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História Sentimentos, Temperos e Livros - Capítulo 7


Escrita por: LadyMyucha e Potter_Uzumaki

Capítulo 7 - Capítulo 7


 

Hinata abriu os olhos confusa. Estava num dos sofás da boate. Ao seu lado, Sakura e Sasuke estavam sentados, conversando.

— Certeza que não precisamos levá-la para um hospital?

— Não é a primeira vez que ela desmaia por timidez — Sakura explicava, quando notou a amiga acordar. — Oi, Hina. Está tudo bem?

— Aceita água? — Sasuke estendeu um copo.

— Sim, obrigada — Hinata balbuciou. Bebeu um gole e então fitou aqueles dois. — O que aconteceu?

— Você teve um daqueles ataques de vergonha e desmaiou — Sakura disse com um sorriso amarelo. — A culpa foi basicamente minha.

— Sua? — Hinata piscou os olhos, tentando se situar.

Corou violentamente ao se recordar do motivo do desmaio. Olhou Sasuke de soslaio e engoliu em seco. O homem devia pensar que era uma louca. E todos que estavam perto também.

— Talvez seja melhor vocês conversarem depois — Sasuke sugeriu, vendo o estado da garota. — A propósito, Hinata, eu sou Sasuke Uchiha. Lembra-se de mim? — Deu um sorriso acanhado.

— Sim. Você estava na biblioteca — balbuciou com dificuldade. — O que faz aqui?

— Eu sou o outro proprietário do restaurante que a Haruno trabalha...

— Ah! — Ela lembrou-se do nome. — Sasuke e Naruto, os sócios. Então, era você. Que mundo pequeno. — Deu uma risadinha, se sentindo mais relaxada.

— Realmente. Eu peço desculpas por ter agido de maneira estranha antes. Gostaria de conversar com você apropriadamente. O que acha de jantar comigo na terça? Reservo uma mesa para nós no Rasengan’s. — Deu um sorriso de lado.

Hinata olhou para a amiga que sorriu tentando incentivar. Não seria má ideia, já que poderia conhecer o homem, que parecia ter saído de um filme, de forma adequada.

— Certo, Sasuke. Terça, às oito — ela determinou. — Agora, eu acho que quero ir para casa.

— Vou com você. — Sakura segurou a mão da morena.

— Não estrague sua noite! — exclamou sem jeito.

— Ah, por favor! Eu não vou deixar você ir sozinha — Sakura disse como se fosse óbvio. — Além do mais… também preciso colocar a cabeça no lugar.

— Posso levar vocês — Sasuke se ofereceu.

— Eu agradeço, mas iremos de táxi. — Hinata olhou para Sakura que meneou com a cabeça.

— Vamos nos despedir dos outros. — A rosada se levantou. — Até mais, Sasuke.

— Boa noite, garotas. — Ele acenou com um sorriso sincero.

Observou-as se despedindo dos demais e revirou os olhos quando Kakashi beijou a bochecha da morena e piscou para ela.

Reparou que Naruto não estava lá para se despedir das mulheres. Depois que elas deixaram o local, Sasuke procurou pelo loiro e encontrou-o bebendo no bar.

— Algum problema, dobe?

— Todos — resmungou.

— O que houve?

— Sakura — murmurou, virando outro copo em seguida.

— O que tem ela?

— Estou me envolvendo, teme. Que merda!

— Está a fim dela... O que tem isso?

— Vamos enumerar. — Ele ergueu uma mão, contando. — Um: ela é minha funcionária. Dois: eu saí de um relacionamento da pior forma possível. Perdi a noiva que eu amava e ganhei um par de chifres. Três: Não quero passar por nada disso outra vez.

— Já chega. Eu entendi. — Sasuke chamou o barman com um aceno. — Whisky com gelo, por favor.

— Eu quase beijei ela, teme. Você chegou na hora.

— Eu só quis confirmar que era você. Já que você tinha dito que ela estava... Enfim, achei que você queria isso. Não era para ela ter me visto, sabe?

— No fundo, estou aliviado. Foi melhor assim.

— Acho que você precisa superar tudo isso. Se dar outra chance de ser feliz. Ela parece uma boa pessoa.

— Shion era uma boa pessoa — rosnou com desgosto.

— Não compare. As pessoas são diferentes. Únicas.

— Não importa. Sakura e eu não... não poderia dar certo. Vou me pôr no meu lugar.

— Acho que está sendo fatalista. Vai com calma, conheça-a. Se acontecer ou não... — Deu de ombros. — Não deixa seu passado controlar seu futuro, dobe.

— Aposto que tira essas frases desses livros idiotas — zombou. — Quer saber? Estou cansado, vou para casa.

— Está em condições de dirigir?

— Estou. Será que você pode levar as garotas? Eu as trouxe, mas não vou ficar mais e não quero estragar a noite delas.

— Tudo bem.

— Obrigado, teme. — Tocou o ombro do amigo e se afastou.

— Ué, aonde o rei vai? — Shikamaru perguntou ao se aproximar do moreno.

— Dormir. O dobe perdeu o jeito — debochou.

— Isso que dá agir como um velho. Tomou a cabeça. — Os dois riram. Sasuke não daria detalhes da situação pessoal do amigo.

 

As duas amigas acordaram tarde na segunda-feira. Sakura preparava o almoço de maneira preguiçosa. Hinata apareceu, ainda de pijama, e sorriu para ela.

— Estou aliviada e ao mesmo tempo surpresa por ser o Sasuke — falou quando a morena se sentou no balcão da cozinha.

— Fico feliz de saber que poderei realmente conhecê-lo sem me preocupar. Apesar de que, depois de ontem, ele deve pensar que sou maluca — comentou tímida.

— Por quê?

— Porque você deixou claro para todos ali o apelido carinhoso que lhe demos... — Revirou os olhos. Haviam conversado rapidamente no caminho de volta, na noite anterior, mas acabaram caindo no sono.

— Ah, depois você explica para ele. Não mandei ele agir feito um maluco, te observando na biblioteca. Não parece coisa dele.

— Não?

— Ele é educado, prático até. Eu diria que o Sasuke que eu conheço se apresentaria formalmente e puxaria assunto. Engraçado isso...

— O quê?

— Como as pessoas parecem uma coisa, mas são outra.

— As pessoas são como folhas de papéis amassadas, cheias de dobras. Ninguém é liso, se é que me entende.

— Acho que entendi a analogia.

— São muitos desdobramentos até nos conhecermos bem.

— É uma bela filosofia. — Sorriu. — Digna de uma autora renomada.

Hinata sorriu para a amiga e desceu do balcão, pegando os pratos e talheres que usariam. Fez uma expressão pensativa e disse de forma decidida:

— Amanhã vou desdobrar um pouco do Uchiha. Mas fico um pouco encabulada por ele ter lido meus livros...

— Sinta-se feliz por isso. Será bom terem um assunto em comum. Quem sabe ele te ajuda com seu bloqueio de escrita...

— É, pode ser. Escuta, eu vou à biblioteca hoje. Quer ir?

— Posso te acompanhar. Preciso mesmo andar um pouco e conhecer mais a cidade.

Mais tarde, enquanto Hinata buscava por mais romances, Sakura acabou se entediando.

— Acho que vou esperar você na praça que vi ali na frente. Quero tomar sol.

— Ah, tudo bem. Não vou demorar. Te encontro lá.

— Beleza. — Sorriu e afastou-se dali.

A praça era grande, bem arborizada, com bancos e uma mini pista de cooper, na qual algumas pessoas caminhavam ou corriam.

Sakura sentou-se num dos bancos e ficou observando os transeuntes.

Mais de meia hora se passou e ela acabou se distraindo, mexendo no celular, vendo os status de seus contatos. Um deles chamou sua atenção. Naruto estava sem camisa numa foto cujo fundo era um chafariz. Sakura fitou-o intrigada. “Parece exatamente o mesmo dessa...”

— Sakura? — A voz conhecida interrompeu seus pensamentos. No susto, ela deixou o telefone cair. Foi capa para um lado, bateria para o outro e ela arregalou os olhos, gritando em seguida.

— Naruto!

— Desculpe, te assustei? Deixa, eu pego — disse ao se abaixar e recolher as peças. — Teve sorte, a tela está intacta. — Sorriu ao lhe entregar. Estava agachado, de frente para ela que permaneceu sentada no banco.

— Sorte mesmo. — Ela sorriu. — Obrigada.

— Não agradeça. A culpa meio que foi minha por chegar do nada... — Coçou a cabeça.

— Tudo bem, eu nem sei por que me assustei — disse, olhando naqueles olhos azuis intensos. Naruto se levantou, passando a olhá-la de cima. O olhar de Sakura recaiu sobre o tanquinho definido e, instintivamente, ela entreabriu os lábios.

— Sakura?

— Ah, oi, quê? — Ela sacudiu a cabeça. — Eu me distraí. — Corou, desviando o olhar para a biblioteca, imaginando se a amiga ainda iria demorar. Naruto deu um sorriso de lado.

— Sou de fato uma distração e tanto — comentou, vendo a garota corar ainda mais.

Achou-a meiga daquele jeito. “Ela é uma boa pessoa”, lembrou-se das palavras de Sasuke. “Mas todas as pessoas parecem boas no início”, recordou-se de sua própria fala.

Sentou ao lado da rosada e baixou os olhos, fitando os próprios pés. Coçou a garganta antes de continuar:

— Sobre ontem, Sakura… é melhor esquecermos.

— O quê?

— Eu estava bêbado e… — Não conseguiu completar a frase quando levantou os olhos e encontrou as íris esmeraldas decepcionadas. — Não… não vou ser uma babaca com você.

— O que quer dizer, Naruto?

— Não vou inventar uma história dizendo que foi a bebida que me fez agir daquela forma. Porque não foi. Eu queria aquilo, tanto quanto quero agora — disse, ainda a encarando nos olhos. — Mas eu não posso.

Sakura o fitou confusa e Naruto desviou o olhar, suspirando de maneira derrotada. Queria que as coisas fossem mais fáceis. Mas não eram.

— Imagino que você já saiba do meu passado e do que aconteceu. Por mais que eu faça parecer que não me importo, ainda tem uma marca enorme aqui. E eu não consigo seguir em frente.

— Acha que não está pronto… para começar de novo. — Era uma afirmação, não uma pergunta.

— Tenho medo de nunca estar — confessou, ainda olhando para o chão.

Sakura fitou o prédio à sua frente e suspirou. Imaginou o que Hinata diria naquela situação. A amiga tinha um tato enorme para falar desses assuntos. Ela não.

— Eu nunca passei por algo parecido… então, só posso imaginar como se sente. Mas aprendi algo nesta manhã; algo que parece se encaixar aqui.

Naruto levantou o rosto e a encarou com as sobrancelhas arqueadas, indicando que estava interessado em ouvir.

— Nós somos como folhas de papel. Cada dobradura é parte de uma história. Nossa história. Esses amassados todos, nos moldam. Essa marca que você tem… é mais uma, entre tantas dobraduras. Ela nunca vai sumir, Naruto. Mas um dia você vai saber conviver com ela. Até não se lembrar que ela existe.

— Sakura, uau! Isso foi incrível — disse sorrindo. — Parece o tipo de coisa que Sasuke diria…

— Considerando que ele lê os livros da minha amiga e que foi ela quem me disse isso hoje, não estou surpresa — falou de forma descontraída.

— Você é uma mulher incrível. Sinto muito por tudo isso.

— Tudo bem. As coisas são complicadas. — Suspirou, olhando para o chão.

Ficaram alguns minutos em silêncio completo, apenas pensando, e sentindo a presença um do outro. Naruto foi o primeiro a se mexer, levantando-se do banco.

— É melhor eu continuar correndo… Obrigado por tudo, Sakura. Nos vemos amanhã.

A rosada levantou os olhos e viu a figura loira se afastar correndo, as costas bem marcadas. Sentiu um aperto no coração e não soube explicar o porquê de lágrimas se formarem nos cantos dos seus olhos.

— Até amanhã… Chefe.


 


Notas Finais


A analogia das dobraduras veio dessa fic maravilhosa aqui: https://www.spiritfanfiction.com/historia/barcos-de-papel-19992494/capitulo1
Esperamos que tenham gostado do capítulo <3
NaruSaku vai ser mais lento, já que o Narutinho é sofrido :'(
Enquanto isso, se preparem para o início de SasuHina no próximo capítulo com o encontro no restaurante <3


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