História Sentenced to Love - Apenas dois minutos

Point Of View Regina

- Não pede desculpas – digo sem olhar para ela enquanto continuo procurando as chaves – depois disso tudo eu não consegui ficar com ninguém, nunca consegui ir até o fim... E eu sei que se eu começar agora... Eu vou me sentir mal e Emma... Eu não quero me sentir mal... Eles não chegaram até o fim, mas fui machucada da pior forma que poderia... Você não faz ideia de como isso é complicado, me desculpa por te deixar pensar que você teria o que quer, eu falei que minha vida é uma confusão... Você queria me conhecer? Esses são os meus demônios, Swan – acho as chaves e me viro para ela mais sem olhar para seu rosto – toma o remédio e vê se lembra de fazer à compressa, depois nos falamos

- Regina... Não vai – escuto ao abrir a porta, mas saiu mesmo assim

Como poderia explicar para Swan o risco que ela está sofrendo estando perto de mim? Como dizer que todas as pessoas que perdi não foi por acaso? Errei a partir do momento que me deixei levar pelo o que sentia, não posso ser sincera com ela e deveria ter me lembrado disso antes de me envolver. Pensava em tudo o que aconteceu hoje e em tudo que fiz as pessoas que amo passar, foram esses pensamentos que me acompanharam dentro do táxi, voltando para casa. Saiu do táxi e ando em direção a porta do prédio, tenho a sensação que estou sendo observada, mas ao olhar para trás não vejo ninguém conhecido. Assim que entro, sinto meu celular vibrar à minha cintura.

- Oi Mary – digo seca

- Emma foi atendida? Você não deu noticias – Mary dispara assim que atendo

- Sim, ela está em casa... Eu voltei pra o apartamento, vou tomar um banho e ir para a firma – explico

- Ok, mas o que houve? David está tentando ligar pra ela e ela não atende – ela pergunta preocupada

- Emma está bem, só um tornozelo torcido... Alguns dias de bota, remédio, compressa e muletas... Tudo certo – respondo

- Sua voz está estranha... Tudo bem mesmo? – ela insiste

- Sim Mary, vou tomar banho – falo, encerrando a ligação

Entro no banheiro e tiro lentamente minha roupa, o dia mal começou e meu corpo pesava. Entro no box e enquanto foco na água que cai do chuveiro levo minha mente para as piores lembranças da minha vida.

- Fogo! Fogo! Fogo! – continuava em meio ao choro incessante.

- Calma senhora! Os bombeiros já estão chegando! – falava o homem tentando me acalmar!

- Eles estão lá dentro! – eu gritava em desespero – alguém ajuda!

- Calma! – senti alguém me abraçar após um sussurro.

Balanço a cabeça em negativa, tento afastar todos os pensamentos ruins com esse gesto, mas é em vão. Termino meu banho, me arrumo rapidamente e vou para a firma. Nada como um dia após o outro... Sobreviva ao hoje, Regina!

- Regina, oi! – diz David em meio a uma afobação estranha – que bom que chegou... Alex viajou, mas isso você já sabe... Bem, coloquei a Ruby com o Neal hoje, mas o juiz pediu audiência de um dos casos da Aurora e River é a segunda cadeira... Então você está com um dos casos da Danvers – ele fala franzindo o rosto

- Claro, o dia sempre pode ficar melhor – sussurro

- O que disse? – ele pergunta

- Claro, eu posso ficar com o caso – respondo com um sorriso forçado

Point Of View Emma

- Bom dia – falo seca passando por zelena

- Quase boa tarde, Swan... O Killian está... Ai meu Deus – diz quando enfim olha para mim – o que aconteceu?

- Tornozelo torcido – respondo e continuo andando

- O mau humor é consequência da dor? – ela fala como se tivesse medo da minha reação

- Não – tento sentar na minha cadeira, mas as rodinhas não facilitaram – merda – xingo jogando as muletas e me apoiando na mesa

- Hei, calma aí Emma – vai até a cadeira e segura para mim – o que aconteceu? O que houve com a Regina?

- Como você sabe? – pergunto espantada

- Swan, sou a...

- Zelena – completo

- Exato! – ela senta na minha frente – e ultimamente, todos os dias de mau humor ao extremo indicam uma besteira que você fez, quase sempre com Regina, então... O que houve?

- Fomos correr e estávamos bem, mas acabei caindo, Chase e Regina me ajudaram e descobri que foi um tornozelo torcido – começo rapidamente narrando os fatos sem muito ânimo – Regina me levou pra casa, nós nos beijamos e o clima esquentou... Achei que o momento era propício pra algo mais que beijos, entende? – falo sugestiva

- Com certeza entendo... E aí? – ela me manda prosseguir

- Algumas mãos bobas depois... Regina breca uma das minhas ações e me revela algo sobre ela... Algo particular – falo sem detalhes, não queria expor Regina

- Ela é virgem – ela fala naturalmente

- Zelena... – falo assustada – o que diabos você faz pra ter essas informações?

- Ems, você se sente culpada porque acha que forçou algo e despertou insegurança na Regina – ela conclui – é isso?

- De certa forma... Sim! – respondo sem dizer o quase abuso que ela sofreu – o que eu faço?

- Tenta ligar pra ela, mas ela não vai te atender – ela diz casualmente e eu me espanto – ela vai ignorar suas ligações porque se sente envergonhada, então você liga para Ruby e pede para passar o telefone sem dizer que é você... Quando ela perceber que é você, provavelmente vai inventar uma desculpa qualquer e você finge acreditar, mas na verdade, você vai está armando uma surpresa pra ela e vai provar que vale a pena te dá uma chance – conclui soltando uma piscadela para mim

- Zel, já pensou em seguir carreira como conselheira amorosa? Talvez cupido? – pergunto e ela sorrir

- Pensa em algo legal e me dá seu telefone – ela diz autoritária

- Por que... – falo deixando uma pergunta implícita

- Porque enquanto você pensa eu ligo para ela – Zelena dá de ombros e pega meu celular

Zel ligou cerca de oito vezes para a Regina e, como previsto, ela não atendeu nenhuma das ligações. O próximo passo foi colocado em ação, Zelena liga para a Ruby do meu celular.

- Oi Emma – fala ao atender

- É a Zel, não tenho muito tempo então vou falar o resumo da ópera – Ruby concorda e ela continua – o celular está no viva voz e Emma está comigo, é o seguinte, Emma fez bobagem com Regina e quer se desculpar, mas sua amiga não atende o telefone para ouvir Emma dizendo o quanto ela é idiota – olho para ela e repreendo – o quanto ela está arrependida – ela corrige – você precisa entregar o telefone pra Regina sem dizer que é a Emma

- E Ruby, preciso da sua ajuda na hora do almoço, mas depois te explico – falo

- Posso passar o telefone? – Ruby pergunta e confirmamos – hei Rê, Alex quer falar contigo – escutamos Ruby falar

- Oi Alex, o que houve? – ela fala

- Oi Rê, não desliga – falo e tiro o celular do viva voz – você não me atendeu – escuto um suspiro seu

- Estou um pouco ocupada com o trabalho, não estou com muito tempo... Acabei não escutando o celular – ela diz sem ânimo

- Hum... Achei que estava me evitando, estamos bem? – Pergunto

- Podemos conversar depois? Preciso desligar agora – ela fala e entrega o celular a Ruby antes mesmo de me ouvir

- Bomba a ponto de explodir, câmbio e desligo – Ruby sussurra e desliga

- Acho que colocamos Ruby em maus lençóis – digo a Zel e ela sorrir

Point Of View Regina

- Muito obrigada! Bela amiga eu tenho – digo indignada para a Ruby

- Eu só quero que Emma... – ela começa

- Limpe a casa – e eu interrompo, zangada

- Eu ia dizer: visite o parque de diversões – Ruby caçoa – Regina... Qual é!?

- Eu sinceramente não sei o que faço com você – reviro os olhos e ela me ignora

Passei uma hora na sala do Neal, até que ele me liberou para o almoço. O Cassidy era o tipo de pessoa que as vezes te dá nojo, sempre o melhor, sempre o esperto, mas nunca consegue uma vitória por mérito próprio. Desde o momento que David me avisou sobre o caso, eu sabia que teria que trabalhar em dobro, o meu trabalho e o do Neal. Acho que o único motivo para ele ainda está aqui é o Sr. Glass, ele era farinha do mesmo saco, então fazia do Cassidy o seu protegido. Meu humor estava pior que nunca, depois da palhaçada da Ruby e a hora com o Neal.

- Hei, até que enfim te achei, vamos logo almoçar – Mary fala meio desesperada

- Que fome é essa? – pergunto com expressão fechada

- Vamos logo – me puxa insistente

Nos encontramos com Ruby na porta do elevador e as meninas pareciam impacientes com minha demora e agora com o elevador.

- O que você faz aqui? – pergunto espantada ao sair da firma – você deveria descansar a perna – falo com desdém

- Você me disse que não tem tempo pra conversar, mas dois minutos não vão acabar com você – Emma fala sorrindo – dois minutos, só isso que eu peço

- Vai Regina – Mary diz pegando minha bolsa que estava na minha mão

- As meninas podem ficar aqui, apenas dois minutos, Rê! – ela diz e confirmo com a cabeça – Ok, começa a contar – ela diz olhando para a Ruby

- Valendo! – Ruby dispara

- Senhorita – um rapaz diz cordial ao puxar a cadeira de uma mesa que estava na calçada. Emma faz sinal para que eu me sente, fazendo o mesmo na cadeira a minha frente

- O que exatamente é isso? – pergunto confusa

- Te trouxe até um restaurante – ela diz casualmente

- O que? – sussurro ao ver o rapaz aproximando-se novamente

- Especial da casa – ele diz nos servindo

- Isso é macarrão com queijo? – pergunto achando tudo aquilo uma loucura – você tá brincando comigo? – Emma comia sem se importar com minhas perguntas – eu vou embora

- Meus dois minutos não acabaram – ela diz parando de comer – Regina, te pedi um tempo e você cedeu, confia em mim – ela faz sinal para meu prato e eu começo a comer

Só consigo experimentar o macarrão e o rapaz já volta para retirar o prato enquanto uma moça coloca outro.

- A sobremesa – diz entregando um prato com uma fatia de torta de maçã

Sorrio e como rápido sob os olhares da Swan.

- A conta, por favor – Emma diz e levanta segurando as muletas – vem – estica a mão e eu me aproximo

Emma leva a minha mão ate seu pescoço e segura em minha cintura, usando a outra mão para se apoiar na muleta.

- Ouve essa música? – Emma pergunta começando a se balançar, mas sem sair do lugar

- Não tá tocando nada Emma – respondo sorrindo

- Fecha os olhos – ela diz e eu obedeço – lembra do dia que passou mal no trabalho e cuidei de você? – confirmo com a cabeça – nós dançamos ao som de Love lit the sky... Então imagina a música – colo minha testa à sua e Swan começa a cantarolar a música, enquanto “dançamos” – agora vamos ao cinema

- Como é? – digo abrindo os olhos

Swan me conduz até o local onde estava a mesa, que agora tinha duas cadeiras e um notebook à frente. Aquilo era uma loucura e eu não entendia o que Emma queria com tudo isso.

- O filme é ótimo, já assisti – ela diz sentando com dificuldade e eu faço o mesmo

No notebook, começa a passar cenas rápidas do filme “A proposta” e em quinze segundos o filme anuncia seu fim.

- Quinze segundos? – sorrio – foi o filme mais rápido que assisti

- Como estou de tempo? – Emma pergunta levantando e Ruby faz um sinal indicando dez segundos – ainda tenho tempo para o beijo de boa noite – ela se aproxima e o tempo acaba – droga

Seguro seu rosto e deposito um beijo leve em seus lábios, Emma sorrir.

- Lembra o que falei quando a gente estava naquele clima? – diz sugestiva e eu nego com a cabeça – eu disse: quero você... Isso não significa que quero só seu corpo, mas que quero você por inteiro... Está com você, sentir você... Eu quero todas as suas manias, seus demônios, seus medos, seus segredos, sua confusão...

- Emma – interrompo

- Eu fui idiota... E possivelmente eu vou ser idiota mais vezes – ela continua – mas queria te lembrar que somos muito boas juntas e que podemos passar por cima...

Eu a beijei. Concentrei toda minha atenção em seus lábios, senti um suave toque em minhas mãos, que estavam em seu rosto e isso me faz lembrar que estamos no meio da rua.

- Eu precisava te calar – digo sorrindo e ela faz o mesmo – você me convenceu quando disse “quero você por inteiro”, mas gostei de ouvir todo o resto... Me desculpa também Swan

- Vamos combinar uma coisa? Sem mais desculpas – ela diz e concordo – agora você precisa ir, já te roubei demais por hoje... Posso te ligar a noite?

- Sim – respondo e lhe dou um selinho demorado – agora vai sentar e cuidar do tornozelo

- Senhorita, isso é para você – o rapaz me diz entregando flores

- Obrigada Ted! Havia me esquecido – Swan fala e nos despimos

Saiu com Ruby e Mary sob os olhares de Swan, vamos silenciosamente em direção ao food truck, mas sabia que esse silêncio era questão de segundos.

- Regina, isso foi tão lindo – Mary diz encantada e eu sorrio – ela está caída de quatro por você

- Ah!! Obrigada, Mary – Ruby diz indignada – agora fiquei com a imagem da Emma de quatro

- Então pode ir apagando essa imagem – digo para Ruby

- Isso é frustrante... – ela fala desanimada e sorrio com sua expressão 

Fazemos um lanche breve e voltamos para a firma, impossível não sorrir ao olhar para a calçada e lembrar da Swan e sua ideia maluca. Volto a trabalhar com Neal, mas dessa vez com um sorriso no rosto. Acredito que Emma era a culpada pela melhora do meu humor, isso ficou notório ao longo da tarde de trabalho. Como sempre, Cassidy sai mais cedo e passa o resto do seu trabalho para mim, mas nem ele me faria raiva àquela altura.

- Soube do que aconteceu com Alex? – Ruby me pergunta espantada assim que me aproximo do meu cubículo

- Alex está bem? – pergunto em pânico

- Ouvi meu nome? – Alex aparece

- Alex – falo e a envolvo em um abraço – Ruby, por que me perguntou se eu soube do que aconteceu?

- Para eu avisar que a Alex voltou – ela dá de ombros

- As vezes sinto uma vontade enorme de te matar – digo batendo na Ruby

Vamos para casa e pedimos comida chinesa enquanto conversamos, amava rolinhos primavera. Parece que eu era a única que me importava com o fato da Alex ter sumido, pois ninguém tocou no assunto desde que ela disse que a mãe estava bem.

- Alex, você disse que Eliza estava bem, mas não falou mais nada – começo – o que ela teve?

- Probleminhas no coração, mas nada sério – ela responde

- Hum... E o que foi esse probleminha? – insisto

- Regina – Mary me repreende – deveria ficar feliz pela saúde da Eliza

- E eu estou – explico – e é por está aliviada que me preocupo, afinal ela mãe da nossa amiga

- Não precisa se preocupar, está tudo bem – ela fala e levanta – meninas, preciso ir... Regina, soube que ficou com um dos meus casos, amanhã você pode me passar tudo?

- Claro, isso seria ótimo – confirmo

Alex saiu e Ruby a acompanhou. Eu arrumei a cozinha enquanto Mary deu um jeito na casa. Decido tomar um banho para relaxar, vou até a sala e dou boa noite a Mary, volto para o quarto e vou dormir, esperar um novo dia nascer.