História Sensitive Love (LONG FIC - BTS ) - Sentimentos incertos II - Epílogos para uma tempestade

“Não pense em nada
Não diga nem uma palavra
Apenas me dê um sorriso”

Butterfly - BTS

Sam:

Depois do café da manhã, Yoongi voltou para o laboratório dele e eu fui para meu quarto ficar largada na minha cama, já que estava de folga. Eu queria ficar mais tempo com ele, queria sair com ele ou até mesmo ficar deitados assistindo filme juntinhos.  Eu queria,  mas como dizia minha falecida mãe: querer não é poder.

 Eu não concordava muito com essa frase, penso que se você quer uma coisa e corre atrás dela, eventualmente você a tem. Mas no momento, a frase da minha mãe soava verídica. Seria muita pretensão minha, invadir o espaço do Yoongi nesse momento crucial para ele.

É, parece que vou ter que achar outro jeito de aproveitar minha folga.

Eu queria que a sexta-feira chegasse logo, faz um bom tempo que não tomo um sol e isso me lembra que preciso comprar um biquini. Pensar nisso me faz lembrar do que Yoongi falou do Hobi e no quanto ele ficou vermelho.

Hoseok, é mesmo.

Eu tinha que falar com ele, e não podia passar de hoje. 

Me levantei da minha cama bruscamente  e ajeitei o meu cabelo, tirando os amassados e me direcionei até a porta do quarto do Hobi. Eu não tinha nenhuma palavra planejada, só tinha em mente que precisava falar com ele. Mesmo que superficialmente, então não hesitei em bater na porta.

Duas batidas foram o suficiente e Hobi abriu a porta e no mesmo momento o perfume dele invadiu minhas narinas, me deixando estática por alguns segundos. Quando  recobrei a consciência voltei minha atenção a Jung Hoseok, ele estava bem arrumado em suas vestes pretas e as calças justas rasgadas nos joelhos davam um ar sexy para ele.

— Woo, pra onde vai assim todo bonitão e cheiroso? — Perguntei como quem não quer nada, sustentando um sorriso largo e ele corou por um instante saindo da soleira da porta, dando espaço para que eu entrasse e assim o fiz.

Parando para analisar, é a primeira vez que entro no quarto dele. Muito bem decorado em tons verdes bem sutis  e a mobília em tons rubros. Contrastava bem com a personalidade dele.

— Vou encontrar a Elisa. — Comentou e no mesmo instante desfiz o sorriso, trocando por uma cara de desdém enquanto caminhava até a cama do Hobi e me sentei na beira. — Ela me ligou mais cedo, eu não entendi direito mas ela me pareceu aflita e pediu para eu ir sozinho. — Mencionou coçando a nuca e eu entortei os lábios, arqueando uma das sobrancelhas em pura reprovação.

— E você vai mesmo sozinho? Posso ir com você se quiser.— Ditei levemente consternada e ele estalou a língua antes de se sentar ao meu lado.

— Esta tudo bem, ninguém vai me ver. — Ele afirmou, no entanto eu ainda estava incerta se era uma boa ideia. Hobi segurou minha mão e deu um leve aperto fazendo minha atenção se direcionar para ele. — Confia em mim? — Indagou com um leve sorriso e alisou as costas da minha mão, depositando um carinho ali.

— Hobi, não é que eu não confie em você. Na verdade eu confio até demais... — Mencionei me levantando da cama e dando alguns passos até a janela, suspirei brevemente antes de concluir. — Só estou preocupada com você.

— Não precisa se preocupar, eu também não sou nenhuma criança indefesa. — Há, falou aquele que parecia um bebê traumatizado no parque. — Além do mais, depois do que houve ontem não sei se é uma boa ideia você se encontrar com a MinHa. — Advertiu. MinHa, onde eu tinha visto esse nome?

— Já que você tocou no assunto, era sobre isso mesmo que queria falar... — Caminhei até ele e me sentei ao seu lado novamente, sendo observada minuciosamente por Jung Hoseok. — Hobi, ela sempre trata você daquele jeito? — Fui direta e ele pareceu surpreso com a pergunta.

— Como assim? De que jeito? — O encarei incrédula procurando indícios em seu rosto de que ele estava brincando comigo.  Não estava crendo que ele estava se fazendo de sonso a essa altura do campeonato.

— Tipo, por onde devo começar?  Talvez pela forma desdenhosa que ela te trata? — Ironizei e desta vez ele que se levantou,  bagunçando os cabelos castanhos.  — Hoseok, você tem certeza que quer namorar alguém assim? Que te destrata, é indiferente e  preconceituosa? — Aumentei o tom da voz e me levantei seguindo ele, que suspirou firme.

— Aish...eu já disse que vou falar para ela pedir desculpas para você. — Afirmou já consternado.

— Não se trata de pedir desculpas Hobi, na verdade nem sei se quero um pedido de desculpas daquela víbora.— Cuspi as palavras e quase me arrependi de ter dito a última frase. Pois no momento seguinte, Hoseok me lançou um olhar de repreensão e que para o meu azar não ficou só no olhar.

— Não fale assim dela Samantha. — Me repreendeu com um tom autoritário e mais uma vez suspirou. — Elisa pode ter o jeito dela, mas no fundo é uma boa pessoa. — Ele disse calmamente, como se tivesse tentando controlar o nervoso e eu bufei incrédula.

 “ Jeito dela”?

"Boa pessoa" e " Elisa"  na mesma frase? Isso soa bem estranho e nada convincente.

— Hobi, eu estou preocupada com o relacionamento de vocês. Isso é praticamente um relacionamento abusivo e...— Ele não me deixou terminar.

— CHEGA! — O tom alto da voz dele me pegou de surpresa, me fazendo encolher os ombros. — Não quero ouvir mais nada. Eu não quero ouvir você ofende-la, por favor não se intrometa mais nisso. — Ordenou e eu suspirei pesadamente, ele engoliu seco.

Hoseok caminhou até a mesa, ao lado da cama e retirou uma caixinha, logo retornou para perto de mim.

— Eu pretendo pedi-la em namoro, quero oficializar nosso relacionamento. Espero poder contar com seu apoio. — Ele anunciou com um leve sorriso e com a voz doce.

É, ele está mais iludido do que eu pensava.

Respirei uma, duas, três vezes e soltei o ar, me levantei e me direcionei até a porta. Eu não ia responde-lo, mas também  senti que se não respondesse algo ele entenderia como um não.

— Eu sempre vou estar aqui para você Jung Hoseok, ao seu lado. — Aleguei e me retirei do quarto, sem nem ao menos esperar uma resposta.

Mas não posso apoiar um relacionamento que te maltrata.

Assim que entrei no meu quarto, tranquei a porta e me atirei na cama, abraçando o grande urso que estava lá.

— Querido ursinho, o que fazer quando seu amigo está cego de amores por uma cobra? — Murmurei como se a pelúcia pudesse me dar uma resposta e acabei cochilando.

Não sei se era pelo o que ocorreu, naquele maldito banheiro do parque com Yoongi, mas eu estava muito esgotada. Meu corpo estava cansado mesmo depois de eu dormir bastante.

(...)

O relógio ainda marcava 14:00 quando eu despertei do meu cochilo. Fitei o teto por alguns minutos, refletindo sobre o que Hoseok tinha dito, provavelmente a essa altura ele tinha pedido aquele embuste em namoro. Ele certamente tem um péssimo gosto e mesmo ele estando feliz com essa ilusão, não pretendo deixar que ele tome do veneno daquela cobra.

Suspirei pesadamente — pela enésima vez naquele dia — e desviei o olhar para a pequena mesa de cabeceira, observando o envelope com o vale compras que ganhei lá no parque. Eu havia me esquecido de entregar para o Jin. É melhor  que eu entregue logo , do jeito que eu sou é capaz de passar da validade e eu esquecer de falar pra ele.

Me levantei prontamente e peguei o  envelope, quando pus o pé fora do quarto notei o silêncio inquietante do ambiente e me direcionei ao quarto do Seokjin. Bati  3 vezes na porta, contudo, não obtive resposta e tive o ímpeto de abrir a porta, colocando a cabeça para dentro do cômodo.

Surpreendentemente, vi Jin. Ele trajava uma calça preta,  moletom branco, um boné e tênis da mesma cor, ele estava completamente concentrado em uma tacada em um mini campo de golfe improvisado em seu quarto e não me lembrava de tê-lo visto jogando golfe, tampouco que ele tinha esse mini golfe portátil. Esperei que ele realizasse a tacada — A qual ele acertou com 100% de êxito — e adentrei o espaço.

— Não sabia que jogava golfe. — Mencionei  enquanto me aproximava com o envelope atrás de mim e Jin se virou abruptamente, surpreso com minha presença mas logo um sorriso brotou em seu rosto.

— Há muitas coisas sobre mim, que você não sabe. — Afirmou colocando o taco sobre um dos ombros e dando alguns passos até mim. — Mas a que devo a honra da sua presença nos meus aposentos? — Indagou curioso quando chegou a um centímetro a minha frente.

— Vim fazer uma visitinha de cortesia.  — Comentei  sem desviar o olhar do dele. — O que mais eu não sei sobre você? — Perguntei sem esconder minha curiosidade e ele sorriu entusiasmado, mordendo o lábio inferior em seguida.

— Bom... modéstia à parte, eu sou incrível nos esportes. — Afirmou, sustentando um sorriso convicto. — Jogo golfe, tênis, pratico snowboard, gosto de esquiar e de pescar. Além disso eu aprendi a tocar piano, violão, ukulele  e bateria, além das demais qualidades que você já sabe. — Alegou piscando um dos olhos para mim, me deixando desconcertada.

Confesso que não sabia de todas essas qualidades,  no entanto, já imaginava que ele era muito mais que um rosto bonito e um bom cozinheiro, mas não nego que fiquei surpresa coma quantidade de esportes que ele pratica.

— E então... tem certeza que não quer repensar?  — Ele indagou se debruçando e ficando bem próximo ao meu rosto. Tentador, muito tentador.

Se for por na balança, o único exercício que Min Yoongi pratica é o levantar da cama e uns outros ai em particular — Que nem preciso citar. Mas isso era irrelevante ao meu ver, afinal eu estou seguindo meu coração e meu coração burro decidiu se apaixonar por um preguiçoso pervertido e de sorriso gengival.

— O que está escondendo ai? — Jin perguntou se esgueirando para ver o que eu escondia atrás de mim e  eu recuei dois passos antes de mostrar o envelope para ele. — Para mim? —  Pareceu confuso e surpreso.

— Sim, é um presente. Ganhei ontem, quis te entregar mas acabei esquecendo. —Falei mexendo em um dos meus cachos enquanto via ele abrir o envelope com destreza. Os olhos dele se arregalaram quando ele percebeu o que era.

— UM ANO DE SUPERMERCADO GRÁTIS????? — Ele perguntou como quem procura certeza no que estava vendo e eu aquiesci. — Tem certeza que quer me dar isso? — Indagou mais uma vez  abraçando o envelope contra o peito e eu sorri para ele assentindo mais uma vez. — Aigoo... obrigada. — Falou me abraçando com carinho e eu retribui.

— Não pensei que você fosse ficar tão surpreso, afinal vocês já são ricos e podem comprar um ou mais supermercados se quiserem. — Comentei quando nos desvinculamos do abraço.

— É, porém, nosso dinheiro é controlado exatamente para não gastarmos com coisas triviais. Inclusive colocaram um limite de coisas que eu posso comprar nos mercados. — Relatou, me deixando levemente surpresa. Mas tenho certeza que se não tivesse o bloqueio ele compraria o supermercado todo mesmo. — Portanto, obrigada mais uma vez, será muito bem utilizado. — Alegou beijando o envelope e sorriu.

— Bom era só isso mesmo, fico feliz que tenha gostado. — Falei me virando para sair do quarto mas Jin segurou meu pulso, chamando minha atenção.

— Espera, não quer tentar? — Questionou sugestivamente apontando para o taco de golfe.

— Eu não sei jogar Jin. — Afirmei  manhosa  e entortando os lábios.

— Não seja por isso, eu te ensino. — Declarou entusiasmado e eu ponderei um pouco antes de concordar. Caminhei até ele, ainda receosa e ele me deu o taco.

Me ajustei tentando assumir uma boa postura de jogadora, logo senti o corpo de Seokjin ser projetado atrás do meu segurando as minhas mãos e auxiliando meus movimentos. Meu coração disparou e um calor percorreu meu corpo. Engoli seco e tentei me focar na tacada, me preparando para minha primeira tentativa.

— Eu fui falar com Yoongi. — Informou com tranquilidade, enquanto impulsionava minhas mão numa tacada, que foi quase certa se não fosse pelo desconcerto que  eu fiquei pela revelação do mais velho.

— O que você foi falar com ele? — Investiguei enquanto me preparava para a segunda tacada.

— Nada demais. Apenas um aviso para ele ficar esperto. — A diferença de altura me permitia ouvir as batidas do coração dele, que estavam aceleradas como as minhas. Ainda assim, a tacada foi perfeita desta vez.

— Contou para ele sobre nós? — Perguntei ao me virar para ele, que umedeceu os lábios e pareceu considerar uma resposta.

— Mais ou menos isso. — Comentou notavelmente observando os meus lábios. — Não entrei em detalhes com ele, mas fiz questão de alerta-lo. — Os olhos dele se prendeu aos meus enquanto ele falava, e como se estivesse hipnotizada não consegui me mover.

Os lábios do Jin se entreabriram e eu não havia percebido o quão próximos eles estavam dos meus, por um curto momento minha mente ficou em branco e eu não me importei com mais nada, só que ele findasse aquela distância logo. No entanto, antes que consumasse o ato ele se deteve e se afastou rapidamente indo pegar outra bolinha de golfe.

— Bom... a minha parte eu fiz, agora depende de você. — Murmurou realizando uma tacada perfeita.

Ah pronto, agora Kim Seokjin resolveu brincar de agitar meu coração e me deixar frustrada.

— Ah, bem... eu vou... eu vou indo. — Anunciei perceptivelmente desconcertada e saí do quarto dele.

Desci rapidamente até a cozinha e tomei um copo d’água, entretanto,  a minha garganta continuava seca. A tensão nessa casa estava me deixando nervosa, eu precisava sair.

Isso. Eu precisava mesmo ir comprar um biquíni e roupas, por que não unir o útil ao agradável?

Retornei ao meu quarto e me troquei rapidamente colocando uma calça jeans rasgada nos joelhos e nas coxas, um cropped rosa e uma sandália rasteirinha. Estava começando a esfriar então adicionei um casaco azul aos meus ombros, fiz uma maquiagem leve, deixei o cabelo solto e coloquei uma gargantilha antes de sair do quarto.

Assim que me pus fora do cômodo, algo passou pela minha mente: Eu não sei onde ou como encontrar lojas boas  e muito menos com roupas que caibam em mim — já que o padrão coreano é um corpo totalmente esguio e quase sem curvas . Eu não poderia pedir ajuda de Yoongi  e tampouco ou ao Hoseok por motivos óbvios, então pensei em chamar o Tae ou o Jungkook.

Contudo, nenhum dos dois pareciam estar em casa e suspirei vencida, constatando que teria que me virar sozinha e caminhei até a escada encontrando Jimin  completamente suado e ofegante, subindo as pressas pela mesma.

— Ah, oi Sam! — Ditou cessando os passos assim que me viu.

— Oi Jimin, você viu o Taehyung ou o Jungkook por ai? — Indaguei um tanto melancólica.

— O Taehyung saiu mais cedo e o Jungkook está na sala de treino, inclusive acabei de voltar de lá. — Ele Informou e deduzi que estivessem praticando para o comeback, ou seja, pedir a Jungkook para me acompanhar estava fora de questão e Taehyung  também estava fora de cogitação.

Suspirei mais uma vez consternada e Jimin pareceu notar a minha inquietação.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntou aparentemente preocupado.

— Ah nada demais, na verdade eu ia pedir para um deles me acompanhar pois preciso  comprar roupas. — Ditei com um desanimo na voz. — Mas acho que vou marcar para outro dia. — Mencionei.

— Não precisa, eu posso ser sua companhia. — Se voluntariou. — Se você não se importar, é claro. — Jimin disse mantendo  um sorriso que fazia os olhos dele sumirem.

— Jura? Mas você está livre? Não tem que ensaiar? — Interroguei com a voz entusiasmada.

— Não, eu já treinei bastante hoje. Não terá problemas se eu sair um pouco. — Disse ainda sorridente. — Só me espera tomar um banho e me arrumar? Prometo ser rápido. — Alegou e eu aquiesci vendo ele correr para o quarto.

(...)

— E então...vamos? — A voz calma do Jimin me trouxe para a realidade.

Eu estava tão distraída mexendo nas minhas redes sociais que não percebi quando Jimin desceu as escadas e muito menos, desde quando ele estava na minha frente. Ele usava uma blusa listrada, acompanhadas de uma calça e um chinelo preto, que se mesclavam com os óculos escuros e o o gorro preto — Que escondiam os fios acobreados dele.

— Vamos sim! — Afirmei me colocando de pé e saímos, mas não sem antes dele colocar uma mascara preta finalizando o look. Acabei usando uma também, por causa do frio e por segurança.

Caminhávamos em um completo silêncio, Jimin não segurou minha mão como Jungkook e mantinha uma distância considerável de mim, à principio me incomodei  com aquilo. Não pude deixar de notar que ele estava bem calmo, diferente das ultimas vezes que estive perto dele — onde ele só queria me agarrar e me beijar sempre que tinha oportunidade. No entanto, o silêncio foi quebrado justamente por ele.

— E então? — A voz dele me tirou mais uma vez dos meus devaneios. — Para onde estamos indo? — Indagou e sua voz soou bem animada.

— Honestamente, eu nem sei. — Confessei ouvindo um riso baixo e confuso escapar de Jimin. — Na verdade, preciso comprar algumas roupas e um biquíni, mas não conheço nenhuma loja... — Me interrompi ao notar que Jimin se congelou a uns passos atrás. —  O que foi? — Perguntei preocupada e ele engoliu seco.

— Nada não, o que você estava falando mesmo? — Ele voltou a caminhar com um sorriso pertinente nos lábios e colocou as mãos nos bolsos da calça. Desconfiei mas voltei ao assunto.

— Que não conheço nenhuma loja que tenha roupas para o meu tipo físico. — Mencionei  levemente consternada. Eu já estava cogitando a possibilidade de não achar nada.

— Ah, eu conheço algumas lojas em  Hongdae, com certeza deve ter algo que você goste. — Ele comentou plantando uma sementinha de esperança e me permiti ficar animada.

Entramos numa estação de metrô, compramos as passagens e não demorou muito para nosso transporte chegar. Adentramos num vagão que não estava tão cheio, mas que também não estava tão vazio já que não havia lugares para sentar.

Me escorei próxima de uma das portas e me segurei em uma das barras, enquanto Jimin ficou alguns centímetros a minha frente, segurando nas barras  horizontais com uma das mãos e com a outra mexendo no celular.

Desviei meu olhar por um instante dele, direcionando minha atenção para um grupo de garotas que estavam do outro lado do vagão. Elas cochichavam entre si enquanto olhavam e apontavam indiscretamente para ele. 

Inferno. De novo não.

Não foi difícil deduzir que elas estavam desconfiando quem era ele, mesmo que ele estivesse bem discreto e que mal desse para ver o seu rosto. A solução veio rápida em minha mente  e assobiei baixinho chamando a atenção de Jimin.

— Troca de lugar comigo! — Sussurrei o alertando, mas ele ficou confuso.

— Hm? Por que?  Aqui está bom.— Protestou em sussurro e vi as garotas se aproximarem um pouco mais.

— Troca logo, depois explico. — Ordenei  e mesmo contrariado ele acatou.

Assim que trocamos de lugar eu me aproximei dele, quase colando nossos corpos  para que ninguém o encarasse e mesmo que ele estivesse de óculos escuros e mascara, pude notar o tom vermelho no rosto dele.

— O que está fazendo? — Ele sussurrou e o tom da voz dele denunciava um espanto.

— Shii. — O repreendi para que ficasse calado, talvez elas  percebessem ele pela voz. 

No mesmo instante ele olhou por cima dos meus ombros, provavelmente notou as garotas e percebeu o que eu estava tentando fazer. Imediatamente ele se encolheu na minha frente, ficando bem mais baixo e pude ouvir ele praguejar um palavrão.

— S-Sam, acho melhor você se afastar. — Ele gaguejou um tanto desconcertado.

— Não posso. — Alertei  sem dar muita explicação, pois as garotas pareciam cada vez mais perto. — Fique ai por enquanto,não se mexa. É só por um momento está bem? — Jimin assentiu com a cabeça e manteve ela abaixada na altura dos meus seios, e por um momento podia jurar que ele estava me cheirando.

Ah merda.

Constatei que foi uma péssima ideia,  a respiração quente dele na minha pele exposta me causava arrepios, no momento seguinte ele levantou a cabeça e por cima dos óculos, pude ver seu olhar indescritível, mas que parecia um misto de inocência com malícia.

As garotas curiosas, estagnaram praticamente ao nosso lado e eu tentava a todo custo proteger Jimin dos olhos delas, enquanto o vagão continuava enchendo e vez ou outra alguém esbarrava em mim.

Num desses momentos, uma delas esbarrou em mim fazendo meu corpo avançar automaticamente sobre o do Jimin, uma das pernas dele se encaixou entre a minha e pude sentir sua ereção encostar no meu intimo.

Rapidamente, ele segurou na minha cintura e me afastou o suficiente para que não ficássemos tão colados.

— S-Sam? E-Eu...me desculpa eu...— Uma voz no auto falante indicou que estávamos na estação de Hongdae e assim que a porta abriu Jimin correu desesperado em direção aos banheiros.

Eu saí do vagão e já sabia o que ele planejava então apenas esperei sentada em um dos bancos. A estação estava bem vazia e alguns minutos depois , ouvi passos vendo Jimin se aproximar sem os óculos e sem a mascara. O rosto dele estava bem vermelho e eu me apressei indo até ele.

— Jimin, me desculpa. Eu não sabia que... — Ele me interrompeu colocando o indicador sobre meus lábios.

— Não foi culpa sua, eu que preciso me desculpar. Não consegui me controlar com você tão perto. — Ele falou visivelmente sem jeito coçando a nuca.

— É que... eu não queria que elas percebessem que era você. Eu não queria outro escândalo daqueles. — Comentei  me referindo ao episódio com Jungkook e fitando o chão, levemente desconcertada.

— Eu sei...à propósito, muito obrigada. — Ele ditou chamando a minha atenção. — Se não fosse por você realmente poderia dar um grande problema. — Afirmou sorridente fazendo os olhos dele virarem linhas. 

O sorriso dele apaziguava meu coração inquieto e me contagiava.

— E então? Onde fica o lugar que vai me levar? — Perguntei mudando o assunto.

— Ah é mesmo...— Colocou a mascara e os óculos novamente. — Vamos lá! — Anunciou  e eu aquiesci seguindo os passos dele.

(...)

— Acho que esse também não serve. — Aleguei ao sair do provador com um vestido vermelho bem justo no meu corpo. Era o terceiro que eu experimentava.

Tenho certeza que era é quinta loja que procurávamos roupas que me vestissem bem e confortáveis. Jimin já estava cheio de sacolas, enquanto eu não tinha nenhuma. Pelo simples fato de que as roupas eram pequenas demais, feitas sob medida para coreanas.

— Ah,  mas esse ficou ótimo em você. — A vendedora falou sustentando um sorriso, me virei de costas exibindo o zíper aberto e ela pareceu tranquila quanto a minha dificuldade. — Isso não é um problema. — Ela me puxou para o provador e se colocou atrás de mim puxando o zíper de uma vez. — Viu? Ficou perfeito! Vou buscar um sapato para combinar. — Ela anunciou e sem me deixar responder nada saiu do espaço.

Mas não é como se eu conseguisse falar algo, já que eu nem conseguia respirar de tão apertado que estava. Eu tentei de todas as formas abrir o zíper sozinha,  entretanto, não o alcançava.

Aquele vestido em mim, não iria rolar.

Coloquei a cabeça pra fora e gesticulei  desesperadamente para Jimin, que ficou alarmado no mesmo instante com meu convite. Insisti mais uma vez e ele se aproximou sorrateiramente receoso, tirando os óculos e prendendo na gola da camisa.

— Algum problema? — Ele sussurrou olhando para os lados, analisando para ver se passava alguém e eu o puxei para dentro do provador. — Sam, não é bom que... — Ele começou desconcertado mas não deixei que continuasse.

— Jimin, me ajuda a abrir isso. — Falei ficando de costas  para ele e apontando para o zíper, olhei por cima dos ombros e percebi ele analisar o meu corpo ao invés do real problema. — Jimin, é sério isso está me sufocando. Abre logo isso. — Ordenei com dificuldade e impaciente, e ele pareceu acordar.

— Oh, só um momento. — Ele segurou o zíper e o forçou para baixo, sem sucesso. — Acho que está emperrado. Prende a respiração um pouco.

Ele tava zoando com a minha cara?

— Mas que respiração Jimin? Eu tô sufocando nesse vestido, abre logo. Por favor. — Murmurei exasperada e ele tentou mais uma vez, as mãos dele pareciam estar trêmulas  e o ar nos meus pulmões estava cada vez mais escasso. — Jimin... — Minha voz saiu falha.

— Espera ai, aguenta. — Ele projetou o corpo sobre o meu, me pressionando  contra a parede e forçou o zíper mais uma vez e eu grunhi. — Yaa, vamos zíper de merda, abre. — Praguejou cerrando os dentes , enquanto continuava forçando o zíper do vestido.

Enquanto ele forçava, eu sentia o maldito do vestido subir pelas minhas coxas. Só agora eu percebi que enquanto ele se escorava em mim e forçava o zíper, parecia um ato sexual e certamente se alguém nos visse assim, pareceria que estávamos tendo um sexo selvagem no provador.

Mesmo naquele momento, eu me permiti rir  em pensamentos. Tentei segurar o pouco da respiração que ainda tinha e finalmente ele conseguiu abrir. Soltei todo o ar voltando a respirar ofegante e Jimin não estava diferente de mim.

Senti minhas pernas fraquejarem e me debrucei o meu corpo sobre a parede do provador, só não fui ao chão pois Jimin segurou minha cintura , me sustentando de pé.

O-Obrigada Jimin. — Minha respiração saiu entrecortada junto com a minha voz.

— Voltei, eu achei os sapa... — A vendedora se interrompeu ao entrar no provador e ver a cena. 

Nós dois ofegantes, meu vestido aberto e levantado,  para completar jimin estava quase debruçado sobre mim. Parecia que  a gente tinha alcançado o orgasmo do século.

Eu queria que o chão me sugasse, um portal para outra dimensão, qualquer coisa.

— Não é o que você está pensando. — Falamos em uníssono.

(...)

— Por favor, me lembre de nunca mais experimentar um vestido aqui na Coreia. — Adverti enquanto me deliciava com um sashimi e Jimin riu.

— Ah, mas foi divertido. — Comentou entre risos pegando alguns sushis.

— Você diz isso porque não foi você que tava preso naquele vestido apertado. — Retruquei quase de boca cheia e apontando os hashis para ele. — Eu quase morri. — Afirmei terminando de engolir.

Aquela vendedora  ficou nos encarando estranho e ainda disse que não devíamos fazer aquele tipo de coisa na loja. Sério que ela achou mesmo que estava rolando algo naquele provador?

No final ainda tive que pegar pelo vestido, já que o zíper ficou danificado.

— Você sabe que eu não te deixaria morrer. — A voz dele soou séria e sugestiva, por uma fração de segundos ele me lançou um olhar instigante. — Imagina só, quando perguntassem do que foi a morte e eu teria que responder: um vestido. — Ele mencionou gargalhando, quase se jogando no chão e eu bati em sem ombro antes de rir também.

— Yaa, acho que desisto de comprar roupas aqui, vou pedir pela internet.  — Comentei pegando mais alguns sushis.

Depois que saímos daquela loja, Jimin me convidou para comer nesse restaurante japonês e bom... como eu não havia almoçado e meu estômago já reclamava. Eu aceitei e conversamos bastante, ele me fez algumas perguntas e acabei falando sobre a namorada do Hobi  e sobre Yoongi. A cara de espanto dele era impagável.

—  Não desista ainda, tem mais um ultimo lugar para tentarmos. Tenho certeza que terá algo para você lá. — Afirmou bebericando alguma coisa que parecia ser soju. Pelo pouco que passei com ele já deduzi que é um pinguço.

— Jimin, eu já ouvi isso várias vezes hoje. — Protestei. — E você não acha que esta bebendo demais? Já é a sexta garrafa. — Ditei levemente apreensiva.

— O que? Eu estou completamente sóbrio, ainda. — Citou com um sorriso, fazendo seus olhos virarem meia-luas. — E é sério, vamos tentar uma última vez. Você nem comprou o biquíni ainda. — Mencionou incisivo, sustentando um sorriso pertinente.

— Tá bom. Mas se eu passar por algo semelhante de novo, juro que te faço usar um vestido apertado também. — Alertei, no entanto ele pareceu não me levar a sério e apenas riu de leve.

— Ok, então vou pedir a conta  para irmos logo. — Aquiesci e logo ele foi até o balcão pagou a conta e retornou estendendo uma mão para me ajudar a levantar. Aceitei o apoio e saímos do restaurante. — Antes de ir onde você precisa, me permite ir numa loja especifica? Preciso comprar umas coisas também.  —  Alegou um tanto misterioso.

— Claro! — concordei dando de ombros.

(...)

Algumas ruas depois, chegamos no que parecia ser um shopping. O lugar era enorme e depois de subir por duas escadas rolantes , paramos em uma loja, que parecia ser de roupas masculinas. Logo na vitrine, já era possível ver  alguns manequins trajando camisas sociais, muito bonitas. Mas que certamente custariam um dos meus rins.

Jimin foi andando na frente e eu engoli seco, me restringindo um pouco antes de entrar, assim que pus meus  pés na loja dois seguranças se aproximaram, praticamente me cercando.

— Precisa de algo moça? Essa loja é masculina. — Um deles advertiu  e eu suspirei brevemente.

Não existia nenhuma placa dizendo que era proibida a entrada de mulheres, até porque agora mesmo entrou um casal nela. Eu sabia o que estava acontecendo, só não queria acreditar.

— Eu estou acompanhando o meu amigo. — Mencionei cerrando os dentes e apontei para Jimin que estava bem distante e os seguranças riram de escárnio.

— Com ele? Sabemos quem é ele, e certamente ele não andaria com alguém como você. — Cuspiu as palavras e eu fechei os olhos por um instante.

Alguém como eu. 

Eu não sei o que as pessoas tem na cabeça para disparar esse tipo de comentário, como se eu fosse alguém sem importância e que não valesse a pena. Cerrei os punhos me preparando para responde-lo mas Jimin se pronunciou. Eu não tinha percebido quando ele voltou.

— Como assim alguém como ela? Você sabe que pode ser processado por injuria? — Jimin inquiriu consternado e os  seguranças ficaram sem palavras. — Ela está comigo. — Afirmou segurando uma das minhas mãos. — E se tem amor ao trabalho de vocês, acho melhor não tratarem ela com indiferença. Ela é uma pessoa como todos nós e merece respeito como qualquer um de nós. — A voz dele era carregada de ódio, mas ainda assim eu não pude deixar de sorrir minimamente pelo comentário dele.

Jimin não esperou uma resposta deles e adentrou a loja, me puxando  pelo braço.

— Me desculpe por essa gente idiota. — Ele disse meio melancólico e com uma cara de bravo. Jimin bravo ficava extremamente fofo.

— Está tudo bem Chim Chim. — Afirmei e ele sorriu com o apelido. — Obrigada por tudo.  — Falei acariciando as bochechas dele, que ficaram coradas. — Mas e então... o que precisa comprar aqui? — Perguntei curiosa.

— Ah sim, vim comprar uma camisa e preciso da sua ajuda. — Ele pegou dois cabides , um com uma camisa preta com corações e a outra branca com flores. —  Qual dessas você prefere? — Pisquei atônita pela pergunta.

Ele poderia levar as duas ou mais se quisesse, mas estava me pedindo para escolher uma. Fiquei confusa a principio, mas lembrei do que Jin falou sobre  ter uma cota financeira e me perguntei se eles tinham um limite para comprar coisas para eles também.

— A preta com corações. — Afirmei e ele sorriu colocando a outra camisa na arara, logo fomos ao caixa e ele pagou  com um cartão de crédito e saímos.

Aparentemente ele estava cogitando contar para o gerente sobre o ocorrido com os seguranças mas eu não o deixei, senti que não valia a pena no momento.  Andamos mais um pouco e chegamos em uma loja grande  onde tinham pessoas negras como eu e me senti bem naquele espaço.

Tinha uma variedade de roupas lá, não foi difícil achar roupas para mim e inclusive achei até um biquíni muito bonito. Jimin também se interessou por algumas roupas de lá  e comprou algumas bermudas praianas para a viagem a Busan.

Depois de compara bastante, já estávamos bem exaustos  e fizemos uma ultima parada numa praça de alimentação para tomar um sorvete.

— Se o manager me chamar de gordo outra vez,  eu vou dizer que a culpa é sua. — Jimin comentou se deliciando com o sorvete e eu ri.

— Ah para, você está ótimo! — Afirmei e ele sorriu, me apresentando o seu eye smile.

No entanto,  o seu sorriso se desfez e eu notei que ele olhava para algo — ou alguém—  atrás de mim. Ele pareceu desconcertado, mas ainda assim voltou o olhar para mim fingindo normalidade.

— Aconteceu alguma coisa Jimin? — Falei girando o pescoço para trás seguindo o recente olhar dele, mas ele não deixou puxando meu rosto de volta.

— T-Tudo sim. — Afirmou mas sua voz não soou nada convincente. — O que acha de continuarmos o sorvete enquanto andamos? — Ele sugeriu   se levantando e tentando esconder o nervoso.

— Não me importo, mas porque você decidiu isso do nada? — Indaguei desconfiada.

— N-Nada, nada não. Só lembrei que tenho umas coisas pra fazer. Vamos? — Ele perguntou já me puxando pelo braço.

— Espera Jimin as sacolas. — Alertei me desvinculando do toque dele e girei o corpo para pegar as sacolas. Assim que levantei o olhar pude analisar um casal não muito distante de nós, a garota estava de costas para mim enquanto se beijava com um cara. — Ah, então era aquilo que não queria que eu... — Me interrompi ao reconhecer parcialmente a garota, mas antes que eu pudesse ver o rosto dela e confirmar, Jimin se colocou na minha frente.

—É! Era isso sim, queria te poupar, agora vamos. — Ele falou me apressando enquanto eu tentava olhar para o casal.

— Jimin, sai da frente. Preciso confirmar algo. — Ordenei ainda tentando olhar através dele, mas ele se movimentava para que eu não enxergasse nada além dele. — Jimin, eu não vou falar de novo. — Alertei cerrando os dentes e ele me empurrou com o corpo.

Já impaciente, me movi rápido dando a volta por ele, mas ele me puxou pelo braço me virando para ele.

— Jimin, para com isso agora. — Ditei já irritada.

— Não tem nada para confirmar, vamos logo. — Me debati em seus braços tentando me soltar, sem sucesso. — Ok, você não me dá outra opção. Me desculpe por isso. — Ele falou e no momento seguinte, seus lábios estavam colados nos meus.

Os lábios macios e cheio de Jimin, tinham o gosto de baunilha e um outro sabor peculiar — Que julguei ser o soju. O beijo envolvente me extasiou por um breve momento, até me lembrar o motivo dele ter feito isso e tentar o afastar. Mas não consegui, ele apertou minha cintura e colou nossos corpos, aprofundando ainda mais o beijo e parou apenas por falta de ar.

E foi a oportunidade que precisei para afasta-lo, eu ia praguejar e xinga-lo de todos os palavrões que eu conhecia. Contudo, foi nesse momento que olhei através do seu ombro e pude constatar minhas duvidas.

Meu olhos se arregalaram e Jimin percebeu minha expressão incrédula, logo soltando um palavrão e me livrando do abraço dele. Eu não posso estar vendo isso, eu devo estar confundindo. Fechei os olhos por um curto período, contando de um até dez mentalmente.

Quando abri os olhos a visão ainda estava lá.

 Elisa. A suposta namorada do Jung Hoseok  trocando saliva — e alguns outros fluidos —  com alguém que certamente não era o próprio Hoseok. A menos é claro, que ele tenha ganhado mais músculos e se tatuado nesse curto período de tempo.

—  EU VOU MATAR ESSA PIRANHA! — Vociferei completamente irritada, andando na direção dela e Jimin me segurou pela cintura.

— Espera Sam, não faz isso assim. — Mantenha a calma.

— CALMA É O CARALHO JIMIN, ME SOLTA! — Ordenei, mas ele continuou me segurando, olhei nos olhos dele, já queimando de raiva. — Me solta, ou vai sobrar pra você também. — Falei pausadamente e ele engoliu seco antes de me soltar.

“Um rostinho doce, mas uma atitude oposta
Um corpo magro e pequeno escondendo o dobro da potência”

Ddu-du DDu-du – Black pink

(...)

Continua