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História Serendipidade - 14; nunca mais


Escrita por: flarke

Notas do Autor


perdão pela demora mores. tenham uma ótima leitura sz

Capítulo 14 - 14; nunca mais


JK ― Point Of View.

Uma música calma acolheu-me em meu quarto quando pus-me dentro do cômodo. Jogo a maleta com diversos papéis importantes no chão e paro próximo à cama respirando profundamente. O peso do meu corpo mesmo sem consentimento me faz cair em cima do colchão macio e nele me aconchego. Estar confortável após longas horas sentado em uma cadeira ouvindo dez homens reclamarem sobre a situação da empresa faz com que rapidamente meus olhos se fechem com uma facilidade descomunal. Muitas vezes sinto-me esgotado e nervoso ao mesmo tempo. Raramente sinto um relaxamento agradável e isso começa a me preocupar, visto que durante todos os anos sendo uma das pessoas que comanda a empresa de meu pai nunca me senti dessa forma. Estar ali resolvendo problemas ou levando a empresa ao topo era como me sentir em uma vida feliz e redondamente satisfeita, mas atualmente não tem sido assim. E a gravidade de todas as responsabilidades em cima de mim agravava a situação que já se encontrava deplorável.

Antes que o sono ocupe boa parte do meu subconsciente ouço a melodia serena que tocava ser substituída pelo som do meu celular tocando. Apesar de cogitar a possibilidade de ignorar a chamada e entregar-me ao sono pego o celular e aceito a chamada de Nathan, sendo assim desligo o viva-voz e levo o aparelho ao ouvido.

― Cara. ― Nathan inicia a chamada com uma voz aparentemente desesperada e por isso abro os olhos me atentando com o nervosismo do rapaz no outro lado da linha ― Eu preciso da sua ajuda. ― articula brevemente.

― Quem você matou? ― questiono brincalhão supondo que seja uma brincadeira tosca de Nathan.

― É a Nora. ― não sei se é possível, mas sinto meu coração cessar os batimentos quando ouço o nome dela ser dito em meio ao seu desespero manifesto, no momento só conseguia pensar em todas as piores coisas do mundo acontecendo com ela ― Ela desapareceu. ― sua voz sai oscilante e seca, no mesmo instante franzo o cenho ao mesmo tempo em que me sento na cama tentando absorver tudo o que é me dito.

― Como assim? Como você deixou isso acontecer? ― exclamo demasiadamente angustiado, podia sentir o desespero correr em minhas veias fazendo-me consequentemente soar frio.

― Ela tinha marcado um encontro com uma amiga minha para comprar um apartamento, durante a manhã liguei pra ela perguntando se tinha dado certo e ela me disse que não havia escolhido o apartamento porque o dinheiro que tinha não dava. Então, ofereci dinheiro a ela para poder ajudar, mas ela negou. Depois, por um descuido deixei escapar que você já tinha ido embora daqui a algum tempo e de repente ela disse que estava terminando comigo, eu estava cheio de coisas pra fazer e disse que mais tarde nós conversaríamos em casa. ― Nathan soluça aparentando estar se lamentando ― Quando cheguei no meu apartamento ela não estava lá, nem as malas dela. ― as novas notícias bombardeiam minha mente que já estava prestes a explodir minutos antes da ligação.

― Ela terminou com você? ― questiono não conseguindo acreditar que Nora havia feito isso, nem mesmo acreditando que tudo o que foi me dito é verdade. Compreendo que ela não estava muito bem nos últimos dias, mas pensei que não era o suficiente para desaparecer sem deixar notícias.

― De tudo o que eu te falei você só ouviu isso? ― questiona furioso.

― Nathan. ― respiro profundamente ― Fique calmo. Você já tentou ligar pra ela? ― indago tentando manter a minha tranquilidade.

― É lógico, JK. ― bradou do outro lado da linha ― Todas as cinquenta e cinco ligações caíram na caixa-postal. Eu não sei mais o que fazer. ― choramingou.

― Calma, vou tentar conversar com ela pelo aplicativo que ela vende quadros. ― deixo a ligação no viva-voz e abro o aplicativo do leilão, procuro pelo perfil de Nora, mas a pesquisa conclui que o perfil é inexistente ― Nathan, eu não consigo encontrar o perfil dela. Não sei se é porquê ela excluiu ou porquê a bloqueei.

― Você bloqueou ela? ― questionou berrando em meu ouvido como se tudo isso fosse culpa minha, apenas murmurei um simplório “sim” ― Puta merda! ― murmurou.

― Você sabe que eu não fiz por mal. Foi uma estratégia, pensei que daria certo. ― expliquei-me.

― É, com certeza deu.  ― ele grita do outro lado da linha e em seguida pausa por um longo período, provavelmente deixando que o silêncio acalme seu nervosismo  ― Você precisa voltar. ― diz com mais tranquilidade dessa vez.

― O que eu posso fazer, Nathan?

― Eu não sei, caramba. Você era o melhor amigo dela.

Afundo-me naquele lugar, tenho vontade de mergulhar nele, quero que nada do que aconteceu seja verdade. Compreendia que havia falhado em diversos aspectos, mas saber que falhei como o amigo no qual ela depositava a maior porcentagem de toda a sua confiança me faz querer voltar meses atrás e mudar algumas coisas. Sei que o que fiz não foi por mal, sabia que tudo isso no final valeria a pena, quando admirasse o sorriso mais lindo que eu já vi em toda a minha vida ser moldado por algo que fiz para ela, pensando em sua felicidade, no entanto, as coisas aparentemente não saíram como eu esperava.

― Eu não posso voltar agora. ― digo ao meu amigo que ainda está do outro lado da linha murmurando coisas sem sentido ― Preciso de um mês.

― Ela desapareceu! ― profere reforçando o motivo da ligação.

― Eu não vim aqui à toa, Nathan. E não vou voltar sem ter conversado com eles sobre o museu. ― contraponho ― Procure por ela durante esse tempo, sei que ela está bem em algum lugar, provavelmente se afastou por estar triste com certas coisas e sei que uma delas sou eu, então por favor, me dê um mês e juro que irei voltar.

― Isso é uma idiotice! Ela desapareceu e você ainda está preocupado com o museu? ― questionou irritado ― Tem noção do quanto isso é estranho?

― Realmente, para você pode parar uma estupidez, mas eu sei o quanto isso tem valor pra ela. Certamente foi por isso que ela terminou, você nunca esteve interessado nas pinturas dela e em lhe dar confiança sobre seu talento, ao invés de ser um namorado que está ao lado dela em todas as circunstâncias você queria que ela trabalhasse na empresa, mesmo sabendo que ela não queria mais isso! ― brado raivoso, despejando tudo o que estava aprisionado em minha garganta a muito tempo ― Eu odeio ter que dizer isso, mas você é provavelmente um dos maiores motivos que ela teve para desapareceu dessa forma. ― houve uma pausa, Nathan não ousou dizer uma sequer palavra ― Se você realmente se importa com ela, me ajude.

― Que seja. ― a ligação é finalizada e suspiro pesadamente.

Meu corpo desaba para trás fazendo com que minhas costas batem fortemente na cabeceira. O medo de perdê-la tomou boa parte da minha mente e todos os sentimentos ruins possíveis agravaram ainda mais a sensação horrível de cogitar a possibilidade de nunca mais tocá-la ou simplesmente vê-la. Por mera saudade releio todas as nossas mensagens e sorrio ao ver que nunca deixamos de ser carinhosos um com o outro. As memórias daquela noite ainda estão frescas na minha mente, todos os ínfimos detalhes. Eu não sei quando comecei a perceber que estava apaixonado por ela, mas creio que foi exatamente naquela noite, pois se eu não tivesse me entregado ao sono eu poderia ter ficado aquela madrugada inteira ouvindo sua respiração tão serena, acarinhando os fios castanhos do seu cabelo, passando meus dedos pelas suas curvas, pelo seu rosto. Por Deus, eu poderia ficar um dia inteiro olhando aquela mulher e nunca me cansaria.

+

1 MÊS DEPOIS

Ao chegar no aeroporto às quatro e cinquenta da tarde pego um táxi e vou direto para a empresa de meu pai, juntamente com todas as minhas malas. Quando o automóvel estaciona no prédio gigante no qual estou familiarizado peço a ajuda do motorista para colocar minhas malas dentro da empresa e o pago dando uma boa gorjeta pela gentileza. Peço para que um dos funcionários leve minhas malas para minha sala e vou direto para a sala de reuniões onde marquei de me encontrar com o Nathan e discutir as notícias ― ou a ausência delas. Ao chegar na sala o cumprimento brevemente receoso pela nossa discussão recente por causa de Nora e me sento na cadeira a sua frente temeroso para perguntar quais são as novidades.

― Nada? ― questiono referente à Nora.

― Nada. ― ele responde dando de ombros. Suspiro esgotado e jogo meu corpo para trás deixando minhas costas encostada na cadeira estofada. ― Eu juro que procurei em cada canto dessa cidade. ― admitiu passando suas mãos pelo cabelo negro em completo nervosismo.

― Está tudo bem, Nathan. ― tento tranquilizá-lo ― Ela só não quer ser encontrada. ― murmuro encolhendo-me na cadeira. Estou esgotado, desprovido de energia, pensamentos e emoção, quando ergo o que resta de meu corpo e levanto-me da cadeira soltando o ar em meus pulmões.

― Está tudo bem? ― ele questiona com um ar de preocupação, e apenas assinto com a cabeça sem entusiasmo algum para conversar sobre o meu estado no momento ― Você gosta dela, não é? ― sua pergunta ressoa em meus ouvidos, ecoando várias vezes como se estivéssemos em local fechado e vazio. Encaro-o em busca de uma expressão facial que me faça entender o motivo dessa pergunta tão aleatória, mas tudo o que encontro em Nathan é olheiras e uma pele pálida.

Sim. ― admito de uma vez por todas ― Muito mais do que você imagina. ―  admitir isso diante dos outros e, mais ainda, diante de mim é amenizador.

― Desde quando? ― Nathan questiona outra vez e por isso franzo o cenho.

― Eu não sei. ― dou de ombros ― Vou dar uma volta. ― desconverso sem interesse de conversar sobre isso com ele agora.

Dou-lhe as costas e saio da sala o mais rápido que consigo. No estacionamento do prédio adentro o carro reserva da empresa e dirijo até museu a fim de resolver algumas pontas soltas, no caminho até o destino começo a pensar nas ultimas perguntas de Nathan e procurar um motivo para que elas tenham sido feitas justamente agora. Talvez eu tenha deixado transparecer em algum momento já que isso foge completamente do meu controle, e me pergunto também qual é opinião dele sobre isso, visto que os dois não terminaram muito bem o relacionamento. Minha cabeça parece prestes a explodir quando penso que ainda há sentimentos de ambas as partes. Ao chegar no destino estaciono e adentro o museu após dizer ao segurança quem sou eu e o motivo que me trouxe aqui por não estar com o bilhete, logo minha entrada é autorizada e adentro o museu. Sem tempo para admirar as pinturas que aqui se encontram vou diretamente em direção a sala do supervisor, mas algo no meio do caminho me faz cessar meus passos e ficar extasiado.

Ela está de costas para mim, reconheceria seus fios castanhos em qualquer parte desse mundo. Meu coração bate descompassadamente e minhas pernas fraquejam quase me fazendo cair de joelhos. Seus simplórios movimentos me fazem tremer em uma conexão de felicidade e debilidade. Depois de tanto tempo sem vê-la já não sabia se o rosto que tinha na sua mente era o mesmo que ela possuía. Só conseguia ter certeza absoluta das formas de suas sobrancelhas arqueadas e de seus olhos negros que tinham uma intensidade especial.

― Nora. ― minha pronuncia sai fraca, mas é o suficiente para que ela olhe para trás.

Sua expressão era indecifrável, mas um sorriso simpático moldou seus lábios, mas em questão de segundos desapareceu como se nunca tivesse existido. Do mesmo jeito que olhei para ela, fico por dez segundos tentando decifrar cada expressão que ela faz, por mais que seja minúscula. Minha boca se abre inúmeras vezes, porém as palavras fogem da minha mente, juntamente com todas as minhas reações. Eu apenas a encaro. Vê-la aqui depois de um mês e meio, e ainda mais de uma maneira completamente repentina causa-me enjoo. Olhá-la depois de tantos anos me faz perceber que em nenhum momento eu me esqueci de seus traços, todos estão perfeitamente alinhados em sua face, como na última vez que nos vimos. Ela continua encantadoramente linda.

― O que está fazendo aqui? ― pergunta raivosa, ainda mantendo a distância. Não fico surpreso com sua reação, ainda mais depois de tudo o que fiz, como se não me importasse com seus sentimentos.

― Vim resolver uns assuntos. ― respondo aproximando-me um pouco, ela recua ― Como você está? ― questiono percebendo mesmo de longe que seus olhos marejam.

― Agora você quer saber? ― sua voz sai áspera ― Não acha que é meio tarde pra isso? ― ela cruza os braços.

― Nora, eu posso explicar. ― pronuncio e ela solta um riso irônico ao mesmo tempo em que vejo uma lágrima descer pelo seu rosto, tento me aproximar mais um pouco, porém ela retrocede novamente dando-me a entender que não me quer por perto ― Eu posso explicar. ― digo outra vez.

― Eu não quero ouvir suas explicações, Jeffery! ― brada franzindo o cenho ― Acho que não existe esclarecimentos o suficiente para me fazer acreditar que você não fez isso por mal. Por Deus, eu confiei tanto em você. ― posso ver o arrependimento em seu olhar ― Confiava em você de olhos fechados. ― choraminga e sinto vontade de chorar também.

― Eu não fiz por mal, Nora. Acredite em mim. ― peço em suplica, no entanto ela balança a cabeça negativamente.

― Nunca mais. ― ela declara cabisbaixa ― O único arrependimento que destrói o meu coração é ter te respondido aquele dia. Eu gostaria de voltar ao tempo e nunca ter te conhecido.

Vejo-a me olhar intensamente por alguns segundos com os olhos cheios de lágrimas e em seguida correr para fora do museu. Aquelas palavras acertaram meu rosto como uma bofetada implacável, doeu em cada fibra do meu corpo. E matou todas as ilusões e fantasias que eu havia criado em torno do momento em que finalmente a encontraria novamente.


Notas Finais


estão tristes ou com raiva dessa situação? eu to triste, deprimida, quero morrer de tanto chorar com o que tá acontecendo com esses dois. jk disse claramente que tá apaixonado por ela e aina jogou isso na cara do babaca vulgo nathan. ai gente, sinceramente eu to muito triste, só quero o casal da nação juntinhos. pelas minhas contas a fic vai acabar no capítulo 16 mesmo, então aproveitem os últimas capítulos de seren, vou sentir muita saudade de vocês, enfim, nos vemos em breve bjks sz
ps: o que acham que o jk tá fazendo em relação ao museu??????????


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