História Sete Finais - 68 - Sessão 3

Me diga, eu preciso saber

Depois tire o meu fôlego e nunca mais solte

Se você me deixar invadir seu espaço

Eu trarei o prazer, junto com a dor

— Love Harder

Seul, Capital da Coréia do Sul 

Noite de Sábado -

Seokjin atravessou a porta grande, adentrando a estrutura neon da casa de festa pertencente à família Min.

Yoongi andava ao lado do número 4 com um sorriso no rosto, um sorriso que entregava que o mesmo já estava levemente fora de si graças às pequenas doses de bebida que havia ingerido antes de encontrar com Jin.

Yoongi sorriu para Jin e bateu com firmeza no ombro do mesmo.

— Aproveita, hoje as coisas estão pegando fogo! — após Min soltar uma risada, subiu na frente para a área VIP, sabendo que estava sendo assistido não só pelo Kim, mas também por quase todos que viram sua chegada.

Jin subiu rapidamente a escadaria de degraus de vidro e engoliu saliva avistando os membros da Sete Elite e nomes importantes do Atakura Seoul sentados na mesma mesa — longa e enorme — cheia de bebidas, cigarros e comprimidos.

— Dêem uma olhada em quem eu consegui arrastar até aqui! — Yoongi disse em um tom gritante, pegando uma garrafa de whisky e apontando para Jin, enquanto bebia um gole exagerado da bebida alcoólica.

— Boas presenças atraem boas visitas! — Hoseok exclamou no mesmo tom, erguendo um copo cheio de tequila e o encostando na boca.

Yeda apertou seu pulso com força e franziu os lábios.

— Com calma, querido. Você tem que estar lúcido para o que tenho para te mostrar mais tarde... — ela falou baixo diretamente ao pé do ouvido de Hoseok, esse que sorriu abertamente.

— Você vai me agradar lúcido ou não, sei disso. — ele puxou a garota para mais perto atacando seus lábios com força.

Uma série de gritos eufóricos foram ouvidos enquanto os garotos zombavam a cena do casal em seu momento "quase íntimo."

Jin se sentou no canto da longa mesa ao lado de Jungkook e Samara que dormia tranquilamente jogada à mesa com seu vestido quase ao chão.

Kim negou com a cabeça jogando o corpo confortavelmente na cadeira grande e cara.

— A comemoração de hoje é graças à liderança oficial desta boate que agora pertence à Min Yoongi, e é claro que como um bom herdeiro Min, nosso garoto não deixaria isso passar em branco... — Yoongi abriu um grande sorriso enquanto ouvia o DJ chamar a atenção de todos presente por sua voz estridente no microfone. — Eu quero todos chapados!

Os convidados gritaram em comemoração batendo palmas. Mais uma série de gritos foi ouvida quando a música de batida intensa tornou à soar.

— É bom saber que agora você é nosso patrão oficial e não só o herdeiro de tudo. — a garçonete se curvou ao lado de Yoongi passando a mão por seu ombro coberto por um blazer vermelho sangue.

Yoongi riu.

— Logo não só esta boate será minha. Muita coisa me pertence e não vai demorar até eu tê-las em minhas mãos. — o pálido respondeu se lembrando de todas as propriedades de sua família tanto por parte de pai quanto por parte de mãe.

Yoongi sempre fora um garoto ambicioso e determinado, e desde o início de sua adolescência esteve ciente através de si mesmo que tudo o que era de seus antepassados ficaria em suas mãos. Sua vez de ser comandante estava ainda mais perto.

Do outro lado da mesa, Jin colocou a palma da mão nas costas de Jungkook tentando enxergar seu rosto.

O herdeiro Jeon estava totalmente fora de si e é claro que preocupação não fazia parte de seu vocabulário.

Seokjin revirou os olhos puxando a blusa preta do herdeiro número 7, fazendo-o ficar reto.

— Você se drogou, Jungkook?! — Jin questionou. — Você se drogou de novo?

— Me droguei? — ele riu jogando a cabeça para trás. — Minha vida... é uma droga. Eu me drogo todos os dias. — então Jeon soltou uma gargalhada.

— Quem te deu as drogas, Jungkook? — Jin perguntou, mas Jeon permaneceu calado. — Me diz, cara!

Jin colocou a mão na nuca do número 7, mas logo foi afastado com extrema violência.

— Não interessa. Me deixa paz, caralho! — Jeon exclamou olhando seriamente para o herdeiro Kim.

Seokjin relaxou os ombros cansado e negou com a cabeça se afastando.

— Todo mundo tá ciente de que você anda se drogando com muito mais frequência que antes, Jungkook. Vai acabar com você deste jeito mesmo?

— Dane-se. Você se mete em lutas todo fim de semana sabendo que pode morrer de tanto apanhar e ainda assim continua, então... Me deixa em paz, Jin, porra!

Jin coçou a garganta, bufando.

— Você ainda vai acabar tendo uma overdose. — ele disse por último, pegando um copo de vodka e o levando até a boca.

A música continuava rolando solta pelo enorme local. As pessoas curtiam feito loucas pela pista lisa e enorme.

Jimin e Linn dançavam juntos aos beijos no meio da multidão do andar de baixo. O casal estava em uma temperatura quente pertencente somente à eles. Não ligavam para as pessoas ao redor, focando em continuar na própria sintonia.

Hoseok continuava aos beijos com Yeda sentados na mesa, parando apenas para ingerir bebidas fortes.

Seokjin acreditava que ele era o único ainda lúcido no lugar, mas percebeu que Yoongi também estava ótimo. O herdeiro número 2 sempre fora extremamente forte para bebidas, então não via problemas em beber mais que os outros.

Os mais fracos sempre foram Hoseok e Jimin, esses que já aparentavam estar bem elevados.

Era nítida a diversão no rosto de cada um dos indivíduos que se drogavam ou apenas bebiam como se não houvesse dia seguinte. Uma boate frequentada por grandes herdeiros, grandes empresários, pessoas da alta sociedade. Em lugares do tipo, era onde mais rolava ilegalidade e a família Min nunca teve problemas com isso.

Yoongi nunca foi um garoto certinho. Por mais reservado e calculista, ainda assim nunca deixou de lado a rebeldia natural de um adolescente milionário. Yoongi começou à fumar com quinze anos e assim continuou, nunca chegou à dar tantos trabalhos para os pais como Kim Taehyung costumava fazer — Kim Taehyung era o da Sete Elite que mais causava problemas —, mas nunca deixou de lado o prazer que sentia em coisas que não deveria fazer.

Graças à educação que seus pais lhe deram, Yoongi desenvolveu uma mente mimada e não escondia isso de ninguém. Todos sabiam que o jovem estava acostumado à ter tudo o que queria, quando queria, e o que piorava a situação, eram as pessoas que lhe davam tudo sem nem pestanejar.

— Yoongi... — Hoseok chamou seu amigo enquanto soltava risos, com o rosto avermelhado e suado pela quantidade de álcool no organismo. — Isso te parece um problema?

Jung esticou o celular em direção à seu amigo pálido, lhe mostrando no Instagram de Taehyung a nítida imagem de Soyoon agarrada à seu novo animal de estimação.

A imagem poderia agradar os olhos de Min já que Soyoon estava sorridente e bonita, mas a legenda não lhe deixou sentir nada mais que incômodo e raiva.

O menino Min deu um tapa na mão de Hoseok o fazendo tentar acionar seus reflexos para impedir que seu celular escapasse da mão.

Yoongi coçou o cabelo atualmente platinado e colocou para dentro a tequila do copo de Jimin que se aproximava junto de Linn depois de tempos distantes da área VIP.

— Se eu não soubesse que você está aqui pra fingir que não está ligando pro fim de semana dos pombinhos do Campo Balente... Acreditaria com todas as forças que você está mesmo só comemorando por ser o novo chefe da boate. — Hoseok continuou a falar, tomando cuidado para que Yeda não tentasse ouvi-lo.

— Eu prometi que não pensaria nesse fim de semana. Eu não quero pensar e nem posso. — Yoongi revidou.

— Olha ao redor, idiota. — Hoseok revirou os olhos. — Qualquer garota está apta à te ajudar à não pensar na Soyoon por hoje. Ela mesmo parece bem interessada em você.

Hoseok apontou discretamente com a cabeça para Maleusel, ela que se mantinha encostada na vidraçaria da área VIP, encarando Yoongi com um sorriso singelo no rosto.

Yoongi riu.

— Eu já tive o suficiente com aquela amiga da Haikkya. — deu de ombros. — Não sou o Taehyung. Não preciso transar pra me satisfazer. Vamos beber e só...

— Eu te desafio à beber cinco copos seguidos de tequila! — a voz de Linn foi ouvida enquanto ela batia na mesa desafiando Seokjin à beber feito louco. — Ou você prefere responder alguma pergunta de resposta reveladora?

Yoongi franziu a testa. Haviam começado com a loucura do verdade ou desafio, e não havia brincadeira mais clichê e sem graça que essa.

Jin bufou em desânimo e respirou fundo cercando Sagong com seus olhos puxados.

— Eu não vou me embebedar, Linn. — disse direto.

— Certo, Kim! Então me diz... É verdade que você correu atrás da Linn feito um cachorrinho durante três meses até conseguir ficar com ela?

Jin abriu bem os olhos confuso, em seguida batucou a mesa de vidro.

— É claro que não.

Linn deu de ombros com um enorme bico nos lábios. A menina se sentou sendo abraçada por Jimin, soltou um risinho e apontou discaradamente para Jungkook.

— Então, Jeon... Ou bebe as cinco doses de tequila, ou me responde algo de útil. Não seja sem graça como o Seokjin! — Não deveria haver uma garrafa no meio? — Yeda perguntou baixo em direção ao namorado.

— Mas a Linn está bêbada, então não importa. — ele respondeu.

Jungkook, grogue e tonto, molhou os lábios com a língua, em seguida apoiou a cabeça na própria mão.

— Sabe aquela garota do sexto ano? A que tinha um corpo muito bonito? Então, eu realmente fiquei com ela na época em que vocês pediram para eu não ficar. Eu também transei com a Nayeon, e eu ando tendo sonhos eróticos com a... com... com uma atriz chinesa! — ele falou dando risada se lembrando de coisas extremamente antigas e tentando não citar o nome de Yun Soyoon. — Essas são as minhas revelações!

Linn revirou os olhos desistindo de tentar incluir Jungkook na conversa.

— Você é um inútil mesmo, Jeon... — a morena de cabelos curtos bufou. — Vamos lá, Hoseok. Você vai beber ou tem algo à nos revelar?

Hoseok abriu os olhos que já se fechavam graças ao sono que se apossava de sua mente, logo riu pegando a garrafa de vodka perto de si e a virando sem remorso algum.

Um filete molhado escorria do canto da boca de Hoseok enquanto seus amigos davam risada de rua atitude. Ele colocou a garrafa com força na mesa e soltou um som satisfeito.

— Eu bebi pra caralho. — Hoseok disse alto. — Então, eu também quero revelar uma coisa que está no meu coração há dias. — Hoseok respirou fundo levando a mão ao peito. — Eu apertei a bunda da...

Antes que Hoseok pudesse concluir sua fala, Seokjin se levantou bruscamente da mesa puxando o braço de Jungkook que havia começado a tossir e vomitar pelo chão.

A movimentação na mesa parou pelo tempo em que as pessoas assistiam a situação em que Jeon estava. Quase colocando os órgãos para fora, Jungkook abertava a beirada da mesa e seu corpo mole foi erguido pelos braços de Jin que o ajudava a não se engasgar. 

Jin apoiou o corpo de Jungkook em si e olhou desapontado para Yoongi que ficou quieto assistindo a cena. A quantidade de drogas dentro do estabelecimento ultrapassava os limites, e Jin tinha quase certeza de que todos os garotos haviam visto quando e com quem Jungkook havia pego as drogas.

As pernas fracas de Jungkook foram compensadas por Jin que se afastou da mesa quase carregando o herdeiro Jeon até o banheiro.

O banheiro da área VIP era muito perto, mas ainda assim não houve tempo de nenhum dos meninos intervir o que Jin fazia para ajudar seu amigo de infância.

O Kim abriu a porta do banheiro com uma pesada violenta. Queria mesmo causar pelo menos um pequeno dano no local, como se de alguma forma quisesse que Yoongi notasse o tamanho de sua ira pelo o que estava acontecendo.

Jungkook já não sentia mais vontade de vomitar, mas teve que aceitar quando Jin molhou seu rosto com a água gelada da pia, mostrando ainda mais a palidez na face de doente do menino.

Jin analisou a expressão do moreno em sua frente e travou os maxilar com força, puxando a roupa de Jungkook para si.

— Você está se acabando, Jeon! Para um pouco. Droga não é brincadeira.

— O que você sabe? Eu já te disse pra não se meter! — Jungkook revidou rápido.

— Eu não me meti por muito tempo, seu idiota! Se você quer se matar, enrola uma corda no seu pescoço, mas não fica se matando aos poucos enquanto os garotos e eu somos obrigados à ver isso isso e ficarmos quietos! — Jin despejou chateado. — Todos temos nossos problemas e nós nos entendemos, por isso combinamos de não nos metermos nos problemas um do outro, mas então vê se tenta se matar longe de qualquer um de nós!

— Eu tava bem. Eu queria continuar bem, Jin. — Jeon contou baixo, olhando para a própria camiseta escura. — Eu aprendi à engolir os problemas como engulo um ecstasy. Mas eu não pensei que fosse me engasgar com o tempo.

— O seus pais...

— Os meus pais não importam! Eu não quero mais acabar com a minha vida pra ter um pouco de atenção vinda deles. — Jungkook o interrompeu bruscamente. — Eu quero ter vontade própria. Eu quero ter amizades saudáveis e acreditar que posso viver normalmente um dia. Quero namorar com quem eu gosto e não ser obrigado à casar com a garota do meu amigo de infância.

Jin desviou o olhar se lembrando do compromisso que Jungkook tinha com Han, o que tornava tudo m um estranho quadrado de envolvimentos.

— Você ainda vai encontrar alguém que te faça querer viver, por você e por essa pessoa.

Os dois permaneceram em silêncio. A camada de ar presente no banheiro limpo e ocupado pelos dois deixava o clima menos tenso que antes. A música do lado de fora adentrava o banheiro abafada, impedindo os garotos de esquecerem que estavam em uma boate.

— Eu acho que estou me apaixonando. — Jungkook murmurou, olhando para as próprias mãos. — Eu sinto vontade de me manter bem e saudável quando estou com ela, sonho com ela, quero arranjar desculpas para vê-la, então eu acho que estou me apaixonando.

Jin riu colocando a mão dentro do bolso da blusa cinza.

— É a primeira vez que te vejo dizer que está se apaixonando. Você não sabe como isso funciona. Tenta não confundir puro desejo com paixão. — Jin lhe tocou o ombro.

— Minha boca seca e eu sinto borboletas no estômago. Eu estou certo de que estou me apaixonando. — Jungkook respondeu claro.

Jin piscou lentamente e analisou a pupila dilatada de seu companheiro. Jungkook estava certo. Ele claramente parecia alguém apaixonado. Sua expressão perdida e ao mesmo tempo suave mostrava que ele lutava para entender o que estava sentindo. Paixão morria se não alimentada, Jin sabia disso por já ter sido muito apaixonado por Han, então acreditava que dependeria só de Jungkook querer transformar a paixão que estava sentindo em amor.

Seja lá quem fosse a mulher que prendia a mente do herdeiro Jeon, havia feito um bom e árduo trabalho.

O celular de Jin vibrou em seu casado o fazendo rapidamente acordar de seus pensamentos e retirar o aparelho de seu bolso. Haviam muitas mensagens misturadas, mas a mais recente nem mesmo pertencia à um número oficial de operadora.

- Kim Taehyung e Yun Soyoon estavam bem há pouco tempo atrás, mas não pude resistir. A expressão amedrontada de Yun é ótima, e seu sangue me parece bem mais vermelho que o normal.

De: Desconhecido

Jin imediatamente largou o celular de volta dentro do bolso e olhou sugestivo para Jungkook.

— Eu preciso ir. Depois nos falamos! — Kim quase gritou.

— Aconteceu alguma coisa? — Jungkook segurou o braço de seu companheiro antes que o mesmo sumisse porta à fora. — Que cara é essa? Você parece muito preocupado.

— Acho que a Yun Soyoon pode estar correndo algum tipo de perigo. — Jin respondeu baixo, em seguida puxou o próprio braço e saiu do banheiro de uma vez sem olhar para trás.

Seokjin queria dizer que estava completamente dentro de sua própria sanidade, mas foi incapaz de acreditar nisso ao perceber que sua vida já havia se enlaçado à vida da bolsista quando sua primeira reação ao saber que a mesma corria perigo foi sair sem um rum, sem um plano, sem pensar.

Ele não podia mais uma vez se culpar por qualquer coisa que acontecesse com a jovem. Por que logo ele havia recebido a mensagem?

Ele preferia que outra pessoa tivesse recebido? Sim e não. Sim por saber que a garota estava em perigo e precisava de ajuda. Não por tudo o que já havia acontecido.

Acreditar que o perigo que era corria estava relacionado à ele, lhe deixava com muita raiva.

— Você precisa me esperar!

Jin foi puxado para trás com força quando Jungkook o parou ofegante segurando seu braço.

— Jungkook, eu não tenho tempo! Preciso salvar a Soyoon. Ela não pode se ferir, entendeu? A bolsista não pode se machucar!

Jungkook assentiu lentamente.

— Saber que você precisa salvá-la não me agrada e me faz querer te trancar naquele banheiro por ciúmes, mas irei com você porque eu preciso disso. — o moreno começou a andar na frente deixando Jin para trás, mas logo se virou novamente e com tensão na face voltou andar encarar o herdeiro Kim.

— Jungkook... — Jin tentou chamá-lo mas logo foi interrompido.

— Antes que você me pergunte, é pela Yun Soyoon que estou me apaixonando, Seokjin.