- Você está maluco? – digo quando ele acaba de me beijar.
- Estou. Há muito tempo – ele me apertou mais ao seu peito – E a culpa é sua. Tenho vontade de estrangula-la e leva-la para a minha cama.
- Você é ridículo – eu sibilo para ele.
- E se você não quisesse o mesmo já tinha chutado minhas bolas, não acha? – ele ficou com aquele sorriso presunçoso de sempre.
- Eu...eu... eu prometi a Sadie que não faria nada para estragar a noite dela – eu digo vislumbrando ela nos braços de Caleb.
Eles pareciam tão felizes.
- Admiti logo que gosta de mim, vai. Poupará tempo. – ele fala no meu ouvido.
- Como disse antes, você é ridículo – eu falo – Como assim, poupará tempo?
Ele não responde, desce seus lábios até meu pescoço, arranhando com os dentes e me enviando arrepios por todo o corpo.
- Pare com isso, idiota – eu murmuro.
- Por quê? Você está gostando.
- Petulante e arrogante. Amo isso em um cara – ironizei e ele ri.
Ele desce novamente seus lábios nos meus e eu não tenho como resistir. Eu não posso resistir. Ele fez alguma magica sobre mim.
- Hey, Finn! – a voz estridente de uma garota me chamou a atenção.
Eu conhecia ela de algum lugar. Morena dos olhos claros, peituda e insuportável.
Oona Laurence.
- Sério Finn? A mais vadia da escola? – eu olho para ele que parece surpreso.
- O que? Eu? Olha, Millie, eu..
- Sai fora!– eu falo e vou pegar um ponche para mim enquanto ela o agarra.
Fui ao banheiro retocar a maquiagem quando Sadie me segue.
- Você está bem? Vi a Oona agarrando o Finn – ela comenta.
- Não me importa. Que ele fique com ela e mais cem – eu me olho no espelho e tento reparar o estrago que está minha maquiagem.
- PARE COM ISSO, MILLIE! EU JÁ CANSEI DISSO! – Sadie grita, me assustando.
Olho para ela, sem acreditar nessa súbita mudança de humor.
- Sads, o que aconteceu?
- Eu quero que você pare com isso. Pare de tentar agir como quem não se importa. Você acabou de ver o cara que você ama com outra e está aqui, fria e agindo como se não importasse. Mas eu sei que você se importa. E muito. Então, pare de bancar a forte e desabafe, coloque isso para fora. Nunca é bom manter sentimentos tão fortes dentro de você. É preciso colocar para fora! – ela terminou arfando.
Lágrimas começaram a rolar do meu rosto e ela me puxou para um abraço.
- Ele é um imbecil, idiota, estupido, cafajeste, sarnento, cachorro...
- Whoa, respire um momento, ok? – ela me pede.
Eu respiro fundo.
- Obrigada, Sads, não sei o que faria sem você – eu falo – eu não sei o que acontece, nem o serial killer me deixou perturbada quanto esse imbecil.
- É que você o ama – ela me disse.
- Sim, eu o amo. Mas do que adianta? Se ele não está nem aí para mim? Ele prefere ter todas – eu desabafo me encostando a pia.
- Eu não acho isso. Ele se arriscou de mais por você nessa historia do assassino. Ele arriscou a vida para te salvar milhões de vezes. Ainda não percebeu?!- ela me diz confiante.
- Eu sou apenas um estorvo para ele.
- Para de falar assim. Você é a menina mais incrível que eu conheci – ela sorri e me dá a mão – E eu sou muito grata por nossa amizade, ela é tudo para mim. E eu aposto que o Finn te ama e está nesse momento te procurando e já se livrou da biscate– ela pisca.
Um murro na porta do banheiro me assusta.
- Sai já daí, Millie – Wolfhard grita. – Ou eu vou entrar.
- Você não faria isso! Vá embora – eu grito de volta.
- Não queira entrar nessa briga comigo – ele devolve – Sai dai. Agora.
- Vá se ferrar, Wolfhard. Com a burra da Oona! – eu grito.
- Vocês deviam conversar e esclarecer as coisas. De uma vez– a ruiva pede.
- Não sei se consigo – murmurei baixinho.
Eu estava tão confusa que minha vontade era de sumir.
- Já chega. Se afastem, eu vou arrombar– o cacheado grita.
- Eu vou abrir! – Sink grita.
- Não, Sadie, por favor, estou te pedindo– eu murmuro.
Ela sorri.
- Você vai me agradecer. Talvez. Daqui a alguns anos. Talvez. – ela diz e abre a porta correndo em seguida.
Enquanto eu ficava de boca aberta pensando na traição da minha amiga, Finn Wolfhard entra e fecha a porta.
Puta merda.
- Você pode me dizer o que porra aconteceu?
- Vá embora. Não quero te ver. Não quero falar com você. Será que é tão difícil entender isso?! Me esquece!! – grito e sinto as lágrimas saírem sem querer.
Ele dá um passo em minha direção e eu dou um para trás.
- Não toque em mim. Nunca mais – eu murmuro.
- Por que está chorando, Millie? Olha, a Oona, ela não é...
- Cala a boca. Eu não quero ouvir mais uma de suas historinhas. Eu conheço bem sua fama, Wolfhard. Deixe-me sozinha. Por favor.
- Não, não, não e não! – ele disse exasperado - Não antes de você me ouvir.
- Não tenho nada para ouvir.
Finn me pega pelo meu pulso e me puxa para fora do banheiro. Várias meninas nos olham espantadas e vejo Oona me olhar com uma carranca. Ele não olha para trás nem um minuto, nem pisca quando começo a gritar por socorro e me debater. Enfim, ele para e eu reconheço o jardim da escolha que está iluminado com lâmpadas em formato de coração e varias bexigas em formato de coração. O que esse povo tem com corações? Sério!
- Aqui podemos conversar sem sermos interrompidos. – ele fala cruzando os braços.
- Olha, Wolfhard, eu sei que o que aconteceu com a gente foi especial, afinal foi minha primeira vez e tal. E até para mim isso é importante, por mais difícil que se possa imaginar, mas eu entendo que o que ocorreu entre nós não tem futuro e que você ainda precisa do seu harém e blá blá blá. Então, vamos deixar do mesmo modo como estava até isso tudo e...
- Eu te amo – ele fala calmamente.
- ...e nos concentrarmos em.. O-o que? O que você disse?- gaguejo.
- Eu te amo.
- O que? Mas...
- Olha, Millie, eu não escolhi isso. Aconteceu naturalmente. Não sei como, mas de alguma forma não posso mudar o que sinto e não quero – ele chega mais perto de mim – E eu não tenho e nem quero um harém, como você falou. Eu só quero você. É so você que importa para mim. E não adianta dizer que não, eu vou derrubar suas defesas. E você será minha – ele estava a centímetros de mim.
- Você é muito arrogante, sabia? – sorrio.
Ele dá de ombros.
- O que posso fazer? Vem naturalmente.
- Olha, Finn, eu... - começo a falar.
- Se você vier dizer que me odeia, que me acha insuportável e que preferia que um ônibus me atropelasse, eu não vou acreditar, ok? Eu sei que você gosta pelo menos um pouquinho de mim e eu não vou desistir assim tao fácil..
- Finn...
- Porque eu sei que você é teimosa para caralho e...
- Cala a boca! – grito e o empurro para a árvore mais próxima e o beijo.
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