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História Sete Finais - 58 - Sessão 2


Escrita por: caploom

Notas do Autor


Capítulo forte. Bem forte.

Capítulo 58 - 58 - Sessão 2


Fanfic / Fanfiction Sete Finais - 58 - Sessão 2

Calma! Não grite. Não corra. Não se desespere. Mas, não erre. 

— Sete Finais


Seul, Capital da Coréia do Sul

Quase desolado, Taehyung encerrou a ligação deixando seu primo falar sozinho. Ele avistou Soyoon se aproximar e colocou o celular onde estava antes.

Não podia negar que estava com raiva e que tudo o que mais quis foi perguntar para Jin na maior ignorância do mundo o que ele queria ligando para Soyoon, mas teve de engolir todo o seu desconforto ao lembrar que se fizesse isso teria problemas. Teria mais problemas ainda se mostrasse para Soyoon, no momento em que ela voltou a se sentar do seu lado, que estava com raiva e uma chateação enorme preenchendo seu peito por ter atendido seu celular.

— Aconteceu alguma coisa? — ela perguntou notando a expressão estranha no rosto do moreno.

Taehyung respirou fundo.

— Te ligaram. Acho que era importante. — respondeu ele, mesmo sem querer.

Yoon deu de ombros voltando a comer sua torta aproveitando que a mesma já estava acabando.

— Vejo isso depois. Obrigada mesmo pela torta, ela estava deliciosa! — Yoon agradeceu. — Meu humor está bem melhor agora.

Tae abriu um sorriso curto por reflexo voltando a olhar para frente em seguida. Era notório que ele estava inseguro.

Inseguro.

A droga de palavra que passou a persegui-lo desde que conheceu Soyoon. O garoto mais confiante de todo o Atakura Seul se sentia inseguro em relação a bolsista, pois sabia que a mesma nunca estava com ele de verdade e escapava sempre que podia.

Quanto mais perto ele achava que estava dela, mais distante ela se via dele e se ele quisesse mudar isso, teria que continuar sendo compreensivo e engolir o ciúme que sentia.

Era como se toda a gentileza de Soyoon em relação à ele fosse forçada pelo fato da mesma estar vendo que ele estava tentando dar seu melhor para não vacilar. Pelo menos era essa a impressão que ele tinha e era exatamente por isso que ele havia decidido que depois do fim de semana, aceitaria voltar a agir como se não conhecesse sua tal Rapunzel.

Ciúme não era algo comum no vocabulário do grande herdeiro Kim Taehyung. Para um garoto que sempre deu mais valor aos prazeres de beijos e arfadas de prazer na cama, sentir ciúmes de uma única pessoa sabendo que poderia ter todas as mulheres que pudesse, soava como uma incrível loucura. Mas ele sentia ciúmes de Soyoon e ter que aguentar vê-la interagindo com seus amigos bem por baixo de seu nariz, lhe enfurecia.

— Como a Mayca está? — Kim questionou no intuito de jogar fora todos os pensamentos que rondavam sua mente.

Soyoon o encarou levemente surpreendida pela pergunta.

— Ela está bem. Os enjoos são constantes, mas ela está indo em todas as consultas que você paga pra que ela vá. — Yoon explicou. — Sei que você não pode acompanhar a gravidez, mas acho que ela ficaria muito feliz caso você pudesse vê-la qualquer dia desses.

— Ela me manda mensagens todos os dias. — ele contou. — Muitas fotos também. Eu não sei ainda se sou capaz de me encaixar na categoria pai.

— Sua conexão com essa criança será a conta de um banco. Encher a criança de dinheiro não te torna um pai. Sei que você não tem escolha e que é a única forma de ajudar, mas ainda assim não acredito que dar dinheiro te torna um pai. Me diz, Taehyung... Você está bancando a Mayca por sentir que deve fazer isso pelo filho que ela carrega, ou só por ser uma obrigação?

— Eu acho que...

— Não me responde. — ela o interrompeu. — Você não tem que me responder. Você tem que responder isso pra você mesmo. Só isso vai te mostrar se você pode se denominar um pai ou não.

— Essa é sua ideia de paternidade?

— Quando um homem quer dar amor ao seu filho mas não pode, ele é um pai, porque a ligação de um filho e um pai é feita através de amor, não importa ele qual seja. — ela explicou olhando para as próprias mãos. — Quando um homem não pode e acha que não dar amor é mais fácil, então ele realmente não é um pai. Pais não são sinônimo de criação ou dinheiro, pais são sinônimo de amor.

— SOYOON! FIM DA PAUSA! VOCÊ PODE DAR PRO TAEHYUNG DEPOIS. — Jimin gritou chamando a atenção de todas as pessoas do local.

Soyoon respirou fundo reunindo paciência, mas não pôde. Se levantou de uma vez esquecendo de qualquer coisa ao seu redor, bateu os pés com força no chão. Taehyung se levantou junto a ela não acreditando no ridículo ao qual Park estava fazendo Soyoon passar.

Ela andou rapidamente até Jimin acompanhado de sua namorada Linn, ficou de frente para ele e negou com a cabeça.

— Você só pode estar de brincadeira com minha cara... — falou ela.

— Desculpa. Acho que a verdade te atingiu. É que ficou bem claro que você não vai esperar o fim de semana pra dar livremente pro Taehyung.

Ele continuou provocando, mas foi por pouco tempo, pois logo sentiu sua face arder com o tapa forte que Soyoon depositou em si. Ele arregalou os olhos sem acreditar.

— Se eu quiser ir pra cama com o Taehyung ou com qualquer cara que seja, isso não te diz respeito e eu não admito que você me ridicularize como se tivesse motivos pra isso.

— Você me bateu... Você acabou de arranjar sérios problemas. — ele puxou a mão dela com força, a machucando. — Nunca vou deixar uma vadiazinha como você agir como se fosse superior a mim.

Taehyung empurrou Jimin com força fazendo o mais baixo se desequilibrar para trás soltando Soyoon.

— Não fala dela! — rostou Taehyung.

— Eu entendo que você a defenda. Está acostumado a lidar com vadias.

— Estou. Pode apostar. — Tae olhou ironicamente para Linn. — Mas você não tem o direito de falar da Soyoon.

— Vadia à procura de caras ricos. — Jimin riu. — Quer que eu repita?

Taehyung levantou o punho para acertar Jimin, mas foi segurado por Linn, que olhava irritada para ele.

— Não encosta no meu namorado!

— Então mande ele não encostar na Soyoon de novo.

Taehyung empurrou a garota alta de cabelos curtos, se virou para Soyoon observando a expressão envergonhada e tristonha dela, umedeceu os lábios e voltou a falar.

— Enquanto você não pedir desculpas à Soyoon, Jimin, eu não jogo no Bangpae. E você sabe que vou fazer falta. Não esquece que o jogo é depois de amanhã.

Depois, Kim tomou os ombros de Yoon e os dois se afastaram do salão, diante dos olhos de todos os outros.

~◈~

Mesmo dia, noite -

Kim Seokjin adentrou a sala de treinamento bem iluminada da Pirâmide de Ferro, fazendo seus ouvidos serem acolhidos pelos sons dos lutadores do local treinando enquanto socavam os pesos pendurados ou até mesmo ajudavam um ao outro.

Assim que Jin pisou no chão forrado com tapete de borracha, colocou sua mochila no chão, ao canto, junto às outras, se abaixando enquanto respondia alguns cumprimentos com um leve balançar de cabeça.

Jin olhou para trás desconfiado por alguns segundos, em seguida fingiu estar mexendo na própria mochila, passando os olhos pelas outras bolsas jogadas até reconhecer a bolsa de Mercles. Mercles nunca mudava, fazia alguns meses que ele usava a mesma bolsa grande da cor cinza e branco.

Jin olhou ao redor conferindo a distração de todos mais uma vez, levou uma das mãos ao bolso da calça jeans, tirando do mesmo o celular de Mercles ao qual Soyoon havia lhe entregado mais cedo. Jin enfiou o aparelho dentro de qualquer abertura na bolsa cinza e branca sem querer levantar suspeitas.

Após isso, Kim se levantou imediatamente ao ouvir a voz de seu mestre e chefe Taija lhe chamar animado, com um grande sorriso no rosto.

— Meu garoto! — Taija mal podia conter a satisfação em ver seu lutador. — Como é bom te ver aqui na sala de treinamento!

— É sempre bom treinar junto do pessoal da casa. — Jin respondeu sorrindo. — Você conseguiu mais lutadores pra Pirâmide...

— Consegui. Eles estão me fazendo ganhar muito dinheiro. Muitos lutadores de fora se comprometem à lutar contra os daqui de dentro. — o mais velho contou. — Mas eles nunca receberão um treinamento tão especial quanto o que você recebeu quando te conheci.

— Continuarei lutando pela Pirâmide de Ferro até conseguir mostrar todo o meu potencial, mestre Taija.

— Por falar nisso, como anda sua mãe? Você não está lutando com tanta frequência, estão com tudo certo? Sabe que se precisar de algum dinheiro eu posso te dar. — Taija perguntou começando a andar pelo local com Jin o acompanhando.

— Minha mãe está melhor. Não se preocupa, eu sei que se precisar de algo, a primeira pessoa a qual devo procurar é você.

Jin falou de forma tão natural que era quase impossível pensar que o mesmo mentia e ocultava coisas descaradamente.

Seokjin viu Mercles um pouco mais perto socando com força um saco de peso pendurado, parecia concentrado no que fazia. No lugar também era possível enxergar muitos lutadores novos e muitos jovens que provavelmente estavam sendo incentivados e treinados por Taija, assim como o mesmo havia feito com o herdeiro Kim do meio quando o mesmo era mais novo.

— Vai ficar até a casa abrir? Quer lutar hoje? Pode ganhar um dinheiro bom, hoje a Pirâmide vai encher! — Taija sugeriu olhando para o Kim, esse que riu da animação do mais velho.

— Vim dar uma olhada hoje, mas não acredito que eu lute. — Jin respondeu respirando fundo. — Mas posso lutar quando você quiser. Vou voltar a ativa, mestre Taija. É pra isso que eu nasci.

Era como se Seokjin quisesse convencer a si mesmo de que havia nascido para lutar, mesmo no fundo sabendo que ele havia nascido para coisas completamente diferentes.

Seokjin havia nascido para ser paparicado, protegido, invejado. Havia nascido para viver dentro dos olhos da sociedade nadando em dinheiro, herdando um império e seguindo tradições.

Seokjin sabia que uma hora ou outra tudo o que ele construiu com o tempo teria que ser desconstruído, mas não queria ter que lidar com isso.

Ainda ouvindo alguns elogios e boas palavras vindas de Taija, Jin parou de se mover por alguns segundos checando a mensagem que havia acabado de chegar em seu celular. A mensagem dizia:


→ Sei que já nos vimos e conversamos rapidamente hoje, mas preciso te ver de novo. É algo urgente e não acho que possa esperar para te mostrar depois.

- De: Yun Soyoon

Jin achou estranho receber uma mensagem da menina, achou mais estranho ainda a forma como ela disse que precisava mostrar-lhe algo. Ele deu um sorriso em direção à Taija disfarçando e logo se pôs a responder a mensagem.

← Estou na Pirâmide de Ferro. O que aconteceu? √√


→ É algo realmente importante, Kim Seokjin.

- De: Yun Soyoon


← Se lembra de como chegar aqui? Venha até a primeira rua antes da Pirâmide, me manda uma mensagem quando chegar. Te encontro lá. √√

Jin voltou a enfiar o aparelho celular dentro do bolso. Taija se afastou dizendo que começaria com as aulas aos novatos e Seokjin apenas concordou em ficar sozinho observando os que treinavam.

Era possível perceber através das janelas que a noite caía como uma amiga, anunciando que logo a Pirâmide de Ferro seria aberta para o público.

Mercles acenou para Jin parando de socar o saco preto pendurado e andou com um sorriso preso no rosto, secando o suor que escorria de sua testa. Ele ficou de frente para o Kim e sorriu mais uma vez, mostrando as marcas que tinha nas bochechas.

— Resolveu aparecer, Seonin? — Mercles questionou amigavelmente.

Jin sentiu como se pudesse xingar o cara de todos os nomes ao se lembrar que o mesmo estava junto ao Jenned para acabar com ele. Mas então, o herdeiro Kim apenas deu de ombros.

— Você estava com o cabelo vermelho. Resolveu tingi-lo de castanho de novo? — Jin questionou.

— Digamos que estava chamando muita atenção com aquela cor.

— Pensei que gostasse de chamar atenção, Mercles.

— É, as vezes. Mas então, e aquela sua amiga? A Leya. Ela vem hoje?

Jin cruzou os braços apenas encarando o rosto pálido do homem.

— Você gostou dela, não é? — Jin perguntou.

Mercles desviou o olhar quase sem graça, mesmo como se não quisesse negar que queria ver Leya mais uma vez.

— Você disse que não tem nada com ela. Ela se mostrou interessada em mim. — Mercles se explicou descaradamente. — Posso dar uma investida.

Jin riu e cruzou os braços. Soyoon como Leya, era também como uma menina de personalidade completamente diferente de sua real personalidade.

Era óbvio que Mercles iria querer algo com ela depois que a mesma se jogou para cima dele sem pudor algum para conseguir informações relacionadas ao Jenned.

Jin não respondeu mais nada ao garoto fazendo o mesmo se afastar com um tom brincalhão no rosto.

Por mais que Seokjin quisesse apenas esconder de si mesmo que estava ansioso para saber o que Soyoon poderia querer com ele, tentou de todas as formas possíveis se distrair, mesmo que apenas socando alguns pesos sem trocar de roupa para fazer tais atividades.

Passou cada minuto se empenhando em se distrair, mas checava o celular sempre que podia aguardando por um mero sinal da bolsista.

Se perguntava ela havia se perdido ou se alguma coisa havia acontecido. Se questionou também se havia agido mal pedindo para que ela fosse sozinha até ele, já que as redondezas do bairro eram perigosas.

Foi quando a mensagem “estou te esperando na rua 708” chegou, que Jin saiu disparada após pegar a própria mochila, sem se despedir de ninguém.

O ar frio tomou conta da pele levemente rosada de Seokjin, fazendo com que ele arrumasse a gola de suas vestes brancas se protegendo do vento gélido.

Ignorou os homens que se despediam dele e seguiu com suas pernas longas para chegar logo à onde deveria chegar.

Algo pedia para que ele não demorasse, algo pedia que ele chegasse logo, pois algo quase lhe avisava de que não estava tudo bem e coisas ruins poderiam acontecer.

As ruas mal iluminadas e em sua maioria sem saída faziam ecos em cada passada do herdeiro Kim do meio. Ele passou pelo concreto de todo o chão dos locais vazios e fez uma curva entrando na rua 708, enxergando uma silhueta quase encolhida encostada em uma parede.

Jim acabou fazendo um barulho com a sola de seu sapato e isso fez com que Soyoon olhasse em sua direção imediatamente com uma das mãos cerrada.

Ele ficou de frente para mais baixa acompanhando o olhar que ela lhe enviou.

— O que aconteceu?

— Isso é loucura. Em meio à uma crise você continua a vir para esse lugar, Seokjin! — Yoon comentou negando com a cabeça. — Seu pai e a mídia estão a poucos passos de descobrirem tudo e você continua vindo pra cá como se tivesse tudo bem. O pior de tudo é que você engana todos há tempos.

— Eu enganar eles não é o problema. O que aconteceu?

— Ah, não é? Seokjin, todos eles te respeitam e te olham com orgulho por acharem que você virou um lutador por causa da sua mãe doente e sua origem humilde, quando na verdade você é neto de um dos homens mais ricos da Coréia do Sul! Não foi pra isso que você nasceu. Você sabe.

Jin coçou a cabeça com força e engoliu saliva.

— Soyoon! Já é noite, aqui é perigoso mas você me disse que era urgente. O que foi que aconteceu?

Ela fez uma pausa antes de responder-lhe com outra pergunta.

— Primeiro, você está bem?

— Engraçado, você é a primeira pessoa que me pergunta isso hoje. — ele comentou sentindo um vento forte passar. — Eu estou bem, mas ficarei melhor depois que você me disser de uma vez o que há de tão urgente pra me contar.

Yoon engoliu seco, certa de que não estava sendo precipitada e que deveria ser rápida.

— Eu consegui acessar o sistema do Jenned novamente. Descobri mais algumas coisas, mesmo que tenha sido difícil, já que ele instalou um sistema de segurança bem mais eficaz que o antigo.

Jin massageou o próprio ombro interessado nas palavras da menina.

— O que tanto você descobriu?

— Ao que tudo indica, ele foi à Itália há duas semanas atrás. Ele também abriu uma conta lá e me parece que a quantidade de dinheiro investido é surpreendente. Surpreendente até mesmo pra um diretor de empresa. Jenned não teria tanto dinheiro. Por incrível que pareça, o banco ao qual ele tem uma conta, é um da rede de bancos do pai do Namjoon, o mesmo banco que a sua mãe usa pra administrar o dinheiro dos restaurantes que possui na Itália. Sei disso porque pesquisei sobre sua família, antes que me pergunte.

— Eu não vou mais te subestimar. Mas o que tudo isso significa?

Soyoon então esticou o braço até o menino, fazendo-o analisar o papel branco nas mãos finas. Ele pegou o papel.

— É um documento que comprova várias ações de fraude dentro da empresa do seu pai. — Soyoon avisou cruzando os braços para se proteger do frio.

— Isso é do meu pai?

Jin perguntou olhando mexido para o documento em sua mão, quase certo do tanto de problemas que seriam jogados em suas costas.

— É aí que está, Jin. Isso é do Jenned. Ou seja, o Jenned anda envolvendo a empresa do seu pai em fraudes e se reunirmos mais provas disso, podemos usar isso contra o Jenned.

Ele seria afastado do cargo de diretor. Em uma outra hipótese, pode até ser investigado, mas duvido que seu pai queira chamar a atenção da polícia e tornar isso público. Seria muito escândalo.

— E quando a informação das viagens dele entram nisso? — Jin retrucou.

— Não são as viagens que importam, e sim o fato de que muito provavelmente o Jenned possa estar desviando dinheiro da sua mãe para a conta dele.

— Mas, Soyoon... Por que ele faria isso dentro do banco do tio Dak-Ho? O pai do Namjoon sabe que qualquer escândalo que envolva o Clã Kim pode ser extremamente prejudicial pra ele. Meu avô, meus pais e meus tios nunca deixariam isso barato. Sem contar que o pai do Namjoon não teria motivos pra se juntar ao Jenned.

— A não ser que... o pai do Namjoon também esteja sendo enganado. Isso pode significar que o objetivo do Jenned vai muito além do de ganhar dinheiro em cima do seu pai. — Yoon sugeriu.

— O Jenned então quer acabar com o Clã Kim. É isso o que você quer dizer?

— É uma suposição. — ela murmurou. — Eu espero que você tenha entendido que eu ter dito que é loucura você continuar fingindo, é por achar um absurdo ver você fugindo quando sua família precisa de você!

A única coisa que Jin pôde responder foi nada. Nada que ele dissesse seria o suficiente para responder a garota cheia de racionalidade em sua frente. Soyoon, a menina a qual conhecia há pouco tempo, já estava tão entregue à história de sua família que até se sentia mais preocupada que qualquer membro. Soyoon era um caso quase raro. Ao mesmo tempo em que ela era justa e companheira, tudo o que ela fazia podia ser considerado defeitos, já que ela costumava colocar a vida dos outros acima da sua.

Yoon virou o rosto em direção ao menino com uma sensação de angústia no peito lhe ocupando.

Jin olhou para além dos ombros da menina, fitando o fim da rua a qual havia uma escadaria de concreto e corrimão de ferro.

As luzes fracas do local oscilavam por segundos e Jin teve de semicerrar os olhos para enxergar com mais clareza as sombras que se aproximavam.

Quase no automático, Jin levou a mão até o braço de Yoon o apertando levemente e a olhou tentando esconder a preocupação no olhar.

— Eu vou te puxar, quando disser pra você correr, você corre, me entendeu? — Seokjin falou extremamente baixo, pegando a menina de surpresa. Ela olharia para trás mas ele a impediu segurando seu rosto. — Não olha.

Ele puxou o braço dela os tirando de onde estavam antes e começou a andar no sentido oposto da escadaria da rua de onde vinham dois homens.

Mas, quando os dois começariam a se afastar mais rápido, foram barrados por um outro homem que havia entrado na rua pelo menos local que Jin havia chegado antes.

— Só temos que fazer nosso trabalho. Vamos ser rápidos. — o homem que estava sozinho encurralando Jin e Yoon falou, passando uma mão pelos cabelos ralos.

Os outros dois homens se aproximavam das costas dos jovens e um deles, sem aviso segurou Soyoon fazendo a mesma se afastar de Seokjin, e o mesmo travou o maxilar, encarando o homem em frente à si.

— Nosso objetivo era pegar você sozinho, mas, parece que nossos planos foram estragados já que você está muito bem acompanhado. — o homem continuou a falar.

— Quem mandou vocês? — Jin perguntou deixando o terceiro cara segurá-lo assim como havia feito com Yun.

— Isso você não precisa saber. — o homem disse e acertou o estômago de Kim com um soco certeiro.

Jin se curvou sentindo a dor do baque lhe invadir, ainda com os braços sendo bem segurados pelo homem atrás de si. Soyoon se segurou para não soltar um grito de horror.

— Pode deixar ela sair, a gente se resolve aqui. Você e eu. — Seokjin sugeriu, controlando a respiração após o soco no estômago.

— Posso não tocar na menina, mas enquanto não terminar com a surra que vamos te dar, ela terá que continuar sendo segurada.

Depois, socou o rosto de Jin duas vezes. Soyoon se debateu nos braços do homem querendo pedir para que parassem sem entender o porquê do que acontecendo, mas o homem puxou Soyoon mais para trás tampando sua boca com força.

Yoon teve de continuar assistindo Jin levar socos e chutes sem poder se defender por estar preso. Mesmo que sua situação ainda não fosse extrema, tudo aquilo estava deixando Soyoon em choque, em total desespero.

Quando o homem ajeitou um soco inglês nos dedos para voltar para perto de Kim e acertá-lo com o intuito de tirar seu sangue, Seokjin acelerou a respiração se dando conta de que se continuasse sem fazer nada, ele apanharia tanto que mal conseguiria se levantar. Logo também se deu conta de que se não conseguisse se livrar, os homens poderiam também se aproveitar de Soyoon, que ficaria sozinha enquanto ele estivesse inconsciente.

Jin lançou um olhar em direção ao rosto medroso de Soyoon, querendo avisar que ele daria um jeito, mas percebeu que ela não foi muito capaz de captar a mensagem.

Então, Seokjin jogou a cabaça para trás acertando a testa do homem que lhe segurava com uma cabeçada violenta, sentiu o homem perder uma parcela da força no enlaço das mãos que o prendiam. Jin jogou o corpo para frente puxando um dos braços, se virando e acertando o rosto do homem com uma cotovelada violenta. O homem se desequilibrou para trás, e o outro que parecia ser o líder, tentou machucar Kim com o soco inglês, mas Jin desviou por pouco e chutou o abdômen do homem o fazendo cair no chão.

Jim voltou a atenção para o primeiro que havia acertado e deu duas pesadas em sua cabeça, o fazendo cair totalmente no chão, depois, Jin chutou o rosto do homem por algumas vezes até que ele perdesse a consciência.

O líder foi até Seokjin novamente dando uma risada sarcástica.

— Havia me esquecido da informação de que o herdeiro luta... — ele riu novamente e puxou o garoto pela blusa branca.

— Quem.te.mandou? — Kim questionou novamente, pausadamente e evidentemente com raiva.

— Solta a menina e vem segurar ele! Tô vendo que o burguês vai dar trabalho.

Ele gritou para o homem que segurava Yoon. O mesmo jogou Soyoon no chão violentamente e voltou a atenção ao Kim, o puxando para trás tentando o prender em um enlaço antes que fosse acertado como os outros.

— Sai daqui, Soyoon! — Jin mandou alto, olhando para ela de canto de olho, já que sua cabeça estava presa.

Soyoon olhou em direção à escadaria no fim da rua e o documento importante jogado no chão sujo, por conta de toda a ação imposta no momento.

— Sai logo, morena, antes que eu decida cuidar de você também! Só vamos dar uma surra no seu namoradinho. — o cara de cabelos ralos completou.

Soyoon se levantou trêmula sem tirar os olhos do chão.

Então ela assistiu de longe ele finalmente conseguir socar o rosto de Jin com o tal soco inglês, como queria desde o início. Ela queria ter simplesmente conseguido sair ao ver o sangue de Jin escorrer por partes de seu corpo, mas não conseguiu deixá-lo para trás. Ela não deveria e ela não iria deixá-lo apanhar sem fazer nada.

Seokjin gemia de dor e fraqueza ainda sendo preso. Ainda apanhando. Ainda sentindo dor.

Soyoon foi silenciosamente até o monte de lixo no canto da rua e pegou a primeira coisa que viu, correndo diretamente até o homem que segurava Jin, acertando a parte de trás da cabeça do homem com uma garrafa. A força foi tanta que a garrafa se quebrou e o homem caiu no chão desacordado, junto de Jin que não teve forças para se manter de pé.

O chefe do trio olhou embravecido para Soyoon e passou por cima dos corpos de Jin e se companheiro, puxando Soyoon pelo braço com força.

Ele a empurrou para trás a acompanhando com o olhar matador em si.

— Eu te dei a chance de ir embora, garota estúpida!

Ele prendeu as duas mãos no pescoço de Soyoon com força o apertando, Soyoon arregalou os olhos desesperada ainda andando para trás sendo empurrada pelo mais velho. Ele a encostou na parede suja do local apertando o pescoço delicado de Soyoon mais ainda mais força.

Soyoon mantinha os olhos já semicerrados sem forças e quase sem ar, acreditando que morreria asfixiada.

— Você vai aprender a não se meter mais nos assuntos que não são da sua conta.

Ela encravou as unhas mas mãos que a apertavam e entreabriu a boca ficando tonta, ela estava quase desmaiando.

Jin ainda jogado no chão com suas dores, observava de longe ouvindo as palavras do homem enquanto enforcava Soyoon sem remorso.

Jin se levantou com dificuldades olhando para o chão e pegou a garrafa que Soyoon havia quebrado na cabeça de um dos homens.

Jin não podia demorar mais ou Yoon poderia perder muito mais que apenas a consciência. Ele foi o mais rápido que pôde mesmo mancando até a parede.

Jin puxou o líder para trás pelo cabelo raso, e sem pensar em qualquer outra solução, enfiou a ponta quebrada da garrafa na lateral do pescoço do bandido, tirando o objeto em seguida, vendo o sangue de vermelho vivo jorrar para fora do corpo.

Assim que o cara perdeu as forças, Yoon caiu de joelhos no chão tossindo ofegante com os olhos cheios de lágrimas e dolorida. Ela apoiou as mãos no concreto assistindo sangue escorrer enquanto o cara desfalecia. O cabelo longo jogado sobre o rosto de Yoon foi tirado do mesmo pelas mãos de Jin sujas de sangue, ele encarou o rosto quase sem cor dela enquanto ela tentava recuperar o ar e chorava de desespero sem deixar de tossir.

— Você... matou ele... — ela sussurrou as palavras.

Jin avistou o corpo do bandido jogado no chão enquanto o sangue não parava de sair, se sentou no chão horrorizado com o que havia feito e fechou os olhos desesperado.

Ele tinha salvado Soyoon, mas havia friamente matado um homem.



Notas Finais


Desculpem. Tchau.


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