História Série Amores improváveis - Capítulo sessenta e oito

Caminhei pelo meu quarto observando tudo, cada detalhe parecia te sido pensado com carinho, a cama era enorme e as janelas de vidro estavam abertas.

Por isso as cortinas iam e voltavam por conta do vento forte, o céu estava carregando de nuvens pesadas.

 Ao longe pude ouvir um trovão. Eu não sabia se gostava de tempestade, algumas que passei no orfanato foi uma experiência ruim, pelo menos no início.

 Os raios eram intesos, tanto que quando vinha, o quarto escuro era clareado completamente por alguns segundos, em seguida o trovão, o barulho parecia passar por camadas, até finalmente aumentar.

 Naquela tarde meus colegas contavam histórias de terror, eu normalmente não sentia medo, mais a forma como aquela especificamente era contada, me fez temer toda vez que um raio clareava, em seguida o trovão. 

Até Taehyung chegar e sentar ao meu lado, me fazendo esquecer de tudo, naquela noite eu beijei pela primeira vez, meu colega de quarto e melhor amigo.

 - Pequeno? 

 Sou arrancando das minhas lembranças com Hoseok me chamando. Me viro pra ele, o mesmo estava parado na porta que dividia nosso quarto, sem camisa.

 - Pequeno vem comigo, não gosto de ficar sozinho.

 - Isso é um pretexto pra você me paquerar?

 - Talvez. 

- Talvez eu devesse andar armado, nunca sei quando vai me agarrar. 

- Talvez devesse mesmo. - Ele sorri e finalmente eu consegui parar de olhar seu peito nu maravilhoso. - vai me fazer companhia? 

 Caminho até ele que dá espaço pra que eu entre em seu quarto. Passar por ele sem camisa me causou uma certa fraqueza nas pernas, eu tinha medo de imaginar as sensações que ele poderia me trazer.

 - Porque tem uma foto minha no seu quarto?

 - Ela era minha companhia nos meses que te esperei. 

Ai meu coração. Pego o livro que estava do lado da foto. - Como é ler um livro?

 - Como assim? Você nunca leu? 

- Os livros didáticos da escola contam? 

- Não. 

- Então eu nunca li. No orfanato passávamos o tempo aprendendo coisas pra surpreender as pessoas, cozinhar, tocar algum instrumento, aprender sobre arte, desenho, pintura. 

- Ler também é uma forma de deixar as pessoas prendadas.

 - Mais não era prioridade.

 - O que você toca?

 - Um monte de coisas, mais sou apaixonado pelo piano.

 - Que coincidência eu ter um piano. - Sorrio e abro o livro. - Eu ia ler, se quiser pode ler comigo.

 - Não quero te incomodar.

 - Não vai, vem cá. - Ele sentou na cama a abriu as pernas dando batidas na cama pra eu sentar no meio, e eu fui. 

No momento que minhas costas tocou seu peito nu tive que morder a boca pra não soltar um gemido, ele abraçou minha cintura e colocou seu queixo em meu pescoço.

 Minha sanidade estava por um fio. - Leia pra nós. 

 Abri o livro e comecei a ler em voz alta. - Para os que nasceram com o dom de não derreter diante de um belo romance, esse livro foi escrito por um homem apaixonado. Minha amada nem sempre me desejou, não fui parte dos planos futuros dela desde o início, não fiz seu corpo queimar com um olhar, pelo contrário, eu a inrritava, e ela me evitava. 

- Não estou dizendo que esse tipo de amor não existe, porque ele existe sim, do tipo que um olhar seu mundo vira, um toque te deixa em chamas. Só estou dizendo que não foi o caso com minha doce amada. 

- Ao longo do tempo pude perceber que ela me amava desde o momento que me viu, mais ao contrário dos romances mais conhecidos seu corpo não reagiu de imediato, demorou até que ela soubesse que me amava, até que seu corpo derretesse com um simples carinho meu. Pra finalizar essa página vou explicar minha intenção. Você nunca sabe quando se apaixona por alguém, mais eu digo, por experiência própria. Você se apaixonou no momento que a viu.

  Quando terminei de ler a página percebi que minha cabeça repousava no peito de Hoseok, e que ele abracava minha cintura de forma possessiva. 

- Vai ter que ler o livro inteiro pra mim, te ouvi é muito gostoso.

 - Inteiro? Isso vai demorar. - Falo sorrindo.

 - Você e eu temos tempo.

 - Hoseok.

 - Sim? 

- Seu abraço tá meio apertado, eu não vou fugir.

 - Se fugisse eu te cacaria.

 - Que possessivo. - Faço menção de me levantar mais ele me segura firme, meu corpo estava em chamas. - Acha que é verdade?

 Hoseok coloca seu rosto na minha nuca e respira fundo antes de dizer - O que?

 - Acha que nos apaixonamos no primeiro contato, que só depois percebemos?

 - Acho, acredito que você já é apaixonado por mim, só não sabe. 

 Me viro pra olha-lo, ele estava sério, não era uma brincadeira. - Não sei do que tá falando.

 - Não minta pra si mesmo pequeno. - Ele me abraçou novamente, dessa vez colando seu corpo no meu, meu rosto estava a centímetros do seu. - Eu gostei de você no primeiro momento, e percebi.

 - Hoseok... - Impaciente e já sem controle das minhas ações eu abracei seu pescoço e beijei sua boca no momento que um raio forte clareou o quarto, silêncio.

 Em seguida veio o trovão, sua língua se encontrou com a minha e soltei um leve gemido. 

Mergulhei as mãos por seus cabelos macios o beijando com calma, seu gosto era doce e terno, era o suficiente pra me deixar desesperado por mais.

 Ele me apertava com força, mais mantinha as mãos na minha cintura, parecia lutar contra si mesmo. Desci minha mão até seu peito nu, tocando tudo que conseguia, ele arfou baixinho antes de se afastar.

 - Pequeno, vai com calma.

 - D-desculpa.

 - Você entendeu errado, eu quero, muito. Mais eu tenho vinte cinco anos e você dezessete.

 - Mais eu quero.

 - Vamos bem devagar.

  Eu ia protestar, talvez gritar e chorar feito uma criança, mais alguém bateu na porta e Hoseok foi abrir.

 Um homem entrou e eu fiquei de pé morrendo de vergonha, não sabia se estava na cara que eu tinha agarrado o Hoseok, mais o mesmo estava descabelado.

 - Yoongi esse é o Tomás, seu segurança particular. 

 - Muito prazer senhor Min. - Ele estendeu a mão pra mim mais Hoseok entrou na minha frente.

 - Sem toques, sem sorrisos, você cuida dele de longe, e só trabalha quando não estou.

 - Sim senhor. - Novamente estava ali aquele tom de voz duro, nesses momentos ele parecia outra pessoa.

 - Tudo bem Hoseok. - Dou a volta e pego na mão do segurança, ele parecia ser gentil. - Muito prazer, eu não preciso de um segurança, mais vai ser bom ter companhia, não sei quando meu amigo vai poder vim me ver.

 - Yoongi, solte. - Eu soltei, não gostei do olhar que ele lançou. - Você já pode ir Tomás.

 - Com licença.

 - Ele só estava sendo gentil, vamos conviver juntos, é necessário ter uma relação.

 - Vocês não terão nenhum tipo de relação, não quero você de amizade com outros homens.

 - Isso é impossível, tenho o Tae, e agora o Jimin. 

- Quem é esse Jimin? Ele é gay?

 - Acho que sim, ele está na turma comigo. 

- Amanhã você vai me apresentar ele.

 - Não quero que o assuste, você fica diferente toda vez que alguém chega perto.

 - Só estou fazendo o melhor pra você. 

- Eu vou pro meu quarto. 

- Não, fica comigo. - Ele me abraçou por trás, deus! como aquilo era bom, eu queria mais, queria aquele homem pra mim. 

Novamente alguém bateu na porta, e dessa vez era a empregada que falou de lá mesmo. - Senhor Jung, o senhor Jeon está a sua espera e trouxe companhia. 

- Já estou indo. 

- Será que é o Tae?

 - Provavelmente... mais ei! Me espere. - Abri um sorriso e esperei ele vestir a camisa, em seguida desci correndo, quando vi o Taehyung sorri feliz e me joguei em seus braços, ele me pegou no colo por um segundo, em seguida me colocou no chão e beijou minha testa.

 - Meu gatinho malvado, como está? 

- Não me chame assim Kim Taehyung. 

- Mais você parece um gato.

 - Por isso que não senti sua falta. 

- Você sempre foi um péssimo mentiroso. 

- Taehyung, já pode soltar o Yoongi. - Olhei pra o dono da voz, era um garoto lindo, Taehyung era quase tão sortudo quanto eu.

 - Yoongi esse é Jeon Jungkook, Jungkook esse é o Yoongi, meu melhor amigo. - Jungkook sorriu pra mim e apertou minha mão.

 - Taehyung fala muito de você.

 - O Yoongi também fala muito do Taehyung. - Hoseok finalmente diz, sua voz não tinha emoção nenhuma, previ que isso não era um bom sinal.

 - Taehyung, esse é o Hoseok.

 - Você e o Yoongi já tiveram algo?