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História Sete Meses (SasuHina) - Quarta Fase - Capítulo II


Escrita por: Ewellein-

Notas do Autor


[06/10/2021]

Oioioie <3
Eu nem ia atualizar hoje, viu, por causa do horário, mas né
Hoje é sexta-feira hauahaua
Tudo certo com vocês? <3
Eu tô fazendo janta ainda </3 ahuaahauahau
Enfim, esse capítulo tá mais leve, viu, mas eu gostei bastante dele rs
Surtei bastante hauahauahua

-- Muito obrigada pelos 662 favoritos e pelos 74 comentários do capítulo anterior <3 Me alegra muito ver vocês tão participativos <3 Tenho visto muitos leitores novos aparecendo também <3 Felicidade por ver vocês confiarem <3 Muito obrigada e espero que continuem gostando <3
-- Respondo os comentários do anterior assim que eu terminar a janta <3 É possível que eu não consiga responder todos hoje, mas vou respondê-los <3
-- Comentem <3 Não deixem de comentar <3 Gosto muito de ver vocês <3 Faça a autora aqui feliz ahuahauaaua

Boa leitura <3

Capítulo 16 - Quarta Fase - Capítulo II


Fanfic / Fanfiction Sete Meses (SasuHina) - Quarta Fase - Capítulo II

Ainda não tinha chegado naquela conclusão, entretanto, depois de tudo vivenciado entre eles, não lhe restavam mais dúvidas. Estava perdida e completamente apaixonada por Sasuke.
 

SETE MESES

QUARTA FASE

II

 

Junho ~ 3º Mês

Junho havia acabado de chegar e junto dele o distanciamento veio com força. Não viviam como se estivessem em pé de guerra, longe disso, mas era óbvio que aquele mal entendido mudaria as coisas entre os dois, e elas mudaram.

Sasuke já não a tocava como antes e até nos momentos onde precisava agir, ele não o fazia. Desta forma, Hinata percebeu que, sem querer, havia ferido o orgulho gigantesco que o seu companheiro guardava. Nunca passou pela sua cabeça desprezá-lo, no entanto, ela acreditava que ele se enxergava assim, desprezado.

Já o Uchiha possuía uma visão diferente do ocorrido. Óbvio que o seu ego machucado gritava, contudo, esse não era o principal motivo do seu afastamento. O fato da sua esposa ter supostamente se arrependido deixava claro que ela não sentia o mesmo que ele. Logo, continuar agindo como agia só forçaria a barra e usaria da curiosidade e da inexperiência dela, algo absurdo e totalmente fora de cogitação.

A partir dali baniu os beijos demorados passando a substituí-los por selinhos breves e os toques desnecessários pelos não-toques. Confundir a Hyuuga não era uma opção e não aconteceria, por mais que a sua mente confusa estivesse próxima de um colapso nervoso.

Naquela terça-feira, um convite para uma singela festividade fora da vila chegou ao líder geral e o rapaz, como era de praxe, fora convocado para acompanhá-lo junto do esquadrão treinado pelo próprio Uchiha. Era o ideal ter força total por perto, uma vez que passariam por áreas de difícil acesso que eram controladas por grupos menores que se autodenominavam “Revolucionários”.

Do hospital, Hinata imaginou que receberia ao menos uma única mensagem trazida por Garuda, afinal o seu marido havia partido em missão de uma hora para a outra, mas isso não aconteceu. Nada chegou. Na-da. Estava totalmente às cegas sem saber quando ele voltaria ou para onde iria.

Para piorar a situação, alguns do tal esquadrão de suporte retornaram poucas horas depois da partida com ferimentos de médio porte, o que gerou uma série de questionamentos envolvendo o status da tal visita e o paradeiro do Hokage com os seus mais próximos.

— Coloque esse aqui, Shizune! Rápido! — Tsunade, ex-líder, apontava para uma das macas vazias. — Sakura e Hinata, vejam aqueles! — Ela voltou apontar para outros dois ninjas que adentravam o local, apoiados um no outro.

Almejando ampará-los depressa, as duas correram na direção dos shinobis. Por Deus! O que diabos tinha acontecido?

— Consegue me ouvir direito? — O paciente se balançou positivo. — Ótimo. — Sabia que quebraria o protocolo de tratar primeiro e depois perguntar, mas, por favor! Era o seu marido! — Pode me contar o que houve? — O homem a olhou visivelmente abatido. — Estou muito preocupada.

— Um grupo grande nos atacou. — informou com dificuldades. — Ninguém sabe do Hokage-sama ou do Uchiha-sama. — Mesmo que a morena lutasse para se manter firme, as suas mãos trêmulas mostravam o contrário. — Uzumaki Naruto foi enviado pelo Nara. Fique tranquila. — O homem pareceu querer confortá-la. — Ele vai trazê-los de volta.

Com os olhos arregalados, a jovem percebeu que pela primeira vez havia perdido a linha e permitido que um paciente a visse naquele estado. Respirou fundo e a sua mão pousou no peito automaticamente. Uma dor irritante a atingiu no local. Ele voltaria bem, certo?

— Sasuke é forte… — Mordeu o lábio inferior procurando reprimir aquela angústia terrível. — Meu marido é forte… Sei que ele está bem.

A afirmação trouxe todas as atenções para ela. Hinata queria se manter resistente, mas todos sabiam o quão difícil era tudo aquilo. Ainda assim, a moça limpou o suor que escorria pelo seu rosto e se moveu, com o coração apertado. Estava certa de que não ficaria nem mais um minuto sem notícias. Sorrateira, se aproximou da rosada.

— Sakura-chan, pode me cobrir? — Encarando as íris esverdeadas, confessou: — Se eu ficar, eu vou… — Não precisava completar, era visível que ela enlouqueceria se continuasse ali.

Antes que a amiga finalizasse, Sakura já concordava com o pedido. Por mais que soubessem do tamanho da força daqueles três, não tinha como não se preocuparem com o bem-estar deles. E Hinata precisava dessa certeza, e ela a buscaria.

Correndo pela área externa, a herdeira notou os pingos grossos da chuva forte que caía. Pelas árvores, ela seguiu na direção do portão principal cruzando com mais alguns ninjas do esquadrão sendo amparados pelos ANBUs. Uns com ferimentos mais leves, outros em situações mais preocupantes. Ciente de que todos iriam ao hospital, a mulher prosseguiu.

— Byakugan!

As veias saltaram de imediato e a moça verificou toda a extensão de terra buscando rastreá-lo de qualquer forma. Por trás do grande arvoredo, Hinata pôde detectar o dono da cabeleira loira que acabava de aparecer, dando suporte ao Hatake. Ela pressionou os lábios esperando que o seu marido surgisse também, o que não demorou para acontecer.

Um pouco mais atrás, vagaroso e com vários arranhões, além das amplas manchas de sangue visíveis na altura do estômago, o Uchiha se mostrou com o seu típico semblante imbatível. Nada parecia abalá-lo e isso era incrível. Vendo-o bem, a mulher concentrou chakra na sola dos pés indo ao encontro do seu parceiro.

O olhar enigmático observou a silhueta feminina diminuindo a distância, vestindo o jaleco encharcado do hospital. De repente, os passos dela cessaram e os dois passaram a se olhar sem dizer uma única palavra ao outro. As veias antes aparentes voltaram ao normal, as pérolas marejaram e Sasuke pôde contemplá-las ainda mais brilhantes.

— Poderia ter me dado notícias! — Em alto e bom som, a mulher ralhou. As costas das mãos passaram pelos olhos e o rapaz a enxergou como uma criança. Não de maneira pejorativa, queria cuidar dela.

— Hinat…

— Poxa! — Ela o cortou e mesmo brava conseguia ser doce. — Sabe quantos feridos entraram no hospital, Sasuke? Ninguém sabia sobre você! — O tom da voz aumentou e Naruto arregalou os olhos. Nunca tinha visto a herdeira falar daquele jeito, ainda mais com Sasuke. Ele era Uchiha Sasuke. — Achei que você tinha se machucado sério! — fungou, magoada. — Isso não se faz, droga! — lamentou chorosa, girando os calcanhares e andando na direção oposta. Não queria mais falar com ele. — Poderia ter enviado Garuda, seu… — Uma pausa breve ocorreu. — seu idiota.

— Eu ouvi isso. — Ao aparecer na frente dela, resmungou sisudo.

— E é para ouvir mesmo. — Focou outro ponto ao mesmo tempo que desviava do esposo. — É isso que você é… Um idiot…

Foi impossível completar tal xingamento, uma vez que o Uchiha a puxou para um abraço na frente de todos. Com a mão espalmada nas costas da menor, ele afundou o rosto no pescoço da companheira. Inspirou o cheiro gostoso que saía dela e bem próximo da orelha, sussurrou:

— Só vou dizer uma única vez. — Ele esperou por culpa da sua briga interna. — Me desculpe.

Naquela altura, Hinata não sabia se estava mais chocada pelos comentários de Naruto falando sobre eles ao Hokage, ou se pelo pedido de desculpas sincero que nunca imaginou na vida escutar de Sasuke. Aquele era diferente de qualquer outro. Era como se ele pedisse desculpas por tudo, não só pela falta do contato.

De maneira que pudesse vê-lo, a morena se afastou encontrando os olhos intensos e profundos que só o seu parceiro tinha.

— Sasuke…? — Ele sorriu de lado, furtivo. Tinha a desestabilizado e amava isso.

— Se te alivia saber, eu estou ferido. — Escutou a risada abafada da companheira que, inesperadamente, o tocou no rosto. Ele não tentou se desvencilhar, apenas continuou a encarando com um sorriso pequeno nos lábios.

— Me alivia te ver bem. — Meiga, ela escorregou a mão até a nuca masculina e voltou a abraçá-lo antes de segredar: — Obrigada por estar de volta.

Dando um mata leão no Uzumaki que parecia incrédulo com a cena que assistia, Kakashi permaneceu os analisando. Assistiu ao sorrisinho moderado do rapaz, o beijo que ele desferiu no pescoço da esposa e o jeitinho dela constrangido. Ah! O seu pupilo não enganava ninguém mesmo!

Parece que ele desfilaria usando uma coleira nova em breve.

— Sasuke, não preciso mais de você. — O Hatake cortou o clima apenas por ser necessário. — Hinata, cuide dos ferimentos do seu marido, certo?

Corada pela óbvia piadinha, ela voltou o olhar ao moreno que, carrancudo, meneava a cabeça enquanto praguejava por conta da ironia de Kakashi. Achou graça. Eles realmente formavam uma boa dupla. Um arrepio percorreu o seu corpo quando a mão pesada pousou na sua cintura.

Levando-a consigo, o rapaz desapareceu diante dos presentes, surgindo na recepção do hospital com a sua esposa abraçada nele.

— Sasuke-kun! — A Haruno correu na direção dos dois. — Você está bem? E Naruto? E Kakashi-sensei?

— Todos estão bem. — O Uchiha se manteve ao lado da herdeira.

— Graças a Deus! — Aliviada, suspirou. — Que preocupação!

— E o fluxo, Sakura-chan? Muitos feridos? — A rosada se mexeu, negativa. — É que o Hokage-sama me pediu para cuidar dos ferimentos dele…

— Ah, ele pediu… — Um sorrisinho traiçoeiro se apoderou dos lábios dela. — Tudo bem! Nós damos conta! — Virou-se, acenando com a mão direita. — Vai lá!

Foi impossível não sorrir. Sakura torcia tanto por eles e isso a deixava tão feliz. Buscou a mão do seu parceiro e enlaçou os dedos nos dele, o guiando pelos corredores. Ciente de que poderia soltá-la, o moreno não o fez, afinal, ele que não gostava de contato físico, gostava de tê-lo com ela.

Já no consultório, o Uchiha se acomodou na maca disponível, assistindo a sua esposa higienizar as mãos para começar o tratamento. Com os instrumentos necessários em sua posse, ela retornou para perto do ex-nukenin que somente a observava.

— Como foi lá? — questionou-o ao mesmo tempo que os seus dedos faziam o trabalho de desabotoar próximo da garganta dele. — Essa sua capa já era.

— Emboscada. — explicou simplista antes de completar: — E eu tenho outras.

— Eu sei, você só tem capas no seu guarda-roupas. — Ela disse num tom divertido e ele concordou, mesmo que internamente. — Me assustei quando vi os ninjas da escolta chegando. — Agora foi a vez de desabotoar a camisa e ajudá-lo a retirá-la. Notou os vários cortes profundos espalhados. — Isso está bem feio…

Com algodão, Hinata passou a desinfectar os ferimentos. Sentia o olhar misterioso sobre ela, mas não se importava. Desejava só saber o que ele estava pensando. Descobrir que havia se apaixonado pelo rapaz era maravilhoso, mas, por outro lado, era terrível quando ponderava que um homem como Sasuke jamais se interessaria por alguém como ela.

Sem que notasse, o sorriso que ostentava foi se fechando até que desaparecesse por completo. Chegar na conclusão de que era um caso impossível não lhe fazia nada bem.

— O que foi?

Mediante àquela pergunta atenciosa vinda dele, ela só teve a certeza de que deveria lutar para ter, pelo menos, o antigo Sasuke de volta. Aquele que a tocava, que a beijava, que lhe dava sensações incríveis. E ela lutaria.

— Eu estive pensando… — Uma careta se apoderou da face feminina à medida que espalmava as mãos sobre os cortes e concentrava chakra no local. Passou a curá-los. — Nós nos afastamos… nos últimos dias… — Ele arqueou a sobrancelha. — Eu fiz algo errado?

— Não fez. — assegurou-a, depois de suspirar longamente.

— Então, o que houve? — Ela subiu o olhar até encontrar o dele, pressionou os lábios e foi capaz de sentir o coração do Uchiha disparar. — Você está bem?

— Hm? — O rapaz pareceu não compreender o motivo da segunda pergunta.

— Esqueça. — Achando se tratar de bobagem, continuou: — O que aconteceu?

— Não me afastei. — Estava tão cansado de fugir. — Só não quero confundir a sua cabeça. — A herdeira demonstrou não entendê-lo. — Não quero que se arrependa sempre que…

— Eu não me arrependi. — rebateu sem deixá-lo concluir, interrompendo brevemente os cuidados médicos. — Quem te falou isso?

— Ninguém precisava dizer. — retrucou de cenho franzido. — Estava exposto.

— Tirou conclusões precipitadas. — Cruzou os braços.

— Bastava eu me aproximar e você ficava vermelha, nervosa e fugia como um rato assustado. — retorquiu, firme. — Eu não sou um monstro, Hinata, e não faria nada que você não quisesse.

— Oh, não é isso… — Foi impossível não rir da carranca terrível que se formou na face do ex-nukenin durante os seus próprios resmungos. — É que… Bom, você sabe... Eu nunca tinha experimentado… — Engoliu em seco controlando a vontade de fugir como um rato assustado, como ele mesmo dissera. — Eu me senti estranha depois… por ter percebido coisas…

— Coisas?

— Isso… — Desviou o olhar para os ferimentos, ciente de que suas bochechas estavam em chamas.

— Hm. — Pensativo, o moreno deixou aquele som escapar. — O que percebeu?

— Nada… — Juntou o máximo de forças. Confessar que estava apaixonada por ele não era uma opção, era? — Só que a minha timidez é um problema. — desconversou. — Agora me deixe concluir isso…

— Depois. — Ele a segurou pelo braço, trazendo-a para o meio das suas pernas. — Depois você cura.

— Mas… — A moça mordeu os lábios quando os dele roçaram nos seus.

— Quieta. — A respiração quente tocou a pele alva e ela se viu mole, próxima de perder as forças.

— Sabe, eu senti sua falta. — Fechou os olhos, o que não a permitiu ver os arregalados do seu cônjuge. — Eu senti muito a sua falta, Sasuke.

Embasbacado com tal confissão, o antigo patife viu as suas pernas bambearem pela primeira vez. Que coisa irritante era aquela? Quando pensou no próximo passo, ele notou que não precisava fazer nada, já que a boca dela encontrou a sua. Agarrou-a com mais força sem se importar com a dor dos ferimentos abertos e a correspondeu à altura.

Estranhamente, ele percebeu que aquele beijo que trocavam, calmo e lento, com as línguas mais se acariciando do que se provocando lhe parecia muito mais doce que o normal.

~ x ~

Já passava de meia-noite e o rapaz, exausto, dormia na própria cama. Hinata havia finalizado os curativos pendentes após aquela troca de beijos no consultório e aparentemente tudo retornava ao seu devido lugar.

Ao sair do chuveiro, a moça encontrou-o desmaiado, o que feria o ritual que ele tinha de vê-la passar o hidratante corporal. E era incrível como até mesmo brigados, ele sempre estava lá, a assistindo. No fim, decidiu que faria uso do creme no andar de baixo apenas naquela noite. Não queria correr o risco de atrapalhar o descanso dele. Apagou as luzes e se deitou.

Em meio à madrugada, a kunoichi despertou por culpa de alguns sons e murmúrios aflitos que vinham do outro lado. Preocupada, ela se levantou e deu alguns passos na direção do seu parceiro, encontrando-o imerso em algum pesadelo terrível que provavelmente envolvia o trauma de infância. O seu coração apertou ao perceber que lágrimas molhavam o rosto dele.

Perdida sobre o que deveria fazer, Hinata deslizou a mão pelos fios negros com ternura e, quando pretendia chamá-lo, os olhos dele se abriram expondo o sharingan mais agressivo do que nunca. Ele a segurou pelo pulso com uma força absurda e a puxou para a cama.

Montou por cima dela permitindo que o seu peso fizesse a diferença sobre o corpo menor. Nos dedos, girou a kunai que mantinha escondida debaixo do travesseiro e passou-a no pescoço da companheira, que gemeu de dor. Tudo havia acontecido em segundos, o que só provava o quão perigoso Sasuke era.

— Sas… Sasuke… — Assustada, a mulher o chamou pelo nome, sentindo a ardência do corte recém-feito na sua pele. Pela sua experiência, um pouco mais fundo e teria sido fatal. — Não… me reconhece? — Os olhos caóticos, típicos de um assassino, chegaram mais perto e ela pôde sentir o nariz dele tocar o seu. Ele a estudava como se tentasse descobrir quem era aquela pessoa no meio da escuridão do quarto. — Sou eu…

O tom doce o fez recobrar a consciência. Ele se aproximou ainda mais numa certificação e inspirou a fragrância do hidratante novo. Era ela.

— Hina…? — Ele arregalou os olhos. — Hinata?

O Uchiha soltou a kunai de imediato e esticou o braço até o interruptor. As luzes se acenderam e ele voltou a olhar para esposa ainda com a linhagem ativada. Os olhos dele, atordoados, se abriram ainda mais quando visualizaram o corte na garganta.

— Eu poderia ter te matado! — A voz subiu vários tons e ele se manteve montado em cima dela. — Que inferno! Eu poderia ter matado você!

— Descu… — travou e as lágrimas surgiram. Ele tinha retornado. Deus! Como estava aliviada!

 

Ele ainda era o seu Sasuke.

 

O ex-patife desviou o olhar e voltou a encará-la alguns segundos depois. Hinata tremia tanto, estava em choque, apavorada. Não respondia, não falava, só chorava como se tivesse visto a morte de perto, e ele sabia que ela tinha visto.

— Não seja chorona. — A sua tentativa de diminuir a própria raiva e o pânico da companheira só piorou a situação. Escutou-a soluçar ainda mais.

Perdido, ele se inclinou sobre o corpo feminino e os seus dedos hesitantes tocaram as bochechas molhadas. Vendo-a com os olhos bem abertos, ele diminuiu a distância, roçando os lábios nos da esposa, notando o disparar do coração dela ao mesmo tempo que o seu.

— Pronto?

Mais calma, a morena balançou a cabeça em concordância e o rapaz se afastou, saindo de cima dela. Auxiliou-a a se sentar direito.

— Eu… posso curar… — afirmou ainda aos soluços.

— Nunca mais. — Mesmo que fosse grato pelo gesto dela, ele massageou as têmporas. — Nunca mais faça isso, Hinata! — gritou ríspido. — Nunca mais!

A herdeira se encolheu e o jovem se levantou da cama, andando em círculos, aflito. Há quanto tempo era acordado pelos seus próprios demônios? Ah sim, desde que era uma criança indefesa.

— Eu só queria… acabar com o seu sofrimento… — explicou-se, abalada. — Me desculpa…

— Mesmo assim. — À medida que a mão deslizava pelos próprios cabelos, o Uchiha a assistiu se levantar. No automático, o seu corpo a capturou, a abraçando forte. Com a mão pressionando a cabeça feminina contra si e o rosto afundado no pescoço alvo, o rapaz confessou: — Eu nunca me perdoaria se… — Ele parou e a sua mulher compreendeu. Não era necessário completar. — Eu não quero e eu não posso perder você, Hinata.

Em silêncio e com o coração aos pulos, a kunoichi tomou uma pequena distância, incrédula pela voz dele ter amansado tanto. A boca abriu e fechou umas três vezes e nada de som. Ele, notando a falta de diálogo, esboçou um sorriso pequeno ao vê-la tão ruborizada por conta da sua suposta declaração. E foi, não negava. Fazia um bom tempo que fingia não ver a diferença de tudo ao seu redor quando envolvia Hinata, mas era muito egoísta para afastá-la e muito covarde para assumi-la.

De cima, se manteve a observando, admirando a beleza única que só a sua esposa possuía. Enxergou-a se encher de coragem e dar mais um passo na sua direção, passando os braços em volta dos seus ombros e unindo os corpos. Inclinou-se um pouco e ela se pôs na ponta dos pés, enchendo o seu rosto de beijos carinhosos. Com a guarda baixa, ele fechou os olhos, permitindo-a continuar.

— Se acontecer de novo, eu farei o mesmo. — Ele voltou a abri-los e a encarou firme. — Você não está mais sozinho. — O Uchiha concordou com a cabeça. — Eu estou com você e enquanto você me quiser aqui, eu estarei ao seu lado. — Agora foi a vez da boca dele se abrir sutilmente. — Descanse, querido.

Recebeu um beijo rápido nos lábios e a acompanhou seguir na direção oposta, deixando o quarto. Visivelmente instável, Sasuke se mostrava desorientado. Ele se deitou na cama, escondeu os olhos com o braço e procurou esvaziar a mente. Inútil, acabou por adormecer pensando nela.

~ x ~

De manhã cedo, a sua primeira ação após abrir os olhos foi buscar pela esposa. Percebeu a cama dela vazia e se levantou depressa. Desceu os degraus e encontrou-a sentada no sofá. Hinata estava desmaiada, exausta pelo uso excessivo de chakra, afinal ninjutsu médico já exigia bastante dela, e era óbvio que tinha extrapolado.

— Ei. — Tocou-a no braço, observando o corte da garganta cicatrizado. — Acorda.

— Oi? — Ela murmurou interrogativa e sonolenta. Sorriu ao vê-lo. — Cadê… o seu descanso? — Aparentemente ela nem sabia que já era o outro dia.

— E o seu, Hinata? — rebateu com um sorriso visível.

— Ah, eu estou bem… Só me senti cansada… — Mesmo naquelas condições, a sua mulher ainda conseguia ser perfeita. — Mas você é expert nisso… não é, Sasuke?

— Claro. — Debochado, o moreno assentiu, entrando na provocação. — Pelo menos, eu não sou um irresponsável de me colocar em perigo acordando um ex-nukenin de um pesadelo.

— Eu sou. — Uma careta se formou no rosto dela, e ele achou graça. — E vou te acordar quantas vezes for necessário. — Ele a olhou de maneira profunda e um clima diferente adentrou o espaço.

— Por que? — Sorriu de lado se aproximando um pouco mais. — Por que insiste nisso?

Porque eu gosto de você, Sasuke. — O arregalar de olhos dos dois foi imediato e ao mesmo tempo.

A Hyuuga desviou o olhar e abaixou a cabeça. A face ruborizou de maneira absurda e ela buscou internamente alguma forma de consertar aquilo. Contudo, o toque suave dos dedos dele no seu queixo fez com que a moça voltasse a encará-lo. E ele estava lindo, ostentando uma feição tão iluminada e diferente da que sempre apresentava. Era como se existisse um misto de sentimentos fortes exposto nela.

Pensou em dizer algo, em se explicar por conta do silêncio dele, todavia, era impossível fazê-lo enquanto os lábios masculinos tomavam os seus em um beijo cálido e apaixonado. Abraçou-o, o agarrando o máximo que pôde. Deixaria tal conversa para depois. Agora ela só queria aproveitar aqueles minutos para recuperar os dias perdidos.

~ x ~

Na cozinha, após lavar o rosto e escovar os dentes, Hinata preparava o café da manhã. Ainda não tinha esquecido a escorregada na língua, mas Sasuke parecia ter lidado bem com tal confissão, uma vez que, depois dos vários beijos que trocaram, ele apenas se apossou de alguns pergaminhos e voltou ao quarto.

Queria ter coragem para perguntá-lo, mas era impossível. Balançou a cabeça, querendo afastar aqueles pensamentos enquanto sentia a presença de outra pessoa no cômodo. Comprimiu os lábios escutando o som da banqueta de sempre se arrastando, e o seu coração palpitou desesperado. O cheiro do sabonete e da loção pós-barba a alertou da proximidade do rapaz.

Ela se virou para cumprimentá-lo e o seu companheiro permaneceu calado, a olhando fixo. Corada, a moça mirou outro ponto e voltou a encarar o fogão, pensando se ele não analisava agora a sua declaração com mais calma.

— Hinata. — Escutou o som da banqueta se arrastando mais uma vez e foi surpreendida por ele ao seu lado. — O que pretende fazer hoje? É sua folga, não é?

— Ah, bom… eu… — Ela engoliu em seco e as mãos se uniram num claro nervosismo. Deus! Ele a chamaria para sair? — É… É sim…

— Hm. — E ele lhe deu as costas sem mais nem menos. Viu-se frustrada, mas acabou por rir. Tinha ficado tão nervosa e, no fim, ele só queria saber se ela estaria em ca… — Podemos comer fora. — Ele arqueou a sobrancelha e, com uma toalha nos cabelos, continuou seguindo pelo corredor, secando-os. — À noite.

O rosto delicado entrou em combustão e ela deu graças aos céus por ele não estar na cozinha para vê-la quase cair de tão trêmula que as suas pernas estavam. Era o seu fim. Ele havia entendido o que tinha dito. Ainda chocada, ela desligou o fogo e seguiu atrás dele, o encontrando na parte de fora.

— Ei, Sasuke... — Ela começou, intencionada a questioná-lo. — O quê…?

— A pirralha. — Ele se virou para ela, a avisando. — Sua irmã.

— Hana?! — Surpresa, a morena se moveu na direção da saída. O Uchiha deu espaço para que a mulher seguisse, encontrando Kou conversando com a mais nova. — Hana! Que saudade! — Viu a menor adentrar o distrito, correndo na direção dela. Abraçaram-se. — Como conseguiu fugir do otousan?

— Ele mandou um recado, por isso. — Escutando a palavra “recado”, o moreno se pôs na direção delas. — Otousan está preparando um jantar hoje e exige a sua presença. — Ela viu Sasuke se aproximar, posicionando-se por trás de Hinata. — Olá, Uchiha-san.

— Ele é meu marido, Hana. — O ninja a olhou de esguelha. — Não precisa dessa formalidade.

Numa confirmação, o ex-traidor meneou a cabeça em um cumprimento simples antes de trazer a esposa para si, se colando nela.

— Jantar? — Ele quis saber com mais detalhes.

— Isso. O otousan quer que apenas a Hina vá, mas… — Viu-o franzir o cenho. Ele não havia gostado nada daquilo.

— Hinata não pisa lá sem mim. — afirmou, categórico.

— E ela nem deve ir sozinha mesmo, Sasuke. — comentou com certa preocupação. — O tal Otsutsuki estará lá.

— Toneri? — A mais velha pôs a mão na boca. — O que o otousan ainda faz mantendo contato com ele?

— Eu não sei, mas o detesto. — Pausou rapidamente e voltou a olhar para o cunhado que se mantinha inexpressivo. — Otousan parece armar algo.

— Sinceramente, eu não duvidaria. — Kou resolveu entrar no assunto. — Com todo o respeito, Hiashi-sama é ardiloso.

— É verdade. — Ela abaixou a cabeça, pensativa. — Eu não vou, Hana. — Sentiu o moreno se mexer pelas suas costas. — Avise ao ot…

— Avise ao Hiashi que Hinata vai. — Imperioso, Sasuke se intrometeu na decisão. — Eu vou acompanhá-la querendo ele ou não.

A kunoichi tentou argumentar, no entanto, o seu companheiro se balançou em negação, deixando claro que não aceitaria ouvir nada. Eles iriam ao jantar, ponto final. Hanabi sorriu. Então era aquele o sangue Uchiha que tanto falavam? Aliás, a sua irmã parecia muito bem servida em diversos aspectos.

— Espero vocês lá. — Acenou em despedida, passando pelo portão. — Por volta das sete.

A Uchiha observou a caçula indo embora com a certeza de que aquela noite seria tensa. O casal adentrou a residência depois de se despedir de Kou, e Hinata em silêncio subiu as escadas. No quarto, ela abriu uma das gavetas que raramente mexia.

— Sasuke, pode vir aqui um instante? — Ela o chamou e o moreno, em poucos segundos, já estava lá. — Eu não cheguei a te mostrar porque esperava alguma oportunidade como essa… — As mãos pequeninas puxaram um quimono tão claro quanto às suas íris. — Aqui. — Segurou a peça com cuidado e a esticou sobre a cama. — O que acha?

Na realidade, o rapaz só conseguia pensar no quão linda ela ficaria vestida com aquele traje, mas obviamente não diria isso.

— Bom. — murmurou desinteressado e simplista. — É o que a ocasião pede.

— Sim. — Ela concordou e soltou uma risadinha furtiva antes de virar a parte de trás da roupa. — E isso? O que acha?

Um sorriso de canto sarcástico brotou nos lábios do cônjuge e ele demonstrou surpresa por ver aquilo. Um único símbolo centralizado e bem visível nas costas.

 

Hinata ia expor apenas o leque dos Uchiha numa reunião dos Hyuuga.
 

— Não poderia ser melhor.

A sua companheira escondeu a boca com a mão, abafando a gargalhada debochada. Aquele jantar seria o primeiro deles como líderes dos Hyuuga e o primeiro que iriam como um casal de verdade.

É, aquele jantar prometia mesmo.

 

Continua…


Notas Finais


AHAUAHUA
Então? O que vocês acharam?
Aliás, esse jantar, sei não hein

Esse capítulo, eu achei muito fofo e.e
Tive mini surtos toda hora ahahauaahaua
Com essa proximidade e essa certeza de que "estão juntos agora", o passe está livre para muitas coisas, não?! -v-
hauahuahaua

Enfim, espero que vocês gostem <3 E não deixem de me contar o que acharam <3
Beijos e até a próxima atualização <3

~ EDIT RECADINHO: DEUS TÁ VENDO VOCÊ SURTANDO AÍ HEIN
AHAAHAUAHAUAHAUAUA
<3
AMO VOCÊS


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