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História Seu coração - Capítulo II


Escrita por: MKimjin e kimiejeon

Notas do Autor


Olá, pessoal, como estão?
Então, esse capítulo é sobre o desenvolvimento de Taekook hahah olha o spoiler. Como eu havia dito antes, a fic pode parecer corrida, mas é que era pra ela ser uma oneshot e isso ultrapassou bastante, por isso será short fic, então tudo vai se resolver rapidinho sim.
Agora chega de falação e vamos ler.
Boa leitura a todos e espero que gostem.

Capítulo 2 - Capítulo II


Fanfic / Fanfiction Seu coração - Capítulo II

Taehyung acordou no hospital. Os médicos disseram que ele teve uma taquicardia, e isso o fez perder a consciência.

MiSook conversava com um dos médicos que o atendeu, e perguntava se não tinha como ele tomar algum calmante, para que pudesse ficar mais tranquilo e não passasse novamente por aquilo, já que, já era a segunda vez em uma semana.

E como Taehyung esperava: não, não havia algum remédio que pudesse tomar; já que o consumo de vários medicamentos, poderia ser prejudicial ao coração. Então, ele teria que ficar preso no quarto, quieto, sem receber visitas, e sem passar por qualquer emoção forte que fosse.

O Kim já desconfiava, que uma hora ou outra, ele deveria ficar preso no quarto. Ele sabia que aquela cirurgia que havia feito era muito perigosa, e que, mesmo depois de três meses, os cuidados eram extremamente necessários.

Ele ficou um bom tempo em coma. Depois que operou, ficou por belas semanas deitado, sem fazer esforço algum, e apenas tomando soro na veia. Claro que, depois que acordasse, ele passaria por algum estresse, já que o próprio corpo se acostumou com a acomodação de ficar deitado o tempo inteiro.

Seria chato. Se ele não pudesse ter nenhuma emoção, não seria possível nem jogar seu querido vídeo-game, pois costumava se estressar com o mesmo. Teria que viver à base de jogos de tabuleiro e joguinhos dos sete erros.

— Taehyung? — O médico chamou, assim que se aproximou dele. — Vamos fazer um novo eletrocardiograma, e se estiver tudo certo, eu já te libero, tudo bem?

— Tudo bem — respondeu simples, sem ânimo algum.

— E mocinho, não se esqueça de que agora, máscaras são uma peça obrigatória no seu vestuário. Seu organismo não está imune a bactérias e assim, fica bem fácil de pegar alguma infecção — o mais velho chamou sua atenção, enquanto lhe entregou uma máscara novinha, para que pudesse tampar o rosto. — Vamos para a sala do exame agora. Consegue vir ou precisa de cadeira de rodas?

— Eu consigo, não estou com falta de ar, agora.

— Certo, é um bom sinal — o médico sorriu e o ajudou a se levantar da maca. — Vamos, vamos.

Taehyung seguiu o médico até a sala do exame.

O doutor preparou a maca para ele se deitar, mandou-o tirar a camisa, e assim que ficou tudo certo, o exame começou.

— Ah, fique aqui só um momento, que eu vou pegar mais gel, porque o daqui, acabou.

— Tudo bem. — O médico saiu da sala, e deixou Taehyung sozinho, com seus pensamentos.

O Kim de repente, se lembrou do que acontecera, que o fez ir parar no hospital de novo, e mais uma vez, sentiu aquela dorzinha no peito, pelo coração acelerado.

Ele ficou nervoso e aflito, por se lembrar que sua irmã era amiga de uma pessoa que estava morta; esta que, aparecia para si, por ser o dono do coração que recebeu no transplante.

Taehyung ficou nervoso, e sentiu um calafrio ruim, ao mesmo tempo em que sua boca ficava seca e seu peito subia e descia aceleradamente.

— Voltei! — O médico apareceu com o gel que fora buscar, e voltou para fazer o exame.

O Kim tentava ao máximo disfarçar seu desconforto, mas mesmo que quisesse, era impossível.

A máquina do exame não o deixava mentir, e desenhava freneticamente os batimentos descompassados, o que deixou o médico meio preocupado.

— Está tudo bem com você? — Perguntou, encarando o garoto com os olhos arregalados.

— Sim — Taehyung respondeu simples.

— Bom, pelo que estou vendo aqui, você terá que passar o dia aqui em observação. Seus batimentos estão bem fora do comum.

{...}

Depois que voltou para o quarto de observação, Taehyung dormiu. E no meio daquele sono tranquilo, voltou a sonhar com JJ.

Ele agora, estava no seu quarto, que ficava no andar de cima da casa. Organizava algumas prateleiras, quando alguém bateu na porta.

O Kim foi tranquilamente abrir, e quando viu, era JJ quem estava lá.

— Posso entrar? — O garoto perguntou, mas antes de receber uma resposta, ele já havia entrado no quarto. — Eu preciso falar com você.

— Você está morto — Taehyung fechou a porta e suspirou. Incrivelmente, seu coração batia normalmente. — É você, não é? Jungkook?

— Sou. — JJ respondeu simples. — Taehyung, você precisa me deixar falar com você. Eu não posso aparecer agora, já que você sabe de toda a verdade.

— E por que não?

— Porque eu não quero ficar te vendo ir para o hospital toda vez que tiver uma taquicardia. Isso me incomoda também, sabia? Se eu aparecer, você vai desmaiar.

— Não vou, não.

— Vai sim.

— Eu não vou. Eu sou forte.

— Tão forte que desmaiou quando viu minha foto.

— E você me espiona?

— Desde que meu coração saiu do meu corpo e foi para o seu. Eu te vigio o tempo todo.

— Ok. Já que pensa que eu irei desmaiar, fale por aqui mesmo.

— Não dá, você pode acordar e não se lembrar de nada.

— Então o que quer que eu faça? — O Kim parecia nervoso.

— Tem que prometer que vai manter a calma, quando me ver de novo.

— Eu vou manter a calma.

— Prometa.

— Aish, eu não acredito que estou discutindo com um espírito.

— Hey, isso magoa, viu? Prometa logo!

— Tá, eu prometo.

E de repente, ele parou de sonhar, e acordou de uma vez, assustado, e respirando rapidamente.

Segundos depois, um barulho se fez presente ao lado da maca, e o garoto se virou para espiar, dando de cara com JJ.

— VOCÊ! — Falou nervoso, e se sentou de uma vez. — Você está morto!

— Taehyung, não grite! — O garoto se aproximou e o Kim se afastou abruptamente. — Taehyung, por favor? Eu só quero ser seu amigo!

— Meu amigo? Como que podemos ser amigos? Você está maluco? Eu estou maluco? Mas que droga está acontecendo comigo? — O Kim enfiou os dedos no meio dos cabelos e os puxou com força.

— Viu? Você não cumpriu a promessa.

— Que diabos de promessa?

— A promessa de que manteria a calma.

— Você está manipulando meus sonhos? Você é um espírito psicopata!

— Taehyung, eu quero ficar por perto, não posso?

— Para quê? Que loucura! Vá para o paraíso e me deixa aqui.

— Eu preciso ver como você vai ser sair a tudo isso. Eu quero saber como será-

— Não! Por favor, garoto, me deixa em paz! E desapareça da vida da minha irmã, porque ela terá um treco se souber que o amiguinho é um fantasma.

— Já falei que esse linguajar me magoa!

— Que magoa? Você nem tem sentimentos!

— Eu tenho sim, senhor! E pare de gritar, porque ninguém pode me ver ou ouvir. Pelo visto, só você e sua irmã.

— E por que diabos eu e ela podemos?

— Eu não sei. Só sei que podem, então, para não parecer louco, fale baixo.

— Eu não recebo ordens de um fantasma! Ah meu Deus, eu estou ficando louco.

— Pare de me chamar de fantasma! Isso me irrita! — JJ gritou. — Me deixa triste, tudo bem?

— E você, pare de gritar comigo! Está achando que é quem? Ai caramba, eu estou gritando com minha própria alucinação. Eu estou ficando louco!

— Taehyung? — MiSook entrou rapidamente no quarto, com os olhos arregalados. — Amor, o que aconteceu que você gritou?

— Eu sonhei com um fantasma, mama — suspirou. — Eu tive um pesadelo e me assustei.

— Ah, mas então você está bem, não é?

— Estou. Super bem. — Resmungou, quando viu JJ parado ao lado da madrasta, e a mesma sequer sentia sua presença.

— Eu vou pegar algo para você comer, na lanchonete do hospital. O que quer?

— Eu quero ir para casa.

— Nós vamos mais tarde, ok? Basta que fique tranquilo, e mais tarde voltaremos para casa. Agora, o que quer comer?

— O de sempre, não é? Ricota com suco natural de laranja... — Falou triste, por sentir uma imensa vontade de comer um sanduíche enorme.

— Eu vou trazer para você — MiSook lhe beijou a testa e saiu do quarto, deixando os garotos sozinhos.

— Ela é um amor de pessoa — JJ murmurou, quando a mulher fechou a porta.

— Ela é, e você por favor, deixe-nos em paz.

— Me deixe ficar por perto, Taehyung? Deixa de ser egoísta, eu só quero ver como será sua recuperação.

— Egoísta, JJ? Eu acabei de acordar de um coma de três meses, fiquei sabendo que meu corpo rejeitou o coração várias vezes; fico sabendo que eu tive uma parada cardíaca; fico vendo um garoto estranho mandando eu acordar e depois descubro que ele está morto! Minha vida está um caos e você acha mesmo que estou sendo egoísta?

— Deixa eu ficar perto? Eu posso te ajudar.

— Por que quer tanto ajudar?

— Porque é meu coração que está aí dentro. Eu quero ver você se recuperar e quero ver tudo dando certo, ok? Eu quero ver sua recuperação, de fato.

— Como eu posso me recuperar, falando com alguém que está morto? Isso não faz sentido, isso é loucura!

— Por que é loucura? Sua irmã me vê e tudo fica tranquilo! — Jungkook insistiu. — E eu não quero te fazer mal, tanto é, que resolvi me comunicar com você, durante sua estadia no hospital, porque se você desse outra crise, seria socorrido com rapidez.

— Eu acho que devo estar ficando muito louco.

— Mas não está. — JJ subiu na cama, sem o menor esforço. — Então, vai me deixar ficar?

— Vai adiantar eu dizer que não?

— Não.

— Então, nem sei para que está perguntando — Taehyung revirou os olhos. — Mas eu quero privacidade. Não quero saber de você surgindo no meu quarto do nada.

— Nós combinamos alguma coisa.

— E você vai sumir da vida da minha irmã.

— Ainda acha que estou interessado nela? — JJ gargalhou, ao balançar as pernas ao lado da cama.

— Não. A situação agora é pior. E ela conhece seu irmão. Vai acabar descobrindo que você... enfim, se foi.

— Ah, obrigado por não jogar na minha cara mais uma vez que eu sou um fantasma.

— Não enche — Taehyung revirou os olhos, mas nem rendeu assunto, por MiSook que entrou no quarto com seu lanche.

{...}

Depois que voltou para casa, Taehyung tomou um banho fresco e foi para seu quarto, afim de vestir uma roupa confortável e tratar da cicatriz da cirurgia.

Assim que colocou uma bermuda, ele pegou a bisnaga de pomada e foi para frente do espelho.

— Droga, isso está feio — resmungou, ao passar o dedo sobre a marca que ainda não havia cicatrizado direito.

— Ficou grande, não? — Assustou-se quando JJ surgiu ao seu lado e ficou encarando a marca.

— Ah, droga! O que há com você? Eu disse que não queria você aparecendo no meu quarto do nada!

— Eu disse para combinarmos alguma coisa, mas você não falou mais nada. Eu vim aqui para falarmos sobre isso — o garoto deu de ombros. — Ainda dói? — Perguntou, apontando para a cicatriz que recebia a pomada.

— Incomoda um pouco. Não chega a ser uma dor insuportável, mas incomoda.

— Hm... — JJ caminhou até a cama e se sentou na mesma.

— Acho que já era para ter cicatrizado a muito tempo.

— Ainda não cicatrizou por causa dos remédios que você está tomando. Eles são fortes e atrasam a cicatrização.

— Isso é um saco, poxa. Já são quase três meses desde a cirurgia... — Taehyung terminou de passar a pomada, fez um curativo para evitar que o remédio saísse e pegou uma camisa para vestir.

— Entendo. — JJ murmurou, o que fez o Kim encará-lo e depois suspirar.

— Olha cara, eu sei que você me ajudou bastante, e eu não quero ser uma pessoa ingrata. Só que também quero que entenda que para mim é estranho estar conversando com alguém que já se foi.

— Ah, obrigado mais uma vez por não jogar na minha cara que eu sou um fantasma — o garoto sorriu de forma brincalhona. — Estamos evoluindo.

— Então, olha, sei que seria ruim da minha parte, proibir você de ficar aqui, já que quer apenas ver minha recuperação, certo?

— Certo.

— Ok, então você pode ficar, tudo bem? Só que, para mim, não deixa de ser maluca essa ideia de que eu vejo... rm... sabe? Eu nunca tive provas de que sou médium e para mim, é muito estranho poder ver um espírito. Sem ofensas.

— Não ofendeu — JJ deu uma gargalhada engraçada. — Só não gosto que se refiram a mim como um fantasma, para debochar de mim, sabe?

— Eu imagino. Mas okay, se eu disser algo que te machuque, é só me dizer, que eu não faço mais. Mas pode ficar tranquilo, pode vir me ver, só não apareça na minha frente do nada e com uma feição assustadora, porque se você fizer isso, eu mando exorcizarem essa casa e você nunca mais volta aqui.

— Eu não vou fazer isso, Taehyung — JJ continuou rindo. — E eu nem sei como fazer minha feição ficar assustadora.

— Ah, e por favor, não apareça do nada, porque toda vez que você faz isso, eu assusto e isso me deixa puto.

— Tá, e como vamos fazer para você não se assustar?

— Bata na porta — o Kim respondeu como se fosse óbvio.

— Não, eu não posso bater na porta.

— E por que não?

— Porque eu ainda não consigo tocar em coisas materiais. Minha mão vai atravessar a porta se eu tentar tocá-la.

— Como você não consegue tocar nas coisas se está em cima da minha cama?

— Eu me materializo sobre a cama, mas se eu me soltar, eu passo direto.

— Ah e não tem jeito de você materializar sua mão na porta, não?

— Não, Taehyung — gargalhou audivelmente. — Você é estranho!

— Ah claro, eu que sou estranho! — O Kim revirou os olhos e apoiou o queixo sobre a mão direita. — Hum, então o que vamos fazer?

— Eu não sei.

— Hum, tudo bem, quando você aparecer, chega de uma forma calma e fala um oi, Taehyung que aí eu não assusto. Mas tem que ser de um jeito calmo, okay? Não surja do meu lado e grite meu nome.

— Sim senhor — o garoto fez sinal positivo com o polegar direito. — Mais alguma exigência?

— Ah, e se afaste da minha irmã. Não que eu ache que você esteja interessado nela, mas é que para ela não vai ser tão fácil assim, se acostumar com o fato de que fez amizade com alguém que morreu... digo, já se foi.

— Você sabe que não foi minha intenção assustar ou enganar sua irmã, não sabe? Porque se eu quisesse fazer algum mal a vocês, eu já teria feito, Taehyung. Já tive chances de deixar você morrer e não o fiz, porque não é isso que eu quero. Eu só quero te ajudar, ok?

— Sim, eu sei. Não se preocupe. Eu entendo o seu lado e realmente, como disse, não quero ser ingrato. Você salvou minha vida e nada mais justo do que eu deixar você me visitar e ver como eu estou.

— Então estamos acertados, né? Posso mesmo ficar aqui com você.

— Sim, pode — o Kim suspirou. — Eu vou fazer de tudo para me acostumar e não me assustar quando você “chegar”. — Brincou, fazendo JJ gargalhar. — Então, amigos? — Taehyung esticou a mão direita na frente do garoto, e o mesmo revirou os olhos, sorriu, e bateu a sua destra na de Taehyung, o que fez a mesma atravessar a mão que estava esticada.

— OH! — O Kim se assustou e ficou encarando a mão.

— Eu te falei que iria atravessar — deu de ombros em meio aos sorrisos. — E... amigos. — Respondeu por fim.

— Tá, okay, rm, então... já que agora somos amigos, você quer conversar, para quem sabe, nos conhecermos mais?

— Ah eu adoraria! — JJ se animou, e se ajeitou na cama, para que Taehyung pudesse se sentar também, e eles conversarem. — Então, me fale sobre você.

— Ah eu tenho vinte anos e moro com minha madrasta e com minha meia irmã. Tenho problemas sérios com o coração desde os oito anos; perdi meu pai quando eu tinha doze, e minha mãe não liga para mim. Meu maior sonho era cursar fotografia numa faculdade da Índia, mas meu sonho foi cortado pela raiz, quando os médicos me impediram de fazer qualquer tipo de esforço físico, e me proibiram de entrar num avião. Então eu não posso estudar e nem trabalhar.

— Mas por que não tenta uma faculdade daqui, mesmo?

— Segundo os médicos, eu não posso passar por estresse ou qualquer emoção elevada; e segundo meu amigo que faz faculdade, é só isso que sentimos quando ingressamos na universidade; então, mesmo querendo fazer algum curso aqui mesmo, eu não posso.

— É, seu amigo está certo. Faculdade, por mais que seja um curso que você goste muito, dá trabalho, é cansativo, e tem vez que você quer matar um por um.

— Pois é, então eu não posso passar por isso — riu de desgosto. — Mas e quanto a você, fazia faculdade de quê?

— Dança, música… tudo incluso num curso só. — JJ respondeu sério. — Era o que eu sempre quis fazer e acabei fazendo, apesar de ser o único que tinha essa vontade — riu soprado.

— E você gostava do curso? Era o que você esperava?

— Eu amava — o garoto abaixou a cabeça e suspirou. — Eu gostava muito daquele lugar, daquelas aulas e daquelas pessoas...

— Eu sinto muito.

— Não sinta — respondeu simples. — Mas e agora, sabendo que não pode cursar fotografia na Índia, qual é sua maior vontade?

— Eu queria ser saudável. Sabe, queria muito acordar cedo, pegar meu carro que comprei com meu dinheiro, dirigir até a faculdade, depois ir para o trabalho, chegar cansado em casa e trazer um presente para Naeun e MiSook. Eu queria poder fazer alguma coisa para ajudar, sem precisar de ficar o tempo inteiro sob os cuidados da MiSook, porque ela gasta demais comigo e eu não me sinto confortável com isso. Tem vez que, apesar de tudo, eu me sinto meio deslocado e me incomoda saber que dou tanto trabalho, sabe? Ela não tem obrigação de cuidar de mim.

— Você deveria agradecer por ter a ela, Taehyung. É melhor ter alguém para te apoiar, do que ser saudável mas viver sozinho.

— Eu preferia que ela não ligasse para mim... não gosto de ser um peso na vida dela. Seria melhor assim.

— Você não sabe o que está dizendo — JJ se levantou da cama e foi até a uma das prateleiras do Kim. — Vejo que gosta de jogos, certo? Qual o seu favorito?

— Ah, vou lhe mostrar! — Taehyung se levantou animado. — Sabe, JJ-. — Parou a própria fala e franziu o cenho. — Aliás, por que JJ?

— Jeon Jungkook — o outro respondeu, rindo.

— Mas seu pai não é Choi?

— Ele não é meu pai.

— Oh, é verdade! Eu tinha me esquecido completamente.

— Enfim — JJ desviou o assunto. — Me fale sobre esses jogos, ande! Estou curioso para saber quantos que eu já zerei a mais que você.

— Ah, ninguém é páreo para mim — Taehyung sorriu e se animou, pronto para falar sobre os jogos.

O Kim sempre foi amante dos jogos, e mesmo estando proibido de jogá-los agora, ele ainda assim seria um amante, e se preparava para fazer um debate e tanto com o seu novo amigo.

{...}

Taehyung estava no seu quarto, encarando a tigela de kimchi que Naeun havia levado para que ele pudesse jantar.

Suspirou cansado e pegou seus jeotgarak, desanimado.

— Eu não aguento mais comer kimchi — murmurou, enquanto mexia os repolhos refogados com pedacinhos de frango, que MiSook colocava para lhe agradar.

Era o kimchi mais simples que poderia existir. Não tinha nada de pimenta, nada de excesso de tempero e os repolhos ainda mergulhavam num caldinho. Se fosse parar para pensar, aquilo passava longe de ser um kimchi, mas ele gostava de fingir que era e sempre denominava assim, pra não falar que era uma sopa de doente.

— Eu sei, Tae, mas pensa comigo, todo dia a mamãe faz com um tempero diferente para que fique gostoso — a irmã comentou com uma falsa animação. — O tempero de hoje é churrasco, e admito que ficou muito gostoso.

— Não é que fique ruim, Na, mas acontece que eu gostaria muito de comer algo que não englobasse repolho boiando na água e um pedaço de frango.

— Eu sei. Sinto muito por não poder comer outra coisa que não seja kimchi. — Naeun olhou com pena para o irmão que estava cada vez mais magro, e antes que começasse a chorar, deu as costas. — Bom apetite.

— Obrigado — o Kim murmurou, quando a irmã saiu do quarto e fechou a porta.

Taehyung suspirou e mexeu mais um pouco do repolho, para que o jantar pudesse esfriar sem ele ter que ficar soprando.

— Parece gostoso — Jungkook surgiu no quarto, o que o fez assustar de leve, mas não o bastante para provocar uma taquicardia.

— AH! O que houve com o oi, Taehyung? — Reclamou.

— Me desculpe, eu esqueci — o garoto se sentou na cama e fico o encarando. — Mas da próxima vez eu não esqueço, prometo.

— Tá, tudo bem — o Kim suspirou, antes de pegar um pedacinho de frango e colocar na boca.

— Está gostoso? — JJ perguntou, o fazendo dar de ombros.

— Sabe, não é ruim, é bem gostoso, mas acontece que eu não aguento mais comer kimchi. Já tem quase um ano que eu como repolho na água, todo santo dia.

— Não tem mais nada que possa comer?

— Tem, mas vai procurar alguma coisa por aí que não envolva carboidratos, gordura e pimenta. Eu morreria de fome — resmungou, enquanto pegava um pouco do repolho com seus jeotgarak.

— Entendo.

— Hm, então — pigarreou. — Eu já falei que não sei como que funcionam essas coisas, certo; então, se eu te oferecer comida, eu estarei sendo mal-educado por você não poder comer, ou estarei sendo educado?

— Não sei — Jungkook gargalhou. — Deve estar sendo educado por oferecer mesmo sem eu poder comer. Mas eu não ligo para isso.

— Tá, então, aceita?

— Não, obrigado. Estou cheio, acabei de comer lasanha — brincou, o que fez Taehyung começar a rir com a boca cheia de frango, e ser acompanhado pelo novo amigo.

— Você não presta! Eu podia ter engasgado! — Reclamou com um tom de humor.

— Só quero deixar a situação mais cômica — deu de ombros. — Nem eu e nem você, podemos comer lasanha, então, o que há de mal em fazer uma brincadeira?

— Cara, até que lasanha eu não digo — o Kim pegou mais comida. — Mas, outro dia eu sonhei que estava comendo uma porção de batata frita com cheddar e bebendo coca cola. Eu acordei babando no travesseiro e até hoje eu estou morrendo de vontade de comer.

— Podemos jogar alguns bacons aí por cima dessa batata?

— AH, claro que podemos! Caramba, já fazem anos desde que comi o último pedaço de bacon — riu do próprio infortúnio. — Como eu quero comer essas batatas... acho que nunca tive tanta vontade assim de comer alguma coisa, como eu quero essas batatas.

— Tá, agora chega — Jungkook balançou as mãos. — Você não pode comer essas coisas. Tem que cuidar do meu coração.

— Falou o cara que vive me assustando — Taehyung brincou. — Quer que eu cuido do seu coração, mas você mesmo não cuida.

— Tá, tudo bem, eu vou passar a cuidar — JJ levantou as sobrancelhas repetidas vezes. — Eu disse que ficaria perto de você para e ajudar, certo?

— Sim.

— Então, já estou começando bem — ele apontou para a tigela. — Enquanto conversávamos, você conseguiu comer tudo e nem ficou reclamando que estava enjoado de kimchi.

— É verdade... se eu estivesse sozinho, eu estaria na metade da comida até agora — o Kim suspirou.

— Que bom que para pelo menos uma coisa, eu estou servindo. Sabe, Taehyung, eu quero que viva normalmente, como se eu não estivesse aqui, mas se precisar de conversar, saiba que eu estarei presente, ok?

— Isso será impossível, JJ. Não tem como me trocar e pensar que você pode estar em algum canto, me vendo nu — riu.

— Eu não quero incomodar. Se ficar muito ruim para você... — Suspirou. — Eu vou embora.

— Não, claro que não! A sua companhia é agradável e eu sei que você quer o meu bem, então estamos acertados.

— Tem certeza?

— Sim, olha, eu não quis ser rude quando disse sobre você me ver nu. Só estava brincando, ok?

— Tudo bem, se é assim — Jungkook deu de ombros. — Mas e agora, o que iremos fazer?

— Pretendo assistir a algum filme, você pode ver também?

— Posso, Taehyung — JJ riu de maneira engraçada. — Eu só não posso tocar na TV, mas posso assisti-la.

— Então estamos resolvidos. Iremos assistir a um filme.

{...}

Já havia se passado uma semana, desde que o Kim finalmente aceitou as visitas cotidianas do seu novo amigo; e esse tempo foi perfeito para que os garotos ficassem mais próximos e fizessem a amizade ficar mais intensa.

Taehyung sentia suas dores leves no peito, mas conseguia logo se acalmar, porque independente da hora que fosse, Jungkook estaria lá, para ajudá-lo a respirar fundo, ou até mesmo para cantar alguma música, afim de distraí-lo; e por mais que nenhum dos dois falassem sobre isso, aquela companhia estava sendo de uma grande importância para o recém operado — principalmente quando este ficava sozinho, como agora.

Naeun tinha ido para a casa de uma amiga para fazer trabalho, e MiSook fora ao supermercado, fazer as compras do mês. Taehyung acabou ficando sozinho, e livre para conversar com Jungkook em qualquer canto da casa, sem se preocupar se Naeun veria o garoto.

Assim que terminou de lavar a tigela onde havia comido salada de frutas, o Kim voltou para o quarto, vendo JJ jogado sobre sua cama.

— Eu conversei com a Naeun esses dias, e falei para ela que ia viajar para estudar — o Jeon falou calmo, e encarou Taehyung que se sentou ao seu lado na cama.

— Sim, eu sei, ela me falou — respondeu calmo. — Obrigado por fazer isso. Eu não queria ser o irmão chato que afasta as pessoas dela, mas você sabe que seria difícil para ela descobrir tudo, não sabe?

— Sei sim, Tae. Eu não te culpo, de verdade. Sei que só quer protegê-la.

— Obrigado por entender.

— Não precisa agradecer. Eu também quero protegê-la. Não quero fazer mal a ninguém da sua família, e se isto implica em fazer com que eu suma da vida dela, eu não poderia hesitar.

— Obrigado, Jungkook, de verdade. Obrigado por tudo o que tem me feito, desde o dia do transplante.

— Não quero que agradeça — o garoto abanou as mãos. — Não se preocupe com isso, hm?

— Mas eu preciso agradecer, Jungkook! Você salvou a minha vida.

— Tá, tudo bem. — JJ se sentou na cama. — Tae, me chame de Kookie, o que acha?

— Kookie? — Taehyung perguntou, esboçando um sorriso.

— Sim, era meu apelido e eu gostava quando as pessoas me chamavam assim. Eu já te chamo de Tae, e agora você me chama de Kookie — deu de ombros.

— Me chamando de Tae e usando a liberdade que eu não dei — o Kim brincou, fazendo com que o Jeon revirasse os olhos. — Ah, tá bom, Kookie. Então, o que iremos fazer agora?

— Eu não sei. Tem algo que possamos fazer que não envolva assistir filmes?

— Huuum... — Taehyung ficou pensativo, ao mesmo tempo em que encarava todos os cantos do quarto. — Eu queria jogar, mas estou proibido de me aproximar dos meus joguinhos — fez uma careta, mas logo se animou. — Já sei! Vamos jogar xadrez! Você sabe jogar?

— Sei, Tae, mas acontece que eu não consigo tocar nas coisas, esqueceu?

— Acho incrível a capacidade que você tem de se jogar na minha cama, mas não consegue tocar em nada.

— Eu já te falei que me materializo sobre as coisas, Tae — resmungou.

— Tá, então... ah, eu movo as peças para você, o que acha?

— Bem, se for assim, podemos jogar.

— Ótimo — o Kim se levantou rapidamente e foi até o armário, para pegar seu querido tabuleiro de xadrez, que havia ganhado de MiSook.

Assim que voltou para a cama, ele espalhou as pecinhas sobre o colchão macio e começou a posicioná-las em seus devidos lugares.

— Vai querer jogar com as pretas ou com as brancas? — Perguntou.

— Pode ser com as pretas. O jogo é seu, então você começa.

— Tá, tudo bem — ajeitou-se na frente do tabuleiro e moveu a primeira peça. — Qual jogada você quer, agora?

— Este peão na c6 — apontou para a peça, e logo Taehyung moveu a peça para ele.

Os garotos então, começaram a jogar juntos. O Kim fazia suas jogadas e depois mexias as peças pertencentes ao Jeon.

Estava sendo uma brincadeira pacífica e tranquila, até que Taehyung começou a ficar estressado, porque Jungkook sabia jogar muito bem, e não deixava uma brecha para que ele ficasse à frente.

— Este cavalo na e3 — JJ apontou para a peça e o Kim negou.

— Não pode fazer essa jogada.

— Claro que posso, Tae! Eu estou na d5 e quero ir para a e3, o que tem de errado nisso?

— Não, tá, se você acha que está certo, eu movo a peça — deu de ombros, visivelmente incomodado.

— Não, não! Volte a peça! Se você acha que está errado, volte e me fale onde foi que eu errei.

— Não, não está errado.

— Você está com essa cara por que, então?

— Por nada — Taehyung moveu sua peça. — Sua vez.

— Por que você está implicando com minhas jogadas?

— Ah, Jungkook, escolha logo a próxima jogada e esqueça isso.

— É por isso que os médicos não deixam você jogar vídeo game! Não sabe perder e fica nervoso! Caramba, eu só quero me divertir com você, Tae! Não estou aqui para te deixar nervoso.

— Eu sei, me desculpe — o Kim respirou fundo e sentiu um aperto no peito. — Eu só fico nervoso, okay? Mas vou me controlar, prometo.

— Tem certeza?

— Sim, vamos logo.

Jungkook percebeu que seu amigo ainda estava incomodado, e ele mesmo não gostou de ver aquilo. Estranhamente, as sensações ruins de Taehyung, afloravam em si também, o que o deixava meio nervoso.

A partir daí, ele passou a fazer jogadas ridículas, exatamente para que o Kim ganhasse. Ao final da partida, Taehyung o encarou com um semblante desanimado.

— Eu sei que você me deixou ganhar, ok? — Resmungou.

— Se você acha que deixei ganhar, e se isso te deixa tranquilo, eu afirmo; mas se te deixar estressado, eu nego até o fim.

— Isso não vale… Você tem que jogar limpo.

— Jogando limpo estava fazendo com que você pensasse que eu estava roubando! Então eu jogo sujo pro resultado sair de seu agrado.

— Aish, Jungkook, vai ficar com neura, não vai?

— Eu não. Eu não ligo para essas coisas, tanto é que acabei fazendo jogadas que, ao meu ver, são tolas, só para que você ganhasse.

— Insisto em dizer que deveria ter jogado direito.

— Tudo bem, Taehyung. Da próxima vez, eu jogo limpo, mesmo que você diga indiretamente que eu sou um ladrão.

— Ah, me desculpe, Kookie — suspirou e enfiou os dedos no meio dos cabelos. — Eu sei que sou meio estressado com jogo, mas é que não sei, eu estou meio nervoso e...

— Eu sei que está assim, eu posso sentir. Mas acontece que você precisa se acalmar. — Jungkook se aproximou. — Olhe para mim? — Pediu e o Kim obedeceu. — Por que está desse jeito? Está sentindo dor?

— Eu sinto algumas dores, sim, mas é que... ah, sabe, eu estou cansado de ficar preso dentro de casa, sem poder sair para lugar nenhum; estou cansado de ficar deitado na cama, por não fazer atividades físicas; já não aguento mais comer sempre as mesmas coisas; não aguento mais ver a MiSook gastando cada vez mais, por minha causa... eu estou me sentindo um lixo, e por mais que eu esteja aqui, sinto que não estou vivo, sabe? Não posso fazer absolutamente nada e eu estou cansado disso — o mais velho começou a chorar, o que fez o Jeon franzir o cenho e começar a se desesperar. — No meu quarto do segundo andar, eu pelo menos podia chegar na janela e ficar observando o movimento da rua; agora aqui, eu olho pela janela e só vejo o jardim, e também nem posso sair, porque se pegar alguma bactéria ou vírus, eu posso adoecer e acabar morrendo.

— Você precisa ficar calmo. Se desesperar agora, pode ser pior. Faz mal ao coração e à todos aqueles próximos a você.

— Eu sei — fungou. — Eu não queria demonstrar isso, mas acontece que eu já não consigo mais segurar. MiSook prepara meu jantar todos os dias com o maior amor do mundo, mas mesmo se esforçando e mesmo fazendo novos temperos, eu não consigo mais olhar para aquele kimchi. Eu não posso e nem quero dizer nada, porque ela faz de tudo por mim e eu não quero parecer ingrato; então eu fico sempre sorrindo e agradecendo, sendo que na verdade, eu morro de vontade de pegar um hambúrguer e comer escondido.

— Não faça isso, Tae — Jungkook o alertou. — Se você fizer isso, vai jogar por água abaixo, todo o esforço que MiSook e Naeun fizeram por você, até hoje.

— Ah, Kookie, o que eu faço? — Taehyung sentiu mais lágrimas escorrerem, e quando olhou para frente, viu os olhos intensos de Jungkook. — Me ajuda, o que eu faço? — Sussurrou bem baixinho.

O mais novo suspirou e ficou observando as lágrimas do seu amigo saírem. Num ato lento, ele levantou a mão direita e tentou secar as lágrimas, mas infelizmente, seus dedos passaram direto.

— Não chora — respondeu no mesmo tom que anteriormente, Taehyung havia usado. — Sabe Tae, podemos pesquisar sobre comidas que não são feitas de frango e repolho, para que você possa comer. Não sei, pode ter alguma coisa, algum prato típico de outro país, que não seja carboidrato, gorduroso e nem apimentado.

— Eu já pesquisei, mas as outras coisas, por não serem daqui, são bem caras.

— MiSook se esforça para te dar uma vida confortável, hm? Tenho certeza de que ela não irá se importar em preparar algo diferente para você.

— Eu não quero dar mais trabalho.

— Então vamos fazer exatamente isto que você já tem costume, mas preparamos de um jeito diferente, hm? O que acha?

— Eu não sei cozinhar... acha que deixam eu ir para a beirada do fogão, sendo que posso desmaiar a qualquer momento e acabar me queimando?

— Você não sabe, mas eu sei. A gente dá um jeito; e também, já faz um tempo em que você não dá crises, certo?

— Sim.

— Então, apenas convença MiSook de que você já pode cozinhar e assim, eu te ajudo a preparar seu almoço e seu jantar.

— Acha que dá certo?

— Acho sim, Tae. Não custa tentar. Fale com ela que você já está bem e depois nós partimos para o segundo passo que é ir para a cozinha.

— Obrigado pela ajuda — Taehyung suspirou. — De verdade.

— Por nada — Jungkook sorriu, olhando nos olhos do Kim. — Agora, sobre o fato de você ficar entediado por ficar o dia inteiro no quarto, eu já tenho uma ideia... mas você vai precisar ser um ótimo menino para convencer sua madrasta.

{...}

E mais uma vez, Jungkook e Taehyung se encontravam sozinhos, enquanto o Kim ajeitava as panelas em cima do fogão.

— Achei que seria mais difícil de você convencer a Misook — o Jeon gargalhou.

— Cara, eu fiquei uma semana inteira pedindo a ela para me deixar preparar um peixe assado e você acha que foi rápido? — O mais velho arregalou os olhos e encarou seu amigo que subiu na bancada e ficou sentado lá com as pernas cruzadas. — Kookie, se a Misook visse você sentado aí, ela ia te dar uns cascudos — brincou.

— Eu sou limpinho, Taehyung, e além do mais, ela não vai me ver, então — deu de ombros. — Tudo bem, você descongelou o peixe, certo?

— Hum sim, está aqui — o Kim pegou uma tigela de plástico com o peixe dentro.

— Okay, agora faça o seguinte: você vai cortar a cabeça e o rabo e vai jogar fora. Faça alguns cortes no corpinho e deixe ele aqui, para fazermos o tempero.

— Aqui mesmo? — Taehyung posicionou a faca perto da cabeça do peixe.

— Mais para cima um pouco, porque senão, você vai perder uma parte da carne.

— Aqui?

— Sim, aí está bom. — Jungkook ficou encarando seu amigo cortando o peixe e dando as coordenadas. — Pronto, agora deixe ele aqui, ó — apontou para uma vasilha roxa. — Vocês só têm vasilhas de plástico? Por que é perigoso dar cheiro de tempero e eu particularmente gosto mais de fazer em vidro.

— Kookie, acha mesmo que a MiSook me deixa usar coisas de vidro? Posso passar mal, cair e me cortar... — Falou, revirando os olhos. — Por isso que eu sempre digo que já não aguento mais. Me sinto como se fosse um bebê.

— É, mas ela está certa — JJ falou simples. — Agora vamos fazer o tempero. Pegue limão, alho, salsinha, cebola, manjericão e sal, claro.

— Vou ter que cortar isso tudo?

— Não, jogue no processador com um pouco de água, mas não triture tudo. Deixe alguns pedacinhos para deixar o gosto um pouco mais forte.

— O limão também vai no processador?

— Vai — riu. — É exatamente ele que dá o gostinho a mais e levemente azedo na sua receita.

— Ok, é só jogar lá, então?

— Sim, jogue tudo lá. É bom que evita de você mexer muito com faca.

— Hum, me ensinando a cozinhar, me tirando do vale dos kimchis e ainda cuidando da minha integridade física — Taehyung brincou, enquanto jogava os ingredientes no processador. — O quanto de água? — Perguntou.

— Ah, coloque um pouquinho nesse copo e vire lá. Só não pode ficar muito aguado e nem seco demais.

— Essa quantidade está boa?

— Está.

— Ótimo — o Kim sorriu e virou a água no processador.

Jungkook ficou ali no cantinho, só observando a maneira com que os ingredientes eram triturados.

— Pronto, pode desligar — recomendou, e Taehyung obedeceu. — Agora faça o seguinte: pegue o peixe, coloque na forma onde você vai assá-lo, vire esse tempero por cima e coloque aqueles legumes picados que a MiSook comprou num pacotinho a vácuo.

— Eu não posso comer algumas daquelas coisas, Kookie.

— Sim, mas sua madrasta e sua irmã podem. E também, lá tem vagem, que você pode comer.

— Tá, tudo bem — Taehyung foi até a geladeira e pegou o pacote de legumes.

Sem demora, ele preparou o peixe na forma, virou o tempero e colocou os legumes junto, ao lado. Sob recomendação de Jungkook, o Kim enfiou uma tirinha fina de limão em cada um dos cortes que fizera pelo corpo do peixe e salpicou orégano.

— E agora, o que eu faço?

— Acenda o fogo e coloque ele no forno.

— Tá, acontece que a MiSook só deixou eu usar o forno elétrico, dá na mesma?

— Ah, nunca fiz no elétrico, mas deve dar — Jungkook deu de ombros. — Por que ela só deixou no elétrico?

— Porque eu programo um tempo para ele funcionar, e depois desse tempo, ele desliga sozinho, para o caso de... rm, sabe?

— Você desmaiar — JJ já sabia como terminava aquela costumeira frase. — Então coloque no forno e vamos fazer a salada.

— Ok — Taehyung fez o que seu amigo mandou, e depois pegou os ingredientes para fazer a salada. — Aqui é só picar tudo, não é?

— Olha, o tomatinho, a alface e as azeitonas, é só cortar. Mas você precisa cozinhar a couve-flor e o brócolis.

— Hum, então vou ter que cozinhar no micro-ondas.

— É, faça isso.

— Posso usar essa caneca?

— Se for alumínio, não, de jeito nenhum — Jungkook gargalhou e arregalou os olhos. — Tae, coloque aqui olha, essa jarra vai dar conta.

— Nossa, não posso nunca estragar essa jarra, porque é a que a mama está usando para fazer suco, já que a outra quebrou — Taehyung a encheu de água e colocou os alimentos para cozinhar no micro-ondas.

— Tae, por que a MiSook nunca cozinhou outra coisa para você?

— Já viu o tanto que ela trabalha, Kookie? Eu não acho justo com ela, ficar fazendo várias comidas; então eu sempre agradeço pelo kimchi. Durante esse tempo, é claro que eu já comi outras coisas, mas assim, uma refeição diferente por mês. Meu kimchi é tipo o miojo dos preguiçosos.

— Entendo.

— E quanto a você? Como aprendeu a cozinhar desse jeito? Já fez algum curso?

— Não, não... — JJ suspirou e desviou o olhar. — Quer mesmo falar disso?

— É um assunto chato para você?

— Sabe, é que... — O garoto encarou o rostinho curioso de Taehyung e umedeceu os lábios. — Eu fui obrigado a cozinhar, pelo meu padrasto. Ele sempre queria impor para cima de mim, coisas que eu normalmente não aceitava, e uma dessas coisas, era o curso de direito, sendo que eu deveria estudar para conseguir bolsa ou uma vaga na universidade pública, porque ele não pagaria nada. Então, como o rebelde que sempre fui, me enfiei nos livros, e acabei conseguindo uma vaga na universidade pública, só que no curso de dança, que era o que eu mais sonhava. Na época, ele ficou bravo comigo, e me deu uma surra, que eu sentia dores até pouco tempo. Depois, ele acabou se acostumando, mas deixou bem claro para mim, que não pagaria um centavo para me manter na faculdade e que não queria saber de um vagabundo como eu, na casa dele.

— Não posso acreditar que aquele homem fazia isso — Taehyung puxou uma cadeira e se sentou.

— Aí, como eu precisava fazer alguma coisa, eu comecei a preparar comidas, para vender marmitas, e conseguir dinheiro de passagem para minhas aulas. Sem contar que eu virei a empregada doméstica, porque deveria cozinhar o que ele queria, e deveria manter a casa impecável.

— Como assim? Por que, Jungkook?

— Eu era gay — JJ desviou o olhar. — E ele me disse uma vez, que se eu quisesse agir igual a uma mulherzinha, eu deveria agir de todas as formas, e isto incluía as tarefas domésticas.

— Eu sinto muito, Jungkook.

— Não sinta, Taehyung. Ele sempre foi um merdinha, mas por incrível que pareça, fazia minha mãe feliz. Era um bom marido e um bom pai para meu irmão.

— Mas isso não justifica e nem perdoa o que ele fez com você. Aquele dia aqui em casa, ele ficou falando que te amava.

— E é por isso que eu quebrei a jarra da MiSook. Inclusive, me desculpe.

— Espera, foi você? Mas como?

— Não sei — JJ deu de ombros. — Eu fiquei puto e quando comecei a chorar, a jarra quebrou. É por causa dele que não gosto que me chamem de fantasma para me zoar. Mesmo depois de morto, ele me inferniza no meio dos amigos dele.

— Ah sim... me desculpe pelas vezes que disse isso. Não foi para te ofender, sabe? Escapuliu.

— Eu sei, Tae.

— Bem, mas realmente, eu estou assustado com seu padrasto. Não imaginei que ele seria capaz disso.

— Sim, é... — O Jeon se mexeu sobre o balcão. — Você não vai se afastar de mim por descobrir que eu era gay, não é?

— Não, claro que não. Eu também tenho uma quedinha pelo sexo masculino — o Kim gargalhou. — Não cheguei a namorar um garoto, mas já fiquei com alguns.

— E garotas, já namorou?

— Ah, Kookie... acha que existe alguém que namoraria um cara que sofre de problemas do coração e que nem pode sair para tomar um sorvete?

— Se eu estivesse vivo, eu namoraria. Deve ser romântico cuidar de alguém assim — Jungkook riu, fazendo Taehyung revirar os olhos. — Tae, não faça essa cara! Imagine só: você namora alguém e essa pessoa fica cuidando de você, enquanto você está doentinho.

— E aí depois eu morro e deixo a pessoa sofrendo aqui? Não, obrigado. — O Kim se levantou e pegou a jarra que estava no micro-ondas.

— Faz sentido. Mas não seria tão doloroso no meu caso, já que eu morri.

— É, e você cuida de mim. Acha isso romântico?

— Não é romântico, porque eu nem consigo secar suas lágrimas. Mas se eu conseguisse, poderia ser.

— Ah, okay — Tae gargalhou. — Estou em um caso não romântico com um fantasminha que cuida de mim... sem ofensas.

— Não ofendeu. Mas sim, eu cuido de você, então... — Deu de ombros. — Será que algum dia eu conseguirei secar suas lágrimas?

— Eu não pretendo chorar, mais — o Kim suspirou. — Se eu choro, eu fico sem ar. É estranho, mas infelizmente, é verdade.

— Mas eu poderia conseguir encostar em você, pelo menos. É chato, sabe? Tem vez que vejo você para baixo e me dá vontade de te abraçar, mas não dá, então eu fico sem saber o que fazer.

— Não se preocupe com isso, Kookie.

— É, mas mesmo assim eu vou tentando te ajudar como dá, certo?

— Exatamente — Tae sorriu. — E por falar nisso, obrigado pelas dicas na cozinha.

— Não precisa agradecer.

— Preciso sim. Se não fosse por você, eu ia almoçar kimchi de novo — riu sem humor. — MiSook vai ficar orgulhosa quando ver o que nós fizemos.

— Ah vai sim — Jungkook assentiu. — Hm, e por falar em MiSook, ela deixou você sair?

— Não.

— Tae, fala com ela que você vai de táxi e que não precisa dela se preocupar.

— Não adianta Kookie. Vou precisar de pensar em alguma coisa mais convincente.

— Fala que você vai com um amigo.

— Ela vai querer conhecer você.

— Nossa, não em nenhum amigo que você possa fingir que vai com ele?

— Meu único amigo está na Índia, seguindo o sonho que era nosso.

— E se você falar que é um amigo que você conheceu no hospital, mas que não tem muito tempo para visitas?

— Que amigo que eu conheci no hospital? Aquele que falou pra Naeun que viajou para estudar? Porque fora esse, eu não conversei com mais ninguém.

— Ah Taehyung, não tem mais nenhuma desculpa que você possa usar?

— Calma, Kookie. Eu vou convencê-la, mas espere um pouco.

— Okay.

— E você não vai mesmo me falar onde é?

— Era para ser surpresa, Tae.

— Ela vai querer saber onde é.

— Ah, tudo bem — JJ revirou os olhos. — Universidade de Seoul. Pronto.

— O que vamos fazer lá?

— Isso aí vai ser surpresa — Kookie sorriu de forma sapeca, e Taehyung não pôde deixar de sorrir também.

— Tudo bem. Deixarei claro que vou para uma Universidade. Ela vai achar que estou enlouquecendo, mas vou continuar tentando.

— Tente mesmo, Tae. Vai ser legal, eu prometo.

Mais tarde, MiSook e Naeun chegaram em casa, e durante o jantar, foram experimentar o peixe preparado pelo Kim. Ele estava feliz, e pela primeira vez, desde que conheceu-o, Jungkook pôde vê-lo comendo com sua irmã e madrasta, na sala de jantar. Os três pareciam felizes, e orgulhosos pelo prato feito. As damas elogiavam, o que deixava Taehyung sorrindo de orelha a orelha, sem acreditar que finalmente estavam o tratando como alguém mais maduro.

Os sorrisos eram sinceros e Jungkook sentiu-se feliz também, por ver a família daquela forma. Ele precisava fazer Taehyung sobreviver. Não poderia deixar aquela felicidade acabar. Todos ali se amavam de uma forma que ele nunca foi amado, e seu papel seria salvar a vida do Kim.

 

 Taehyung estava sentado na sua cama, conversando com Naeun, que observava o irmão chorar.

— Ela não faz por mal, Tae. Ela só quer proteger você.

— Eu sei — respondeu. — Eu sei que ela está certa, Na; eu não estou julgando a atitude dela de não me deixar sair.

— Então por que ficou com raiva?

— Eu não estou com raiva. Estou chateado, e nem é com ela, não se preocupe.

— Você realmente entende que é para o seu bem?

— Entendo sim. No lugar dela eu faria a mesma coisa. Só que eu estou cansado disso, sabe? Estou cansado de não poder fazer coisas que uma pessoa normal faria; estou cansado de ficar preso nesse quarto sem sair pra fazer nada...

— Você acha que está em condições de sair? — Naeun perguntou. — Seja sincero, Taetae.

— Olha, já tem quase duas semanas que eu não tenho uma taquicardia, e me sinto bem, sabe? Aquele dia eu cozinhei o peixe e saiu tudo normal, não fiquei cansado, não fiquei com falta de ar; outro dia eu te ajudei a varrer a casa; já consigo fazer vinte minutos lentos na esteira... eu me sinto melhor, de verdade.

— Tá, olha, eu vou falar com a mamãe, ok? Vou dizer a ela que você está melhor, mas não te garanto que ela vá deixar você sair.

— Não precisa, ela vai brigar com você.

— Não vai. Eu vou conversar com jeitinho; mas olha, se ela deixar você sair e te encher de recomendações, você vai precisar aceitar, independente do que for.

— Tudo bem — fungou.

— Então tá bom. Assim que ela sair do banho, eu falo com ela — Naeun se levantou da cama, deu um beijo no topo da cabeça do irmão e saiu do quarto, deixando-o sozinho.

Taehyung sentia uma vontade imensa de chorar, e isso o fez se levantar e pegar a caixinha de música que era de Jungkook.

Ao voltar para a cama, o Kim se sentou com as pernas cruzadas e abriu a caixinha, para deixar com que aquela musiquinha tomasse conta do ambiente.

Por mais que a música surtisse um efeito tranquilizador para o Jeon, naquele momento, ela só fez com que Taehyung se sentisse livre para chorar.

As lágrimas começaram a sair calminhas, mas em menos de dois minutos, ele já chorava em meio aos soluços e apertava um travesseiro contra seu peito, por sentir medo de dar falta de ar e ele acabar desmaiando.

Poderia até ser um motivo bobo. Ele parecia um garoto mimado que chorava porque sua madrasta não o havia deixado sair. Mas a verdade, é que a cada “não” que recebia, e a cada esforço que via MiSook e Naeun fazerem por si, era um pedacinho dele que era arrancado sem dó.

O Kim já não aguentava mais ser tratado daquela forma, e por mais que soubesse que todas as precauções e todos os cuidados eram por amor, ele não conseguia deixar de se sentir culpado.

Chegou em um momento da vida, em que até chorar, o fazia sentir dor. Nem chorar ele podia.

— Oi, Tae — a voz fraca de Jungkook soou no ambiente, e Taehyung abriu os olhos para fitar o amigo que estava sentado de frente para si. — Não chore, por favor?

O Kim não respondeu. Apenas escondeu a boca no travesseiro e apertou os olhos, fazendo com que suas lágrimas caíssem sobre a cama.

— Não faça isso? — JJ falou com a voz embargada e se aproximou do amigo, que continuava chorando. — Eu sei que é doloroso para você. Eu sinto em mim, mas se continuar assim, você vai passar mal.

— Eu posso passar mal, Kookie. Não vou sair mesmo, então não preciso me manter firme.

— Eu não estou falando que você não pode passar mal, para conseguir sair — JJ se sentou ao lado de Taehyung. — Eu só não quero te ver passando mal de novo e nem chorando.

E o Kim continuou. Chorou mais e escondeu o rosto para que Jungkook não o visse.

O Jeon suspirou.

— Sabe, eu ganhei essa caixinha de música quando era um bebê — pigarreou. — Minha mãe estava grávida de mim quando minha avó a comprou e me deu. Ela sempre achou que eu seria uma menina, e queria que eu fosse uma bailarina — riu nasalado, sentindo-se nostálgico. — Eu sempre amei minha avó e senti muito quando ela se foi. Acho que esse foi um dos principais motivos pelo qual eu quis cursar música, sabe? Minha avó amava músicas e era apaixonada por piano. Ela me ensinou a tocar essa música no piano; e como trabalho de conclusão de curso, eu iria fazer uma coreografia de street dance para combinar com ela. Uma mistura de balé clássico e street. Ia ser perfeito.

— Ela se sentiria orgulhosa de você — Taehyung murmurou entre o choro.

— Talvez — JJ murmurou.

O Kim continuava chorando. Agora, além de chorar, ele tremia, e isso fazia com que Jungkook ficasse preocupado.

Sem saber exatamente no que fazer para acalmar o amigo, Kookie o envolveu num abraço, mesmo sabendo que o atravessaria em algumas partes.

Por mais que ele pudesse sentir Taehyung, ele sabia que provavelmente Tae não o sentiria, mas isso não o impediu que continuar com o toque.

— “Você é o mundo inteiro para mim, me abrace mais forte, até doer” — começou a cantar aquela parte da música que rodava na caixinha. — “Nós compartilhamos algo, e você não pode fazer nada (nada) diga que não vai esquecer, você e eu” — sentiu as lágrimas se formarem. — “Dia após dia, verão, inverno, mesmo que você não saiba” — chorou. — “Você tem o melhor de mim, você tem o melhor de mim, então, por favor, não me deixe, você tem o melhor de mim. Eu também não vi o fim para mim, mas se houver tal coisa, não seria você? Eu queria ser uma onda quente, mas por que eu não sabia que você era o oceano? O que eu faço? Estou falando no seu idioma, estou respirando em sua respiração, eu serei você, você me segura”.

— Eu tenho o seu coração. Ele é o seu melhor? — Taehyung sussurrou, quando se virou de lado e encontrou JJ abraçado consigo. — Acho que você tem muito mais para dizer que apenas o coração é o melhor.

— Ele é o meu melhor. Foi a única coisa de bom que eu já fiz nessa vida — Jungkook murmurou. — Mas você tem muito mais do que só meu coração, Tae.

— Obrigado, Kookie — respondeu, um pouco mais calmo. — Não sei o que estaria sendo de mim, sem você.

— Então não chore? — Pediu. — Mostre para mim que está valendo a pena, a minha companhia? Faça-me sentir que pelo menos uma coisa de bom eu fiz.

— Me perdoe? — Taehyung sentou direito, fechou a caixinha e se deitou, com Jungkook deitando ao seu lado. — Me desculpe por demonstrar fraqueza.

— Não tem que pedir desculpas por isso; mas seja forte, por você mesmo. Eu sei que dói. — JJ sussurrou, enquanto acariciava da sua forma, o rosto do Kim. — Eu sei que dói muito mesmo, mas vamos aguentar firme, mais um pouquinho pelo menos?

Taehyung assentiu devagar e fechou os olhos, soltando um suspiro profundo, ao que tentava regular a respiração, para que não lhe faltasse ar.

— Eu sinto quentinho onde você me toca — falou baixinho, aproveitando dos toques do mais novo.

— Como? Minha mão ultrapassa sua pele.

— Não sei, mas eu consigo sentir sua presença — Taehyung encarou os olhos de Jungkook, o fazendo sorrir.

— Eu não acredito que você consegue me sentir — falou animado. — Sente em qualquer lugar?

— Não sei. Tente encostar em outro lugar.

O Jeon se aproximou mais e fez com que sua testa encostasse na de Taehyung. Sua mão esquerda passou devagar sobre a cama, e repousou sobre a destra do Kim, o que o fez sorrir.

— Eu te sinto — sussurrou.

— Então significa que agora eu posso abraçar você — JJ respondeu no mesmo tom, e sentiu dentro do próprio peito, o coração que batia dentro de Taehyung.

— Eu já não aguentava mais esperar por isso — o Kim finalmente sorriu. — E como você disse na canção, você é a onda quente dentro desse oceano tão frio. Obrigado por ser meu refúgio.

— Não agradeça. Só não chore mais e seja forte. Por mim, Taetae.


Notas Finais


Gostaria muito de agradecer por todos os comentários do capítulo anterior. É muito importante para quem está do lado de cá, receber apoio dos leitores, lendo os comentários de suas opiniões.
Quero agradecer imensamente a todos que tiraram um tempinho para comentar e quero dizer que estou muito feliz por terem gostado, porque achei que as pessoas não gostariam muito da temática.
Como eu havia dito, Seu coração terá um final feliz, por mais bizarro que pareça kkkkk e eu espero MUUUUUUITO que vocês gostem do que eu preparei.
Comentem o que acharam, tá bom? Acham que Taekook tá fofinho? Quero saber.


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