História Serendipity - Imagine Ateez. - O flagrante.

 Despertei com a luz do sol batendo em meu rosto. Levantei aos poucos e me espreguicei. Olhei para o enorme relógio preso na parede, e me assustei ao notar a hora em que havia acordado. Ainda faltavam trinta minutos para às sete da manhã, e nossas aulas iniciavam às oito horas. Porém, eu não sentia sono. Isso se chama: milagre! Geralmente eu acordava com a ajuda de Hongjoong, berrando rente ao meu ouvido, com a famosa frase, "estarmos atrasados!". Mas desta vez, eu levantei mais cedo do que eu poderia imaginar. Eu era uma tremenda preguiçosa, na verdade ainda não deixei de ser. Mas ainda estava impressionada com minha capacidade.

Levantei da cama, caminhando em direção à janela, que estava com as cortinas escancaradas.

—Eu sou muito descuidada mesmo. - falei assim que fechei as cortinas cor de mel. Claramente havia sido eu que a deixou aberta. Pois na noite anterior eu havia chegada descarregada, e apenas me joguei sobre a cama, capotando logo em diante. Nem citei o Hongjoong, que estava caminhando na rua feito um sonâmbulo. Mas não apenas ele, alguns dos meninos também. Mas com razão. Tínhamos chegado tarde da noite em casa, pois nosso momento na pizzaria havia sido muito divertido, e acabamos perdendo as horas, retornando para casa apenas na madrugada.

Olhei para meu primo, pensando se eu deveria acordá-lo ou não. Ainda era cedo, e tanto ele quanto os outros meninos, precisavam descansar por mais alguns minutos. Então calcei um par de chinelos que estavam próximos à entrada, e segui até a cozinha.

—Se eu soubesse cozinhar, eu faria um ótimo café da manhã para os meninos. - eu estava de frente para o armário, remexendo em alguns ingredientes.

Voltei para o quarto, e peguei meu uniforme. Nem estava acreditando que eu iria ver meus amigos, depois de um mês. Eu estava tão feliz, que sentia que iria eclodir. Resolvi tomar banho no banheiro principal da casa, justamente para não correr o risco de acordar o Hongjoong. Além do mais, eu não era nada silenciosa ao me arrumar. Logo após finalizar, peguei a chave da casa que estava na cômoda, e segui até a padaria mais próxima.

A mesa estava farta de doces e salgados, talvez eu tenha dado uma exagerada ao comprar tudo aquilo. Mas aposto que iriam gostar. Acabei de arrumar algumas frutas sobre a cesta na mesa, e por fim o café já estava pronto. Agora só era esperar os meninos despertarem.

Peguei meu celular, e sentei na mesa, esperando alguma alma aparecer por aquele cômodo, pra não tomar café da manhã sozinha. E isso felizmente não demorou.

—O que aconteceu? Estava passando mal? - Yunho sentou ao meu lado, e ele parecia preocupado. Eu apenas dei uma risada com a pergunta feita.

—Sou a pessoa mais saudável dessa casa. Eu só acordei cedo. - ele soltou um suspiro de alívio e sorriu.

—Bom dia? - Seonghwa olhava para as coisas na mesa, com uma expressão confusa.

—Bom dia! - respondi.

—Quem fez tudo isso? - ele deu ênfase ao pronunciar "tudo".

—Eu. - sorri minimamente, olhando para a tela do celular.

—Você? Impossível. - ele sentou.

—Impossível mesmo. Na verdade, eu fui na padaria e comprei essas coisas. - expliquei, e ele soltou um "aah".

Não demorou muito, e todos já estavam se servindo na mesa. Exceto San, que ainda estava em seu quarto.

—Por que ele está demorando tanto? - olhei as horas na tela do celular.

—Não sei. Mas na hora que fui acordá-lo, ele já estava indo para o banho. - Jongho levou o garfo prateado que continha um pedaço de torta, até a boca, fechando os olhos, se deliciando do doce.

—Daqui a pouco teremos que ir. E ele ainda precisa comer algo. - levantei, e fui direto para o quarto de San. Ao bater na porta, ouvi um "entre!", e assim eu fiz, me deparando com o garoto de costas para mim, com uma toalha em torno do quadril.

—Céus! Depois eu volt... - senti sua mão me puxar, no momento em que eu iria sair daquele cômodo.

—Fique aqui. Não precisa ter vergonha, até parece que nunca viu mais que isso. - ele falou simplista. Senti minhas bochechas esquentarem com o comentário. É. Eu já vi muito mais que aquilo.

—Está demorando. Seja rápido. - sentei na ponta da cama.

—Você não manda em mim. - ele mostrou língua, e eu apenas revirei os olhos.

—Você ainda precisa comer algo. - falei em feição de preocupação.

—E se... - ele caminhou até mim, fez com que eu deitasse na cama, deitando seu corpo sobre o meu.

—Vamos nos divertir um pouquinho? - ele fez beicinho. Meu ponto fraco, droga.

—Não dá tempo. Ainda temos que ir para a escola. - falei olhando profundamente em seus olhos, que estavam próximos aos meus.

—Ainda temos uns minutinhos. Por favor, meu amor. - eu estava me deixando vencer, eu não acredito.

—Mas devemos ser rápid- ele nem deixou eu terminar a frase, e já colou os lábios aos meus, em um beijo afoito. San puxou uma de minhas pernas para cima, enroscando-a em sua cintura, agora, deixando nossos corpos grudados um ao outro. Levei minha destra até suas costas, arranhando ali suavemente. Nossas línguas brigavam por espaço, dentro de nossas bocas. Aquela sensação estava ficando cada vez melhor, eu iria explodir de puro desejo. Choi passou a dar leves beijos no meu maxilar, descendo seguidamente para meu pescoço, onde começou a maltrata-lo com chupões. Minha boca estava entreaberta, soltando fortes suspiros, enquanto meus olhos rolavam para trás. Meu ventre já estava borbulhando de desejo.

—Seja lá o que estiverem fazendo, deixem para mais tarde. Já está na hora de irmos. - paramos o ato, assim que ouvimos a voz de Mingi do outro lado da porta.

—Vamos, se vista logo. - empurrei San pelo peitoral.

—Vou dar uma surra no Mingi. - ele fingiu estar chateado. Apenas dei um tapa em seu bumbum, vendo ele ruborizar.

—Vou esperar você lá na cozinha. Ainda precisa comer algo. - dei um selinho demorado nele, e saí logo após.

Aproveitei que estava próximo ao meu quarto, e peguei minha mochila, voltando para a cozinha em diante.

—Cadê ele? - Seonghwa se referiu à San.

—Está se vestindo. - falei. Mas me assustei com um toque em meu ombro, olhei e vi que era Choi. Ele se arrumou tão rápido, céus.

—Vocês podem ir na frente. San e eu vamos atrás. - os meninos estavam apressados para irem à escola, pois não queriam perder o primeiro horário de aula. Até porque estávamos acostumados a entrar somente no segundo horário.

—Não demorem. - Hongjoong deu um beijo em minha nuca, e saiu junto aos meninos.

—Coma rápido, por favor. - eu estava de braços cruzados, balançando freneticamente uma das pernas. Eu queria sair logo daquela casa, mas não antes de ver San tomar café da manhã. Por que geralmente, ele comia apenas uma fruta, basicamente ia de estômago vazio.

—Vamos. - ele falou levantando da cadeira, e pegou seus pertences sobre o sofá. Arrumei os cabelos dele que estavam um pouco bagunçados, vendo ele sorrir fofo.

Enquanto caminhavamos, senti os dedos de San, se entrelaçarem aos meus. Percorremos o caminho todo de mãos dadas, até chegarmos em frente a escola.

—Espera. - pausei nossos passos.

—Algum problema? - ele me olhou confuso.

—Está com vergonha de verem a gente de mãos dadas? - San me olhou apreensivo, assim que soltei nossas mãos. Soltei um riso soprado ao ouvir aquela pergunta.

—Claro que não, bobo. Eu vou me gabar bastante por namorar você, acredite. - foi então que ele olhou para baixo, e deixou um sorrisinho sem graça escapar, mostrando as perfeitas covinhas que tem.

—Então por que soltou minha mão?

—Por causa da Hwasa...

—Uh? E o que tem ela? - ele perguntou.

—Depois eu explico pra você. Vamos entrar logo. Vá na frente. - fiz sinal para ele ir logo, e ele me olhou com um biquinho. Putz. Esperei ele sumir no meio dos alunos, e segui para a sala. Acenei para Yeosang, assim que o vi.

—Chegamos cedo. - ele falou sorrindo, e eu acenei com a cabeça, sentando na mesma cadeira de antes -atrás dele-.

—Vai me contar agora? - San estava sentado ao meu lado esquerdo -aquele era o lugar dele, óbvio-.

—Bom, é qu-... - parei de falar assim que vi meus amigos entrarem na sala. Levantei com pressa, indo até eles na velocidade da luz.

—Que saudades! - Hwasa falou me abraçando.

—Noona! - agora foi Renjun quem me abraçou. Ah, que saudades daquele conforto. Em seguida me joguei nos braços de Dokyeom, que me recebeu com aquele sorriso colgate e divertido que só ele tinha.

—Atrapalhadinha! - meu coração gelou ao ouvir aquela palavra e principalmente, aquela voz. Olhei para minha frente, e vi Dino me olhando com aquele sorriso branco. Eu fiquei por alguns minutos paralisada, até que senti ele me puxando pelo braço, juntando meu corpo ao dele, em um abraço caloroso.

—Você está linda com esse cabelo verde. - ele indagou.

—Obrigada. - dei um leve soco em seu braço. Não demorou nada, e um professor entrou na sala, e todos voltaram aos seus lugares.

Como era o primeiro dia de aula depois das férias, o professor não passou nada que tenha muita importância, ele passou um texto, e logo depois ficou fazendo algumas perguntas sobre nossas férias, e também falou um pouco da dele. O intervalo bateu, e nós saímos da sala.

—O que a s/n tem? - Dino perguntou à Hwasa.

—Não sei, ela está uns minutos encarando a mesa. - ela respondeu.

—Ei, o que você tem? - Renjun balançava uma das mãos em frente ao meu rosto, o que me tirou do transe em seguida.

—Uh? Estão falando comigo? - levantei do banco para ajeitar a saia em meu corpo.

—Não. Você está quieta demais, o que aconteceu com você? - Dokyeom me olhou com o cenho franzido.

—Nada. Eu só estou com sono. - soltei um falso bocejo e esfreguei os olhos. Eu sou uma péssima atriz, tenho que confessar.

—Hum... - Hwasa murmurou. Na verdade, eu estava pensando sobre como eu iria contar para Hwasa que eu estava namorando com San. Estava formando algumas falas, e simulando tudo na mente, mas nada estava indo da maneira de como eu queria.

—O que você tem? Não adianta mentir pra mim. - Hyunjin falou baixinho, para apenas nós dois ouvir.

—San...

—O que ele fez dessa vez?

—Nada.

—Então???

—Hwasa não sabe ainda que eu e San namoramos. - ele fez uma careta.

—O que você pretende fazer? - uma pergunta que eu não sabia responder.

—Não sei... - coloquei as mãos sobre a mesa.

—O que vocês estão cochichando? - Dino perguntou, fazendo com que os outros parassem de conversar, e nos observasse.

—Sobre nossas férias. - Hyunjin falou.

—Ah, e o que tem de tão importante que não podemos saber? - Renjun cruzou os braços.

—Nada. Só estávamos falando baixo, para não atrapalhar o assunto de vocês. Que por sinal é muito importante. - Hyunjin tinha uma resposta na ponta da língua. Eu suspirei aliviada.

—Vocês sabem que não atrapalham em nada. Nós não guardamos segredos, lembra? - e nesse momento a carapuça serviu. Era como se Hwasa tivesse jogado uma indireta para mim. Eu deveria me preocupar? Nós apenas confirmamos com a cabeça.

—Mas então, como foram as férias de vocês? - perguntei, tentando desviar daquele assunto.

—A minha foi ótima. Eu reecontrei uma menina que era minha crush a uns anos atrás. - Dokyeom falou todo risonho. E minha amiga apenas revirou os olhos, e fez cara de nojo.

—S/n, mas me conte, como foi suas férias ao lado de San? Você viu ele sem camisa na praia? - Hwasa parecia empolgada.

—Vi, mas eu não reparei muito...amiga. - dei um sorriso singelo.

—Deve ser igual uma minhoca magrela. - Dokyeom se pronunciou.

—Não diga isso! - metralhei ele com os olhos.

—Vamos zoar o San, vocês nem se gostam. - ele falou inutilmente. E Hyunjin pigarreou. Mas que droga.

—Hoje eu não estou afim. - levei uma caixinha de leite até a boca, e olhei de relance para Hyunjin. Enquanto eu lançava um olhar mortal para ele, senti alguém tocar em meu ombro.

—San está chamando você. - Jongho avisou, assim que virei para lhe olhar.

—Avisa que já vou. - ele soltou um "ok", e saiu.

—O San querendo falar com você? O que você aprontou dessa vez? - perguntou minha amiga, com os olhos curiosos.

—Eu não sei. Provavelmente vai gritar comigo, ou algo do tipo. Você sabe como é a nossa convivência né? Nada boa. - deixei um sorriso torto nos lábios, e sorri trêmula.

—Volto já! - saí dali, e fui até a mesa onde estavam os meninos.

—O que você quer?

—Nossa, não fale dessa forma comigo. - San abaixou os olhos.

—Ai meu deus. Me desculpa, é só que...eu...a... - eu nem conseguia achar uma frase coerente para lhe dizer. Eu estava tão nervosa.

—Venha, quero passar esses últimos minutos do intervalo, com você. - ele saiu me puxando pelo pulso até a entrada da quadra. Que por sinal, estava vazia.

—O quê você tem, anjo? - San levantou meu rosto, e fixou meus olhos.

—Eu não quero falar sobre isso agora. Mas assim que tudo estiver resolvido, eu te falo, ok?

—Tudo bem. - ele sorriu minimamente, deixando suas covinhas à mostra. Perfeição, era o nome.

—Me dá um beijo? É tudo o que eu preciso nesse momento. - falei de um jeito manhoso.

—Claro que eu dou. Quantos você quiser. - Ele segurou em meu queixo, e aproximou seu rosto ao meu, selando meus lábios em diante. Eu estava com saudades daquilo, apesar que mais cedo a gente tinha nos beijado, e muito mais. Era inevitável não passar de simples beijos. Existia um fogo enorme dentro de nós.

—S/n? San? - ouvir aquela voz fez meu corpo se arrepiar por completo. Me separei de imediato, e olhei para minha amiga.

—Eu posso explicar... - falei, sabendo que aquelas simples palavras não iriam fazer diferente alguma. Os olhos de Hwasa correram até minha mão, que estava segurando a de San. Ela ficou assim por alguns segundos, até seus olhos marejarem.

—Hwasa! Espera. - gritei logo que ela se afastou de nós, correndo na direção contrária. Eu não estava acreditando no que havia acabado de acontecer. Ela descobriu sobre nós da pior maneira possível. O universo estava conspirando contra nós?