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História Sentimentos - Joesar - Capítulo 49 - Eutanásia


Escrita por: NakiNari

Notas do Autor


O tanto que eu chorei enquanto escrevia esse capítulo não ta escrito em palavras
Mas cara, eu chorei que nem uma condenada

Se quiserem uma soundtrack pra esse capítulo, com toda a certeza é "Supercombo - Eutanásia"
Me inspirei nela pra escrever boa parte desse cap, to com ela loopada desde 11 da manhã


Boa leitura, não me matem.

Capítulo 49 - Capítulo 49 - Eutanásia


Fanfic / Fanfiction Sentimentos - Joesar - Capítulo 49 - Eutanásia

Quanto tempo já tinha se passado...? Três... Não. Quatro meses? Não conseguia lembrar... Só se lembrava do quão horrível era estar ali, deitado, imóvel, incapaz, inútil, vegetando. O subconsciente de Joui o aprisionou em um mundo onde tudo era mais lento, tudo passava em câmera lenta para ele. No dia 21 de Julho de 2021 completavam exatos quatro meses que estava em coma. Ele conseguia escutar literalmente tudo o que se passava ao seu redor.

Cesar se postava ao lado de sua cama, todo santo dia, durante quatro meses inteiros. Para os amigos, aqueles 122 dias foram um completo inferno para todos os amigos, mas para o paciente adormecido, era 20x pior. Isso por que ele escutava tudo, sentia tudo e sabia de tudo o que estava acontecendo ao seu redor, portanto, ele ouvia Arthur chorar desesperadamente ao seu lado toda semana; ouvia Thiago e Elizabeth implorarem para que ele acordasse de uma vez, ouvia o médico dizer que seu estado estava piorando cada vez mais e que não tinha muitas esperanças de que fosse acordar.

Segurando a mão do namorado no 122º dia, Cesar se perguntava se conseguiria aguentar por mais um dia, ou uma semana, mês. Suas lágrimas continuavam a cair, e elas caíram repetidamente por todo esse tempo.

- Por favor... Volta pra mim... Eu preciso de você aqui...

Nenhuma das palavras que dissera era mentira. Ele não estava suportando mais ver Joui naquele estado; Tinha parado com todos os seus projetos, adiou o lançamento de seu jogo e agora só fazia lives algumas vezes no mês, já que não tinha mais graça fazê-las sem seu amado. Cesar sentia falta de tudo, sentia falta de ouvir a voz doce e suave do asiático, de seus abraços quentinhos e reconfortantes; sentia falta de seus toques e beijos, conselhos e de sua companhia. Mesmo estando ali, ao lado dele todo dia, mesmo tendo os amigos o apoiando a todo momento, o Cohen se sentia de alguma forma vazio, como se alguma coisa faltasse nele, como se ele estivesse incompleto... Observava o buquê misturado de Hortênsias azuis, Miosótis, rosas brancas e flores de jacinto, que significam: um amor intenso e infinito; Amor sincero, vida e perdão, respectivamente. Toda semana, Beatrice preparava a mesma junção de flores para entregar ao streamer para que ele o pusesse ao lado do amigo em coma.

Ouviu a porta atrás de si ser aberta lentamente, quando se virou para ver quem era, um dos únicos rostos que conseguia trazer o mínimo conforto para o coração ferido de Cesar se fez presente naquela sala.

- Pai...

- Vem cá meninow

Preocupado. Essa seria a palavra que descreveria Cristopher naqueles meses. Ao olhar para o filho daquele jeito, todo largado, com o cabelo bagunçado e barba a fazer, o Americano sentia que falhou na sua missão como pai, e agora tudo o que lhe restava fazer era tentar consolá-lo da melhor maneira que conseguia. Não conseguia deixar de pensar no quão mal ele estaria perante a toda essa situação, e não sabia o que fazer, não sabia como ajudar Cesar para que uma possível morte de Joui não o afetasse tanto ao ponto de ele acabar fazendo alguma besteira.

- Isso é tudo minha culpa... Se eu não tivesse bebido tanto... Talvez eu tivesse acordado quando ele saiu...

- Nada do que aconteceu poderia ser evitado filhow! Você não poderia ter feito nada!

- Se pelo menos eu...

- Como eu disse uma vez pro meninow Joui... Não dá pra mudah o passado – Interrompeu. O sotaque americano muito  presente em sua fala. – Mas você pode tentar concertar o agora, pra evitar mais erros no futuro!

- Eu não tenho nenhum futuro sem ele, pai... Eu não sou nada sem ele...

- Você está errado. Você continua sendo meu filho maravilhoso que sempre foi, você continua sendo esse homem batalhador e forte que sempre foi... Eu entendo como você está se sentindo, filhow. Eu fiquei ainda pior quando sua mãe sofreu aquele acidente...!

- O que eu vou fazer se o Joui não acordar...?

- Ele vai acordar.

Cristopher acariciou o cabelo do filho e torceu para ter conseguido ao menos confortar aquela alma ferida.

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A sensação de estar ouvindo tudo o que estava acontecendo ao seu redor e não poder reagir era aterrorizante. Era como estar em uma paralisia do sono infernal que nunca tinha fim. Respirava pelos canos, vivia por conta das máquinas, imerso naquela escuridão horizontal que não importava o quanto andasse, nunca tinha fim. Queria gritar, mas ninguém o ouviria; queria acordar, queria viver, mas ninguém atenderia esse desejo; Queria acabar com tudo isso de uma vez, queria que tudo isso acabasse, mas isso não dependia de si. Sentia a mão de Cesar o segurar todo dia, e era reconfortante saber que ele nunca desistiu dele, e como tudo passava infinitamente mais devagar na mente do paciente em coma: Ao mesmo tempo em que ficava muito tempo se sentindo seguro e amado quando podia ter os amigos e o namorado perto de si, quando eles iam embora, Joui ficava uma eternidade sozinho, se passavam anos e mais anos em sua mente, e nesses anos, ele sofria mais ainda, pois escutava aqueles estranhos dizerem coisas  más sobre seus amigos; Ficava a mercê daquelas pessoas cobertas de branco dos pés à cabeça, com coisas penduradas em seus pescoços e braços, que vinham e injetavam coisas estranhas no seu IV, que mediam sua pressão e monitoravam seus batimentos cardíacos, tudo em vão. Ele ficava esperando elas desligarem as máquinas, para que finalmente pudesse se libertar de toda a dor que sentia; Ele ficava esperando que aquele mesmo teto negro finalmente desaparecesse, para que pudesse sair dali, para que pudesse parar de ver seus amigos sofrendo daquela maneira.

Queria poder tirar todos aqueles corpos estranhos de perto de seu corpo, queria poder apagar a luz de sua existência e evitar tanto sofrimento, queria poder abraçar seu destino, queria dizer a todos que aceitara o fato de que não acordaria mais, queria dizer que depois de tantos séculos preso dentro de seu maior medo – sua mente –, ele tinha finalmente aceitado que viveria para sempre na eterna escuridão de seus pesadelos. Queria finalmente gritar e abraçar isso, finalmente se jogar no abismo e ficar longe de toda a dor e desespero que o afligiam de maneira tão monstruosa. Queria estourar a bolha vazia e sem sentido que a sua vida havia se tornado, para assim poder livrar a todos daquela agonia interminável de vê-lo entre um mundo e outro, sem ter a mínima chance de lutar contra isso. Queria evitar que Cesar suprisse mais esperanças de que fosse acordar, não queria que ele se decepcionasse e tivesse uma queda ainda maior. Queria acabar com aquilo. Não estava aguentando mais, nenhum segundo, nenhum momento de descanso... Era sempre aquela mesma dor insuportável que ressonava e ecoava de forma irreal por todo o seu corpo, tornando sua miserável situação em algo pior, em que podia apenas escutar os sofrimentos das pessoas que mais amava, sem poder vê-los, apenas os visitando em seus sonhos e memórias; Apenas ouvindo seus passos vagarem constantemente naquele quarto frio e maldito que o aprisionava.

Sua vontade era de fazer aquelas enfermeiras pagarem por falarem de seu Cesar.

- Fazem... Quatro meses, né? Eu sinceramente nunca vi alguém tão iludido quanto aquele cara... – Caçoou uma das mulheres.

- Siiim! Eu não aguento mais! É todo dia aquele doido vindo aqui no hospital... Será que ele ainda não se tocou que esse carinha aqui não vai mais acordar?

- Acho que ele ainda tem umas esperanças perdidas aí... Mas vai, não me diz que nunca pensou no cara te pegando por trás? Nossa, me lembra de chamar ele pra sair se esse daqui morrer! Já imaginou o tamanho?

A conversa das duas foi interrompida por Elizabeth, que entrou na sala no mesmo momento.

- A-ah! Senhora Webber...

- Eu já disse que podem me chamar de Liz... – Disse enquanto tirava a bolsa do ombro e a colocava em uma cadeira ao lado da cama de Joui. – Bem, eu vim por que me ligaram e disseram que o Dr. Augusto queria falar comigo...

- Sim! Eu vou chamar ele!

As duas jovens saíram com medo de terem sido pegas por Elizabeth. A mulher se sentou ao lado do amigo adormecido e depois de passar os olhos pelo ferimento em sua garganta, ela já sentiu as lágrimas ameaçando cair.

- Você vai acordar... Não é? Me diz que sim...

- Liz?

A cientista olhou pra trás e viu o resto do grupo, ali parado. Cesar com a cabeça baixa como sempre, acompanhado de todos os outros. Logo atrás deles, um homem alto de jaleco podia ser visto, aguardando a passagem.

- Ficamos sabendo que você tava aqui... Quisemos vir também.

- Obrigada pessoal...! – Agradeceu cabisbaixa, secando as lágrimas nos olhos.

O médico se posicionou em um lugar em que todos o ouviriam e suspirou com pesar, como se estivesse com dificuldade de dizer algo, o cenho franzido e a expressão preocupada faziam os amigos temerem o pior.

- Eu chamei a Elizabeth aqui... Mas é bem melhor estarem todos presentes aqui...

- Só vai direto ao ponto... Ninguém aqui aguenta mais esperar. – Cesar interrompeu friamente.

- Fazem quatro meses que o paciente está em coma, o quadro dele constantemente está caindo e subindo, isso por conta da infecção... Nós já tentamos de tudo para que ele esboçasse ao menos uma mínima reação... Mas a atividade cerebral de Joui continua em níveis baixíssimos... E estávamos pensando...

- No que? Fala logo!

- ... Na Eutanásia... – Confessou com dificuldade.

- C-COMO É??

- O que é Eutanásia? – Arthur perguntou preocupado com a reação dos outros.

- Liz... Pode ser o melhor a se fazer... O Joui não iria querer ver todo mundo aqui sofrer por mais tempo...

- THIAGO! SE FIZEREM ISSO, VÃO TIRAR TODA A ESPERANÇA QUE EU AINDA TENHO DE ABRAÇAR O MEU FILHO!

- Gente! O que é Eutanásia? – Repetiu.

- É uma coisa que fazem com o paciente terminal... Pra que ele morra sem dor... – Dante respondeu

Cesar com lágrimas nos olhos e a boca amarga, Cesar se pronunciou quase que num sussurro, com a voz falha:

- Essa não é uma decisão para tomarmos assim de cara...

Joui gritava, implorava para pararem com aquilo, mas ninguém o escutava, todos o ignoravam, afinal, quem iria prestar atenção em um corpo quase morto?

“PAREM! PAREM COM ISSO! PAREM DE FALAR! CHEGA! DEIXA EU DECIDIR!”

Chorava e tentava se mexer, batendo continuamente em uma parede inexistente. Queria que parassem de decidir uma coisa dessas sem ele. As vezes se esquecia do fato de estar em coma e não poder falar, expressar sua opinião ou lutar por sua vida.

“SOLTA A MINHA MÃO! ME DEIXA ABRAÇAR O ABISMO! EU NÃO AGUENTO MAIS ISSO! ME ESCUTEM! ME ESCUTEM!

Mesmo sabendo que apenas ele escutava, Joui não parou de gritar, berrava internamente para que todos calassem a porra da boca e o escutassem; para que o deixassem aceitar a Eutanásia. Seu peito ardia em dor, sua garganta o sufocava em palavras que não saíam e as lágrimas o afogavam em sonhos inalcançáveis. Não queria continuar sendo submisso á toda aquela vida motorizada, inumana. Pensou que morrer seria melhor do que continuar vivendo daquela maneira; pensou que abraçar a escuridão não traria tanto sofrimento a ele e os amigos. Mas não suportava vê-los querendo decidir isso sem ele. Sabia que não suportaria nem mais um dia vendo Cesar chorar enquanto segurava a sua mão; sabia que não aguentaria mais nenhum dia sequer vendo Elizabeth e Thiago conversando com os médicos e pedindo para que fizessem tudo o que estava ao alcance deles. Para ele, a pior parte disso tudo era estar preso em sua própria mente, revivendo dia após dia seus traumas e erros, revendo as cenas mais perturbadoras de toda a sua vida, como o dia em que Ayumi morreu, ou até mesmo no dia em que ele e Yoshiaki se enfrentaram naquele viaduto vazio. Se sentia culpado por ter assassinado seu próprio pai, se sentia culpado por estar fazendo todos ao redor dele sofrerem tanto.

O beep beep interminável que aquelas máquinas ligadas à ele faziam era insuportável, sempre na mesma monotonia todo dia, todo dia. Porém, essa mesmice foi rompida quando o Joui preso em sua mente começou a ter um sonho, vendo pela primeira vez desde o dia em que entrou em coma, algo diferente de somente preto. Seus batimentos subiram de forma preocupante, e o corpo do asiático começou a sofrer espasmos violentos, algo muito parecido com convulsões. Uma queda súbita e grave de sua pressão arterial foi marcada no painel.

- CÓDIGO AZUL!! CÓDIGO AZUL!

O grupo saiu do recinto.

Joui começou a ser levado para longe dali, em um sonho vívido demais para ter outra definição a não ser: visão. Mas espere um pouco... Aquele lugar era familiar... Olhava para a esquerda e via a mesma coisa que viu a exatamente 9 anos atrás: seus traumas e medos, pesadelos e receios. Na sua direita tudo se passava na maior tranquilidade, suas melhores lembranças se passavam em seu lado direito, seus sorrisos, era naquela direção que os melhores momentos de sua vida se passavam. Reconheceu que ali era o mesmo lugar onde esteve em seu sonho no dia da morte de Ayumi. Foi rapidamente transportado para um lugar diferente,  e dessa vez, seu coração batia rápido e as lágrimas desciam automaticamente, pois ouvia com toda a clareza, o choro de Cesar, Elizabeth, Thiago, Arthur e todo o resto. “ME DEIXA SAIR DAQUI!!! ME DEIXA ABRAÇAR MEU CESAR-KUN!! DEIXA EU VER ELE! SÓ POR UM MOMENTO! POR UM SEGUNDO SEQUER!!... Eu não quero morrer e esquecer como ele é... EU NÃO QUERO ESQUECER O ROSTO DA PESSOA QUE EU AMO!! EU SÓ PEÇO UM SEGUNDO, PRA QUALQUER PESSOA QUE ESTEJA ME OUVINDO! SÓ UM SEGUNDO!!! Eu preciso.. EU PRECISO!... Eu tenho que dizer pra eles... Que ta tudo bem... Que eles podem desligar as máquinas... Que eu aceito a Eutanásia... EU NÃO AGUENTO MAIS VER ELES SOFREREM POR MIM! EU NÃO QUERO QUE ELES SE MACHUQUEM MAIS AINDA! EU NÃO SUPORTO MAIS ESCUTAR ELES CHORANDO! ME DEIXA SAIR DESSA MERDA DE PRISÃO!!!!” Gritava para si mesmo, dentro de sua mente.

O que tinha ao seu redor eram paredes feitas de folhas e Lírios azuis, isso se estendia até um ponto específico: Uma grande fonte de luz branca e forte. Da frente dessa luz, ela estava lá, parada e imóvel, linda como um anjo aguardando a sua chegada. Ayumi vinha acompanhada de Takashi, que agora trazia consigo uma expressão leve e serena, diferente de tudo o que Joui conheceu daquele homem. Foi se aproximando dos dois, correndo desesperadamente à procura de um pouco de conforto naquela luz. Estava finalmente indo se juntar a sua mãe e seu avô! Mesmo com essa ideia em mente, o jovem fotógrafo estava em conflito com sua própria mente, pois parte de si queria entrar lá e ficar na companhia dos dois falecidos, mas a outra parte de si queria voltar para os braços de Cesar, parte de si queria voltar à sua vida normal. Continuou numa maratona firme, aliviado por ver aqueles dois rostos tão familiares e amados, e conforme se aproximava deles e ia deixando a escuridão pra trás, não teve dúvidas do que queria; conforme ia deixando para trás toda a dor e sofrimento depois de todo aquele tempo, ele teve a plena certeza do que queria. Quando finalmente chegou, aliviado por não ter acordado antes, fez menção de entrar na luz, mas foi impedido por sua mãe.

Instantaneamente, a expressão de Joui ficou triste. Ayumi balançou negativamente a cabeça.

- Ainda está cedo. – disse.

- M-mas eu quero me juntar a você... Faz tanto tempo... Que eu estou preso aqui dentro... Não aguento mais, mamãe... Por favor... Me deixa entrar...

- Ainda não chegou o seu momento. Meu filho, ainda tens tanto pela frente... Tens seu final feliz para desfrutar... Tanto pra aprender e viver antes de vir até mim... Tantas coisas pra sentir antes de se juntar a nós.

- Por favor... Me deixa ir... Me deixa entrar... Eu não quero que eles sofram mais, me vendo todo dia aqui, imóvel... Eu não suporto mais ver eles chorando por mim... Eu quero que essa dor passe... Dói demais... Mamãe... Dói muito... – Suplicou. Ao fundo, o beep beep podia ser escutado de forma muito mais acelerada, sendo acompanhado pelo choro agoniado de seus amigos. Esse quase mantra percorria pela cabeça do homem e o fazia querer gritar, os abraçar e dizer “está tudo bem, eu estou aqui.”.

Ayumi levou uma mão até o rosto do filho, acariciando o local e colocando uma mecha de cabelo rebelde atrás da orelha dele, sentindo as lágrimas de Joui molharem levemente sua mão.

- Eu sei que dói meu amor, mas você não pode desistir assim tão fácil... Eu sei que faz muito tempo, e eu sei que não é nada simples ver seus amigos e seu namorado sofrendo e chorando por você... É insuportável na verdade, e eu falo por experiência própria... Mas você precisa ser forte!

- Eu não consigo mais... Não dá mais pra aguentar... Ficar escutando o Cesar-kun chorar... E parar todos os projetos dele por minha causa... Não consigo mais suportar escutar a Liz-senpai e o Thiago-sensei pararem de trabalhar pra ter certeza de que eu não vou acordar ou morrer sozinho... Eu quero que isso acabe! Eu quero que essa dor que eu sinto, e que eles sentem, acabe! Me deixa entrar aí com você! Me deixa aceitar!

Como um último ato de puro desespero e súplica, Joui se virou para Takashi, esperando que ele fizesse com que Ayumi cedesse sua passagem, e acabasse de uma vez todo aquele tormento que sua vida havia se tornado.

- Me deixa entrar vovô... Fala pra ela... – Tentou tocá-lo, mas não pôde. – Pensa... Vamos finalmente recompensar todo o tempo perdido! Vamos poder correr pelos campos verdinhos da nossa antiga casa no Japão... A gente pode brincar pra sempre! Longe de toda essa dor e escuridão! Por favor!

- Tudo tem seu tempo meu querido neto... Tudo acontece quando e como deve acontecer... Você não pode mudar isso... Diferentemente de mim, você é jovem; diferentemente de Ayumi, você ainda não cumpriu o seu papel...!

- P-or favor...

- Ainda não é o seu momento... Agora vá... VIVA JOUI! VIVA MEU FILHO, VIVA!!

Conforme Ayumi gritava, a luz foi ficando maior e maior, até chegar em um ponto que Joui foi lançado para longe, tão longe que agora aquelas duas pessoas não passavam de pequenos borrões no fundo de sua visão. Foi vendo esse corredor passar rapidamente pela sua visão, e num piscar de olhos ele estava agora no hall de memórias, vendo elas tão depressa que mal foi capaz de identificar alguma. Noutro piscar de olhos, estava de volta àquela escuridão sem fim, e por um segundo ele pensou que fosse mais uma vez, ser prisioneiro desse breu eterno. Porém, ele não parou naquele abismo, pelo contrário, ele continuou voando para longe dessas trevas. E agora, ele via um teto branco, e um rosto desconhecido de rabo de olho. Ele estava finalmente, longe daquele pesadelo.

- E-ELE ACORDOU! O JOUI ACORDOU!

 


Notas Finais


Tchau, vou chorar ali debaixo da minha cama em posição fetal.


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