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História Sete Pecados Capitais - KakaSaku - Hécate


Escrita por: aviila e projetoharuno

Notas do Autor


Boooa noite amorxxxs, como vocês estão? Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo? KKKKK
Passando pra atualizar essa fic e dizer que o fim está próximo :(
Também quero agradecer a @foundeclipse pela avaliação do cap e a @DRuh19 pela betagem maravilhosa, essas duas são incríveis <3
Espero que vocês gostem e prometo que em breve responderei todos os comentários. Aaaaaaaah, muito obrigada pelos favs e comentários, vocês são incríveis <3

Capítulo 8 - Hécate


“Hécate em grego significa aquela que ‘fere à vontade’, que ‘age como lhe agrada’.”

 

FLASHBACK ON

 

Universidade de Florença: Uma análise aprofundada sobre as facetas de Hécate

Corro pelos corredores da universidade na torcida de que ainda reste bons lugares para se sentar no auditório. Como uma caloura de História, não perderia a oportunidade de assistir a palestra mais aguardada do ano, a qual seria ministrada pelo renomado professor Leonard, o responsável pelo departamento de Folclore Místico, ainda mais quando meu objetivo era se especializar nesse assunto.

As inscrições para a palestra encerram-se em minutos, deixando assim, muitos alunos sem um lugarzinho. Para os estudantes da Universidade de Florença, uma aula com Leonard equivalia ao pote de ouro no final do arco-íris. Entro no auditório e visualizo um assento no canto direito, próximo a janela. Subo alguns degraus e peço licença para chegar até meu destino, rapidamente sento-me e aguardo o professor chegar.

A palestra era sobre a deusa Hécate e confesso que estava muito ansiosa para entender mais sobre esse ser mitológico. Abro um sorriso ao ver o projetor se acender e algo dentro de mim se remexe ao ler: Uma análise aprofundada sobre as facetas de Hécate”.

 — Boa noite a todos. — Meu olhar vai em direção a porta. — Auditório cheio, gosto disso. — O homem abre um sorriso. — Para quem não me conhece, sou Leonard, quem ministrará a palestra e espero fritar os neurônios com essa bela análise sobre uma das deusas mais intrigantes e misteriosas que já existiu. — O professor para próximo a primeira fileira e uma imagem aparece no telão.

A projeção mostrava três mulheres idênticas e a única coisa que diferenciava era o que cada uma carregava. A primeira segurava uma cobra próximo de seus seios, a segunda encarava um punhal e a terceira possuía uma pequena tatuagem de meia lua próxima de seu dedão e uma chave flutuando por seus dedos. 

— A primeira coisa que todos precisam saber, é que Hécate não possui um mito próprio. — A voz do professor interrompe minha análise. — Sendo uma deusa descendente dos titãs, concedia prosperidade material a quem quisesse. Quando o  patriarcado assumiu o poder, as características boas de Hécate foram modificadas e a população começou a vê-la da forma mais negativa possível. Por uma pequena vírgula que o destino colocou em seu caminho, Hécate entregou-se ao mundo da magia, adquirindo assim, conhecimentos em necromancia e feitiçaria. — Uma nova imagem aparece no projetor. — Suas estátuas representam a forma de uma mulher com três corpos e três cabeças, e sempre estará carregando um punhal, uma chave e uma cobra. — Leonard caminha lentamente até sua mesa e logo um slide aparece com alguns tópicos. — Como graduandos de História, e acredito que futuramente mestrandos de Folclore Místico, vocês precisam saber que temos vários termos para nos referirmos a Hécate e aqui estão alguns deles. — Aponta para a tela. — Começaremos pela Deusa dos Caminhos. 

Sinto um leve vento em minha nuca e olho para a janela, algumas folhas voam pelo ar e um arrepio percorre meu corpo. Mexo-me na cadeira e ignoro qualquer sensação estranha que estava começando a aparecer. “Está tudo bem Sakura, é apenas o clima da aula.”

— Como deusa dos caminhos, Hécate simboliza as escolhas que tomamos ao longo da nossa jornada. Sua forma tríplice simboliza os três níveis de entendimento: céu, terra e submundo. — Encara o centro por alguns segundos. — Em alguns momentos, dizem que sua aparência também representa as três fases da lua: crescente, minguante e nova. Alguém arrisca o motivo? — O olhar do professor percorre a sala e mais um arrepio percorre minha coluna ao sentir novamente um vento em minha nuca. — Você. — A voz de Leonard é alta. — De cabelo rosa, como se chama? — Aponta em minha direção.

— Sakura. — levanto-me — Sakura Haruno. — Minha voz é um pouco fraca, porém audível.

— Boa noite, senhorita Haruno. — Abre um sorriso. — Diga-me, tem interesse no Folclore Místico? — Oscilo positivamente. — Ótimo! — Mais um sorriso aparece em seus lábios.  — Se você arriscar me dizer o motivo da tríplice de Hécate também representar as três fases da lua, concordo em ser seu orientador de tese no fim do seu mestrado. — Arregalo meus olhos e ouço as vozes de surpresa dos outros estudantes. 

Respiro fundo e tento controlar a emoção que estava sentindo, ter Leonard como orientador da tese era a mesma coisa que tirar uma foto com a Rainha Elizabeth. “Vamos lá Sakura, apenas fale aquilo que o seu inconsciente quer.” Os segundos se passam e olho em direção a Leonard.

— Em algumas culturas que utilizam o tarot como forma de aconselhamento e adivinhação, a frase “nem tudo que reluz é ouro” está associada à lua. — Faço uma pequena pausa. — É como se a lua estivesse tentando “mostrar” a verdade, porém, o ilusório não deixa. 

— Exatamente! — A voz do professor é animada e bate algumas palmas. — Parabéns, senhorita Haruno, ganhou um orientador de tese. — Sorrio e me sento. 

As pessoas que estão próximas me dão parabéns e fico aliviada por ter seguido minha “intuição.” 

— Como nossa colega falou, a lua mostra os domínios do nosso inconsciente. — Leonard encosta a bunda na ponta de sua mesa.

O tempo foi passando e finalmente chegou o último tópico: Hécate, ou Lilith, a personificação da Luxúria. A última palavra ecoa por meus pensamentos, e, novamente, um vento gelado em meu pescoço é sentido, eriçando assim, todos os pelos de meu corpo. 

— Por vagar à noite pela terra, Hécate é associada a Lilith, tornando-se a deusa da vida noturna e a rebeldia da mulher sobre o homem. Em noites de Lua Cheia, ela caminha com seu cão de três cabeças e sua presença é denunciada pelos latidos de Cerberus. — Continuo prestando atenção em cada palavra como se minha vida dependesse disso. — Há uma lenda onde associam Hécate aos Sete Pecados Capitais. Dizem que ainda quando humana, Hécate se apaixonou pela Luxúria e seus atos trouxeram grandes desgraças para a humanidade. Contam também que Hécate teve seis filhos com o pecado original e que eles se rebelaram quando a mãe foi condenada por seus atos, mas isso é tópico para uma próxima palestra. — Algo dentro de mim se remexe. — Para finalizar, deixo claro que Hécate é uma deusa de muitas faces e é essencial sabermos que ela percorre todos os planos da vida e da morte. — A luz do auditório se acende. — Por hoje é isso. — Leonard abre um sorriso. — Estão dispensados e se ouvirem latidos de cães ao voltarem para as residências estudantis, tenham certeza que Hécate, ou Lilith, como preferirem, está dizendo Oi. — Assobios e palmas ecoam pela sala. 

FLASHBACK OFF 

 

Villagio dei Peccati: morada de Hécate e Luxúria

Abro meus olhos lentamente ao sentir uma língua “quente” em minha bochecha e algo molhado escorrer pelo meu pescoço. Um leve rosnado invade minha audição e ainda com a visão embaçada encaro o teto do local em que estou. Sem me mexer, passo minhas mãos pelo meu corpo e percebo que ainda estou vestida. Aos poucos minha visão vai voltando ao normal e…

— AAAAAAAAAH! — Grito ao ver um enorme cão de três cabeças em cima de mim. — AAAAAAAAAAH! — O cão se aproxima de meu rosto e passa sua língua por minha bochecha.

“Era baba de cachorro”, continuo com os olhos arregalados e imaginando meu corpo ser destroçado a qualquer momento. O cão era enorme e tinha dentes absurdos, sua pelagem era tão preta quanto a escuridão noturna, suas íris tinham um tom avermelhado, o que se destacava em meio aos seus pelos. 

— Cerberus, não a assuste. — “Essa voz”, meu coração acelera. — Desça e sente-se no chão. — O cão rosna para meu lado esquerdo. — Eu disse, sente-se no chão. — A voz feminina é autoritária.

Como se entendesse o que foi dito, o cachorro sai de cima de mim e toma uma posição de sentido, como se estivesse protegendo algo. Respiro fundo e tento juntar meus pensamentos, porém é impossível.

 — Eu morri? — Pergunto encarando o teto. — Pra ouvir sua voz, eu só posso ter morrido, vovó. 

— Querida, sente-se que explicarei tudo.

Meus olhos enchem-se de lágrimas e tento manter a calma. 

— Estou sonhando? — Não consigo tirar os olhos do teto.

— Mais ou menos. 

Fecho meus olhos e respiro profundamente, tomo coragem e me sento. Eu estava em um grande quarto e analisando-o agora, parecia-me familiar.

— Por que sinto que esse lugar é familiar? — Questiono.

— Porque já esteve aqui. 

Finalmente consigo olhar para o lado e encontro minha avó sentada em um pequeno sofá, enquanto tricotava algo.

— Vovó… — Sussurro. — Não é um sonho? — Meus olhos estão marejados. — Eu não morri? — Limpo a lágrima que escorre. — Como é possível? — Minha voz continua baixa.

Coloco minhas pernas para fora da cama e piso no chão, o cachorro que ainda está ali, deita-se com a barriga para cima e mexe as patas. Olho-o sem entender e percebo que seus olhos estão me pedindo algo.

— Cerberus está com saudade, tente entendê-lo. — Meus olhos voltam para a senhora. — Já faz quatro reencarnações que não vem aqui. — Sinto algo alisando minha canela e olho para o chão.

O cachorro estava passando uma de suas cabeças em minha perna e continuava balançando as patas. 

— Não entendo… — Sussurro. — Quatro reencarnações? — O cão solta um leve latido.

— Ele ficará mais tranquilo se fizer um carinhosinho na barriga. 

Sem questionar, abaixo-me e assim que encosto em sua barriga, o cão coloca a língua para fora. Um misto de sensações se remexem dentro de mim e abro um sorriso ao ver o cão feliz. 

— Estou aqui agora, pode matar sua saudade — Sussurro para o animal intitulado Cerberus.

Por mais que o cão fosse enorme e amedrontasse até uma mosquinha, eu sentia algo familiar e que me fazia não ter mais medo do grande animal de três cabeças.

— Sua passagem é rápida. — Escuto a voz da minha avó. — Está aqui apenas para se lembrar do necessário, e com isso, fazer as escolhas certas dessa vez.  

— Do que está falando? — Sento-me no chão e continuo brincando com o cachorro.

— Sakura, há muito tempo atrás uma “humana” se apaixonou e suas escolhas trouxeram calamidades para os mortais. — Encaro-a e Cerberus faz o mesmo. — Apaixonar-se para essa “humana” foi como segurar um osso da sorte, que, ao ser partido, dividiu o mundo em dois. 

— Não estou entendendo — Falo confusa. — Como se apaixonar pode dividir o mundo? Calamidade e paixão não possuem ligações. É algo impossível, vó. 

— Quando você se apaixona por um pecado, o sentido das coisas mudam. Os pecados são considerados demônios, então, uma “humana” apaixonada por um demônio não é nada bom. O universo precisa estar equilibrado e quando algo assim ocorre, o desequilíbrio dá brechas para aberturas boas e ruins. — Vovó para de tricotar. — Você está na reencarnação de Hécate e foi esse o motivo dele ter te trazido para cá. Com o alinhamento das luas, você poderá decidir como finalizar sua última reencarnação. O Eclipse da Lua de Sangue nada mais é do que a abertura de portais dimensionais, o início de uma história que pode ou não acabar bem. — O olhar de vovó me causa um pequeno arrepio. — Se decidir aliar-se ao Lobo Branco, será capaz de compensar seu povo pelos erros que a humanidade cometeu, o equilíbrio será restaurado e as sete tentações que desceram até o submundo saíram de lá. Cada pecado poderá tomar seu rumo e viver como se deve. 

 — A minha vida mudou completamente desde o momento em que pisei na Villagio dei Peccati* (vila dos pecados). As coisas que conheci e vi… — Faço uma pausa. — Eu sinto que…  — Uma das cabeças de Cerberus se aconchega em minha perna. — O que Hécate tem a ver comigo? — Fixo meu olhar em seu rosto. — Kakashi, Lobo Branco e Luxúria são um só, não é? — Algumas peças vão se encaixando. — Se me apaixonei pelo pecado original, qual o motivo de não me lembrar?

— Nos lembramos daquilo que queremos, Sakura. — Suas palavras são como um soco no meu estômago. — Você sabe as respostas para todas as suas perguntas, e se precisar de algo o pecado da “carne” te ajudará. — Vovó abre um sorriso. — Meu tempo aqui acabou, aconselho que descanse, e na hora certa, Cerberus te acompanhará até seu destino. — Vovó se levanta. — Caso decida que o alinhamento seja positivo, o vestido que recebeu está no armário. 

— Somos só eu e você, amigão — Digo depois que vovó sai. — Como o pecado da carne pode me ajudar a lembrar? — Fecho meus olhos e tento liberar algum tipo de lembrança.

“Tivemos bons momentos juntos, fico triste por não se lembrar.” Aquela bendita voz ecoa por minha mente. 

— Eu quero lembrar. — Deixo as palavras saírem. 

“As lembranças podem te fazer querer esquecer a vida que tem, ou jamais querer deixá-la.”

— Você disse que daríamos um passeio, não encerre-o aqui. — Minha voz é firme. — Mostre-me o que fizemos juntos, quero lembrar de cada detalhe, especialmente, o que ocorreu na festa da Luxúria, há sete anos atrás.

“Essa festa foi muito boa e terminou exatamente como gostaríamos." Sua risada é gostosa e uma quentura emana meu corpo.

— E como terminou? — Minha voz é maliciosa.

“Abra os olhos e veja por si só.” 

Faço o que pedi e lentamente vou abrindo minhas pálpebras, aos poucos visualizo um homem parado a poucos centímetros de mim, de camisa social cinza e calça preta, cabelos platinados e um maldito fogo domina-me. “Kakashi…” Seu nome ecoa por minha mente e tento controlar minha respiração.

Cerberus corre até o homem e deita-se no chão, ficando com a barriga para cima e as patas balançando. Sem nada falar, o homem se agacha e faz um leve carinho no cachorro. 

— Vá para seu posto, Cerberus. — A voz de Kakashi é tão tentadora quanto em minha mente. — Só saia quando ela chamar. — O cão me olha e balança as três cabeças, como se estivesse confirmando algo.

— Essa seria a terceira vez que nos encontramos pessoalmente? — Pergunto.

— Terceira? — Uma pequena risada sai de sua garganta.

— Sim! A primeira na festa dos calouros. — Abro um sorriso. — Segunda, quando me ajudou com o pneu próximo da vila e essa seria a terceira — Finalizo cruzando minhas pernas. 

— Está enganada. — Solta mais uma risada. — Nos encontramos outras vezes, por exemplo, quando conheceu Ino, mas não se lembra, não é? — Aproxima-se de mim. — Nos esbarramos várias vezes na universidade também. Seu professor foi um ótimo intermediário. 

— Por que só agora entrou em contato?

— As coisas saíram do percurso depois daquela festa. Digamos, que fiquei “enjaulado” por um tempo. — Agacha-se e fica de frente para mim.

— Me lembro até o momento em que — Fico de joelhos — pronunciei Luxúria — sussurro em seu ouvido. — E mordi aqui. — Mordo seu lóbulo. — “Selaremos o pacto e na próxima Lua de Sangue terá que lembrá-la do que ela realmente é. Só assim, o alinhamento será perfeito.” — Reproduzo as palavras de sete anos atrás. — Como a Luxúria me lembrará do que realmente sou? 

— Sakura. — Meu nome saindo de sua boca me excita. — Sou o pecado da “carne”, como acha que se lembrará? — Um sorriso tentador aparece em seus lábios. — Aja como lhe agrada.

Fecho meus olhos por um segundo e sigo meus instintos. Sem pudor algum, passo minha língua por seus lábios e desço até seu pescoço, deixando um leve beijo molhado. 

“Aja como lhe agrada” — Sussurro suas palavras. — Não deveria ter dito isso, Luxúria.


Notas Finais


E aí, o que acharam? Espero que tenham gostado e até mais <3


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