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História Sete Finais - 73 - Sessão 3


Escrita por: caploom

Capítulo 73 - 73 - Sessão 3


Fanfic / Fanfiction Sete Finais - 73 - Sessão 3

Eu estive esperando por tanto tempo
Por alguma coisa que chegasse

Por um amor que viesse junto

Agora nossos sonhos estão se realizando através dos bons e dos maus momentos

Eu estarei lá por você

— Heaven


Domingo, Mesma Madrugada, Mansão Min -

O dia amanheceria em poucas horas, mas aquilo não parecia um problema para Nya que amava receber visitas e nem mesmo se importava com o fato de ter aula no dia seguinte.

Louise remexia os uísques no bar da mansão Min — mais especificamente o bar de Min Yoongi —, com uma feição travessa no rosto, pouco se importando com qual garrafa ela escolheria entre todas aquelas.

Seus olhos brilharam, a Jeon puxou uma garrafa de Dalmore Trinitas a analisando pasma. Sorriu vitoriosa e se preparou para voltar a área de lazer da mansão, onde Nya e Samara a esperavam inquietas.

— Voltei, minhas crianças! — a rosada quas e gritou. — Vamos encher a cara! — os olhares das duas garotas se direcionaram para a Jeon que vinha animada, chacoalhando a garrafa ao seu lado.

— Ah não, Lou... Esse não! Ele é do Yoongi! — Nya se levantou do sofá de inverno com os olhos arregalados.

Louise a olhou em puro deboche enquanto Samara acompanhava a cena confusa.

— Ah, sério, Nya? Eu achei que tudo lá fosse do seu irmão! — Lou riu debochada. — Pare de graça! Pega os copos e o gelo, ou prefere ir no gargalo mesmo?

Nya mordeu o lábio apreensiva, puxou o ar para os pulmões e soltou.

— Lou, so existem três dessa garafa no mundo. O Yoongi perceberia se uma gota estivesse faltando! — a euforia presente na voz de Nya denunciava que a mesma estava nervosa. Ela sabia exatamente como seu irmão Min Yoongi era chato. — Ele não suporta que toquem no que é dele!

— Credo, Nya, falando assim parece até que ele te mataria caso a gente secasse a garafinha cara de uísque dele… — a medida que caçoava da situação, a Jeon parecia ainda mais disposta a seguir com a ideia de detonar a garrafa até a última gota.

Limites não estava no vocabulário de Jeon Perricelli Louise.

Samara já havia entendido o que estava acontecendo, sorriu travessa para Louise terminado de enfiar na boca o doce que comia, antes de andar até sua amiga sorrindo diabolicamente.

— Só três garrafas no mundo…? — Samara pegou a garrafa da mão de Louise e abriu o lacre da tampa com certa facilidade, se sentando com Louise. — Isso significa que deve ser muito bom!

— Meu Deus… — Nya suspirou derrotada e se sentou ao lado das duas do sofá. — Talvez eu nem sobreviva.

— Para de drama, Nya. Pega os copos! — a Jeon inalou a essência do líquido pela bico já aberto e sorriu totalmente satisfeita. — Fazia tempo que eu não bebia algo tão inusitado, principalmente um uísque tão raro!

Nya então se levantou foi até a cristaleira que continha a coleção de copos de cristal da família. Samara jogou os cabelos para trás animada, cruzou os pernas e focou seu olhar no perfil da rosada que ainda olhava fixamente para a garrafa.

— Hoje eu vou beber pela YooYoon que não pôde estar aqui com a gente… — Louise disse baixo com um brilho nos olhos.

— Então... O que acha de chamar seu segurança gato pra encher a cara com a gente, Lou?

Louise, que estava aérea, olhou confusa para sua amiga diante da pergunta da mesma.

— O quê? Por quê? — arqueou as sobrancelhas olhando para Sam.

— Coitadinho… Ele está o dia todo lá fora te esperando! Que falta de consideração, Lou! — Samara soltou uma risadinha cínica ainda acompanhando as feições incrédulas de Louise. Ela sabia bem como provocar a amiga.

— Ele está ótimo lá, deixe-o quieto! — ela soltou ríspida voltando sua atenção para a garrafa.

— Está evitando ele? — Samara perguntou sugestiva, com um sorrisinho de dechochado nos lábios.

— O quê? Não... Por que eu...

— Você dormiu com ele? Por isso está nervosa assim? — o sorriso aumentou ainda mais.

— Dormir com ele? Claro que não, minha filha!

Louise estava inconformada, por que raios ela teria tal tipo de relação com Arni? Aparentemente, ela só o suportava.

— Não? Hum... — Samara sorriu, falsamente satisfeita com a resposta da amiga e se levantou. — Porque parece, sabe... Quero dizer, se eu tivesse um segurança particular como ele... a minha disposição já teria feito muito mais.. Mas já que você não transou com ele... Isso significa que ele está livre, não é?

Um misto de sentimentos eufóricos tomou o corpo da rosada que ouvia cada palavra insana da própria amiga em relação à Arni. O fato do norueguês ser um homem bonito e exótico no meio de tantos caras asiáticos era algo que a Jeon já havia reparado e admitido, mas ela não sabia que o seu segurança pudesse chamar atenção de suas amigas também. Não, ela não tinha nada com ele e não pretendia ter, mas ela também não pretendia "dividi-lo" com qualquer outra pessoa que fosse. Ele era seu segurança e estaria com ela o tempo todo, sem exceção.

Mas ele era o seu segurança. O seu norueguês.

— Quem está livre? — Nya apareceu curiosa com os copos na mãos.

— Eu estava falando do norueguês que cuida da Lou. Deveríamos chamar ele para cá, não concorda? — Samara respondeu.

— O Arni? — Nya depositou os copos na mesa. — Eu acho que deveríamos mesmo. O coitadinho está plantado lá fora desde de manhã, mesmo eu insistindo para ele passar o dia com a gente. Acho que ele viria caso fôssemos chamar agora.

— Olha, vocês já podem parar! — Louise se levantou eufórica, principalmente depois de visualizar as intenções de Samara estampadas em seu rosto, e a animação da anfitriã da casa em chamar Arni para a bebedeira. — O Noruega vai ficar pleno, belo e plantado exatamente onde ele está!

— Ah não, Lou, eu não vou deixar o Arni lá fora até a hora que você for embora… Se você for! — Nya se preparava para ir até a entrada da mansão acompanhada de Samara que concordava com cada palavra da amiga. — Você tem que parar de ser cruel com ele, ja deu pra ver que ele é um amor de pessoa!

— Amor de pessoa sou eu! Ele é um intrometido, super chato, com manias de velho! — disse emburrada.

— Está falando do carinha estranho da loja de conveniência agora, não é? — Samara perguntou incrédula. — O que aconteceu com seu bom gosto, amiga?

— Meu bom gosto? O que aconteceu com o de vocês é a pergunta certa, não é, Min Nya?

Ambas olharam debochadas para Nya que suspirou irritada.

— O que estão querendo dizer com isso? — Nya questionou.

— Sobre seu namoradinho sem jeito, querida. Pelo menos o caipira não é um traficante sem rumo na vida! — Lou provocou fitando as unhas pintadas perfeitamente de branco.

Samara caiu na risada se jogando novamente no sofá atrás de si.

— Realmente... O Lee Jung é fim de carreira, Nya…

— Ele está tentando mudar, está bem? — Nya cruzou os braços brava. No fundo ela sabia bem que mudar seria a última coisa que Lee Jung faria.

— Ah, claro... Você é chocolate belga, Nya, o Lee Jung é chocolate da conveniência do caipira! — Lou se aproximou da amiga, arrumando suas madeixas bagunçadas. — Mas.... O irmão dele é outra história!

— Como é…?

— Nada, nada… vamos logo beber isto aqui antes que eu surte de sede! — Louise mudou de assunto querendo não deixar claro que Lee Swon era o cara certo para alguém como Min Nya.

— Okay, então vou chamar o Noruega! — Samara apertou o passo até a saida sem deixar que Louise respondesse.

Noruega... Esse fora uma designação escolhida por Jeon Louise para se referir à Arni exclusivamente. A rosada apertou os punhos, então puxou e soltou o ar com força. Só ela podia chamá-lo assim, o Noruega não poderia ser chamado por mais ninguém assim além dela, afinal… Arni era em partes seu, ele era seu Noruega com manias de velho!

Nya via claramente o incômodo da amiga, ela estava visivelmente possessa de raiva, era evidente que a Jeon sentia um certo ódio por Arni pelo fato dele estar ali para controla-la e ela odiava ser controlada, mas também tinha ciúmes, claro que tinha. Tudo aquilo era birra. Ela sabia que era divertido para Jeon provocar Arni Pedersen.

Samara voltou arrastando Arni consigo pelo braço. Ele fitou as duas garotas confuso, Louise o olhava com olhos assasinos, logo o mesmo percebeu que sua presença ali a incomodava. Mal sabia ele que era a atitude inconveniente de Samara que a irritava ainda mais.

— Agora você não pode negar beber com a gente! - Samara se virou para ele o olhando sugestiva, tampando sua visão de Lou que continuava parada olhando tudo furiosa. — Vamos.... Você deve estar cansado, relaxe com a gente!

Arni analisava cada movimento inconveniente da coreana em sua frente, principalmente seus dedos que ameaçaram tirar sua jaqueta de seus ombros.

Arni Pedersen virou a cabeça cansado.

— Obrigado por pensar em mim. — ele então finalmente disse com seu sotaque forte, fazendo a menina estremecer e se sentir ainda mais encantada com a presença do jovem pálido. — Eu realmente não pretendo beber, mas se a Louise quiser... ela pode, eu cuidarei para que ela volte pra casa em segurança.

Nya, que também estava aérea diante do todo que era aquele homem, incentivou a Jeon a finalmente se pronunciar.

— Está bem, está bem! — Louise foi para perto de Samara e Arni e deu um leve empurrão em Samara, que pareceu acordar do transe. — Obrigada pela permissão, papai... Já pode ir!

— Que bicho te mordeu, rosada?

Foi quando a quentura do hálito de Arni — que era um misto de menta com cigarro —, bateu no rosto da Jeon, e aqueles olhos azuis encontraram os de Louise, essa que esquentou por dentro. O talento do Pedersen de encantar mulheres era tão hábil quanto o de qualquer outro da Sete Elite, mas Louise ainda era mais durona que isso e nunca se deixaria cair.

— Arni, saia! Vai sair por aí, só me deixa aqui, eu não pretendo ir para casa hoje. — Lou cruzou os braços.

— Eu não pretendo te deixar em lugar nenhum, onde você for, eu estarei te acompanhando. Achei que isso já estivesse claro, rosada. — Pedersen disse calmo como sempre, o que irritava a Jeon absurdamente.

— Meu Deus, Noruega... Você não vai tirar ferias, não?

— Não foram estabelecidas ainda, e eu também não pretendo… — ele respondeu mais uma vez calmo.

— Tá... Que seja! — ela se afastou dele, pegou a garrafa e virou-se para olhá-lo, e soltou um sorriso maldoso e debochado. — Então senta aí e olha.

Ela o empurrou o fazendo cair no sofá atrás de si e dividiu as doses nos copos.

— Vamos brindar, meninas! — entregou os copos para as outras duas. — À presença ilustre do Noruega!

Então a menina de cabelo rosa virou, sendo a primeira a secar o copo. Franziu o cenho por conta do álcool que queimava sua garganta e balançou a cabeça fortemente.

— Caramba… — Lou pegou a garrafa novamente. — Este uísque do Yoongi é realmente de outro patamar…!

Ela então encheu o copo mais uma vez, largando a garrafa pela metade na mesa.

Arni cruzou as pernas enquanto analisava a situação, torceu os lábios e negou com a cabeça. Ele sabia que dali tudo pioraria, sua presença provocava a Jeon ao ponto da mesma querer ultrapassar todos os limites que ja estavam acostumados a serem ultrapassados. Mas para Arni, antes ela se descontrolando em seu campo de visão do que longe dele.

Naquele momento, tudo o que ele poderia fazer era analisar cada detalhe do corpo da rosada exposto pelo biquíni que usava enquanto a mesma secava o uísque do herdeiro dono da casa.

Duas horas depois

— Ah não, Samonster... Você perdeu! — Louise gritou.

As três estavam delirando por conta do álcool.

Nya era a única que se encontrava menos pior pois ainda estava nervosa. Uma das três garrafas do uísque que seu irmão gastou milhares de euros para adiquirir em um leilão em MIlão... Não existia mais.

— Pode tirar! — Louise se referia à uma peça do biquini de Samara, já que a mesma havia perdido a partida do jogo de baralho que as três jogavam.

— Com todo prazer eu tiro, assim o moço ali pode analisar melhor a boa mercadoria que eu sou! — Samara se preparava para desamarrar a peça de cima de seu biquíni, olhando intensamente para Arni que arqueou a sobrancelha nitidamente desinteressado.

Ele tragou o cigarro enquanto se mantinha indiferente à situação. Se a garota quisesse tirar a roupa, ele não a impediria, ele tinha apenas que impedir Louise de fazer loucuras.

A Jeon suspirou emburrada e se levantou desengonçada, lançou um sorriso forçado para Arni e sentou em seu colo abusadamente. Ela tirou o cigarro de seus dedos, tragou uma vez e o apagou no cinzeiro ao seu lado, então tapou os olhos de Aeni, que se incomodou pelo ato, mas resolveu não intervir, estava cedo para discutir com Jeon Louise.

— Pronto.... Pode tirar tudo, querida. Vou me certificar de que o Noruega não veja nada!

Samara fez um bico chateada e enfim tirou a peça. Ambas as três meninas berraram euforicas pela atitude da morena

— Sua despeitada, todo aquele peito que você exibe na escola é papel higiênico, não é? —

Louise riu sem querer tirando as mãos dos olhos de Arni, esse que deu de cara com o par de seios expostos de Samara. Ele soltou o ar incomodado e virou o rosto.

— Que nada, ela usa um super sutiã que dá toda aquele volume! — Nya apontou para os seios da amiga rindo. — Mas ela ainda consegue ter mais do que eu!

Ambas pararam de rir quando o celular de Samara começou a tocar, a fazendo se retirar para dentro da mansão independente de estar seminua ou não. Samara não estava preocupada em ser vista por empregados ou até pelos donos da casa. O álcool em sua cabeça fazia-a realmente não ligar.

Louise, ainda no colo de Arni, o analisava, percebendo o incômodo do jovem naquela situação com ela junto à Samara.

— Não vai me dizer que você é gay! — Louise ela soltou aérea, ainda olhando o jovem norueguês.

Arni a olhou imediatamente irritado, ele se recusaria a ser vítima de tais questionamentos, ainda mais vindos dela.

— Não, Jeon Louise, eu não sou gay. — respondeu ríspido, evitando olhar para a rosada.

— Hum... Você se entregou. Qualquer homem olharia faminto para a Sam. Ela é linda.

Samara era bonita e Arni estava muito ciente disso, mas ele se consideraria sujo olhando para a amiga adolescente de sua protegida dessa maneira, sem contar que ela não era exatamente a garota no local por quem criava interesse.

— Ou… talvez a samara não faça seu tipo mesmo.... — Louise então saiu do colo dele e se virou. — Vamos ver se comigo você não muda de ideia…

Louise ameaçava desamarrar seu biquíni. Nya não estava mais ali, só haviam os dois.

A Jeon estava bêbada e fora de si, não sabia o que estava fazendo e se arrependeria depois. Arni, embora estivesse delirando para ver os seios expostos de sua rosada, não se permitiria se dar ao luxo de aproveitar-se da situação. Mais uma vez ele teria que parar Louise com suas ideias inconvenientes, lutando contra sua própria tentação.

— Não, Louise — ele se levantou indo até ela para pará-la. A Jeon sorria maliciosa enquanto andava para trás ainda ameaçando tirar a peça. — Não faz isso!

Ambos andavam praticamante juntos. Um tentando alcançar o outro, nem mesmk perceberam a piscina a qual se aproximavam, só perceberam quando toda a umidade acolheu os dois que caíram juntos sobre a água aquecida.

Louise a Arni afundaram juntos, e mesmo com a pressão da água, o peso do norueguês em cima do corpo delicado da Jeon contribuiu para que ambos afundassem até o funfo da piscina. Foi rápido, não deu para tirar seu próprio corpo de cima do dela.

Arni submergiu rapidamente completamente eufórico, até notar que a Jeon não havia submergido também. Ele pocurou-a desesperado entre a claridade das luzes da piscina deparando-se com a garota desacordada no fundo da piscina.

Era nítido. Louise havia batido a cabeça e desmaiado.

Arni mergulhou rapidamente para levá-la para cima. Agarrou a cintura fina com uma mão e a outra a puxou pela nuca, embolando os dedos nos cabelos rosados que flutuavam ali.

Ele saiu da piscina nervoso pelas escadas, carregando Louise desacordada em seus braços. A depositou no chão molhado com delicadeza. Pedersen crispou os lábios nervoso e checou a respiração fraquíssima  da rosada, e então, com presa, tirou a jaqueta de seu próprio corpo a jogando para longe, levantou o queixo de Louise, tampou seu nariz e aproximou seus lábios dos dela, depositanddo todo ar com força na boca feminina. Ele observou seu torax sem sucesso e repetiu o processo por mais algumas vezes.

— Vamos lá, Louise... Respire… — voltou à chocar as bocas depositando ar na boca roxa da garota ainda desacordada. — Vai, Louise, não é isso que vai te derrubar! Respira, inferno! — ele gritou nervoso. — Você é a garota mais dura na queda que eu conheço!

Depois de repetir o precesso, finalmente viu o tórax da garota subir e contrair e a mesma tkssir desperadamente eliminando toda a água que engolira. Arni fechou os olhos e respirou aliviado.

Ele não estava preparado para uma situação dessas, e por um minuto se sentiu mal, ele tinha que estar preparado psicologocamente para qualquer coisa que fosse.

Mas não estava.

Louise mal abria os olhos e parecia que já desmaiaria novamente, mas agora ela respirava pelo menos.

— O que aconteceu aqui? — Nya e

Samara já vestidas apareceram preocupadas ao analisarem a situação. — Louise!

— Min Nya, pegue uma toalha, por favor. — Arni pediu, um pouco mais calmo, mas ainda com a respiração desconexa. — Eu vou levá-la para o hospital mais próximo.

Ele pegou a garota molhada e desacordada nos braços. Tinha que tirá-la daquele chão gélido e daquela casa.

Tinha que se certificar de que sua rosada estava bem.

~◆~

Domingo, Mesma Madrugada, Mansão Park -

Jimin fechou a porta com força como se ouvir o estrondo melhorasse a dor de cabeça que sentia. Ele agarrou os lençóis finos da cama e gemeu baixo em desagrado.

Ele estava quase ciente de seus próprios pensamentos. Desde quando não ser respondido havia se tornado tão comum em sua vida? Jimin estava rondando por roda o seu histórico de vida em um jeito ao qual não se sentisse cansado de muitas coisas. Sua cabeça estava doendo, e ele sabia que não era um efeito colateral da bebida em excesso que ingeriu.

Não era a primeira vez que Jimin cercava à si próprio à espera de algo para recomeçar. Ele não era mais uma criança, sabia que as coisas aconteciam em dependência de suas importâncias. Todos nós precisamos de uma base para andar, e Jimin não enxergava mais sua base.

Sua base era Linn, e ela estava fugindo aos poucos.

Incomodado com o silêncio em seu quarto, Jimin se levantou confortando seus pés em um calçado fofo e saiu do cômodo indo direto para a escadaria da casa. Ele desceu silenciosamente pelos degraus revestidos pelo carpete de cor escura e só desacelerou o ritmo ao avistar a mesa de mármore branco enfeitada com um arranjo, acima de um tapete que cobria todo o corredor de entrada até a escadaria.

Ele se jogou no sofá cinza acomodado na primeira sala de estar e fechou os olhos agarrado à almofadas.

Estava com sono, mas não conseguia dormir. Pegou o celular mais uma vez, mas todas as notificações que estavam presentes não pertenciam à Linn. Jimin se questionou sobre qual a localidade de sua namorada. O horário deveria fazê-lo repensar sobre a quantidade de mensagens que enviava à menina, mas o problema era que ela não o respondia há muito tempo.

— Jimin, filho? — Jimin virou preguiçosamente ouvindo a voz próxima de sua mãe.

— O que tá fazendo acordada, mãe?

Senhora Park ajeitou o coque fraco que prendia seus cabelos lisos e se sentou ao lado do filho, pousando a mão em seu joelho.

— O que você está fazendo acordado agora? — ela retrucou preocupada. — Você não anda dormindo muito bem, filho. Está com algum problema?

— Nada com que você tenha que se preocupar, mãe. — Jimin sorriu fechado em direção à mulher, e se arrumou no sofá.

— Você não anda muito bem desde que ajudou aquela menina na escola. A menina Uya, não é? Mesmo que tenha sido um verdadeiro herói, sei do quanto deve ter sido difícil. — ela passou os dedos pelos cabelos de seu filho.

— Não tem nada a ver com isso. Eu vou ser um médico, tenho que lidar com isso.

— Já conversei sobre isso com você, certo? Te disse que não é necessário que se torne um médico só por causa da família do seu pai. — Dae falou baixo.

— E te ajudar à realizar o sonho de me ver assumindo suas joelheiras ou clínicas de estética, mãe? — Jimin respirou fundo. — Eu gosto da medicina, mãe. É o que eu quero fazer. Vou assumir os hospitais da família, e isso é o que decidi desde que sou uma criança!

— Eu te entendo, meu amor. — Dae assentiu quieta. — Você foi um verdadeiro herói salvando aquela menina.

— Eu não… não agi sozinho. — Jimin respirou fundo. — Mãe…

— Sim? — Dae respondeu se arrumando no sofá colocando a cabeça de Jimin em seu colo quente e aconchegante.

— Como você se sentiria sendo humilhada pepo garoto ao qual é apaixonada?

Dae permaneceu em silêncio por uma boa parcela de tempo. Seus dedos acariciavam os fios sedosos presos na cabeça de seu filho, enquanto a mesma olhava para frente analisando os detalhes da sala onde estavam.

— Não ter os sentimentos correspondidos é tão doloroso quanto se decepcionar com alguém a quem dedicamos anos da nossa vida. Quando decidimos aceitar que estamos apaixonados, já é uma decisão difícil, filho… Ter o desprezo em resposta é um grande choque. Esse tipo de choque pode trazer várias sequelas psicológicas.

Jimin voltou a abrir os olhos enquanto encarava o teto iluminado por leds.

— Eu devo ter acabado com o psicológico de algumas meninas então… — ele debochou baixo.

— Se você se colocar no lugar de algumas dessas menina, conseguirá perceber o quanto é ruim.

— Yun Soyoon é tão grossa e ignorante que nem deve saber o que é se magoar. — ele resmungou cruzando os braços emburrado.

Dae ergueu as sobrancelhas olhando para o rosto extremamente semelhante ao seu, de seu filho.

— Yun Soyoon? — ela soltou um riso. — Eu me lembro bem deste nome. A garota que te ajudou à salvar Uya, não foi?

Jimin respirou fundo voltando à fechar os olhos com força.

— Essa louca mesmo.

— Então quer dizer que Yun Soyoon é apaixonada por você? — Dae questionou.

— Era. Eu acho. — ele deu de ombros. — Mas eu realmente não ligo. Linn é o suficiente pra mim.

Park Dae semicerrou os olhos parando se mexer no cabelo macio de seu filho. Ela crispou os lábios e moveu a cabeça lentamente.

— Eu tive que me declarar mais de duas vezes para que seu pai finalmente pudesse me notar. Ele não ligou para mim em todas as vezes. — Dae contou baixinho.

Jimin abriu os olhos mais uma vez.

— Não está insinuando que Yun Soyoon e eu vamos nos casar um dia, está? — ele questionou irônico.

— Não. Eu sei o quanto você é louco pela Sagong Linn! — a mulher riu. — Só quero que antes de fazer pouco dos sentimentos dos outros, se lembre que sua mãe também já foi desprezada pelo seu pai.

Jimin suspirou passando as mãos pelo rosto.

— Você não deveria estar dormindo agora?

Dae revirou os olhos acostumada com o jeito do filho e virou a cabeça para o lado.

— Deveria, e é isso o que vou fazer agora. — a mulher se levantou com calma, colocando uma almofada abaixo da cabeça do herdeiro Park. — Boa noite.

Depois de receber um beijo na testa de sua mãe, Jimin assistiu a mesma desaparecer pela saída da sala. Ele voltou a se sentar de pernas abertas no sofá com a cabeça jogada para trás.

Por certos segundos, ele ousou travar seus pensamentos em seus possíveis futuros pensamentos em relação à juventude. Ele sabia do quanto poderia se culpar de certas atitudes, do quanto poderia nunca deixar de pensar no que deu permissão para sumir ou não. Pensaria no quanto a única coisa a qual nunca se arrependeria seria de sua relação com Linn, a garota a qual amou loucamente na adolescência e pretendia comtinuar amando. Para Jimin, por muito tempo, só existiria Linn e ele.

Talvez Linn tivesse sido a razão pela qual o garoto sempre fez questão de fazer pouco dos sentimentos de Soyoon, porque Soyoon era o que muitos queria, e Jimin só queria mostrar que não precisava dela porque tinha Linn. Sua Linn.

Jimin não fazia a minima ideia sobre o que era estar na estrada por outra pessoa que não fosse Linn e aquilo de certa forma poderia ser considerada sua fraqueza. Muitas coisas relacionadas à Linn poderiam ser consideradas sua fraqueza.

O número 1 diminuiu o tamanho dos olhos para enxergar melhor o tecido marrom jogado na camurça do sofá e franziu o cenho pegando a peça de roupa em suas mãos. Assim que a pegou, pode reparar pelo cheiro que pertencia ao senhor Park, seu pai. Jimin revirou os olhos se lembrando do quanto seu pai era chato com as coisas a quais o pertenciam mas não pensava duas vezes antes de deixar os objetos e roupas jogadas pela casa.

Jimin juntou o casaco em seu peito pronto para se levantar e levar a roupa para o andar de cima junto de si, mas antes parou ouvindo um barulho de folha sendo amassada.

Entreabriu a boca enfiando a mão dos bolsos do casaco grosso de seu pai e puxou o papel para fora analisando-o.

Era uma foto. Seu pai parecia bem mais jovem, apesar de não ter mudado muito. Ele era beijado por uma garota. Uma bela garota de pele extremamente branca, cabelos castanhos e beleza muito marcante. Apesar da cor de pele bem clara, traços do rosto da moça na foto imediatamente fizeram Jimin se lembrar de Soyoon.

A foto estava em estado crítico. Alguém parecia ter tentado destruí-la, mas os rostos de quem estava na fotografia ainda eram nítidos.

Atrás estava escrito: Últimas lembranças de Seul, Park & Bin

Imediatamente Jimin pensou nas palavras de sua mãe… "— Eu tive que me declarar mais de duas vezes para que seu pai finalmente pudesse me notar. Ele não ligou para mim em todas as vezes." Então, assim como Soyoon simplesmente desprezava Yun Soyoon por Linn, sua mãe também fora desprezada graças à outra garota?

~◆~

Mesma Madrugada, Em Frente à Casa Yun  -

Quando Soyoon tinha cinco anos, descobriu da pior forma possível que o paraíso só existia quando os olhos se fecham. Ela caiu de um balanço em movimento e teve de levar dois pontos na cabeça, também assistiu a primeira discussão de seus pais na mesma época, logo, todas as noites pedia para sonhar que o chão era de algodão e que seus pais nunca deixariam de se amar. Esta foi sua ilusão, mas também desilusão. O famoso momento onde descobriu que o lado bom estava em transformar o ruim em bom, e isso só acontecia quando fechava seus olhos e imaginava. Quando só encontrava o paraíso ao não ver a realidade ao seu redor.

Por um bom tempo, Yoon quis viver de olhos vendados, tentando fingir que certas coisas não existiam. Tentou não pensar no fato de que o que marca uma pessoa não marca a outra da mesma forma ou intensidade, porque cada um pensa de um jeito, cada um sente de um jeito.

Doía ser iludida quando seus pais diziam que ia ficar tudo bem, mesmo sabendo que nada ficaria bem. Mas doía mais saber das verdades.

Por causa disso, Yoon preferiu ser iludida por um longo tempo. Assim, era menos machucada.

Mesmo que dar de cara com Syru e Yura juntos tivesse sido uma pancada forte para Soyoon, os mesmos não a viram. Diante deste fato, Soyoon aproveitou para diminuir a intensidade de seus passos e se locomover até uma coluna de concreto alguns pouquíssimos metros ao lado dos dois.

Soyoon não estava pronta.

— Não quero que você aja como se eu não me importasse mais com você, Yura. — Syru disse, com uma das mãos firmemente pousada no braço de Yura.

— Mas eu prefiro acreditar que você não lembra mais da minha existência. Eu quero distância, Syru! Quero te ver distante de mim e da minha filha! — a mulher respondeu firme.

Soyoon agarrou uma pequena parte do concreto de costas, seus olhos bem abertos indicavam que ela não estava disposta à perder qualquer pedacinho que fosse da conversa. Ouvir sua mãe dizer que queria o homem longe de si foi ainda mais confuso que qualquer outra informação passada.

— Eu já te disse que não posso fazer isso. Eu quero estar perto. — Syru retrucou no mesmo tom.

— Perto? Você não tem esse direito, pensei que já tivesse ciente disso! — Yura responde, irritada.

— Eu tenho todo o direito. Eu não vou sair do Atakura Seoul. Continuarei lá, por perto. — ele diz de volta.

— Eu vou te tirar de dentro daquela escola, e você vai sim ficar longe, bem longe da minha filha. — Yura tornou a dizer.

Soyoon acreditava nunca ter visto sua mãe com tanta raiva e maldade na voz.

— Não acredito que eu tenha que dizer a palavra "veremos", mas você vai realmente ter que lidar com algo ao qual nunca lidou antes, Yura. Estar perto da Soyoon… — o homem foi interrompido antes de poder concluir seu argumento.

— O que é isso? Uma vingança? Quer usar minha filha para se vingar de tudo o que aconteceu no passado? — ela pergunta. — Por que você não pode simplesmente esquecer toda essa palhaçada idiota?!

— Eu nunca usaria a Soyoon pra me vingar de você. Eu já te dei provas o suficiente disso! — Syru diz, com uma passada tensa de mão no rosto.

— Que tipo de provas? As suas palavras? Suas palavras não valem nada pra mim, Syru! — diz Yura.

— Eu não estou mais nem aí pra o que você pensa sobre minha palavra ou não, Yura. Eu só quero saber da Soyoon e você não vai me impedir disso!

— Eu vou. Eu acho bom você ficar bem longe, Syru, ou… — Yura fala friamente.

— Ou o que, Yura? O que você acha que pode fazer? — Syru rebate.

— Eu pego a Soyoon, nem que seja contra a vontade dela e eu sumo no mundo. Você nunca vai nos achar. Não duvide de mim, você sabe muito bem do que eu sou capaz, Syru!

Soyoon avaliou cada perímetro da conversa bem colocada das duas pessoas mais velhas em sua frente. Yoon queria enxergar somente de um lado sua mãe e o outro um homem perigoso e quase totalmente desconhecido, mas não. O que Soyoon conseguia ver era de um lado uma linda mulher usando palavras carregadas de ódio, pavor e ameaças, e de um outro lado, um homem rancoroso, machucado e objetivo.

O pior de tudo era Soyoon perceber que todos os sentimentos transparecidos naquele instante, eram ligados à ela. Todo o ódio, o pavor, as ameaças, o rancor, os machucados e os objetivos giravam em torno dela.

Yoon quis tampar os ouvidos e gritar bem alto, mas sem que fosse capaz de ouvir à seu próprio som de agonia. Queria voltar correndo para casa. Queria voltar no tempo e nunca ter saído da altura enorme a qual estava com Hoseok.

Que Yura tivera um caso com Syru há anos atrás já era algo óbvio, mas o tapa violento vinha de algo muito mais doloroso e marcante.

Em meio aos olhos que prendiam lágrimas e ao músculo que lhe fazia prender a respiração sem nem mesmo reparar, Soyoon fechou os olhos em uma tentativa falha de enxergar seu paraíso, mas só viu o nada de nós em que sua cabeça se encontrava. Diante disso, sussurrou o óbvio roucamente encolhida no chão da rua fria:

— Eu sou filha do Syru...



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