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História Sequestrada - Voltando para a realidade


Escrita por: M6h

Capítulo 14 - Voltando para a realidade


Fanfic / Fanfiction Sequestrada - Voltando para a realidade

  *Megan

Você vai me deixar ir acreditando que estarei seguindo em frete e eu vou embora acreditando que estou seguindo em frente mesmo deixando o meu pedaço maior e mais importante parado na soleira da porta.

Então, eu volto pra realidade.

Vejo uma silhueta masculina se aproximar, pisco algumas vezes tentando me manter acordada, e então a silhueta aparece ao meu lado. Tento fechar meus olhos quando aquela luz forte e branca é direcionada para os meus olhos, cegando-me momentaneamente.
O homem fala algo, mas eu não consigo responder. Eu estava fraca e com muita sede. Vi mais três pessoas e elas pareciam correr comigo enquanto estava deitada. 
Em seguida, minha cabeça tomba para o lado e eu apago.

{...}

Naquela sala minha mãe estava praticamente sobrevivendo por causa dos aparelhos em seu corpo e nem eu a reconhecia mais. As lágrimas escoriam sobre meu rosto, mesmo pequena sabia o que estava acontecendo. Senti um arrepio, um frio na barriga, naquele momento eu sabia que ia perder minha mãe, mas não queria aceitar isso. De qualquer forma, ela se foi e hoje vejo todos os motivos dela não estar mais aqui comigo.

{...}

Minha cabeça doía, meu corpo reclamava e implorava por um pouco de alívio daquela dor. Qualquer movimento era quase letal.
Abri meus olhos com certa dificuldade e tornei a fechá-los quando o forte branco daquele lugar me cegou momentaneamente. Respirei fundo e aquilo doeu internamente, fazendo com que eu soltasse um gemido baixo de dor.

Ouvi o som de uma cadeira, ao meu lado esquerdo, ranger. Abri meus olhos e ignorei toda aquela luminosidade, piscando algumas vezes até conseguir enxergar claramente, sem aquele embaçado de antes.

— Se aparecer na minha cidade serei breve de matar você e seus amiguinhos inúteis.

Senti minha mão ser segurada e rapidamente meu ombro ardeu quando fiz menção de move-lo. Na mesma hora soltei um gemido de dor o que fez a pessoa soltar a minha mão rapidamente.

Fechei meus olhos e finalmente consegui ouvir o som do ambiente ao meu redor e aquilo não me agradou. Os bips da máquina que monitorava o ritmo das minhas frequências cardíacas estavam rápidos e audíveis. Novamente uma luz forte e branca foi direcionada até minhas íris oculares. Foram exatos 5 segundos com aquilo cegando-me e quando a luz sumiu, minha consciência foi levada consigo, me restando a escuridão.

{...}

O completo silêncio é algo completamente raro e inalcançável enquanto estivermos vivos, por isso que eu conseguia ouvir o som baixo da TV transmitindo algum jogo. Também conseguia ouvir o som calmo daqueles bips que aceleraram minimamente assim que eu abri meus olhos.
A pouca luz naquele ambiente fez com que a minha visão se acostumasse melhor com tudo, apesar de toda aquela cor clara e irritante das paredes e de alguns móveis. Respirei fundo e pesadamente, sentindo os músculos, ossos do meu ombro doerem ou latejarem no processo. Olhei ao meu redor e reconheci o lugar onde eu estava, Mercy Hospital, reconheceria os quartos daquele hospital sempre que o vissem em qualquer lugar não importava o tempo que passasse, afinal, foi em um desses quartos que eu vim pela primeira vez, no meu ataque de cortes quando fiquei internada e fui sequestrada pelo Mika.

Mexi minha cabeça, para a direita e me surpreendi assim que vi meu pai dormindo extremamente torto e desajeitado naquela poltrona minúscula para ele, porém apenas os sentimentos ruins permaneceram intactos.

O que ele faz aqui? Com certeza não é pelo fato dele estar arrependido, porque isso é algo impossível de se acontecer, especialmente quando tratamos de Bob, um alguém cujo o qual eu achava conhecer, mas que no final foi apenas a minha maior decepção.
Meus devaneios foram interrompidos assim que a porta daquele quarto foi aberta, quase que bruscamente e de lá surgisse Josh, meu ex namorado.

— Megan - Disse ele surpreso, aproximando-se imediatamente da cama. — Tive tanto medo de lhe perder. - Confessou ele. Eu não estava entendendo nada. Tínhamos terminado há 3 meses atrás. Ele não se importou e gritou na minha frente por finalmente estar livre, sendo que ele já se sentia livre namorando comigo, porque o mesmo vivia me traindo escondido.

— Josh. - Sussurrei cansada e confusa.

— Não diga nada, ok? - Pediu ele, apertando um botão próximo a minha mão.

— O que... Houve? - Perguntei serenamente após ter parado no meio da questão para respirar longamente, colocando alguma pouca ordem nas perguntas que se formavam a todo o instante em minha mente.

— Fugir não foi o único método de esquecer sua vida, Megan. - O que ele queria dizer com aquilo?

*Ryan

Os dois policiais entraram na sala, o mais gordinho se sentou e o mais alto ficou de pé ao lado. Ficamos nos encarando por alguns segundos até que o cara que estava em pé resolveu falar.

— Você tem duas escolhas: A. Você coopera e conseguimos uma redução de pena para você ou B. Você dificulta a situação e fica preso para o resto da vida. O que vai ser?

— Acho que a opção C, onde você beija a minha bunda.

O policial que estava em pé bate com força na mesa de ferro e o que está sentado começa a falar.

— Vinte e dois anos, acusado de roubos de carros, posse de armas, agressão e desacato a autoridade. Devo continuar?

— Se você continuar vamos ficar aqui até amanhã. - ri. — Acha que eu não conheço a minha própria ficha?

— Onde está ele? - finjo procurar algo em volta quando o policial que está de pé me pergunta.

— Bom, não estou vendo ele aqui.

— Gosta de brincar não gosta? - ele se aproximou.

— Olha na verdade...

— Já chega! - o outro policial que estava sentado levanta. — Leve ele para a cela. Iremos encontrar o Bieber. Aquele desgraçado acha que pode trazer carga de armas aqui, matar um dos meus melhores detetives, ele está muito enganado.

*Justin

— Que horas são? – Tentei enxergar o relógio.

— Acho que já são quase 17h00 horas. - Jenna respondeu sonolenta, abraçada comigo na cama.

— Saco. – bufei impaciente, me soltando de seus braços e levantando da cama.

— Que foi? – Ela perguntou triste.

— Chaz está me esperando, combinei de encontrar com ele há uma hora.

— Vai me deixar? – ela fez biquinho, me abraçando por traz e eu revirei os olhos, me livrando dela e entrando no banheiro para tomar um banho. — Justin, isso não é legal. – gritou e eu ri.

— Por que não? – gritei de volta, já ligando o chuveiro. Ela entrou em seguida no banheiro, se encostando na parede.

— Porque eu vim correndo para ficar com você, e você vai me deixar aqui?

— Tenho que resolver uns negócios porque a policia de Miami está na minha cola. – ela não hesitou em se aproximar.

— Você se mete em muita confusão. Não precisava fazer acordo nenhum com o infeliz do Mika, ele nunca foi confiável.

— Não preciso de babá, eu sei me virar sozinho.

— Grosso. - ela disse, se virando para o quarto.

— Muito. – disse, olhando para baixo e dando um sorriso.

Assim que sai do hotel peguei o carro de Mika que havia ficado comigo e fui até o balcão que não ficava em Miami e sim na estrada que ia até a cidade do prefeitinho de merda. Lá era o único lugar que ninguém muito menos Mika e o prefeito sabiam, tirando a mansão. Os policiais nunca iriam me achar por lá.

— O que está fazendo aqui? - disse para Chris assim que o vi se sentando no sofá do balcão.

— Fiquei sabendo sobre o Ryan, queria ajudar.

— Pode ajudar caindo fora daqui. - Chaz comentou, quase indo para cima de Chris.

— Não podem ficar com raiva de mim para sempre, eu te ajudei quando você estava com dificuldade, eu te ajudei a chegar onde está hoje. - Eu realmente queria dar um soco na sua cara mas ele estava certo. Ele me ajudou até quando eu não tinha nada, nunca faríamos algo para nos prejudicar. Chris percebeu o meu silêncio e ignorou todos os comentários. — O que nós vamos fazer?

— Acha que eles irão soltar o Ryan? - perguntou Chaz, ignorando Chris.

— Não. - digo. — Provavelmente vão deixa-lo apodrecer lá. - Ficamos em silencio até eu pensar em algo totalmente tosco e que poderia dar certo. — Quero as plantas baixas do prédio da delegacia. –digo, já tomado uma decisão.

— Justin, cara, aquilo é quase que um suicídio. - Chaz é o primeiro a discordar da ideia.

— Ele é um dos nossos. - contradigo.

— Conheço um rato lá dentro que pode ser útil. - Chris se pronuncia.

— Desde quando? - pergunto desconfiado.

— Estava saindo com a filha dele um tempo, ele não me queria por perto e disse que se eu largasse ela, faria qualquer coisa para mim.

— Como você sabe que ele ainda faria o favor?

— Ela ainda me liga. - ele sorriu sacana.

— Ta bom, quero um plano. – digo, mudando de assunto. — Contate esse cara. - apontei para Chris. — E Chaz, vai atrás das plantas, irei falar com Jenna, vamos precisar dela.

*Megan

Abri meus olhos lentamente e me ceguei com a claridade. Reclamei, me ajeitando na cama e olhei para o lado vendo a poltrona vazia.

— Você está bem? - Josh perguntou. Não, eu não estava bem. Estava irritada com ele e com todo mundo.

— Olhe bem pra mim e veja se eu estou bem. – disse, já imaginando as manchas no meu rosto. — Você acha mesmo que estou bem depois de tudo que aconteceu?

— Tudo vai voltar como era antes, nós dois juntos, vai ficar tudo bem.

— Para! Acha mesmo que depois de todas aquelas palavras falsas de amor, eu estaria bem de uma hora pra outra com você? Não sou feito essa gente que consegue fingir amar, iludir um coração e depois ir embora como se nada estivesse acontecido. Não sou feito essa gente que encontra o amor da vida cinco vezes num mesmo mês. E para de achar que eu fugi porque terminamos. Eu não sei nem o que você está fazendo aqui! - o silêncio permaneceu na sala, respirei fundo contando até três. — Onde está meu pai?

— Ele... Ele voltou pra cidade porque tinha que resolver algumas coisas.

— Como sempre. - murmurei.

— Sua amiga insistiu em vim, talvez quando formos para o hotel que estou hospedado ela já tenha chagado.

Tomei um pequeno susto quando a porta do quarto foi aberta.

— Ótimas noticias senhorita Fonitini. - o médico entrou com uma prancheta nas mãos. — Você está liberada, mas terá que ficar de repouso por pelo menos 5 dias. Como na ultima vez, não quero que faça esforço e poderá vir daqui uma semana para trocar o curativo do ombro. Vou receitar um remédio para quando sentir dor.

*Justin

Passei noites em claro montando um plano para o resgate de Ryan. Chris havia conseguido com um agente corrupto horários dos funcionários, senhas, códigos e a localização de onde estava a cela de Ryan. Me joguei de cabeça nesse planejamento e agora estávamos perto de começar o plano.
Estávamos eu, Chris e Chaz dentro do carro do outro lado da rua onde estava uma viatura e dois policiais dentro dele comendo. 5 horas da tarde e estávamos esperando Jenna.
Ela praticamente faria o plano todo sozinha.

Assim que abaixei minha cabeça ouvi o motor do carro velho e um barulho alto.

O carro da policia foi jogado para o lado e o carro onde Jenna estava arrastava ele.

— Você está bem? - perguntei assim que o carro parou. Ela saiu do carro velho que alugamos por 100 pratas e mexeu no ponto respondendo.

— Ahan. - Jenna usava uma peruca preta e um vestido muito curto para ela, assim que saiu do carro fingiu estar bêbada para os policiais que saiam tontos da viatura. Uma garrafa de vodka caiu do banco rolando até o meio da rua e os policiais rapidamente sacaram suas armas até ela.

— Poe as mãos sobre o carro! - um dos policiais grita. — As mãos sobre o carro, Agora!

— Ai, mais que estrago. - Ela diz com a língua enrolada. O policial a encosta sobre o capo do carro e a algema. Jenna começa a rir.

— Você está achando isso engraçado?

— NÃO, SENHOR! - ela grita rindo novamente em seguida. O policial a pega com força levando-a dentro da viatura. Depois que eles saem com o carro, seguimos atrás até a delegacia onde Ryan estava.
— Chaz? - pergunto enquanto desligo o carro em uma esquina em frente a delegacia.

— Estou no sistema. - ele diz no banco de trás mexendo no notebook. Vejo no pequeno monitor pendurado no carro todas as câmeras de dentro da delegacia. Na câmera 3 conseguimos ver os dois policiais carregando Jenna até a mesa de um sargento gordinho.

— Não tem carteira de motorista, nem documento do carro e nem identidade, só uma carteirinha de biblioteca. - Ouvimos ele dizer enquanto Jenna se mexia na cadeira onde estava sentada. — Senhorita Velaine. - Chris ri ao meu lado assim que escutamos o nome que o gordinho havia lido. — Você estava dirigindo embriagada, na contra mão e destruiu propriedade da policia.

— É só isso? - Jenna pergunta.

— E você quer acrescentar mais alguma coisa? - um dos policiais que estavam ao lado pergunta. Jenna faz um gesto com as mãos até a boca.

— Eu... eu vou vomitar. - ela diz.

— Ai não. Tirem ela daqui. - o sargento gordinho diz e os dois policias pegam a pelos braços. — E me tragam um café, vamos falar com ela amanhã, ela precisa dormir, pelo amor de Deus.

Esperamos até de madrugada, Chris ao meu lado dormia e eu ficava de olhos abertos olhando fixamente para a câmera 16.

— Troca de guarda agora. - Chaz comenta. Vimos na câmera 16 a cela de Jenna. Uma guarda passa ao lado para dar uma olhada e sai trancando a porta. — Travei o sistema deles, agora é com ela.

— Está pronta? - pergunto a ela que responde na mesma hora. Chris acorda na mesma hora.

— Eu nasci pronta, amor. - ela diz. Esperamos ela se trocar e vimos Jenna em frente as grades arrancando um grampo de seu cabelo e passando pela fechadura da cela. — Foi. - ela diz. Vemos a grade sendo aberta e ela saindo do corredor acionando a porta.

— Vai até o final do corredor ultima porta a esquerda. - comando ela. — Encosta, encosta. - digo assim que vejo um guarda passando. — Pode ir. - ela vai até a porta do corredor da cela de Ryan. — Abre pra ela. - digo e Chaz digita algo no computador e abre a porta para Jenna. Ela entra e para em frente a cela do nosso querido conquistador.

— Acorda dorminhoco. - Jenna diz e vemos Ryan se encostar na grade.

— Que demora. Achei que iriam me deixar aqui.

— O filho da mãe ainda reclama. - Chris comenta, pegando seu celular e discando para seu tal amigo policial. Jenna pega seu mesmo grampo de cabelo e abre a cela.

— Guarda daqui 2 minutos. - Chaz comenta.

— Manda o Ryan ir até o banheiro e você volte para a cela. - O plano corria do jeito que havíamos planejado. O policial iria dar uma passada na delegacia para usar o banheiro e encontrar Ryan, que irá se trocar como um guarda enquanto Jenna voltava para sua cela e esperaríamos até amanhã ela ser solta.

— 1 minuto. - Chaz diz. Vemos Ryan saindo do banheiro atrás do policial já usando a roupa de guarda. O que me preocupava era que Jenna ainda estava no meio do caminho, pois um guarda não saia de frente do bebedouro.

— Anda, anda. - digo para mim mesmo assim que o guarda joga o copo fora e passa por Jenna indo até o banheiro. Ela corre pelo corredor e Chaz destranca a porta para ela.

Ouvimos um som fora do carro e assim que olho vejo Ryan saindo da delegacia, vindo em nossa direção e o policial saindo em seguida indo para o outro lado da rua como se nada tivesse acontecido.

— Ah, moleque! - Chris diz assim que Ryan entra no banco de trás.

— Quase uma semana dentro daquele lugar não dá não. - ele comenta enquanto eu ainda olhava para o visor, vendo Jenna fechando a grade.

— 20 segundos. - Chaz comenta e Ryan nos olha confuso.

— Ela ainda não está pronta? - ele pergunta. Jenna encurtava o collant e vestia o vestido.

— 15. - Assim que terminou foi até sua peruca, colocando-a. Em seguida foi até a cama, mas levantou novamente para pegar algo que estava do lado de fora da grade. Seu grampo.

— 10. - ela no chão com o braço esticado tentando pegar aquela pequena coisa inútil. — 9-8-7... - Chaz dizia enquanto o resto de nós olhávamos sem piscar para o monitor.

— Esquece isso! - digo a ela que não responde.

— 6-5-4-3...

— Só falta pouco. - ela dizia se esforçando com o braço esticado.

— 2-1...

— Peguei. - Vemos um guarda abrindo a porta e Jenna se levantando rapidamente. A mesma guarda de antes passa até a grade, dá uma olhada, e sai novamente. Encosto a cabeça no banco do motorista aliviado e suspiro fundo.

— Bom trabalho. - digo para todos.



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