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História Série Crônicas de Amor de Sherlock Holmes e Molly Hooper - O Dia dos Namorados de Sherlock Holmes


Escrita por: Aline_Andrade7

Notas do Autor


Sinopse: Após anos de amor não-correspondido, Molly Hooper finalmente conseguira conquistar o coração do arrogante detetive Sherlock Holmes. O problema é que Sherlock é muito fora da curva: ele acha o Dia dos Namorados uma perda de tempo. Como lidar com alguém tão incomum em uma época cheia de romance?

Nota da autora: o que mais gosto da relação de Sherlock e Molly é que a amizade deles é insuperavelmente fascinante, porém, devo confessar que essa série de crônicas é uma viagem mental pelo qual pensei que dois personagens ricos do jeito que são, poderiam ter sua própria novela de amor. Nessa primeira história, quis começar pelo meio e não do início. Todas as história serão interligadas. Espero que gostem.

Capítulo 1 - O Dia dos Namorados de Sherlock Holmes


Fanfic / Fanfiction Série Crônicas de Amor de Sherlock Holmes e Molly Hooper - O Dia dos Namorados de Sherlock Holmes

[CRÔNICAS DE AMOR DE SHERLOCK HOLMES E MOLLY HOOPER] - História 1.

POV MOLLY

Nada poderia atrapalhar os sentimentos que eu estava vivenciando nesses últimos meses. Seria um conto de fadas da vida real? Não sei. Mas o que eu sei é que eu finalmente estava ao lado do homem que eu amava. Quem diria. Tantos anos de sofrimento e amor não correspondido. Tantos anos e tantas noites em claro pensando em sua boca, seus olhos, seu corpo...e eu tinha tudo isso agora. Ele finalmente era meu. Sherlock Holmes era meu namorado. E eu era sua namorada. Essa palavra “namorada” soa tão fascinantemente bem para mim agora. Uma mulher comum, de 37 anos de idade, profissionalmente satisfeita e antes infeliz no amor, agora, atualizando, totalmente feliz. Sherlock era verdadeiramente o homem pelo qual eu sempre sonhara. Um homem sem papas na língua, sincero, sem mentiras, sensual, cativante, incomum.

E tudo isso o que eu disse é parcialmente verdade (sinceramente é o cenário que eu queria que fosse real). Isso mesmo. Na verdade, ser namorada de Sherlock Holmes era algo que beirava o nível máximo de paciência e indiferença ás vezes. Ele ainda mentia de vez em quando sobre algumas coisas, como quem foi que chicoteou corpos no necrotério que eu definitivamente proibi ou quando a gente combinava para sair e ele me dava “um perdido” bonito e me eliminava completamente da sua agenda sem motivo nenhum. Mas eu sabia que ele era desse jeito antes e eu aceitei isso. Eu amava demais esse homem e entendia que ele não mudaria. Conquista-lo foi difícil demais para que eu reclamasse por pequenos detalhes......

Eu estava examinando um corpo de um jovem que morreu em um acidente de moto. Era triste saber o quão jovem uma pessoa poderia perder a sua vida......mas eu precisava fazer o meu trabalho e eu estava atenta totalmente a ele, quando ela entrou. Joana era a oncologista do hospital Bart’s. Ela era moderadamente animada, mas estava contagiante ao passar pela porta. Suas mãos carregavam um lindo buquê com belas rosas vermelhas.

- Richard é um amor não acha? Olha só a surpresa que ele me fez! Não existe um homem romântico assim!

- Nossa Joana! Que buquê lindo! É seu aniversário?

- Como? Eita Molly, você está bem? Sabe que dia é hoje?

- Hum, dia 14?

- Dia dos Namorados sua boba! Nossa Molly, você vive no mundo da lua mesmo. Deve ser por isso que não tem namorado.......

Sherlock e eu combinamos de manter nosso relacionamento somente aberto para algumas pessoas....mais próximas. Não poderíamos bobear nesse sentido, pois, ele era uma pessoa pública e eu realmente não gostaria de sair no jornal como a mulher que conquistou o coração do detetive, mesmo sabendo que um dia seria inevitável se nos casássemos.....quero dizer.....se um dia a gente se casasse, o que ás vezes parecia ser algo muito distante de ser verdade.

Eu olhei Joana sair do necrotério cantarolando com suas flores perfumadas nas mãos. Eu sabia que essa cena jamais aconteceria comigo. Sherlock não era romântico e muito menos se importava com datas assim. Ele simplesmente dizia que “eram coisas inúteis de seres humanos que não tem mais o que fazer a não ser gastar dinheiro com bobagens”. Eu ouvia e abria um sorriso de concordância, mesmo sabendo que no fundo, eu discordava um pouco. Eu sabia que Sherlock jamais faria algo assim por mim e eu aceitava isso. Eu sabia como era o homem que eu tinha escolhido e estava satisfeita e ponto. Suspirei fundo para voltar ao trabalho, quando um vulto preto entrou rapidamente pela porta vindo em minha direção:

- Preciso verificar o corpo de Eva Mendes agora Molly!

..........

Eva Mendes era uma famosa ginasta que morreu misteriosamente em um carro que foi deixado perto de uma linha de trem. Um caso tão intrigante para a mídia que não poderia faltar os dedos do meu namorado detetive. Eu realmente não sabia dos detalhes disso, ele nunca me contava essas coisas, acho que deveria pensar que eu era boba demais para entender, mas na verdade, eu realmente entendia seus casos, só não queria que ele se vangloriasse mais ainda do que se vangloria se eu o elogiasse cada vez que ele resolvesse algum mistério.

- Você está vendo essas marcas? Claramente são marcas de um tigre.

- Um tigre? Você está louco Sherlock?

- Todos dizem que estou louco, mas eu estou sempre certo.  E você como está hoje?

- Estou bem, que bom que finalmente perguntou.

- Eu estava ocupado.

- Para pronunciar uma simples frase, ok. Eu te amo de qualquer forma.

Sherlock arregalou os olhos e não acreditou que fui tão direta. Raramente eu fazia isso, mas aos poucos, eu estava ficando agressiva e à vontade com ele. Percebi um leve rubor em sua face, ele olhou para baixo e continuou a examinar o corpo. Nosso relacionamento era assim, nos víamos de vez em quando na minha casa, conversávamos, comíamos e transávamos. Era tudo com muito amor, mas raramente ficávamos aconchegados em todos os momentos como casais normais. Ele continuava me tratando friamente em público. Era algo que eu aceitava, mas confesso que me incomodava um pouco. Bom, eu deveria apenas deixar a vida me levar, afinal, esse homem foi minha escolha.

- Er me desculpe Molly, mas este caso é importante.

- Tudo bem Sherlock, eu disse que te amo, então está tudo bem.

- Certo. Obrigado.

Meu celular começou a tocar e eu atendi:

- Olá, essa é uma homenagem.....

- Clap.

- Molly? Você desligou seu celular?

- Sim.

- Você mal ouviu e desligou na hora....

- Ah parecia uma voz gravada, com certeza era uma propaganda.

- Certo.

Sherlock olhou pra mim com olhos intrigantes e desconfiados. Por um momento, senti que ele se sentiu desagradável naquele momento, mas desviei minha atenção deste detalhe, virei meu corpo e comecei a examinar algumas amostras. Precisei sair um pouco do necrotério e deixei Sherlock sozinho no laboratório. Demorei alguns instantes e quando voltei, ele tinha sumido. Ele saiu sem se despedir. Tudo bem, não era a primeira vez. Quando me encostei no balcão, meus olhos começaram a abrir mais do que o normal. Eu não acreditava no que eles estavam vendo naquele momento. Ali, em cima do balcão branco havia uma caixinha toda enfeitada com corações e um laço rosa. Parecia uma caixa de chocolate com os dizeres “EU TE AMO” gravados na parte superior. Sherlock não só se lembrou do Dia dos Namorados como comprou um presente, uma lembrança romântica para mim!!!!!!!!! ELE SE LEMBROU E COMPROU CHOCOLATE PRA MIM!!!!!! Fiquei estática e mal conseguia respirar. Algo realmente inédito estava acontecendo. Corri para a janela para ver se eu conseguia ve-lo mas ele já tinha saído do prédio. Meu sorriso abriu de forma intensa e eu realmente me senti como se o paraíso estivesse realmente na Terra.

....................................

7 horas antes.......

POV NARRADOR

Eva Mendes seria talvez um dos casos mais intrigantes da vida do famoso detetive Sherlock Holmes. Ele havia passado as últimas 12 horas examinando este fatídico mistério. Uma mulher de 19 anos, encontrada morta em uma Mercedes do lado de um trilho de trem com marcas de um felino. Intrigante. Sherlock estava usando 4 adesivos de nicotina e andava de um lado para o outro completamente impaciente. John já estava cansado, pois, por mais que quisesse, não conseguia admitir que esse caso demoraria dias, talvez semanas, para ser desvendado.

- Sherlock?

-......

- Sherlock?

-......

-Você comprou algum presente para a Molly?

Essa frase, como esperado por John, fez Sherlock desviar seus pensamentos e seguir o olhar para o amigo.

- Acho desnecessário comprar presentes para aniversariantes.

- Do que está falando? Não é aniversário dela! Céus, nem isso você sabe!

- John estou ocupado, Eva Mendes! Você não está ajudando como sempre ajudou, o que houve?! O que está acontecendo com você?

- Tenho andado cansado sinceramente. Parece que deveríamos admitir que isso é um dos casos não-resolvidos.

- Me recuso, estou quase lá!

- Ok, mas o que eu queria saber era se você comprou um presente do Dia dos Namorados para Molly!

- Dia dos Namorados é simplesmente uma data insignificante onde seres humanos gastam dinheiro com insignificâncias.

- Certo, entendi. Molly é insignificante.

- O que? Eu não disse isso. Não distorça.

- O que eu estou dizendo Sherlock é que Molly te ama e hoje todos os namorados do mundo vão comprar algum presente para sua namorada e Molly será a única que não terá esse presente por culpa do namorado idiota que ela tem!

Sherlock estava completamente abismado com a reação de John. O seu amigo baixinho estava realmente nervoso. E ele poderia admitir que um pouco das suas palavras o tocou. No fundo, ele não queria deixar Molly ser a única mulher comprometida no mundo a não ganhar nada, mas ele não poderia deixar de admitir que achava datas comemorativas uma perda de tempo. Seres humanos comuns que só pensavam em ganhar bens materiais em prol do tal “amor” que ele não acreditava existir (mesmo sentindo um afeto precioso pela sua namorada).

- Ok, você ganhou! O que eu compro pra ela?

- Pegue seu casaco. Vamos ao sex shop.

- Ao que?!.

...........................

Sherlock não estava acreditando que se deixou convencer pelo seu amigo e estava em um lugar completamente estranho demais para sua mente rápida. Era totalmente atípico a sua personalidade e completamente arriscado. Se ele fosse fotografado em um local promíscuo como este, seria o seu fim. Já bastava as fofocas causadas por Janine no passado, agora não poderia ser alvo de calúnias novamente. John era realmente louco por coloca-lo naquela enrascada e ele pagaria por isso, ah se pagaria.....

- Inacreditável! Não acredito que você me trouxe para esse lugar John, quer morrer?!

- Mulheres gostam de coisas sexies para surpreende-las Sherlock. Vai por mim, chega de tanto romance água com açúcar. Faça uma surpresa diferente para Molly dessa vez. Use a sensualidade como carro-chefe.

- E o que eu compraria aqui? Desconheço praticamente todos os tipos de objetos vendidos nesse lugar.........obsceno. E você além de ser romântico virou um tremendo de um pervertido agora?

- Venha, vou te apresentar alguns itens úteis. Veja, olhe aquele creme de massagem.

Sherlock estava curioso com o que via. Todas as embalagens eram feitas com um design sem o menor pudor. Poses sensuais e imagens sexuais era completamente natural. Óleo de massagem, vibradores, calcinha comestível...... mas nada disso chamava atenção do detetive, muito pelo contrário, ele estava enojado e queria sair de lá imediatamente.

- Vamos embora daqui John, esse lugar está infectado! Molly não combina com nada disso. 

- Nada disso! Vou comprar alguns produtos para minha Jennifer e você comprará algo bacana para Molly. Veja aquilo, ela vai gostar.

O que Sherlock viu foi algo muito estranho, aparentemente era uma venda preta em conjunto com uma calcinha de renda. Uma bobagem, mas menos pior que todos os outros produtos. John colocou na sacola aqueles apetrechos estranhos que ele comprou e Sherlock partiu imediatamente para o Bart’s. Ele precisava examinar o corpo de Eva Mendes de novo, pois, seu cérebro ágil detectou uma informação importante que não estava tão visível antes, porém, ele começou a se sentir enraivecido, pois, por um momento, não conseguia pensar em seu caso direito como horas atrás. Alguma coisa entrou como uma faca em sua mente e perturbou seus pensamentos.

Molly tomou conta da cabeça do detetive naquela hora. Ele não conseguia parar de pensar em usar aqueles produtos no corpo dela e muito menos conseguia parar de pensar nela usando o que John o obrigou a comprar. Ela ficaria linda e maravilhosa com aquela calcinha de renda preta. Mas não, ele não poderia pensar nela assim. Molly era pura, inocente. Sim, faziam amor, mas era com muita inocência. Ele não poderia dar isso para ela, ele deveria dar outra coisa. Então sua mente rápida voou para um universo alternativo e o fez ter uma ideia muito melhor do que a proposta de John. Pegou a direção contrária da rua e foi fazer o que deveria para agradar Molly nesse dia. Depois de elaborar a sua surpresa, seguiu imediatamente para encontrar sua amada.

2 horas depois....

Sherlock saiu do Bart’s completamente frustrado. Molly definitivamente não conseguiu captar a sua surpresa. Ela era uma pessoa muito ansiosa ás vezes e deixava algumas coisas escaparem no ar. Ela o conhecia como ninguém, é verdade, mas ao mesmo tempo parecia que ela se desligava da Terra e pousava um tempo em Marte.

Sherlock resolveu suas pendências do seu caso atual e chegou na Baker Street com o telefone na mão para cancelar a loucura que estava planejando e qual não foi sua surpresa ao ver a figura da mulher que sentia algo aproximado com afeto sentada, lhe esperando, com olhos.....raivosos! Espera, por que ela estava o olhando desse jeito com tanto ódio? Sherlock notou em questão de segundos o que estava acontecendo. Molly estava com aquele objeto estranho na mão. O objeto que John o forçou a comprar. A calcinha de renda preta!

- Er Molly! Você aqui, que surpresa!

- Sem rodeios Sherlock. Me explique agora o que é isto.

- Uma roupa íntima?

- De quem?

- Hum, de uma mulher? Minha não seria, suponho.

- De que mulher, Sherlock?

- Molly, não estou entendendo suas indagações chatas. Você sabe que na minha casa tem todos os objetos mais peculiares que você já viu.

- E quero saber o que uma calcinha de renda está fazendo na sua casa, pois, em primeiro lugar, ela não é minha e em segundo, ela estava no chão. Parecia ter sido jogada sabe-se o motivo.

Sherlock não entendia porque aquela roupa intima estava jogada no chão, provavelmente John deveria estar examinando a lingerie e acabou esquecendo jogada por aí. Idiota. Agora Sherlock estava em uma enrascada, pois, pela primeira vez, não tinha argumentos apresentáveis.

- Sherlock, eu vou perguntar pela última vez o que isso está fazendo na sua casa.

- Não te interessa!

- O que?

- Isso mesmo que você ouviu. Não pode entrar em minha casa sem minha permissão, invadindo como se fosse um ladrão, tocar nos objetos e exigir explicações. Não estou em um relacionamento com você para que você seja igual a chata da minha mãe, Molly.

- Idiota! Por que está sendo assim insensível? Você me fez uma surpresa tão doce mais cedo e agora está assim desse jeito todo arredio e ainda não quer me explicar o que é isto. Estou decepcionada.

- Então você captou minha surpresa?

- É claro, eu amei Sherlock. Eu nunca imaginaria que você faria algo assim. Estavam deliciosos.

- Que bom Molly, fico feliz que reconheça....peraí, deliciosos?

- Sim, eu adorei, você tem bom gosto para chocolates.

- Espera, que chocolates?

- Os que você deixou ao sair do Bart’s.

- O QUE? Eu não deixei nada disso! Eu jamais compraria chocolates pra você!

- Mas do que está falando? Quando você saiu, eu vi uma caixa de chocolates com os dizeres “eu te amo” em cima do balcão.

- Bom, aparentemente você tem um admirador secreto no hospital, porque não fui eu a pessoa que comprou isto.

- Não acredito, não pode ser....

- Eu jamais compraria algo assim tão idiota e...

- CHEGA Sherlock! Já entendi! Não foi você, você jamais compraria algo pra mim, eu entendo e aceito isso! Eu te escolhi sabe, mas parece que a recíproca não é verdadeira, e dê boas lembranças a dona desta calcinha. Aproveite o restante do Dia dos Namorados com ela!

- Espera Molly, espera....não...

Molly saiu de supetão da Baker Street carregando um caminhão de raiva pelo caminho. Parecia que estava acabado. Sherlock não tinha mais Molly. O que isso significava? Ele não a veria mais? Mas ele queria continuar a vê-la sempre que podia. Ele sabia que seus horários para ela eram restritos e pequenos, mas....ele não queria que as sexta-feiras de amor e carinho acabassem.

Ele sentia algo estranho com relação a isso. Será que ele conseguiria viver sem Molly? Sherlock sentou em seu típico sofá e juntou suas mãos em sua boca como sempre fazia para pensar. Havia algo a mais nessa história, afinal, se ele não comprou aqueles chocolates, quem foi? Sua inteligência absurda captou totalmente na hora o autor daquela lembrança romântica. Ele pegou seu casaco e saiu correndo, sabendo, que esse sujeito poderia roubar a mulher que ele sentia afeto, muito afeto.

POV MOLLY

Eu estava arrasada. Meu rosto estava molhado pelas lágrimas misturadas com raiva e tristeza profunda. Obviamente, era tudo um engano. Sherlock não comprara nada para mim, como também, estava se engafinhando com uma qualquer por aí. Era estranho porque pra mim, Sherlock não parecia ter o típico perfil de um homem comum que gosta de sair com todos os tipos de mulheres, ele parecia ser diferente e único. Mas não adiantava. Era impossível ter um relacionamento com ele. Eu tentei, tentei realmente mas não era ideal, não me faria feliz, ele não me amava de verdade. Talvez ele apenas se deixou levar pela emoção carnal ou porque eu era a única que te dava atenção nesse sentido.

Perdida em pensamentos destrutivos, mal consegui notar que já estava perto de casa, quando de repente ouvi uma voz me chamando como se estivesse muito distante.

- Molly!

Eu não enxergava bem mas a figura masculina alta e magra corria em minha direção, eu abri o sorriso, pois, por um momento pensei que fosse ele, meu namorado ou melhor, ex-namorado (ou quem sabe atual de novo em poucos minutos), mas quando a figura se aproximou mais, meu sorriso diminuiu. Não, não era Sherlock. Era Tom. Meu ex-noivo.

- Nossa Molly, eu sabia que você chegaria a essa hora, simplesmente vim correndo para tentar te alcançar.

- Aconteceu alguma coisa Tom? O que faz aqui?

- Eu vim fazer algo que eu deveria ter feito há muito tempo, vim tentar ter você de volta pra minha vida!

- Desculpe Tom, mas o que tivemos foi um engano, eu não quero voltar com você mas desejo que você siga em frente e seja feliz.

- Ele não te merece Molly!

- O que?

- Sherlock! Eu sei que vocês estão juntos! Eu vi vocês conversando no Bart’s, mas foi ridículo, ele te tratou como um nada!

- Peraí Tom, como assim você me viu conversando com ele? O que temos não é público, só conversamos no necrotério.

- Precisamente.

- Peraí, do que está falando? Não me diga que anda me seguindo, não me diga que você se esconde no necrotério? Você é um louco desvairado, pare com isso e vá embora daqui!

- Não vou de jeito nenhum! Você gostou do meu presente, eu vi você comendo e parecia feliz, muito feliz, olhos brilhantes e apaixonados, lembrou de mim com certeza.

- Tom eu achei que Sherlock tinha deixado chocolates em minha mesa! Mas foi você! Meu Deus...

- Foi eu! Porque te amo, porque te valorizo, porque sou o único que te trata como uma mulher que você merece. Porque te quero, por favor, volta pra mim!

- Desculpa Tom, te agradeço pelo presente mas não posso aceitar você de volta!

- Por favor Molly, eu não consigo viver sem você.

- Não Tom!

- Por favor!

- Solta o meu braço Tom, eu não quero, já disse!

- Me aceita!

- ME SOLTA! Vou gritar.

- ELA DISSE PARA VOCÊ SOLTA-LA.

De repente tudo parou. Aquela voz grossa carregada de arrogância estava li audível para mim de novo. O vento soprou mais forte e só consegui ver aquela figura masculina com seu casaco preto e seu cachecol azul emoldurando aquele belo homem que estava nesse momento, com um ódio imensurável e assustador em seus olhos. Não consegui mais ver nada, só sei que a figura de Tom caiu e uma mão firme me segurou e me puxou para longe dali. Ficamos andando durante longos minutos em silêncio sem falar uma palavra, Sherlock na frente e eu apenas atrás, segurando sua mão e sentindo o ar sereno da noite.

Sherlock então parou e sem olhar para mim, pegou seu celular, digitou algo e falou com alguém. De repente meu celular tocou, eu demorei para atender, quando atendi, uma voz animada ressoou no telefone:

“Olá, essa é uma homenagem de alguém que te ama, ouça depois do BIP”.

BIP.

-Er, hum, eu não sou muito bom com essas coisas, mas vamos lá...er....Molly Hooper, er....você é de certa maneira, fascinante e bonita, não digo que seja a mulher mais bela do mundo porque beleza é algo que projetamos na infância para a vida adulta, mas a projeção de beleza para mim está muito bem caracterizada em você e no seu cabelo. Sim, eu acho ele fascinante. Tem uma cor natural e balança de um jeito que me deixa meio hipnotizado.... e por que estou falando essas idiotices? Enfim, er....er....eu não sou de falar do que sinto porque acho que não sinto nada, quero dizer, não, eu refaço a frase, eu sinto sim algo por você, mas não sei definir, não sei o que é, é algo bom, mas não sei como dizer pra você. Por favor, me perdoe Molly, eu sou o pior de todos os namorados do mundo, eu não te dou presentes, carinho ou atenção, e nem consigo gravar uma declaração de amor direito, mas saiba que se você me aceitar como eu sou, faremos uma viagem de uma semana para Paris como presente desse Dia dos Namorados que aparentemente, todos gostam de comemorar. Mas se você achar essa mensagem idiota demais e não me quiser eu vou entender, obrigada, Sherlock Holmes. Acho que é isso, não falei tudo que anotei, mas enfim, ah eu também gosto muito dos seus seios, são pequenos e err.....Lestrade está sinalizando que é melhor não citar isso, retiro então, bom então termino aqui, câmbio e desligo.

Eu estava estática. Não conseguia acreditar no que ouvia. Sherlock continuava na minha frente e de costas pra mim. Ele parecia estar tremendo. Não sei se era de frio ou de nervosismo. Mas então, eu me aproximei devagar, tomei a última coragem que ainda me restou de todas as emoções que eu tinha acabado de passar, o abracei e com a voz totalmente chorosa e embargada, eu disse:

- Precisamos fazer as malas hoje mesmo!

Só sei que nesse momento, eu ouvi o seu sorriso, ou sussurro que parecia um sorriso e então ele segurou minhas mãos. E esse foi definitivamente o Dia dos Namorados perfeito.


Notas Finais


Obrigada por ler até aqui.


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