História Serendipity - JIKOOK - Acreditar em mim

Jungkook

Quando Jimin saiu da minha sala com seu rosto vermelho e envergonhado, não pude conter meu sorriso bobo e apaixonado. A cada botão que eu fechava da minha camisa, seu rosto vinha a minha mente e a conclusão de que eu era muito sortudo era clara.

A porta foi aberta. Me virei sorridente na esperança de ver o rosto de Jimin novamente mas, ao invés de Jimin, Seungri que estava ali. Meu sorriso se fechou e minha expressão séria de sempre voltou ao meu rosto.

— Sua mãe não te ensinou a bater na porta antes de entrar, Seungri? — disse sério, me encostando na mesa atrás de mim.

— Me desculpe chefe, mas quando aquele empregadinho saiu eu pensei que poderia entrar normalmente.— sua voz soou como um deboche, dando ênfase no termo "empregadinho".

Eu não havia gostado do termo no qual ele se referiu a Jimin.

— Pois pensou errado. E o garoto se chama Jimin, e não é um empregadinho. Você é meu empregado, ele não. 

Ele passou a língua entre os lábios em sinal de incômodo ao meu discurso, seus olhos não olhavam mais diretamente nos meus.

— E o que veio fazer aqui? — continuei.

— Não é tão importante, é sobre...-

— Se não é tão importante ao ponto de entrar na minha sala sem bater, não deveria ter vindo. E qualquer coisa que quiser  me comunicar avise a Hoseok primeiro, e se for muito importante, bata na porta antes de entrar.

Sua expressão estava enfurecida. Podia sentir seu auto-controle ao vê-lo entrelaçar as mãos atrás do corpo e prender os lábios com força.

— Sim senhor.

Ele se dirige até a porta pisando de forma pesada e puxando a maçaneta rapidamente e batendo a porta com força.

Jimin

Os poucos minutos de almoço que me sobravam, depois de ter saído da sala de Jungkook, eu decidi procurar Hoseok e contá-lo tudo o que tinha acontecido.

Me direcionei alegre até a sala descanso, encontrando Hoseok sentado rindo exageradamente enquanto olhava a tela telefone.

— Seokie...

Ele tirou a atenção do telefone e me olhou em seguida.

— O que aconteceu pra você tá tão feliz?

Dei uma risadinha envergonhada.

— Não conta pra ninguém, tá?— me aproximei do seu ouvido e continuei: — Jungkook e eu ficamos juntos na sala dele.

Seus olhos se arregalaram. Seok olhou duas vezes para os lados para ter certeza de que ninguém ouviria. 

— Vocês dois são loucos, Jimin!!

— Eu só te contei porque achei que você iria gostar. — olhei-o

— Mas é claro que eu gostei! Enfim Jeon Jungkook está fazendo loucuras de amor! Agora, me diz os detalhes! Onde foi? No chão, na mesa...?

Minha cor se intensificou e eu continuei a falar.

— No sofá cinza.

Hoseok me olhou em cara de choque e abriu um sorriso divertido. 

— Eu nunca mais vou olhar para aquele sofá sem me lembrar disso que você acabou de me contar!

Antes que pudéssemos falar mais algo, fomos interrompidos por Seungri chegando a passos pesados à sala de descanso. Muitas pessoas que estavam ali ficaram movimentadas com sua atitude, eu estava normal e Hoseok também. 

— Ele deve estar bravo com algo, vamos voltar ao trabalho. — disse Hoseok.

— Breacking Time —

Já era noite e muitos funcionários tinham ido embora, só restavam eu e Hoseok.

— Jimin, já está tarde, você já pode ir.— disse seok, me fazendo tirar a atenção dos papéis que eu organizava.

— Não seokie, ainda falta muito! Não vou deixar você fazendo tudo isso sozinho! — eu falava como um resmungo.

Hoseok me olhou compreensivo e esboçou um sorriso balançando a cabeça.

— Olha, eu vou levar essa pasta para casa e deixar essa outra na sala de Seungri, então ninguém vai ficar madrugando aqui! — eu sorri assentindo.

— Mas tem certeza que não quer que eu ajude? Eu posso fazer algo por você!

— Mas como você é teimoso, Jimin! — ele sorriu e se levantou.

— Eu posso levar essa pasta na sala do senhor Seungri, pelo menos você não vai prescisar andar muito. — ele fez uma careta pensativa e depois sorri, me entrgando a pasta nas minhas mãos.

— Tudo bem, deixe isso na mesa do seungri. Ai Jimin, você é um anjo!

Ele falou pegando a bolsa debaixo da mesa e vindo a mim, me dando um abraço. Ele sorriu e seguimos juntos até chegar no corredor da sala Seungri, acenei para Hoseok e ele acenou se despedindo e entrando no elevador.

Eu segui sozinho pelo corredor a esquerda, segurando a pasta com as duas mãos. Quando cheguei em frente a porta da sala respirei fundo e abri a porta com cuidado. Adentrei na sala que, por sorte, estava vazia.

Dei alguns passos até chegar perto da mesa e posicionei a pasta em um lugar visível e que pudesse ser achado facilmente. A sala estava um pouco bagunçada e cheia de papéis jogados, então pensei: arruma-la não seria má idéia.

Comecei juntando alguns papéis jogados no chão e pondo-os sobre a mesa. Enquanto eu organizava alguns outros papéis, ouvi a porta  da sala abrir e se fechar.

— O que está fazendo aqui?!

Levantei minha cabeça vendo a face irritada de Seungri.

— Ah, desculpe senhor, pensei que ja tinha ido. Eu estava arrumando alguns papéis que estavam jogados no chão.

— E quem te deu permição para mexer nas minhas coisas?! Aliás, quem  te deu permissão para entrar aqui?!— ele perguntou me apontando com seu dedo indicador.

— Hoseok, senhor.

Sua postura pareceu voltar ao lugar.

— Termine logo isso, ponha esses  papéis aí.

Eu assenti com a cabeça e me virei para pôr o resto das folhas sobre a mesa. Ao fazer isso, senti-me incomodado com o olhar de Seungri sobre as minhas costas e me assustei ao ter seus braços ao redor da minha cintura, me apertando contra si.

— O que está fazendo?!— gritei.

— Você é a putinha de Jungkook, não é? Acho que ele não vai se incomodar se eu pegar emprestado por uma noite.

— Me largue!

Eu gritei desesperado ao sentir seus lábios irem de encontro a pele sensível do meu pescoço.

— Me largue!— repeti. 

— Pra quê, Hum? Pra você ir correndo contar a Jungkook? Sério isso?— ele dizia com um tom de deboche.

— Você vai se arrepender, Seungri! Me largue!.

— Acha mesmo que Jungkook vai acreditar em você? Acha que ele vai acreditar nas palavras de um garoto fácil como você?— ele dizia. Eu olhava para o chão, não queria  encarar seus olhos enquanto ele sussurava ao meu ouvido.— Acha que quando ele souber que você veio a minha sala e deu pra mim, ele vai te querer? 

— Eu nunca vou dar nada pra você!— gritei me debatendo em seus braços.

— Acha que Jungkook vai ficar com você? Ele já satisfez todas as fantasias sexuais que tinha com você! Aquela transa na sala dele, o que você acha que foi? Uma fantasia. Quando você tiver bem usado ele  vai te dispensar, e você vai correr atrás de mim!
Engoli seco com suas palavras, eu não queria acreditar naquilo, eu não vou acreditar nisso!

— Se você contar pra ele, acha que ele vai acreditar? Acho que não. Você vem à minha sala e faz sexo comigo, em quem acha que ele vai acreditar? Em você, um garoto fácil? Ou em mim, seu funcionário exemplar?

— Jungkook me ama! Ele sempre vai acreditar em mim!— eu gritei enquanto as duas primeiras lágrimas desciam pelo meu rosto.

— Pare de falar e vamos continuar com isso.

Ele me segurava com força. Eu me sentia preso e encurralado, como um animal em direção ao matadouro. Quando ele abriu o primeiro botão da minha camisa, eu me desesperei. Usei toda a minha força para acertá-lo nas partes íntimas com o meu joelho.

Ele ficou estático por um momento, mas logo caiu no chão se contorcendo de dor.

Eu corri.

Saí daquela sala o mais rápido possível, enxugando as minhas lágrimas com as mãos e me direcionando ao fim do corredor.

Antes de terminar o meu percurso até a sala de Jungkook, eu encontro o mesmo e corro  para abraçá-lo.

— Jungkookie...

Ele retribui o abraço, rodeando seus fortes braços ao meu redor.

— Está tudo bem, meu amor?

Eu abro meus lábios na intenção de dizer tudo o que havia acontecido, mas não queria estragar a alegria do que aconteceu entre nós mais cedo.

— Está sim, apenas vamos para casa.

Ele assente e me dá um beijo na testa, me  abraçando enquanto andávamos.

Eu queira contar a ele, mas lembrei das palavras de Seungri: "Ele não vai acreditar em você."
Esse era o meu medo.

Eu não sabia se Jungkook iria acreditar em mim.