História Servant - Uzumaki Naruto

Acordei bem cedo no outro dia, sentia como se minha cabeça fosse explodir. Consequências do choro de ontem.

   Levantei-me da cama extremamente desanimado, como se viver fosse apenas mais uma tarefa cansativa que eu precisava completar para poder descansar novamente. Peguei meu uniforme de sempre, um traje de mordomo branco com uma gravata cinza escura, e o vesti. Lembrando-me que era dia de cuidar do jardim, decidi trocar de roupa, colocando uma camiseta branca e um shorts preto um pouco curto ao invés do uniforme habitual. Arrumei os equipamentos necessários em minha mochila de mão e rumei para o jardim, na parte norte do castelo.

   Estava bastante cedo, apenas os serventes mais antigos estavam acordados, então aproveitei para cuidar das flores antes de voltar para ajudar a arrumar a mesa do café da manhã. Já estava quase terminando de regar as plantas quando alguém me dá um tapa nas costas demasiadamente forte, o que me fez expirrar água na minha camiseta e na roupa da pessoa, ao me virar para ver quem era.

   Tive outra surpresa ao constatar que a pessoa era Kakashi, que pareceu espantado por um instante, agora me olhava divertidamente, como se fossemos duas crianças em uma brincadeira de dar sustos um no outro. - Foi mal... - ele falou, passando a mão na nuca enquanto apontava com a outra mão para nossas roupas molhadas.

   - Tudo bem - respondi, e vi que ele me olhava com certa intensidade, que me fez corar um pouco.

   Ficamos nos encarando por um tempo até que percebi que ainda não sabia por que ele estava ali.

   - Então, está fazendo no jardim a essa hora? - indaguei.

   - Bem, pergunto isso a você - Kakashi retrucou, enquanto tentava inutilmente secar suas roupas expremendo-as. - Mas isso não importa. Estou aqui para te convocar a uma missão.

   - Missão? Você está maluco ou que?

   - Bem, é uma missão fácil, mas vai levar um tempo. Itachi foi quem me mandou chamar você como acompanhante.

   Por que Itachi faria isso?

   - Se foi o rei quem ordenou, acho que não posso recusar! - Dei um sorriso animado, e ele me retribui com outro sorriso.

   - Ah, detalhe. Partimos ainda hoje, então é melhor se apressar e arrumar suas coisas. - Assim que o grisalho terminou de falar, virou as costas e saiu, mas pareceu mudar de ideia.

   dando meia volta, o homem pegou em sua cintura e depositou um beijo em sua bochecha, completando com uma frase:

   - Te vejo a noite, Naruto.

   Depois ele simplesmente foi embora como se nada houvesse acontecido, deixando um Naruto confuso para trás, com as faces coradas e uma das mãos tocando o local em que fora "beijado".

   Acordando do transe, Naruto olhou em volta e quase desmaiou ao perceber que Sasuke estava presente, acusando-o com o olhar. Será que ele viu? Era tudo no que conseguia pensar.

  Correu atrás do amante com todas as forças que tinha. Conseguiu chegar perto o bastante para lhe segurar o braço, interrompendo a corrida e lhes proporcionando tempo para respirarem.

  - Sasuke, não... Não é o que você está pensando. - Tentei explicar, mas parecia inútil falar com ele. Ele não queria me escutar.

   - Não sabia que você estava de intimadades com ele. - Cuspiu a última palavra como se ela estivesse amargando sua boca.

  - Eu não estava de intimadades com ninguém! Ele é apenas um amigo, só isso... - Por mais que eu falasse, sabia que Sasuke não daria ouvidos a mim. - Ei, acredite! Foi só uma coisa de amigos! Kakashi é como um irmão pra mim...

   - E você prefere que eu não me importe, certo? - Sasuke disse, em um tom irritado.

   - Sim!

   - Pois não vou.

   Naquele momento, eu perdi a cabeça. Ele estava sendo um idiota egoísta e possessivo. E eu estava cansado de ouvir sem falar nada.

   - É ASSIM NÉ?! - gritei enquanto ele se afastava, e o moreno se virou para me olhar. - ME PEDE QUE EU NÃO ME IMPORTE COM O MALDITO CASAMENTO, MAS NAO POSSO PEDIR NADA À VOCÊ? VOCE É UM IDIOTA!
  
   Sai correndo, sentindo as lágrimas caindo dos meus olhos. Eu estava ficando bem... Porque ele tinha que estragar tudo?

Corri, corri e corri, me escondendo na velha casa do jardineiro. Ninguém me encontraria ali, era meu porto seguro.

   Eu poderia chorar a vontade e ninguém iria me ouvir.