História Seu por uma noite - Chanbaek - Monstro?

Byun Baekhyun Narrando 

Eu estava incrédulo, lá estava Taeyeon acompanhada de um dos meus melhores amigos na piscina. Eu já havia chamado a atenção deles, e ambos me encararam com um olhar de espanto. A noite realmente não poderia melhorar…

– Baek, espere. – ela estava saindo da piscina, parecia nervosa.

– Uhm… – eu estranhamente não conseguia realizar algum tipo de reação, raiva, tristeza, sentimentos desse tipo não passavam por meu coração, sendo que ele estava ocupado por uma inesperada sensação de alívio.

– Precisamos conversar. – ela estava na minha frente, e eu concordei com a cabeça, deixei as caixas no chão, e fui para o sofá.

Após alguns minutos à Taeyeon retornou, ela estava com um vestido simples, e seus cabelos continuavam molhados. Xiumin estava ao seu lado, já vestido e me encarava de forma discreta, estranhando minha calmaria.

– Vocês podem explicar isso, por favor. – eu estava encarando os dois de forma calma, meus olhos não paravam quietos, ficando mais agitados a cada instante daquele silêncio ensurdecedor.

– Me desculpe por isso Baek, mas você precisava saber que eu gosto do Xiumin, a gente já está junto a pouco mais de dois anos. Eu não queria terminar com você por agora por causa dos seus pais, se preferir podemos manter em segredo, eu realmente amo você, mas já deixou de ser daquela maneira. – seus olhos estavam vermelhos, e demonstravam gentileza, Taeyeon realmente ainda se importava comigo.

– Dois anos? Céus… por isso andou evitando ter relações comigo todo esse tempo?

– Espera, vocês ficaram mesmo dois anos sem transar? Uau… – o que o Xiumin tinha de talarico ele tinha de intrometido, isso era evidente.

– Sim, passamos. Mas você nem parecia se importar, Baek!

– Porque eu achava que você não estava com vontade ou exausta. Queria que eu lhe obrigasse? Por acaso eu sou um monstro para lhe obrigar a transar comigo? – eu estava irritado com o que ela havia dito, mas era óbvio o real motivo.

– Eu sei, me desculpe. Você sempre esteve do meu lado Baek, não vou te abandonar, se precisar de ajuda com os seus pais eu estou disposta a ajudar. – ela estava sorrindo de forma gentil, e isso acalmava meu coração.

– Ótimo, mas eu não quero mais isso, o noivado acabou. Além disso eu sou gay, eu já estava pronto para você terminar comigo hoje, eu trouxe até chocolates. – era um alívio falar aquilo, uma pedra havia saído de meu peito.

– Oi!? Como assim, Byun Baekhyun?

– Você é gay? Perdi o bolão… preciso avisar os outros. – Xiumin estava pasmo enquanto procurava seu celular nos bolsos. 

– A eles já sabem. Kyungsoo passou a tarde me batendo com um livro dele até eu finalmente conseguir admitir, ele é assustador quando quer algo. – eu permanecia calmo falando. Então me levantei, indo pegar uma das caixas de chocolate e começando a comer os doces.

– Você contou para eles e não para mim? Que tipo de amigos nós somos Baekhyun?!

– Xiumin querido, você tava transando com a minha namorada e eu tô de boa, fecha o bico. Taeyeon, como eu conquistou um cara? Eu de planos para ir falar com o Chanyeol. – os chocolates estavam ótimos, eu os comia sem parar. E pensar que eu ia dar eles para ela.

– Chanyeol? Você gosta dele? – ela parecia surpresa, então presumi que não havia juntado as peças após ver o Kai.

– A gente transou naquele dia, umas dez vezes, eu finalmente lembrei de tudo enquanto estava vindo para cá, sério, foi tipo uma epifania lá no carro. Mas eu maltratei ele naquele dia, eu estava muito assustado e descontei nele. – uma falsa paz por fora era tudo que eu conseguia manter naquele momento.

Todas aquelas informações estavam me deixando confuso, eu podia não gostar de estar errado, mas era impossível admitir, dois anos sem nem tentar me relacionar com a Taeyeon, e ter praticamente esfolado o meu traseiro após conhecer um cara que estava interessado em mim. Eu estava a mil, pensando em tantas coisas que acabei comendo a caixa de chocolates inteira enquanto falava com os dois. Quando notei, já estava completamente sujo e com minha mão trêmula. Alegria e medo, eu sentia a divisão de meu emocional, eu estava eufórico por finalmente conseguir falar sobre minha sexualidade, mas me restava pavor do que aconteceria com isso, o que aconteceria quando eles descobrissem… Lágrimas de medo escorriam por meus olhos naquele instante, elas descia por meu rosto, e caiam na caixa, tudo aquilo ao mesmo tempo em minha mente estava me sufocando aos poucos.

– Baek, está tudo bem. – ela estava se levantando e então sentou-se ao meu lado, tirando os farelos de chocolate de minhas mãos e as segurando logo em seguida. – Você é um rapaz incrível, e sua sexualidade não altera esse fato. Não precisa pensar neles agora, afinal você deveria estar pensando em você. Vamos lá, me conta como é o Chanyeol, ele parecia ótimo naquele dia.

– Ele é muito bonito, a gente se conheceu naquela boate que eu te falei, eu não conseguia tirar os olhos dele. E ele foi tão gentil, ele viu no dia como eu estava com medo do sexo por causa "daquilo". Ele também tentou ser meu amigo mesmo após tudo, e eu o tratei muito mal. Eu queria pedir desculpas para ele, mas tudo que eu sei é que ele trabalha em um dos restaurantes da Krystal, e eu nem sei qual deles, acho que talvez o que o Kai te encontrou. – Taeyeon limpava minhas lágrimas enquanto me dava um momento de fala, sorrindo enquanto estava-me falar sobre outro cara.

– Então eu posso ligar para o gerente e pedir o endereço dele, aí você pode ir vê-lo. O que acha? – ela mantenha-se sorridente. Antes de namorarmos, ela e o Kyungsoo foram meus dois melhores amigos, dá para ver que as coisas não mudaram.

– Eu não sei, ele pode achar ruim, eu meio que posso ter ameaçado ele…

– Você tem problemas com romances.

– Cala a boca Xiumin. – eu e Taeyeon havíamos falado ao mesmo tempo.

– Assustadores.

– Não importa, isso é mais um motivo para você ir se desculpar, Baek. Eu vou ligar para lá, espere aqui e Xiumin, pegue água para ele. – Taeyeon observava seu novo namorado com um olhar maligno enquanto ia até o quarto procurar seu telefone.

– Posso ser o namorado, mas você é o melhor amigo que ela nunca vai deixar, Baek.

– Sim, isso me alegra muito. – eu sempre tive ela do meu lado, acho que por isso ainda não surtei antes de tentar assimilar tudo isso.

Periferia de Seul
20:30 P.M 

Eu estava com a Taeyeon e o Xiumin no carro, parados do outro lado de onde havia sido informado que era a casa de Park Chanyeol. Me faltava coragem, então preferi esperar para ver se era verdade.

O local eram um pequeno mercadinho, haviam cestas de frutas e legumes e uma senhora parecia ser a proprietária. Ela atendia todos os clientes com gentileza, era visível que tratava-se de alguém bondosa, provavelmente a avó ou mãe de Chanyeol.

– Aquela senhora parece ser um amor de pessoa, se o Chanyeol é tudo que você falou, ela deve ser mãe. – Taeyeon não desgrudava o rosto da janela, observando enquanto a senhora tentava fechar o local.

– Poderíamos ir ajudar ela, seria uma boa desculpa para o Baekhyun ver o Chanyeol, não acham? – Xiumin havia dado sua primeira boa ideia naquela noite. Ele parecia alegre com o que aparentava ser um missão em nome do amor, nem demonstrava se importar em ir no banco de trás do carro.

– Sim… – eu estava tomando coragem para isso, até que o vi chegando de bicicleta, ele parou de frente ao mercadinho e foi ajudar a senhora, fechando o lugar enquanto a senhora ia descansar. – Vamos embora.

– Mas por quê? – ela parecia irritada ao notar minha covardia.

– Eu não consigo ir falar com ele, não agora. Não estou pronto. – minha respiração estava ofegante, e meu coração acelerado, a covardia de concretizar o primeiro passo em direção a quem eu queria ser me parecia aterrorizante.

– Tudo bem. – Taeyeon então pediu as chaves do carro, ela notou que eu não estava mais em condições de dirigir.

Residência de Byun Baekhyun
21:30 P.M

Eu finalmente estava de volta, eu caminhava pelo mesmo corredor que fui com ele, indo em direção a porta de meu apartamento. Tudo parecia tão triste, até onde minha covardia iria me impedir de atingir a felicidade?

Enquanto caminho, meu celular começa a tocar, e logo percebo que tratava-se de uma ligação de minha mãe, e acabo atendendo logo em seguida.

– Alô. Boa noite, mamãe.

– Baekhyun, você chegou em casa? 

– Sim, acabei de chegar, eu fui ver a Taeyeon, mas já voltei. Por quê? Aconteceu alguma coisa? – eu terminava de abrir a porta de meu apartamento, girando a maçaneta e entrando no local.

– Não, só me sinto decepcionada. Eu sei o que você fez com aquele rapaz, o Park Chanyeol.

Um conjunto de palavras jamais havia me causado tanto medo, meu celular escapa de minhas mãos trêmulas, indo ao chão enquanto escuto o que ela havia dito. Logo pego o celular do chão.

– O que a senhora disse, mamãe?

– Deixe de mentir, Baekhyun, nem eu nem o seu pai o criamos para isso. O que acha de dar mais alguns passos além do corredor de entrada?

– Ah...– tinha algo de estranho, as luzes não estavam se ascendendo mesmo com os sensores. O local estava vazio, os móveis haviam desaparecido. – O que isso significa?

– É o seu castigo querido, espero que seja proveitoso. Nós nos vemos na semana que vêm! – junto de suas palavras a porta do apartamento se fecha, tendo sua trança automática ativada.

– O que?! – eu corri até a porta, não conseguindo abri-la, mas conseguindo ver pelo olho mágico, lá estava a senhora Byun, do outro lado, observando a porta de forma triste.

– Você teve sorte que eu não contei nada ao seu pai. Agora tire um tempo para pensar, Baekhyun. – ela então encerrou a ligação, e começou a caminhar até o elevador, entrando no mesmo e começando a ir embora.

– Espera! Mamãe! Volta aqui! Mãe! Não faça isso! – eu gritava em desespero, o apartamento era a prova de som, e além da energia, o sinal de meu telefone havia desaparecido assim que a ligação foi encerrada. – Por quê mamãe…?

Continua...