História Sentimentos Proibidos - Imagine Park Jimin - Noticiários

Jimin

Nossos pais saíram de casa outra vez e nos deixaram para trás pensativos.

- Assim que eles voltarem terão uma decisão séria. - (S/N) comentou.

- Não se preocupe. Vai ficar tudo bem. - a abracei fortemente.

- Eu te amo tanto, Jimin. Não quero ter que me afastar de você.

- Eu farei o possível e o impossível por nós, acredite. - beijei sua testa.

- Obrigada.

- Não precisa agradecer.

(S/N) começou a andar pela sala enquanto mantinha uma expressão preocupada.

- Acho melhor você esfriar a cabeça, (S/N). Se quiser deitar e descansar, pode ir.

- Tem certeza?

- Sim.

- Eu... Vou tentar dormir um pouco.

- Tudo bem. Se precisar, me chame.

- Certo.

A mesma me deu um selinho demorado e subiu para o segundo andar.

Passei a mão pelos meus cabelos e respirei fundo. Só havia uma pessoa que poderia nos ajudar em tal momento.

Mandei uma mensagem para Yoongi e este não demorou a vê-la.

- Você pode vir aqui?

- Agora?

- Sim.

- É grave?

- Sim.

- Estou indo.

Deixei o celular de lado e sentei-me no sofá. Embora não soubesse do que se tratava, Yoongi parecia disposto a me ouvir e isso era ótimo.

Pouco tempo depois o mesmo chegou e tocou a campainha. Abri a porta e ele me comprimentou com com um sorriso fraco.

- Em que você se meteu dessa vez? - falou após sentar-se no sofá.

- Ah, eu nem sei por onde começar.

- Deixa eu ver... (S/N) está grávida?

- Não, não!

- O que foi então?

- Nossos pais... Eles já sabem da gente.

O Min me olhou sem expressão no rosto. Parecia tão surpreso quanto eu.

- É sério?

- Sim.

- Mas vocês não tomavam tanto cuidado? Como...?

- É que esses dias eu e a (S/N) estávamos sozinhos em casa e, você sabe, estávamos quase...

- Sim, eu sei.

- Então, eles chegaram de repente. Sem avisar, sem falar nada, apenas vieram e pegaram a gente bem no flagra.

- Você acha que eles já estavam desconfiando?

- Não, acredito que não.

- Então, eles foram pagos de surpresa.

- Exatamente.

- E onde está sua irmã?

- Ela foi tentar dormir. A (S/N) não está nada bem com isso, ainda mais porque o papai disse umas coisas para ela e machucou bastante.

- Eu entendo. Não deve ter sido nada fácil para seus pais, Jimin. Mesmo que eles não sejam tão presentes na vida de de vocês, eles ainda tem essa noção e responsabilidade de pais. Nenhum pai espera isso de seu filho e, por mais que ele tente entender, é difícil.

- Eu sei, eu sei. - suspirei - Só que... Eu gostaria que eles pelo menos tentassem entender o que sentimos.

- Bem, é realmente muito complicado. Onde eles estão?

- Ah, depois que souberam da gente nem conseguem ficar na nossa presença sem sentir nojo. Eles estão trabalhando.

- E o que decidiram sobre vocês?

- Eu já disse para eles que na vou me separar dela, então eles decidiram que irão nos tirar de casa.

- Simples assim? Não achei que fossem tão cruéis.

- Sim, irão nos tirar de casa. Não sei se vão nos ajudar ou não com uma casa, mas mesmo que nos dêem a moradia ainda teremos tantas responsabilidades. Eu nem sequer tenho um trabalho!

- Não fale como se você tivesse culpa. Você ainda está estudando, Jimin. É normal que não dê conta de tudo isso.

- É que... Eu sinto que tudo é culpa minha, Yoongi. Tudo estava indo tão bem e...

- Calma, as coisas vão melhorar. Se eles tirarem vocês de casa, vocês podem ficar comigo. Nós podemos ver uma outra fonte de renda e vamos levando as coisas. Vai ser legal ter vocês por perto, falo sério.

- Não quero ser invasivo.

- Não estará sendo, até porque eu moro sozinho. - riu nasalado - Quero ajudar vocês, Jimin.

- Acho que você é a única pessoa que não nos julga ou julgará pela nossa relação incestuosa.

- Olha, todos já estão contra vocês e eu não quero ser mais um. Vocês realmente se amam, então eu não vejo porque não ficarem juntos.

- Obrigado.

- Não precisa agradecer.

(...)

Entrei no quarto de (S/N) e avistei a mesma deitada na cama e de costas para mim. Imaginei que ela estivesse dormindo, por isso não falei nada, apenas deitei ao seu lado.

- Era o Yoongi?

- Sim. Você não estava dormindo?

- Não consigo.

- Ah, entendo.

Ela virou-se para mim e apertou meu nariz. Segurei sua mão e a afastei de mim.

- Não faça isso, a menos que queira que eu te faça cócegas.

- Não, não quero.

- Bom mesmo. - sorri. Por um momento, tinha deixado de lado nossos problemas.

- Sobre o que vocês falaram?

- Sobre nós e sobre tudo que está acontecendo.

Ela alcançou o controle na mesa do lado da cama e ligou a televisão.

- O que você vai assistir?

- Você quis dizer, o que "nós" vamos assistir, não é? - disse com ênfase.

- Sim, isso. - ri pela sua forma de falar.

- Bem, não sei ainda. Mas temos que conseguir ânimo de certa forma, não é?

- Uhum.

Ela escolheu um filme e colocou para assistirmos. Voltou a deitar ao meu lado e passamos a prestar atenção no enredo.

(...)

Terminei de preparar nosso lanche e o coloquei numa bandeja. Subi até o quarto e deixei na mesinha. Olhei para (S/N) e vi que está estava dormindo.

Balancei a cabeça negativamente e ri da mesma.

- Pelo menos, deixou para dormir nos créditos.

Peguei o controle da TV e retirei do filme. Pus na programação normal e peguei o sanduíche que eu havia feito a pouco.

A programação do canal foi interrompido por uma notícia de jornal, mas não dei muita atenção, pois observar minha garota dormindo era mais interessante.

- Para, Ji. - ela retirou minha mão do seu cabelo e virou para o outro lado.

- Por que? Está recusando meu carinho? - ri e voltei a mexer em seus cabelos.

- Estou com sono.

- Você está chata hoje. - revirei os olhos.

Voltei minha atenção para a televisão e li o noticiário. Aquele não era... O vôo dos nossos pais?

- Não se sabe a causa da queda do avião, mas ao que tudo indica, não há sobreviventes. - a repórter encerrou suas falas enquanto passavam as imagens do avião destruído no meio da mata.

- (S/N)... (S/N)...

- O que foi, Jimin?

- Eu acho que... - parei e pensei bem antes de falar - Olha os noticiários. Eu já volto.

Ela não disse nada, apenas continuou quieta. Saí do quarto e desci até a sala. Peguei o telefone fixo e liguei para a central onde nossos pais trabalhavam.

- Central de atendimento, pois não?

- Eu só queria uma informação sobre o avião que caiu agora pouco. Vocês sabem qual era o vôo, ou quem estava a bordo?

- Lamento informar, mas ainda é cedo para divulgarmos notícias. Eu não repassar essas informações sem autorização.

- Meu pai estava no vôo, ele é piloto.

- Ah, espere um momento...

Fiquei aguardando na linha. (S/N) desceu e me olhou um tanto assustada.

- Você acha que...? - ela começou.

- Você pode me informar seu nome, por favor?

- Park Jimin.

- Eu lamento informar, mas tanto Park John e Park Yerin acabam de falecer. Você é filho deles?

- Sim.

- A empresa vai...

Não esperei ela terminar. Voltei a colocar o aparelho no gancho e encarei minha irmã. Balancei a cabeça positivamente e ela correu até onde eu estava e me abraçou.

(S/N) deixou as lágrimas caírem e chorou como eu nunca tinha visto ela chorar antes. Eu não consegui chorar no momento, mas senti uma dor imensa. Era como era se algo estivesse sendo arrancado de mim.

Esqueci tudo de ruim que eles tinham nos dito ou feito para nós e lembrei apenas dos bons momentos que tivemos. Apesar de tudo, eles ainda eram nossos pais e essa foi uma perda que eu não soube descrever.

- E agora, Jimin? Eu não queria que fosse assim, não queria!

- Nem eu...

Era difícil até pensar sobre esse assunto. Quais foram os pensamentos que passaram na mente deles pouco antes de morrer? O que seria que teria acontecido para esse avião cair? Ou... Como seriam as coisas se eles não tivessem morrido?

O telefone fixo tocou e eu o atendi sem demora.

- Alô?

- Jimin? Eu acabei de ver os noticiários.

- Me desculpe, mas quem está falando? - por mais que tenha tentando, não reconheci a voz.

- É a sua tia, Jieun. Lembra de mim?