História Servant - Personagem Desconhecido

- Shika, por que toda essa demora? - Eu estava cansada de esperar aquele idiota terminar de arrumar o abacaxi que ele chama de cabelo. - Deixa isso - fez um gesto indicando toda a cabeça do amigo - e vamos logo arranjar novos recrutas?

Isso mesmo, era disso que estavam precisando, recrutas novos, mais bonitos. Tinham que aumentar a freguesia da casa de prostituição, e pra isso tinham que encontrar mulheres e homens mais bonitos, afinal, beleza era tudo pra muitas pessoas. E Hinata sabia muito bem disso, nunca iria se esquecer da sorte que teve por ter Naruto ao seu lado nas ruas. Nunca teria sobrevivido se a beleza de Naruto não chamasse atenção daquelas pessoas doentes.

Aquele bastardo me deve uma. Se eu não tivesse tido aquela ideia brilhante, ele não estaria vivo, e eu nunca ouvi um " Obrigado, Hinata!". Ele deve estar ainda mais bonito... Se eu o achasse, conseguiria uma fortuna no trabalho!

- Calma, Hina, calma. A Fênix do Amor não vai criar pernas e sair correndo assim, do nada... - respondeu Shikamaru, devagar como sempre. Nunca consigo esquecer quão tosco é o nome desse lugar.

Assim que ele terminou de cuidar de seu abacaxi, nós saímos do apartamento que dividíamos e descemos rua abaixo, em direção á Fênix do Amor. Quando chegamos, paramos na entrada e Shikamaru se virou para mim. - Fique aqui, vou falar com o chefe. Depois iremos procurar os recrutas.

E assim ele sumiu porta adentro e me deixou ali fora plantada, como se eu fosse uma árvore que esperaria pacientemente sua volta. Ele estava muito enganado se ele achava isto, mas provavelmente já sabe que não vou ficar aqui.

Atravessei a rua e entrei em um bar tão imundo quanto os homens dentro dele, homens que cheiravam a álcool, suor e falta de banho. O chão estava todo molhado, mas se era de cerveja, uísque ou mesmo mijo, eu nunca saberia dizer. Todo esse líquido, misturado com a imundície e a enorme quantidade de poeira no chão, formava uma crosta grudenta e irritante. Mesmo sendo tão asqueroso, aquele lugar ainda era o melhor para se conseguir informações. Pelo menos assim eu me distrairia.

Arrancar informações de um homem bêbado é tão fácil quanto tirar doce de criancinhas.

Puxei conversa com quase cinco pessoas antes de encontrar um brutamontes de coração mole, Nagai, o único que tinha uma fofoca, não necessariamente importante, mas gosto de "escândalos da nobreza".

- Como mercenário, tenho meus contatos - se gabava, enquanto não tirava os olhos dos meus peitos. Típico. - Por isso posso te dizer com toda certeza, senhorita, que vai ter um escândalo de proporções universais no Palácio da Folha. Pelo que fiquei sabendo, o príncipe herdeiro, irmão mais novo do rei, tem sua data de casamento marcado para o final deste mês. Só que correm boatos por aí de que ele se interessa por homens, sabe? 

- Umm, interessante... Então o príncipe não quer herdeiros, hã? E como esses boatos começaram? - Um Uchiha, gay? Por essa eu realmente não esperava. Eles adoram de bancar de machão! Se bem que não precisa ser hétero pra ser machão....

- Bem, parece que ele estava transando com o servo, um loiro estranho aí. Acho que seu nome era Naru-num-sei-quê-lá, um ex-prostituto das ruas da aldeia da folha... O pior, o herdeiro está tentando reerguer aquela merda de clã Uchiha, isso só pode dar errado. Além de bicha, ainda é burro, aquele filha da mãe!

- Você me foi tão útil, nagai... - passeei minhas mãos de maneira desleixada pelos músculos do braço dele, mordendo meu lábio inferior como se o homem em minha frente me fosse tentadoramente irresistível. -Eu podia usar de seus serviços mais vezes no futuro, quem sabe?

 Agora que eu tinha me satisfeito, não tinha mais por que aturar aquele maldito ambiente fétido. Me levantei do banco alto em que estava sentada e pedi ao bartender que mandasse uma dose uísque para Nagai. Depois me aproximei do brutamontes, sussurrei em seu ouvido um "nos vemos por aí" e soprei levemente em seu pescoço. Assim, simplesmente me virei e caminhei até a saída daquele lugar horrendo. Homens são tão fáceis de seduzir que chega à não ter graça. Pelo menos eu estava com sorte.

Quem sabe eu não cruzo com esse tal de Naru por ai?