capitolo quattro.
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O momento aproximava-se de fininho. Sentado na beira de minha cama, eu divagava sobre como conseguiria roubar a atenção de Baekhyun para mim e sem deixá-lo com raiva. Seria difícil? Talvez - eu tinha certeza de que sim, mas eu tinha de tentar. Caso contrário, morreria arrependido por não saber.
Tudo já estava preparado. Nunca, em toda a minha vida, achei que fosse preparar algo do tipo. Não que eu não gostasse dessas coisas, pelo contrário, só nunca cheguei a imaginar que conheceria alguém capaz de despertar tal vontade em mim.
Não pediria Baekhyun em namoro, até porque nem próximos nós éramos, mas não deixaria de ser uma proposta. Eu lhe pediria uma chance de nos conhecermos melhor - sem brigas, sem estresse; apenas uma semana de convivência comigo, para sairmos, fazermos coisas diferentes. De início, nada mais que isso. E ele teria total liberdade para dizer que não queria mais.
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"Alessandro, eu estou nervoso. E se der tudo errado?"
Já havia perdido a conta de quantas vezes havia feito esta mesma pergunta a Alessandro. Ele, já irritado comigo, estapeou a minha nuca. Acho que o estalo deu até para ser ouvido de longe.
"Eu juro que se você me perguntar isso de novo, chegarei no Baekhyun antes de ti e acabarei com essa sua palhaçada." Bufou, revirando os olhos. Comprimi os lábios, alarmado. Duvidar de Alessandro? Jamais!
Ele respirou fundo e voltou a falar:
"Chanyeol, pense assim: você já sabe que tem uns sessenta porcento de chance de vê-lo rindo da sua cara e te dando um baita fora. O que vier é lucro, meu caro."
"Nossa, me ajudou bastante." Ironizei. "Eu estou atirando no escuro, você sabia? Eu não sei nada sobre o Byun! Nada!"
"Acho que você esqueceu o que eu te falei."
Suspirei. Só de pensar na possibilidade de Baekhyun gostar de mim também, meu coração acelerava.
"Ele é estranho... Eu não sei."
"Pode ser estranho, mas ainda acho que ele não teria arrumado a ideia de você, logo você, já que te odeia, ser o namorado dele e ainda ter te beijado sem sentir nada por ti."
Passei a mão pelo meu cabelo, sem saber o que pensar.
"Tudo bem. Mas ainda estou inseguro, porque nós dois sabemos que Byun Baekhyun muda da água para o vinho num piscar de olhos quando não quer algo."
Ele olhou para o relógio no seu pulso e me encarou, tedioso.
"Não temos tempo para inseguranças agora, Chanyeol. São onze e vinte. Você tem de terminar de se arrumar para o Byun." Riu. Meu rosto esquentou. "Fique galanteador. Mostre a ele o macho que você é."
"Cale a boca."
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"Tudo pronto, Alessandro?"
"Com certeza, amigo. À meia-noite, entregarei o bilhete ao Byun. Não faça a besteira de sair daqui." Semicerrou os olhos.
Borboletas brincavam em minha barriga. Céus, como eu estava nervoso.
"Não irei."
"Certo." Ele sorriu, virando-se para o lado contrário. "Vai dar tudo certo, Chanyeolli."
Assenti, suspirando, e me posicionei no local onde as coisas aconteceriam.
A poucos metros da minha casa, há uma belíssima praia quase não visitada pelos moradores da região. Não costumam ir ali, pois o mar costuma ser bastante agitado e, também, por conter pouco espaço com areia. Então, muitos vão para o bairro vizinho, que possui uma das praias mais bonitas do país. Mas exatamente pelo fato de ela ser vazia e próxima de onde morávamos que foi o local escolhido por mim.
Por sorte, o mar estava mais calmo naquela noite de Ano Novo. O céu estava estrelado; a lua, parada próximo ao horizonte, deixando tudo mais bonito; o vento, gélido e tranquilo, contradizendo os batimentos do meu coração.
Encontrava-me de pé, vendo o céu e o mar sendo apenas um. Sentia inveja dos dois. Queria que eu e Baekhyun fôssemos assim, como um só. Queria que olhassem para nós dois e vissem que fomos feitos um para o outro. Ri em escárnio com o meu pensamento. Era mais provável que Byun me desse um fora e passasse a me odiar ainda mais.
Faltavam oito minutos. Coração ainda mais acelerado, uma rosa vermelha em mãos e eu, vestido com um terno branco. Tudo para agradar ao Baekhyun - ou tentar.
Eu realmente havia me tornado um bobo apaixonado.
Bufei, ansioso. Baekhyun deveria estar lendo o meu bilhete naquele instante. Nele, deixei-lhe as seguintes palavras:
Faltando poucos minutos para um novo ano, venho pedir-te um novo começo. Encontre-me em Cinque Terre, onde os mares se agitam por tê-lo por perto, para conversarmos melhor.
"E pensar que, meses atrás, eu estava reclamando das serenatas, achando-as desnecessárias." Comentei comigo mesmo, negando com a cabeça ao tempo que ria.
"Ei."
Arfei com o susto. Baekhyun estava bem atrás de mim. E, por um momento, eu não soube o que fazer. Tudo que eu havia planejado mentalmente pareceu desaparecer, deixando-me cara a cara com a dura realidade.
Baekhyun pareceu surpreso ao meu ver, no instante em que me virei para ele. Mas logo as suas expressões tornaram-se tensas. Respirei fundo, preparando-me para ser chutado para longe dali.
"Chanyeol? O que significa isso?" Então, seus olhos pararam em minhas mãos. Estavam fitando a rosa. Seus lábios se abriram algumas vezes para dizerem algo, no entanto Baekhyun parecia estar ainda mais confuso. Quem não estaria, não é mesmo?
"Eu posso explicar, Byun. Deixe-me explicar." Aproximei-me dele, usando um olhar piedoso.
"Eu..." Afastou-se, dessa vez assustado. Encarei-o, sem entender suas reações. Queria saber o que passava pela cabeça dele. "Eu tenho que ir. Não... estou bem. Até mais... Chanyeol." E saiu andando, cambaleante.
Meu coração gritou e gritou para que eu não o deixasse fugir outra vez. Por isso, corri até ele e o segurei pelo pulso. Baekhyun tropeçou nos próprios pés, por conta da areia, porém o puxei a tempo e rodeei sua cintura com meus braços, deixando nossos corpos colados. Ele ficou surpreso com a minha aproximação, seus olhos diziam tudo.
"Por favor, Byun. Eu quero apenas conversar, explicar as coisas com calma. Me dê uma chance." Falei, sem findar o abraço. Tinha medo de que ele fosse embora.
Sua respiração estava totalmente desregulada. Seu peito subia e descia rapidamente, seus olhos mal piscavam e seus lábios permaneciam entreabertos. Quis beijá-los mais uma vez.
Ele estava pronto para me responder quando ouvimos várias pessoas gritarem "Feliz Ano Novo!" de suas janelas, e fogos de artifício serem lançados aos céus. Observamos aquela chuva de cores por alguns segundos e voltamos a nos olhar. Minhas mãos ainda encontravam-se pousadas em sua cintura. Ao perceber que Byun não escaparia de mim, passei a segurar apenas as suas mãos, com toda a delicadeza possível. E ele não hesitou em momento algum.
Naquele momento, pedi aos céus que tudo desse certo para nós dois. Se me fosse permitido, faria de tudo pela felicidade de Baekhyun.
"Sim." Ele falou, em meio aos fogos.
"O quê?" Perguntei com a voz trêmula.
"Eu aceito te dar uma chance, Chanyeol." Abaixou a cabeça. Aquilo era vergonha? "Mas só uma."
Não consegui me controlar. Abracei-o ainda mais forte e o levantei, agradecendo-lhe a todo segundo. Ao me tocar de que havia passado do limite, coloquei-o de volta no chão, recebendo um resmungo em resposta. Tratei de lhe pedir desculpas, mesmo afobadas, na mesma hora e ele riu da maneira mais bonita em todo aqueles anos.
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