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História Seth e Eve - Desentendimento familiar


Escrita por: paty_melo26

Notas do Autor


Desculpem pela demora, e me desculpem estar desenvolvendo a história tão lentamente, mas eu preciso falar um pouco da vida do Seth também.
Boa leitura.

Capítulo 6 - Desentendimento familiar


SETH

 

No sábado sou acordado por meu pai, que resolveu me levar em uma de suas reuniões de negócios. Então durante toda a manhã eu fico sentado em uma cadeira assistindo o desenrolar da apresentação do novo projeto de arquitetura de uma empresa que contratou os serviços da nossa empresa.

A idéia parece boa, mas eu vejo algumas coisas que não parecem realmente se encaixar com o padrão do nosso contratante. Eu noto o balançar de cabeça do meu pai, e sei que ele também parece não gostar.

A funcionária fica nervosa e deixa sua caneta cair no chão, e eu me abaixo para pegar o objeto. Quando estendo a caneta para ela, vejo suas mãos tremerem e ofereço a ela um sorriso solidário, mostrando que eu a entendo. Fazer apresentações para o meu pai, não é algo realmente vá deixar muita gente calma, muito menos quando o projeto é para empresas grandes e famosas.

Eu olho para a porta com vontade de ir embora dessa sala.

Suspiro pegando o meu celular no bolso.

O treinador mandou mensagem á duas horas atrás. Teremos treino mais tarde. Ótimo!

Parece que o meu dia de descanso foi por água baixo.

Ficamos na sala por mais meia hora, até meu pai perder toda a sua paciência com a funcionária e sua caneta que não parava de cair. Com o gráfico mau feito, a falta de estrutura e a incapacidade de apresentarem algo que realmente vá agradar o cliente.

Saímos de lá ouvindo a voz de choro da garota da caneta e vamos direto para casa.

- Eu sei que você não gosta de estar nas reuniões... – meu pai fala assim que chegamos em casa – Mas você tem que entender que é importante que você esteja lá, pois um dia tudo isso será seu e em breve você irá começar seu estágio. Quero que saiba que irei exigir de você o seu melhor. E não é porque você é meu filho que irei pegar leve. Não! – diz tirando sua gravata – Eu serei o seu chefe quando estiver lá.

Faço que sim com a cabeça e vou em direção as escadas.

- Seth? – me chama – É realmente importante para mim, que você participe dessas reuniões.

Assinto e dou-lhe um sorriso mostrando que entendo o que ele quer dizer.

No almoço comemos todos em silêncio e minha irmã mais nova ergue uma sobrancelha para mim sem entender o motivo de nossos pais não estarem conversando, e dou de ombros, eu realmente não sei o que está acontecendo com meus pais no momento. E para falar a verdade, eu deixei de tentar entender já faz um tempo.

Meu pai costuma que são assuntos que ele prefere não comentar comigo, e minha mãe finge que não é nada.

Rachel é a única que ainda tenta fazer com que eles se entendam, mas muitas vezes as coisas acabam saindo do controle e eu tenho que intervir.

Minha irmã faz um barulho com a boca, chamando a nossa atenção para ela.

- Vocês sabem que daqui a algumas semana será o baile na escola... – diz mexendo em seu prato – E eu vou precisar de dinheiro para comprar um vestido novo.

Eu a encaro desconfiado.

- Geralmente as garotas só começam a procurar vestidos para comprar depois que arrumam um par... – viro a cabeça em um ângulo que posso ver ela de lado e espremo os olhos – Você já tem um par, Rach? – pergunto e ela me encara com ceticismo.

- Vá se ferrar, Seth! – olha para o papai de forma inocente – Por favor, pai. Eu quero  poder fazer compras com as minhas amigas.

Nossa mãe está pronta para dize algo quando papai puxa sua carteira do bolso e estende seu cartão de crédito para Rachel, e ela está saltitante agora.

O telefone do meu pai toca e minha mãe suspira enquanto ele sai da mesa para atender.

Fico olhando ele se afastar e ouço mamãe murmurar alguma coisa e sair da mesa também com seus saltos fazendo barulho no piso.

Encaro meu prato que ainda tem comida, mas com nenhuma vontade de comer mais.

- Mamãe acha que ele tem outra. – Rachel fala mordendo um pedaço de sua unha – Ela diz que ele tem recebido muitas ligações á noite, e que ele sempre se afasta para atender.

Olho na direção que nosso pai foi e digo:

- Ele está muito cheio de projetos, por isso ele tem recebido muitas ligações

Ela ergue uma sobrancelha pra mim.

- E você espera que eu acredite nisso? – bufa revirando os olhos – Eu não sou tão inocente assim, Seth.

Ela tem razão, mas eu prefiro fingir que não tenho notado as mudanças de nosso pai com a mamãe. E eu me odeio por não ter coragem o suficiente para conversar com ele sobre o assunto.

- Vamos deixar que resolvam isso entre eles. – digo apenas – Então... – mudo de assunto – Quem é o cara que vai te levar para o baile?

Rachel balança a cabeça se negando a falar alguma coisa e sai da mesa sacudindo o cartão pra mim. Sorrio de seu gesto e dou uma mordida na minha carne que agora já está fria, mas mesmo assim termino de comer e vou para o meu quarto.

 

Mais tarde chego no treino cedo e encontro alguns dos caras arrumando seus equipamentos no vestiário. Sento em um dos bancos e ponho a minha mochila do meu lado.

Jordan vem até mim e me cumprimenta com um toque de mão.

- Vai a festa na casa da Megan, amanhã? – pergunta enquanto abre seu armário, faço que im com a cabaça – Ela parece bem interessada em você. Aproveita. – diz.

Não digo nada, apenas jogo para ele um sorriso de quem está atento no lance.

Alguns dos rapazes vêm falar comigo e depois seguimos para o campo e esperamos pelo treinador que está no telefone gritando com alguém.

Durante todo o treino, eu fico pensando apenas nas jogadas e nos passes de bola. Ocupo minha mente somente com o treino e quando tudo acaba vou para o vestiário me trocar.

- Jogou bem hoje, Sunders. – Mike diz ao passar por mim e entrar no chuveiro.

Fico feliz de ver os caras satisfeitos comigo, pois é isso que quero mostrar. Competência! E também é isso que o treinador quer, foi o que eu ouvi dele.

Combinamos de ir para casa de Mike jogar vídeo game e beber uma cerveja. Apenas Jordan diz não poder ir, pois tinha um encontro com alguém. O assunto que rolou durante o tempo que ficamos na casa de Mike sobre a festa na casa de Megan.

Eu tentei não ouvir muito da conversa, mas quando um nome específico foi citado, não pude deixar de tentar ouvir, e por causa disso acabei perdendo o jogo para Rick.

- Isso! – ele grita comemorando – Próximo? – chama e eu saio do sofá para dar lugar á Dilon que aceita de bom grado.

Vou até a cozinha pegar uma cerveja ainda escutando o que os rapazes falam.

- É uma pena que a gostosa da Eve não vá. – Miles fala depois de tomar um gole de sua cerveja – Eu estava planejando chegar nela...

- Está querendo levar uma surra do Devon? – Flyn pergunta rindo e Miles fica sem jeito – E você não teria chances com ela.

Os rapazes começam a rir de Miles que se afasta irritado e vai para a varanda fumar.

- Mas sem brincadeira agora. Eu ouvi dizer que a Megan até convidou ela, mas a mesma parece que disse que não queria ir, isso tem deixado a nossa querida líder de torcida muito irritada. – Diego fala enquanto roda uma garrafa de cerveja vazia no tampo da mesa.

Eu pego meu celular e são quase meia noite.

Franzo a testa ao ver, várias chamadas perdidas de Rachel. Saio de perto dos rapazes e ligo para ela preocupado.

Depois de dois toques ela atende.

- Porque você nunca atende esse celular quando ligo? – ela pergunta do outro lado, brava – Te liguei um monte... – alega.

 Chuto uma folha que está no piso da varanda e me escoro na mureta.

- Por que você me ligou? – pergunto – São os nossos pais?

Rachel dificilmente me liga, a não ser quando acontece algo que ela faz algo de errado ou quando nossos pais discutem e ela fica desesperada. Então ela me liga.

- Papai saiu mais cedo e até agora não voltou. – diz sussurrando, provavelmente nossa mãe está por perto – E ela acha que ele está com outra pessoa.

Suspiro.

- Já tentou ligar para o celular dele? – pergunto pegando as chaves no bolso da calça pronto para ir embora.

Ela diz que ligou duas vezes e estava dando desligado. Peço para ela tentar novamente e vou até os rapazes e me despeço de todos. Vou para casa o mais rápido que consigo.

Quando chego na porta de frente pronto para abrir, um carro entra pela estrada de cascalho que papai mandou construir. Vejo meu pai descer do carro com uma maleta de negócios e com o rosto cansado. Ele para assim que me ver e franze a testa.

- Chegando agora do treino? – pergunta voltando a caminhar.

Faço que não e digo:

- O treino acabou cedo. Estávamos na casa de um dos rapazes tomando uma cerveja.

Ele olha para o meu carro estacionado.

- E você dirigiu depois de beber? – me olha decepcionado – Você sabe o que eu penso sobre dirigir alcoolizado e mesmo assim fez.

Fico irritado com o que ele diz e abro a porta.

Não sou eu quem sai de casa sem falar nada para a própria mulher, então se ele quer dar sermão, que comece por ele.

Não vou muito longe, ele está logo atrás de mim mais irritado ainda.

- Eu estava falando com você... – grita – Não dê as costas para mim, principalmente quando eu estiver falando de uma coisa séria... PARA DE ANDAR E ME ESCUTA.

Eu paro, mas apenas para lhe dizer o que realmente penso sobre ele e sua falta de interação com a própria esposa.

- Não fale comigo como se fosse o certinho aqui. – sussurro para apenas ele poder me ouvir – Seja lá a merda que você está fazendo, é melhor parar, pois isso não está só afetando mamãe. Também está afetando a Rachel. – dessa vez eu o encaro – E eu não quero ter que me meter nessa, porra.

- Não tente acobertar o seu erro apontando os meus e o que você fez foi imprudente e irresponsável...

Perco minha paciência e avanço na sua direção, parando a dois passos dele.

- Estar traindo a minha mãe é o que então?

Eu nem vejo quando o seu punho chega até mim. Já estou no chão quando me dou conta, e só então, vejo mamãe e Rachel descendo a escada gritando meu nome.

Meu pai está parado me encarando como se estivesse surpreso e ao mesmo tempo arrependido. Desvio o meu olhar dele, para ver minha mãe e minha irmã mais nova correrem até mim chorando.

Mesmo dizendo que estou bem, as duas insistem em me levar á cozinha e começam a pressionar carne congelada contra o meu rosto.

Minha mãe está quieta enquanto pega outro pedaço de bife, e Rachel ainda parece chorosa sentada na cadeira ao meu lado.

- Onde ele está? – pergunto para ela baixinho.

Rachel olha de relance para nossa mãe e diz:

- Ele entrou em seu escritório. – morde o lábio nervosa – Você não deveria ter dito aquilo para ele.

Eu suspiro travando o maxilar.

- Agora isso não importa mais... – falo saindo da cadeira.

Mamãe nos encara com um olhar triste, e eu quero bater em alguém. Dou um abraço nela e vou para o meu quarto, alegando estar cansado.

Passo pelo escritório daquele cujo me bateu e paro por um momento e ouço a sua voz falando no que eu acredito ser no telefone. Minha raiva aumenta e marcho na direção do meu quarto.

Nem acredito que eu ainda chamo ele de pai.

Quando estou deitado na cama, meu telefone toca. É uma mensagem de Megan.

“Conto com a sua presença na minha festa amanhã”. A mensagem diz.

Eu respondo com um “Com certeza estarei lá”.



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