teimosia é demais!

--- Você vai brigar comigo?

Sua voz chorosa dispara um alarmezinho em minha cabeça.

--- É claro que não, minha linda! Tá bom, eu já tô indo, sim? Daqui a pouco eu chego aí.

--- Achei que não fosse dizer logo. Quero chocolate, compre pra mim. Beijo.

E antes que eu possa dizer qualquer outra coisa, minha amada esposa encerra a chamada.

--- Ainda bem que de louca eu também tenho um pouco...

***

--- Filhota, eu estava com tanta saudade de você!

Sentir o abraço forte do meu pai, seu cheiro “de casa” tem um poder acalentador em mim. Sinto como se voltasse a ser nada mais que uma criança em meio aos seus braços compridos.

É fato que Taylor sempre foi muito mais próxima à ele, entretanto, isso não muda a tranquilidade que só ele é capaz de me transmitir.

--- Eu também, papai. Tanta...

Me permito ficar em seu peito por mais alguns segundos e em seguida o líbero para cumprimentar minha mulher que esperava calmamente ao meu lado com um sorriso discreto.

--- Oi mãe...

--- Não vai me dar um abraço, Michelle?

--- Se não me chamar assim outra vez, eu dou até dois.

Seus olhos brilham por minhas palavras leves e logo sou envolvida num outro abraço, esse bem mais contido, mas não menos importante que o anterior.

--- Seu pai e eu ficamos muito contentes com seu convite, Lauren.

--- Nosso convite, mãe – caminho até Camila segurando sua mão --- E nós também ficamos felizes por terem aceitado.

--- É claro. Como vai, Camila?

--- Eu estou ótima, obrigada. E a senhora?

A troca de cumprimentos era tão fria que seria capaz de congelar o ambiente em questão de minutos.

--- Bom, já que nos convidaram para jantar, onde está a comida? Sabe que estou acostumado a comer cedo, filha.

--- Ahh é claro, senhora Jauregui. Num instante eu deixo tudo pronto.

Vejo-a caminhar se afastando em direção à cozinha onde deixamos tudo preparado durante a tarde. Bom, ela deixou, eu só observei.

--- Você tem algo a nos dizer, Lauren?

--- Hã?

--- Sente aí, menina...

Minha mãe me dando ordens em minha casa. Eu mereço.

--- Na verdade eu tenho sim, mas isso pode esperar mais um pouco. Enquanto isso, digam como estão as coisas lá em casa? E a Tay?

--- É bom saber que ainda considera aquele lugar como sua casa.

--- Clara...

--- Não, tá tudo bem, pai. Ela tem razão, não importa onde eu vá, vou sempre ter um lugar especial em meu coração para a casa onde cresci.

--- E onde deveria estar até hoje, se não fosse...

--- Se não fosse inviável – interrompi --- Mãe, eu já sou adulta, quero meu próprio espaço, assim como em pouco tempo acontecerá com a Taylor.

--- Vê isso, querido? Criamos os filhos com todo o amor é cuidado para sermos abandonados sem qualquer hesitação.

--- Ora, você achou o que? Que nossas filhas ficariam conosco eternamente?

--- Pelo menos espero que Taylor faça o favor de ter mais consideração por nós.

--- Mãe...!

--- Vamos pra mesa?

Salvos pelo gongo, é o que sinto vontade de dizer.

Levanto sem nada falar e junto de minha esposa vou para a sala de jantar, praticamente inutilizada, seguidas por meus pais.

E depois do que me parece um tempo enorme, o jantar já está quase se encaminhando para o final, e naturalmente, não poderia terminar sem algum... Contratempo.

--- Diga, como está sua família, menina? Você fala tão pouco sobre eles.

Um arrepio gelado percorre minha espinha fazendo com que eu aperte o garfo em minha mão com tanta força que os nós de meus dedos ficam ainda mais brancos.

--- Quase não nos vemos, senhora. Não vejo razão para lhe dizer nada que não diga respeito somente à sua filha.

--- Bem, nem isso você faz...

--- Mãe? Pare.

Seu rosto demonstra incerteza até que ela, por um motivo que me é desconhecido, recua.

--- Notei que não está bebendo, querida. Algum novo tipo de dieta? Se for, deixe disso, Lauren e você estão ótimas.

--- Ahh... Eu agradeço, senhor, mas... É que...

Olha para mim e sei que esse é o momento.

--- Camila não pode beber, pai.

--- Algum problema? Eu posso ajudar.

Entrelaço meus dedos aos da garota ao meu lado e sinto como sua mão está fria junto à minha.

--- Não é um problema, pai. Muito pelo contrário, mas, nós adoraríamos que você pudesse nos ajudar. Aliás, vocês dois.

--- Fale de uma vez, Lauren...

Encaro seus rostos e enfim solto um “ Vocês serão vovós. Camila está grávida”.

Eu podia ter pensado mil coisas, imaginados mil e uma reações diferentes para minha mãe e ainda assim, não chegaria nem perto da realidade.

--- Que brincadeira de péssimo gosto é essa, Michelle?

--- Nenhuma brincadeira, mãe. Nós vamos ter um bebê – respondo calmamente.

--- Lauren! Isso sim é uma excelente notícia! Filha! Eu vou ser avô! Eu vou ser avô!

Meu pai se levanta e toma Camila e eu num abraço desajeitado e sincero enquanto desanda a falar como está contente e que podemos contar com sua ajuda em tudo o que fosse preciso. Meu coração se alegrou tanto por isso que por um momento me esqueci da mulher incrédula logo ali.

--- Vocês estão loucas!

Nós três nos voltamos para ela que tinha um olhar duro e furioso.

--- Como é?

--- O que você tinha na cabeça? Como foi cair numa armadilha dessas, Lauren Michelle?!

--- Clara...

--- Você – aponta para minha mulher --- Finalmente conseguiu o que tanto queria não é? Uma criança para prender minha filha!

--- Se a senhora nos deixar...

--- EU NÃO DEIXO NADA! Você não vai ter essa criança. Eu não vou permitir!

--- Você... Você está insinuando que Camila...

Não! Minha mãe não pode ser assim tão má, tão perversa!

--- Pense, Lauren! Se essa criança nascer, sua vida estará acabada!

--- É SEU NETO! ESSA CRIANÇA É MINHA!

--- Ela é quem está carregando!

--- E o que isso importa? Isso não a faz ser menos minha filha! Ela tem seu sangue, mãe!

--- Meu? Então você...

--- Lauren...

Só então me lembro de que não estamos sozinhas.

--- Pai, tire Camila daqui.

--- Não! Não, Lauren, deixe isso pra lá! Por favor!

--- Pai.

Sem apreender suas palavras, escuto Michel levar uma Camila contrariada para fora pedindo-lhe calma lembrando-a do bebê.

--- Fertilização, já ouviu falar? Ela insistiu nisso, mas por mim, poderíamos ter optado por um método mais simples. Mas ela, fez questão de que nosso filho tenha meu sangue, seu sangue! Isso não terei diferença alguma para mim!

--- Você é burra! Como pôde se deixar cegar tanto por essa garota?

--- Eu a amo! Porque é assim tão difícil de entender? Camila nunca te fez nada, absolutamente nada, pra merecer seu desprezo!

--- Você... Você vai obriga-la a se desfazer dessa criança, está me ouvindo, Lauren? Eu nunca vou aceitar essa coisa na minha família!

--- É MEU FILHO! EU NÃO PRECISO QUE VOCÊ ACEITE NADA! E SE ABRIR ESSA BOCA MAIS UMA VEZ PRA DIZER QUALQUER MERDA, EU JURO QUE ME ESQUEÇO DE QUE VOCÊ É MINHA MÃE!

--- Você está me ameaçando?

--- Repita o que falou e descubra.

Nunca senti tanto ódio e nojo por alguém em toda minha vida.

Minha mãe, que deveria me apoiar, cuidar e estar sempre ao meu lado está dizendo que devo matar meu filho!

--- Você é minha maior decepção, Michelle. Eu não posso ser mãe de alguém tão burro! Eu me recuso! Ouça bem! Ou você acaba com isso ou esqueça que tem uma família.

Sinto como se suas palavras penetrassem minha pele e rasgassem tudo ao redor. Dói tanto que sequer consigo chorar. É quase como ser esmagada por milhares de toneladas que me impedem de respirar.

--- Escolha. Agora.

Olho para minhas mãos vazias e só consigo pensar em uma forma minúscula e enrolada numa manta fofa entre elas.

--- Saia da minha casa. E o mais importante. Desapareça da minha vida.


Notas Finais


Como estamos???


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