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História Serva Infiel - III - Encargo


Escrita por: Scarlett_Angelx

Notas do Autor


Hello Angels!
Capítulo novo saindo do forno pra vocês!
O capítulo está um pouco curto, mas o próximo será mais longo e bem interessante hehe.
Boa leitura!

Capítulo 3 - III - Encargo


Os lábios dele eram macios e o gosto de sua boca era agradavelmente doce. Era a primeira vez que eu beijava e eu sentia que estava me afogando em um mar de sensações diferentes que me envolviam e me tiravam do chão. Era um misto de sentimentos diferentes.

Suas mãos subiram pelos meus cabelos e um calor crescia dentro de mim, como se a temperatura do meu corpo aumentasse a cada toque. Levei minha mão até os cabelos negros dele sentindo os fios discretamente compridos e macios deslizarem por entre meus dedos enquanto o cheiro agradável que emanava de sua pele clara invadia minhas narinas.

O meu coração batia acelerado como se fosse pular para fora da minha garganta e foi nesse momento que o choque de realidade caiu sobre mim.

Uma onda de sentimentos de remorso me invadiu no momento em que eu me dei conta do que eu estava fazendo. Afastei o Sasuke bruscamente separando nossos lábios e me levantei em um movimento rápido antes de correr na direção do fusma fechado. Ouvi o Sasuke gritar um "espere", mas o ignorei e rapidamente corri para fora do quarto.

Corri pelos corredores sentindo as lágrimas beirando em meus olhos enquanto a sensação de repulsa por mim mesma invadia meu corpo. Eu havia beijado o noivo da minha senhora. Eu havia mordido a mão que me alimentou por todos esses anos, e acima de tudo, eu havia quebrado totalmente o laço de lealdade que eu havia criado com os Hyuugas. Com um simples gesto, eu me tornei infiel aos meus próprios princípios de ética.

Eles me deram comida, abrigo, estavam cuidando da minha mãe doente, e eu retribuí traindo a confiança dos meus senhores. Eu não conseguia me reconhecer. Como eu pude agir daquela forma suja e promíscua? E pior, como seria dali em diante? Sequei meus olhos inutilmente assim que cheguei ao jardim situado nos fundos da mansão e me sentei na grama orvalhada da manhã, enquanto sentia as lágrimas de remorso escorrendo pelo meu rosto até caírem no chão e serem absorvidas pela terra sob a grama do jardim.

Abracei meus joelhos e encostei minha testa nos mesmos, enquanto minhas lágrimas molhavam meu kimono. Como eu iria contar sobre minha traição para meus senhores? Eu não conseguiria apenas agir como se nada tivesse acontecido. Eu não tinha sangue frio ao ponto de apenas seguir a minha vida como se não tivesse me deixado levar pelos meus desejos pecaminosos que me fizeram agir tão irracionalmente. Mas qual seria meu destino se eu contasse? Como ficaria minha mãe? No mínimo, eu seria expulsa e o tratamento da minha mãe não seria mais pago. E, na pior das hipóteses, eu seria morta, e minha mãe ficaria doente e sozinha.

Ao mesmo tempo que toda a culpa caía sobre mim, o medo me invadia também. Eu não temia pela minha vida. Desde a morte de meu pai, e o adoecimento da minha mãe, eu sabia que minha vida se basearia em apenas servir e nunca ter uma vida de fato. Eu não perderia nada se morresse ou se continuasse a viver. Mas minha preocupação era a minha mãe, como ela ficaria sem mim? Acabaria piorando e morrendo também, e uma mulher gentil e batalhadora como minha mãe, não merecia ter um fim assim. Não por culpa de um pecado meu.

Eu não sabia o que fazer. De alguma forma, eu sabia que Sasuke não falaria sobre o ocorrido para ninguém, mas esse era um segredo que eu não pretendia guardar. Após pensar muito sobre o que faria, decidi fazer a coisa certa. Eu seria sincera e contaria tudo para a Hinata, e imploraria para que ela mantivesse minha mãe sob tratamento. Hinata era gentil e não puniria minha mãe por um erro meu. Já o meu destino, pouco importava para mim.

 

•| ⊱✿⊰ |•

 

Eu estava na cozinha, junto com as outras servas. Por mais que eu tentasse, era impossível esconder a angústia que me corroía por dentro, como um veneno letal que me matava aos poucos. Mesmo com um sorriso forçado no rosto, eu sabia que meus olhos mostravam o quão destruída eu me sentia internamente. Nunca havia sentido aquilo, e poderia dizer que o sentimento de culpa, é um dos sentimentos mais dolorosos e sufocantes que um ser humano poderia sentir, se não o mais. É um sentimento que aperta seu coração como se ele estivesse envolto em uma longa raiz espinhosa que aperta mais a cada segundo, ao mesmo tempo que um nó sufocante aperta sua gargante e te impede de respirar normalmente. Era exatamente assim que eu me sentia.

Keyko estava tão concentrada em preparar o café da manhã de sua senhora Hanabi, que nem mesmo notou a minha presença no local. Precisei parar ao lado dela e oferecer minha ajuda com a sua bandeja para que a mais nova notasse que eu estava ali. Logo ela aceitou a minha ajuda me enviando seu melhor sorriso, mas não demorou nem dois segundos para que ela notasse meu estado de angústia. 

— O que aconteceu? — o olhar preocupado de Keyko me encarou enquanto sua voz tinha um tom baixo, era como se ela soubesse que o motivo do meu estado era algo que não podia ser dito em voz alta.

— Nada, só estou um pouco cansada. — falei percebendo no mesmo instante o quão esfarrapada era aquela desculpa, que obviamente, não convenceu Keyko.

— Você não sabe mentir, Sakura. — ela disse cruzando os braços e me encarando com um olhar sério. — O que houve? Quem sabe eu possa te ajudar.

Olhei em volta, vendo todas as outras servas da casa fazendo seus respectivos trabalhos. Elas certamente não estavam prestando atenção em Keyko e eu.

— Eu não posso te contar. — olhei para o chão, encarando a barra do meu kimono. — Ao menos, não agora.

Era verdade, seria ainda mais injusto se a senhorita Hinata não fosse a primeira a saber da minha traição. Eu já havia traído sua confiança, e deixar que ela fosse a última a saber disso era ainda pior.

— Sakura, eu não estou entendendo. — sua voz estava aflita e mais preocupada.

Eu ainda sentia os lábios macios dele contra os meus, o sabor doce de sua língua quente tocando a minha, os fios negros e macios entre meus dedos, o cheiro inebriante que emanava de sua pele. Coloquei minha mão sobre os meu lábios, me recordando de seu beijo e toques. As lágrimas ameaçaram sair, mas as sequei rapidamente antes que elas escorressem.

— Keyko-chan, eu não sei o que vai acontecer comigo, mas cuide da Hinata se algo acontecer comigo, okay?

Antes que a mais nova pudesse me responder qualquer coisa, Kurenai entrou na cozinha. Eu poderia sorrir se não estivesse em um estado emocional tão arrasado. Kurenai era exatamente a pessoa que eu queria ver naquele momento. Rapidamente caminhei até ela.

— Kurenai-san. — fiz uma reverência para ela.

— Precisa de algo, Sakura? — ela perguntou em tom calmo assim que me levantei da reverência.

— Preciso. — assenti olhando para os pés de Kurenai. — Eu preciso de permissão para falar com a senhorita Hinata-sama, é um assunto importante.

Kurenai se dirigiu até a mesa central da cozinha, onde as bandejas estavam sendo preparadas pelas outras servas. Em seguida, ela pegou a bandeja de prata decorada com pérolas, era a bandeja de Hinata. Ela caminhou com a bandeja em mãos e me entregou a mesma.

— Permissão concedida. — ela disse assim que eu peguei a bandeja. — Hinata-sama acabou de acordar, aproveite e leve o café da manhã dela, e não incomode sua senhora.

Assenti com a cabeça e logo fiz uma segunda reverência com todo o cuidado para não derrubar a bandeja.

 

•| ⊱✿⊰ |•

 

Após receber a permissão para entrar, abri o fusma de entrada do quarto de Hinata e senti meu coração apertar ainda mais quando um sorriso se formou no rosto da Hyuuga ao me ver. Eu sabia o quanto ela gostava de mim, e me sentia uma completa imunda pelo que havia feito.

— Ohayo, Hinata-sama. — fiz uma reverência para ela e caminhei até a mesinha do seu quarto onde depositei a bandeja com seu café da manhã.

— Ohayo, Sakura. — ela mantinha o sorriso em seu rosto e logo se levantou do seu futon. — Não esperava te ver aqui, pensei que fosse a Kurenai que me traria o café. — ela disse se sentando ao chão, perto da mesinha. — Mas estou feliz, você faz falta.

Ouvir aquelas palavras fez as raízes espinhosas que envolviam meu coração se apertarem ainda mais contra ele, e eu sentia como se ele sangrasse naquele momento. Por mais que eu fosse uma simples serva, Hinata me considerava uma amiga de verdade e sempre deixou isso bem claro. Eu nunca havia me sentido tão mal assim. As lágrimas vieram e eu não consegui as conter dessa vez.

— Sakura? — Hinata se levantou rapidamente ao notar que eu chorava. — O que aconteceu? Eu disse algo errado?

Eu tinha que fazer o certo. Me joguei aos pés dela, da forma como servos que erravam deveriam fazer. Meu rosto estava quase encostado ao chão e eu não conseguia ver o rosto dela, mas sabia que meu ato havia a assustado.

— Minha senhora. — falei entre as lágrimas. — Eu não sou digna se sua confiança, eu não sou digna de servir a essa casa, muito menos de continuar vivendo sem punição. — eu tentava não soluçar entre minhas palavras, mas era impossível.

— O que foi que você fez, Sakura? — seu tom de voz se tornou mais firme, o que eu já esperava, devido ao meu ato de penitência perante a ela.

— Uchiha Sasuke. — falei engolindo seco. — Eu beijei Uchiha Sasuke.

Um silêncio torturante se fez presente no local, antes que Hinata se abaixasse até mim, segurando gentilmente minhas mãos e me fazendo levantar. Em pé, olhei para seu rosto, ela tinha um sorriso nos lábios. Não entendi a reação dela.

— Como isso aconteceu? Me explique. — seus olhos brilhavam, como se uma esperança brotasse deles.

Contei a ela tudo o que aconteceu entre mim e o Uchiha, desde o banquete, até o beijo. Durante toda a minha narrativa, ela se manteve com os olhos perolados fixos aos meus.

— Por favor, Hinata-sama. — falei assim que terminei de lhe contar tudo o que acontecera. — Pode me punir da forma que achar justa, mas por favor, não abandonem minha mãe, ela não tem nada a ver com isso.

O que veio em seguida, foi totalmente o contrário do que eu esperava. Não veio um tapa, nem uma ordem para me matarem. O que veio foi um abraço forte e caloroso de Hinata, tão inesperado que nem mesmo consegui retribuir.

— Por que demorou tanto para me contar que tinha sentimentos por ele? — ela disse assim que separou o abraço.

— Minha senhora, ele é sei noivo. Foi um erro, foi uma ingratidão da minha parte. — respirei fundo. — Estou pronta para minha punição.

Ela riu baixinho, como se eu tivesse acabado de falar algo absurdo.

— Não, Sakura, você agora é a minha única esperança. — ela voltou a me abraçar. — Se os sentimentos dele forem recíprocos por você, você é a única que pode o fazer desistir desse casamento. — ela separou o abraço e olhou fundo nos meus olhos. — Meu pai não voltaria atrás nunca, mas se o Uchiha também gostar de você, vai ser minha salvação, Sakura... Por favor me ajude.

 

 

Continua...


Notas Finais


Oiê outra vez! Estou aqui nas notas finais para avisar que chegamos na metade da fanfic (mas já? Infelizmente, sim).
Como eu já havia dito no primeiro capítulo, minha ideia era que essa fic fosse curta, uma história rápida. E eu também disse que escreveria a história em mais ou menos 4 capítulos, mas serão 5 ao total :3
Pois bem, como já está óbvio, o próximo capítulo já sera o penúltimo, mas eu garanto muitas emoções hehe.
Até la <3


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