História Serendipity - Imagine Ateez. - Amigos? Amigos.

"Assim que o filme terminou, fui para o quarto descansar, por enquanto que os meninos escolhiam um desenho de seu interesse para assistir."

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"mas que droga", disse em pensamentos ao ouvir o toque do celular pela milésima vez. Pela insistência, só poderia ser Hyunjin. Ele geralmente agia assim, quando um assunto o interessava ele não descansava enquanto não soubesse detalhes do mesmo.

Eu estava embrulhada da cabeça aos pés, esperando mais uma vez aquele celular tocar - já que ele havia parado há 1 minuto-. Mas infelizmente recebi mais um toque. Eu realmente estava desejando que um raio atingisse o aparelho de Hyunjin, quem sabe assim ele me deixaria em paz.

Sentei na cama em posição de índio, pegando o celular na banquinha ao meu lado direito. Observei o nome de Hyunjin na tela do celular, e respirei fundo antes de antender aquela ligação.

*ligação on*

Hyunjin: Finalmente. Eu pensei que tinham te matado e esquartejado teu belo corpo.

-Ai, olha... sem gracinha...

Hyunjin: osh...que mau humor é esse? Eu ligo pra ver se você está viva, e você me trata assim?!

-Nãooo!!! Me desculpa. É que eu estava dormindo, e acordei com suas ligações.

Hyunjin: ok, ok! Agora mudando de assunto, você não me contou os detalhes da noite anterior.

-ah... verdade. Eu realmente tinha me esquecido.

-e eu tinha contado detalhadamente o caso de ontem para meu amigo, que ficou surpreso com os atos de San-

Hyunjin: eu fico aliviado por esse cara ter chegado bem na hora. S/n, ele te livrou de uma tragédia. Sabe Deus o que teria acontecido se ele não tivesse aparecido.

-eu sei, eu sei. Eu jurava que aquele era meu fim. Eu agradeci bastante à ele, por ter tamanha coragem de enfrentar aqueles caras. E ele ficou bastante machucado. Isso me doeu muito.

Hyunjin: por sorte nada mais grave aconteceu. Eu preciso agradecê-lo pessoalmente.

-deixa disso, osh... Massssss, ele mudou comigo...

Hyunjin: em que sentido?

-comportamento, o jeito de falar, sua expressão...tudo.

Hyunjin: quero detalhes!

-ele não está mais com aquele jeito bruto dele. Ele... está me tratando super bem. Até sorri pra mim.

Hyunjin: calma... Então o San passou de vilão para mocinho?!

-sim... Mas eu tenho medo que seja passageiro.

Hyunjin: talvez sim, talvez não... Você descobrirá com o tempo.

-Ah, eu ia esquecendo do principal. Nós vamos sair hoje.

Hyunjin: um encontro? Vejamos...

-não, bocó. É só pra esclarecermos alguns assuntos pendentes.

Hyunjin: isso é pretexto para ele te chamar para sair. Ele gosta de você, eu disse.

-claro que não, menino! Ele só quer conversar, simples.

Hyunjin: veja bem, se ele quer realmente conversar, então por que não deixou para conversarem aí na casa mesmo?

-...

Hyunjin: seu silêncio diz tudo. É um encontro, meu amor.

-shii! Chega, ok? Eu preciso me arrumar pro meu "ENCONTRO". Satisfeito?

Hyunjin: óbvio! Pra quê esconder o jogo?! Enfim, vá para seu encontro, e me deixe informado de tudo, sim? Não me esconda nada.

-sim, pode deixar!

Hyunjin: nem se rolar um beijo...

-aish... deixa de ser doido.

Hyunjin: fala isso como se não quisesse.

-e não quero, seu idiota.

Hyunjin: mas e se ele te beijar, vai retribuir?

- olha aqui seu merda... não vai acontecer nada de mais, ok?

Hyunjin: que grossa, tá igual ao San.

- não me compare a ele. Agora vou ter que desligar, 2bjs.

Hyunjin: osh... te amo, sua cobra.

- te amo também, sua naja.

*ligação off*

As paranóias de Hyunjin às vezes passavam dos limites. Iam além do possível. É claro que não passaria de uma simples conversa. E no caso de serem esclarecidas fora da casa, é porque é algo entre nós dois. Os outros não poderiam ouvir. Não porque era segredo, mas sim porque era algo pessoal. E como eu os conheço, eles iriam se intrometer e fazer ou falar coisas desnecessárias. E não era isso que nós queríamos, certo? Mas enfim, já estava em cima da hora para eu me arrumar, digo isso por olhar as horas no relógio de parede. Então levantei da cama, indo diretamente para o banheiro. Após sair, vesti uma saia rodada, e uma camisa de manga comprida, calçando o meu típico All star. Meu cabelo estava preso em um coque baixo. Não me maqueei, apenas passei um gloss rosa, para dar cor aos meus lábios. -ótimo-.

—Ei, viu San por aí?

—Que gatinha, fiu fiu. Vai para aonde assim?

—Eu... eu nem estou tão arrumada. -senti minhas bochechas esquentarem. —E eu te fiz uma pergunta. Que tal responder?

—Vai com calma, gatinha... San está lá no quintal. -Wooyoung levantou as mãos para cima, em forma de rendição.

—Yah! Eu estava brincando. - fui até ele, enchendo seu rosto de beijinhos. —Sabe que eu te amo, né?! E obrigada. - virei para sair dali, mas Wooyoung segurou meu braço.

—Ei, ei, ei, você tem um encontro com o Choi?

—Nop. É apenas um passeio para resolver uns assuntos...

—É claro! - disse irônico.

—Mas... Aff, com licença. -segurei na ponta da saia, me curvando diante dele, fazendo o mesmo gargalhar com meu ato.

Chegando no quintal, logo vi San balançando-se no brinquedo. Sorri automaticamente com a cena. Ele parecia tão alegre.

—Oi... - me aproximei dele.

—Oi, querida. -aposto que fiquei vermelha-. —Vamos? - ele perguntou sorridente, e eu assenti. San estava tão bonito. Seus cabelos estavam jogados para trás, deixando um topete evidente. Ele usava uma calça jeans clara, uma camisa branca soltinha, e um tênis preto. Simples, mas tão galanteador.

• • •

Estávamos sentados em um banco, olhando umas crianças brincando no balanço. Estávamos assim há alguns minutos. Nenhum de nós dois estava disposto a iniciar o assunto.

"se ele não vai começar, então vou tomar atitude".

Respirei fundo, me preparando para começar a falar.

—Então... -falamos em uníssono. E eu fiquei surpresa. Rimos em diante.

—Pode falar. -falei a San, que parecia mais disposto do que eu.

—Bom, quer que eu comece por onde?

—O que eu mais quero saber, é o porquê me odeia desde que cheguei naquela casa.

—Eu não odeio você. - ele deu um sorriso nasal.

—Me olhava como se quisesse me eliminar do mundo, me tratava na ignorância, não gostava da minha presença. Se isso não é sintomas de ódio, então não sei o que é. - falei simplista, fazendo San rir, enquanto balançava a cabeça negativamente.

—Na verdade, eu não gostei do seu jeito, extremamente extrovertido. Digamos que eu me forçava a agir daquela forma. Até que naquela noite, eu acabei mudando.

—Então nunca me odiou? - ele assentiu. Eu só queria entender como alguém consegue atuar tão bem um ódio por uma pessoa. San simplesmente levou tão a sério aquilo tudo, que acabou se acostumando com seu jeito contra mim.

—Mas eu me arrependo de tudo. Eu ficava informado de tudo o que acontecia naquela casa. Até mesmo de como você ficava mal quando eu era rude com você. Os meninos viviam no meu pé, me dando sermão. Principalmente Hongjoong. - ele estava de cabeça baixa, encarando as próprias mãos. —Eles falavam que eu estava passando dos limites, e que você estava se machucando... - ele deu uma pausa, e continuou. —Eu te devo uma desculpa decente. Então... Me desculpe por agir feito um idiota com você. Eu realmente não imaginava que você estava ficando mal com meus atos. Eu tomava atitudes de um estúpido, e hoje suplico que me desculpe. Quer dizer, só se quiser. - ele desviou o olhar das mãos, agora olhando em meus olhos. Vi a sinceridade e o arrependimento no brilho que seus olhos transmitiam. Confesso que naquele momento eu senti vontade de beijá-lo. Mas eu não agiria assim?!

—Tudo bem! Cada ser humano tem seus defeitos, quem sou eu para julgar os seus? Também tenho os meus. Então, eu te desculpo por tudo. Já passou. Também te devo um verdadeiro obrigado, por ter colocado sua vida em risco, para salvar a minha. - meus olhos corriam por cada parte de seu rosto, observando os machucados que estavam óbvios. Mas ele não deixava de ser lindo. —Eu estava com tanto medo! Achei que aqueles seriam meus últimos suspiros. Até que vejo minha luz no fim do túnel, no caso, você. Obrigada... -senti uma gotícula de lágrima escorrer em minha bochecha. As mãos de San foram até meu rosto, limpando com o polegar aquela gotícula, mantendo seus olhos fixos nos meus, sorrindo sem mostrar os dentes. —Eu faria novamente, acredite. Cada soco, cada pontapé valeu a pena.

—Eita... - eu realmente fiquei sem palavras, não sabia como reagir àquela confissão.

—Mas... Agora vai ser tudo diferente. Quero que sejamos amigos. O que acha? - o tom em sua voz era alegre.

—Deixe-me ver... - passei as mãos sobre minha barba imaginária, simulando pensar em uma decisão. —É claro que sim! - falei risonha.

—Então... amigos? - ele estendeu a mão até mim, e eu apertei sua mão em concordância com o trato. 

—Amigos.