História Servant - As Memórias Finais de Um Romance Inesquecível

Uma semana. Esse era o tempo que havia se passado desde as confissões de amor mútuas no bosque, a mesma noite em que fizeram a promessa. Desde aquele momento, estava silenciosamente confirmado que eles estavam juntos, mesmo que os outros não soubessem daquela relação. Eram um do outro, e não queriam segredos entre si, mas Sasuke percebia que Naruto escondia alguma coisa. Não queria que o levassem a mal, amava ver o loiro corado daquela maneira sempre que estavam em momentos um pouco mais íntimos, mas tudo aquilo o incomodava em um certo ponto.  

O que mais intrigava o príncipe era que, sempre que os beijos passavam um pouco de apenas simples carícias para algo mais quente, o loiro se afastava. Respeitava a decisão do loiro de não querer "aquilo", mas não era esse o problema. Sempre que o olhava, quando estavam sozinhos, o loiro parecia ter medo de si, como se imaginasse que iria fazer algo ruim a ele. Isso era impensável! Nunca machucaria aquele garoto.

Por isso, decidiu que tiraria aquela verdade do menor, nem que precisasse se utilizar das suas mais complexas artimanhas. Nessa tarde, o Uzumaki estava cuidando do jardim, mais especificamente regando algumas plantas, com o costumeiro sorriso no rosto. Sasuke adoraria sentar ali e ficar admirando o outro fazendo aquilo, mas não. Teve uma ideia bem melhor do que simplesmente parar e assistir.

Como quem não quer nada, o príncipe se aproxima do garoto, o mais silenciosamente possível naquele momento. Tendo certeza que ele ainda não havia percebido sua presença, esbarrou em seu braço, o que resultou em dois meninos molhados em um jardim, sozinhos.

- Sasuke, seu idiota! Mas que merda, hein. - exclamou o garoto que fora surpreendido, irritado com a ação de seu amante. - Não teria mais nada para fazer não, senhor príncipe?

- Hummmm... - O moreno leva uma das mãos ao queixo, expressando que estava vasculhando a memória para tentar se lembrar de algo. - Que tal isso?

Com a deixa, Sasuke puxa o menor para si, diminuindo significativamente a distância que antes os separava. Suas mãos pousaram na cintura alheia, e olhou fundo nos olhos azuis em sua frente antes de extinguir de uma vez a distância entre os lábios. Um pouco relutante, Naruto tentava manter sua pose de irritado, mas logo desistiu e se entregou aos braços do Uchiha ao que este invadiu sua boca com a língua.

Por mais que tivessem feito aquilo mais de cinquenta vezes, a sensação nunca era a mesma, o loiro sempre se surpreendia com quão ousado seu parceiro podia ser. Ficaram naquela dança gostosa por um certo tempo, até que Naruto percebeu que estavam passando dos limites. Seu amiguinho lá embaixo estava se animando muito, e não podia deixar que as coisas tomassem um rumo muito avançado. Tinha medo do que o outro podia achar de si ao ver seu corpo, esse era um assunto muito delicado para Naruto.

- Naruto... - ainda ofegante, Sasuke parecia um pouco desapontado com aquilo. - Por que você faz isso?

- Isso o que? - indagou o loiro, fingindo-se de desentendido.

- Você sabe de que merda eu estou falando! Por que você nos afasta? Tem medo de mim ou algo do tipo?

- N-não é isso... não tem nada haver com medo. Eu não tenho medo de você...

- Então o que é? Me diz, por que eu não posso pensar em outra alternativa, ou então você não gosta mais de mim. É isso então?

- Não Sasuke, eu amo você! Não faz isso, por favor... - Naruto parecia desesperado, seus olhos brilhavam em uma súplica muda. Talvez pudesse por seu plano em prática um pouco mais tarde.

- Quer saber, falamos disso outra hora. Venha, temos que nos secar, vai ficar muito frio aqui fora.

- Ok.

- Minutos depois, no quarto do Uchiha -

Naruto se secava no banheiro enquanto Sasuke esperava por ele sentado na cama. Queria muito esclarecer ao moreno o porque de não querer avançar tanto naquele momento, mas temia que o Uchiha pedisse para ver com os próprios olhos. Ainda não tinha confiança para mostrar seu corpo, principalmente para alguém que amava. Olhando ali, no espelho enorme do banheiro, as cicatrizes ficavam nítidas aos olhos, assim como a vergonha que o loiro tinha daquelas marcas. Marcas do seu passado.

Sim, era um motivo bobo, não? Qualquer um pensaria assim, mas para Naruto, aquela besteira era algo que fazia parte da sua história, um passado que marcava seu presente, e até mesmo seu futuro. Se o Uchiha não aceitasse aquelas marcas, não estaria aceitando sua história, não aceitaria a si. E era disse que Naruto tinha mais medo. Era tudo culpa de sua própria insegurança.

- Está tudo bem aí? - ouviu a voz de seu companheiro gritando do outro lado da porta.

- Está. Já vou sair - respondeu.

Já vestido, abriu a porta do banheiro e saiu, vendo o moreno sentado na cama a sua espera. - Esperou por muito tempo?

- Só um pouco. - O Uchiha dá umas leves batidinhas na cama. - Sente aqui. Vamos conversar, por favor.

Respirando fundo, o mais novo caminhou e foi até o lugar que lhe era indicado, sentando-se perto do outro. Tinha certeza, era aquela a hora de revelar seu medo. Precisava aceitar seu passado, e perder a parte da insegurança que dominava sua vida ao lado daquele que amava. Uma hora a verdade viria a tona, e Sasuke veria suas cicatrizes. Preferia que fosse ali, quando ambos estavam calmos e tudo estava silencioso.

- Você sabe que eu te amo, não sabe? - perguntou.

- Eu sei, Naruto. Eu só queria que você confiasse em mim. - Respondeu o moreno, um pouco cabisbaixo. - Você pode me contar qualquer coisa.

- Sabe, esse é um assunto muito delicado para mim. Eu estava muito inseguro.

- Com o quê? 

- Comigo mesmo. Com meu passado. Com o meu corpo.

- Mas você é lindo, não importa como eu veja. E eu amo você.

- Eu não duvido de você, nem do seu amor, Sasuke. E-eu só - respirou fundo, engolindo as lágrimas que amaçavam cair sem sua permissão - eu tenho vergonha, sabe? Eu tenho marcas, cicatrizes físicas em meu corpo, marcas que simbolizam meu passado. Eu eu tenho vergonha delas. Todas a s vezes que eu olho no espelho, eu penso que alguém irá ver elas e pensar que são nojentas...

- Como você pode pensar isso, amor? Elas fazem parte de você, da sua história, e por mais imperfeitas que seja, eu amo você. No amor, precisamos aceitar e amar cada falha do outro, assim como as qualidades. Como eu seria capaz de dizer que te amo se não posso aceitar essa parte de você?

- Eu sou um tolo, não sou? - malditas lágrimas. Nunca pediam sua permissão, sempre estava desavisado de sua aparição. - Eu me preocupei esse tempo todo....

- Essa também é uma das coisas que eu amo em você. Sempre um idiota. - A mesma brincadeira de sempre, nada mudara entre eles. Fora idiota em pensar que meras cicatrizes mudariam sua relação com Sasuke.

- Ei, eu sou o seu idiota! 

- Isso...Só meu.

As cortinas do quarto se encontravam fechadas, providenciando uma baixa iluminação ao quarto. Ali tinham a privacidade que precisavam naquele exato momento, com um clima romântico ainda pairando no ar juntamente com as palavras do Uchiha. "Só meu." Juntos, naquela cama, seus corpos ansiavam por contato, diminuir ainda mais aquela torturante distância. 

As carícias vinham naturalmente, e aquele momento não era exatamente uma exceção para os dois. Assim que foram pronunciadas as palavras, Naruto sentiu algo como uma vontade de estar nos braços do moreno, de espantar de uma vez por todas aquela insegurança boba que tanto o impedia de ser feliz. Por isso, antes que fosse capaz de hesitar, passou para o colo de seu amado e o beijou. Com amor, volúpia, e paixão, num ato de súplica desesperada pelo que não tinha coragem de pronunciar em palavras. O outro não demorou para entender o que seu parceiro queria.

Quebrando o beijo, o moreno recebe um protesto por parte de Naruto, que estava bastante envolvido no momento. Calmamente, ele carrega o garoto que estava em seu colo, fazendo com que este envolvesse sua cintura com as pernas, e o deita com as costas na cama, ficando por cima. O loiro estava corado, mas era possível perceber em seus olhos a ansiedade e a felicidade que se misturavam. Sasuke, posicionando-se de maneira que pudesse olhar nos olhos do garoto embaixo de si, tomou então, mais uma vez, os lábios carnudos que tanto lhe excitavam. Seus dedos, longos e frios, seguravam a barra da camisa de Naruto, envolvido demais para perceber a ação.

- Você confia em mim? - indagou, por entre os lábios do loiro, fazendo menção de levantar a camisa.

- ... confio. - Sem mais tempo a perder, o próprio garoto retira sua camisa, lentamente, perdendo a vergonha a cada centímetro de pele que era exposto. O Uchiha olhava para o torso alheio, hipnotizando pelo tom bronzeado da pele e pelo porte físico de seu amante. Ainda mais chamativas eram as cicatrizes, mas não de uma maneira ruim. Em diferentes tamanhos e locais, essas feridas marcavam o corpo bronzeado como pinceladas de tinta em um quadro abstrato. O contraste era belo, mesmo que carregasse uma história triste de sofrimento e abuso. 

Os dedos gélidos de Sasuke são atraídos para a pele exposta, quente e macia, bela e exótica. Dedilhava as marcas do corpo com tamanha sensibilidade, como temesse que as feridas ainda machucassem o outro. Subiu seu olhar para o rosto, e se surpreendeu ao ver que os olhos de Naruto estavam fechados. Ele precisava se soltar, ficar ainda mais imerso naquilo, de maneira que nada o atrapalhasse de apenas desfrutar o momento, as sensações e o prazer que lhe seriam proporcionados.

Pensando nisso foi que o príncipe começou a distribuir pequenos beijos, trilhando o caminho que as cicatrizes ditavam pelo torso quente e exposto, alcançando o pescoço do loiro. - Você.- dizia entre beijos e mordidas desde o pescoço à mandíbula alheia - Precisa. Relaxar. E me. Deixar ver. Suas. Reações.

O garoto se remexia a cada toque que alcançava seu corpo, a cada beijo distribuído e que lhe causava uma estranha sensação. Seus olhos se abriram aos poucos, tímidos, para ver a pessoa que instalava tantas borboletas em seu estômago, e a cena que encontrou apenas aumentou a intensidade da cor que tingia suas bochechas. O moreno era tão sexy, e antes ele achava que não havia nada mais erótico do que Sasuke mordendo os lábios. Ah, mas como poderia estar tão errado?

Aquilo sim era erótico, acordava seus instintos mais primitivos, seus desejos carnais mais escondidos e adormecidos. Sasuke tinha sua camisa aberta até o peito, onde era possível vislumbrar sua clavícula e seu pescoço alvos. A pele clara contrastava de uma maneira única com o cabelo e o rosto suado, e a boca rosada, que agora brincava com um de seus mamilos, enquanto o outro levava atenção de uma das mãos do príncipe, enlouquecia o Uzumaki completamente.

- Ahn... S-sasu...ke - Naruto tentava abafar os sons nada castos que deixavam sua boca com a mão, mas não estava sendo de muita ajuda, uma vez que Sasuke afastou-a de seu rosto. - E-eu... aaaaangh...

- O que foi, meu amor? - perguntou, dando uma pausa nas carícias que distribuía no corpo alheio.

- N-nada... É que eu acho errado isso. Digo, só eu recebendo, você sabe...

- Não precisa se preocupar...

- Não é isso- o loiro parecia determinado em continuar com seu pedido. Curvou-se para alcançar o parceiro e roubou-lhe um beijo. - Eu também quero... te tocar.

- Tudo bem.

Sentando-se para facilitar o trabalho, Sasuke ajuda Naruto na remoção de sua blusa. Agora ambos estavam igualmente expostos, mas o loiro era, sem duvidas, o mais envergonhado. Tomou o resto da coragem que lhe restava e alcançou o abdômen definido de seu amante, delineando os gominhos e se deleitando. Percebeu a respiração pesada do garoto em sua frente, e, sem aviso prévio, atacou seu pescoço.

- Aaah! Nghhh, N-naru - O moreno não teve tempo de se segurar, acabou por soltar um gemido bastante alto. A marca deixada ficaria evidente aos olhos do público, mas não tinha porque se importar com isso naquele momento. Sem perder tempo, o outro desceu uma trilha de beijos até o cós da calça do outro. Com um olhar de pedinte, fez a pergunta silenciosa e recebeu um meneio como confirmação.

- Tem certeza? - indagou o herdeiro, antes que o outro prosseguisse. 

- Nunca estive tão certo. - respondeu o servo, firme. Retirou a calça de seu senhor com bastante cuidado, ainda com certo receio de ser repreendido, mas ganhou confiança ao jogar a vestimenta ao longe. Com um olhar nada discreto para as partes do moreno, levantou o rosto com um sorriso malicioso que surpreendeu ambos. Em uma onda de ousadia repentina, retirou a própria calça lentamente, mostrando aos poucos suas coxas fartas e bronzeadas.

Logo voltou a atenção a seu objetivo principal, visto que o outro ficara mais "animado" com sua repentina audácia. Levou as mãos a uma região perigosamente perto da "área proibida " fazendo uma pequena pressão. O garoto de olhos ônix agora se apoiava em seus cotovelos para poder ter uma visão mais nítido da cena. Sem mais perturbações, o loiro decidiu retirar a roupa de baixo de seu parceiro, revelando para si o membro ereto que estava livre do tecido incômodo.

- O que foi, a raposinha perdeu a língua? - indagou o moreno, vendo o rosto de Naruto ser tomado por um súbito rubor ao constatar o tamanho do que estava em sua frente. Na verdade, seu estado interno não diferia muito do loiro naquele momento.

- Cala a boca, teme - retrucou, indignado, mas por dentro se sentia feliz. Era a primeira vez que faria aquilo com alguém que amava, e que não estava lhe impondo nada. Em seu coração, a partir daquele momento, aquela seria a sua "primeira vez". E mostraria para Sasuke que era muito bom com primeiras vezes.- Vou te mostrar a minha língua...

Sem piedade, e sem esperar pela resposta, começou a lamber a virilha vagarosamente, dando leves sugadas que extraíam um som maravilhoso da garganta do moreno. Em seguida, já que aquilo não era torturante o bastante, beija a lateral do membro até alcançar a glande, onde simulou colocá-la na boca, mas não o fez. Neste ponto, o pênis do outro estava dolorosamente alerta, e o pré-gozo melava a mão de Naruto, pousada na virilha do parceiro.

- Haaaa... Na...Naru...P-porra. - Os gemidos roucos impediam Sasuke de formar uma frase coerente, a língua quente daquele anjo estava lhe levando à loucura. - F-filho... da puta...

- Calma, Sasu... Sua primeira vez tem que ser muito bem aproveitada, não acha?

Mesmo tendo dito isto, acatou o pedido desesperado de atenção e colocou o comprimento pulsante em sua boca, adotando um ritmo lento e doloroso para  o Uchiha. Estava sendo bom provocá-lo, mas este logo tomou as rédeas da situação, agarrando os fios loiros e ditando por si mesmo a cadência dos movimentos.

- Mnhmm - resmungou o loiro, ainda com a boca envolta no pênis de seu amante.

- Ah...Ahaah... Naru, sua boquinha é tão gostosa.... Haaaaa - os gemidos aumentaram quando Naruto passou a massagear suas bolas ao tempo que aumentava a velocidade dos movimentos de vai e vem com a boca. Sasuke podia sentir o clímax se aproximando, e logo se viu liberando um líquido branco na cavidade morna, e que acabou respingando no rosto do loiro. - Naru.... vem cá.

Ainda deitado, puxou o menor para si, e o rolou para o lado, trazendo-o para baixo de seu corpo. Aproximou os rostos e beijou seu anjo, o que durou alguns segundos, enquanto começava a retirar a única peça de roupa que ainda o separava do loiro. Agora totalmente exposto, Naruto senta no colo de Sasuke, recomeçando o beijo e friccionando ambos os membros em uma confusão de calor e afobamento,  ambos buscando o máximo de contato possível.

-Te... Tem certeza.... que está.... preparado? - indagou o príncipe por entre o beijo, descendo para o pescoço e retornando para a boca logo após.

- Já...disse que...tenho - respondeu o servo, pegando três dedos da mão de Sasuke e colocando-os em sua boca, para umedecê-los com saliva. Sua língua passeando pelos dedos gelados era uma cena extremamente erótica aos olhos do moreno, que não mais dispunha de toda sua sanidade.

Preparando o garoto para recebê-lo, foi introduzindo um dedo de cada vez na entrada rosada, movimentando-os até que a dor não fosse tão incômoda para seu parceiro. Distraía Naruto com beijos, mas este logo havia se acostumado com o pequeno sofrimento, reclamando quando sentiu os dedos serem retirados de si. Com um último olhar de questionamento, recebeu a confirmação para continuar o ato que vinha esperando tanto para realizar.

- Aaaanghhh, S-sasukeeeeee - Naruto gemia arrastado, já acostumado com o falo dentro de si. - E-eu ahhh...

- N-Naruto...haa...- Os sons se misturavam em uma sinfonia de puro êxtase, que reinava no quarto. O contato das peles, cada estocada, e cada movimento faziam parte de uma coreografia improvisado, apaixonante, carnal e prazerosa. E, para os dois jovens, pecar nunca fora algo tão bom. - Fica de quatro... pra mim... haaaa....

O loiro se movimenta, acatando o pedido de seu moreno. Posicionado, os Söns do ambiente não adentravam por seus ouvidos, estava alheio à tudo que não fosse o prazer que sentia reverberate por todo o seu corpo. Todo o sentimento se intensificou quando sua próstata foi acertada por Sasuke, e seu pênis, até então esquecido, pulsava dolorosamente, clamando por atenção. 

- Ah, Sasu...me... me toca - implorou o menor; seus dois juntos braços mal tinham forças para apoiá-lo na cama, mal conseguiria se manter com apenas um. - Por favor.

Percebendo que não estivera dando atenção ao membro de sua raposinha, logo começou a trabalhar nisto, mas sem parar com as intensas estocadas. Os movimentos em seu falo, combinados ao ocasional acerto de sua próstata, deixava Naruto em um estado deplorável, no qual sabia apenas gemer o nome de Sasuke e implorar por mais. E, para o príncipe, as coisas andavam pelos mesmos trilhos.

- Nghhhhhh....Ahhhhhhhhhhh! Sasu... eu vou... aaaa...ah

Naruto acabou por se derramar nas mãos do outro sem conseguir terminar a frase, e não demorou muito para que Sasuke também o fizesse, deixando se cair, exausto, por cima do corpo de seu servo. O colchão parecia afundar com o peso dos dois, e o moreno logo gira para o lado, saindo de cima de seu parceiro.

O silêncio do quarto, pontilhado por ocasionais suspiros e pela respiração de ambos que se normalizava, era tranquilizador. O cheiro do ato cometido,ainda pairava pelo ar, tornando-os cúmplices de uma paixão escondida, da consumação de um segredo que os completava como nada jamais o faria. Saber que estavam ali, depois de revelações, medos e inseguranças... aquele momento era tão precioso quanto o que ocorrerá antes. Era uma momento que ambos levariam para o final de suas vidas.

O sentimento de pertencer à algum lugar. E o lugar deles era onde fosse, mas ao lado um do outro. Aquela relação era seu lar, o que os reconfortava, aconchegava e fazia acreditar que a vida não é tão ruim quanto se pensa. 

Talvez eles não soubessem na época, mas tudo sempre podia piorar.

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No caminho para a sala de seu irmão, Sasuke lembrava de seus primeiros momentos de pecado, ao perder de vez sua inocência, apreciando os prazeres da carne ao lado seu companheiro que tanto chegará a amar, mas não mais estava ao seu lado. E todos esses detalhes o fizeram pensar, mais uma vez, em como tudo chegara àquele ponto.

Aquelas, portanto, eram as memórias finais antes de sua decisão. As lembranças do cheiro de sexo no quarto, da harmonia de seus gemidos ecoando contra as paredes, da cama e dos lençóis bagunçados sob seus corpos nus... elas seriam o marco do fim daqueles tempos em que se submetia à Itachi e aquela humilhação, e seria o marco mais doce que teria em sua vida.

Também seria outras coisas; amargo, distante, nostálgico. Lhe traria saudades da época em que se deitava com o amor de sua vida, sem cumprir deveres para com seu clã ou pai. Por mais que fosse injusto, em sua cabeça estariam dois momentos que o atormentavam constantemente: o começo e o fim de tudo, este último se daria quando atravessasse a enorme porta que agora estava diante de si.

Seriam mesmo essas minhas memórias finais? Não voltarei a ver o loiro? Ao menos espero que meus olhos negros estejam presentes em sua memória assim como as marcas em suas bochechas estão na minha.