História Seus lábios que me guiam - De ruim para bom.

Já havia passado duas semanas desde o dia em que fomos juntas ao bar mas minha cabeça me torturava com a cena de Moonbyul me puxando e dando um beijo em minha bochecha. Todos os momentos vagos do meu dia eu acabava pensando, era instantâneo o sorriso que aparecia em meu rosto. Tinha sido uma noite agradável e demoraria um tempo para esquecer.

– Qual é, Yongsun! Está estampado em seu rosto o interesse que você tem pela Moonbyul! - Wheein diz, enquanto pausava seu almoço para dar um de seus sermões. Ela era mais nova que eu, o que tornava tudo isso irônico.

– Eu não posso afirmar nada ainda… - respiro fundo, jogando minha cabeça pra trás e olhando para o teto. - Está tudo confuso em minha cabeça.

– Tenho certeza que Moonbyul sente o mesmo que você, ou acha que eu e Hwasa não notamos os olhares de vocês duas? - diz enquanto colocava comida em sua boca.

Abaixo minha cabeça e a encaro com um pequeno sorriso, fazendo-a me olhar confusa.

– O que está olhando? - pergunta.

– Acha que eu não notei os seus olhares com Hwasa? - aumento meu sorriso, admito que estava usando isso como vingança.

– M-meus olhares? - gagueja e acaba se engasgando com a comida.

– Eu não sou boba, Wheein! Vi muito bem como você olhava para Hwasa, no final do encontro vocês já estava bem próximas… - pego meu garfo e fico mexendo na minha comida enquanto a encaro. - Será que sou a única interessada aqui?

– Ei! - ela dá um pequeno tapa na mesa, me dando um susto. - O assunto aqui é você! Não tente fugir, queridinha… - tenta parecer brava mas acaba rindo em seguida. - Pera aí! Você acabou de admitir que está interessada?!

– Talvez… - olho para o lado e sorrio, tentando não encará-la ao responder. Escuto um rápido grito e risadas.

– Finalmente, era isso que eu precisava ouvir.

O resto do almoço foi só de conversas e risadas. Era bom morar com Wheein, sua presença me animava e mesmo tendo uma personalidade explosiva, suas conversas me ajudavam muito. Ter o final de semana para poder conversar com ela era excelente. E ter o final de semana de folga era algo que eu apreciava muito. Apesar do café não fechar aos finais de semana, a dona contratava outras meninas apenas para trabalhar ao final de semana. Eu realmente achei estranho, mas uma das meninas que trabalhava disse a mulher era incrivelmente rica e o lucro daquele café não era nada comparado com o que ela ganhava em outros lugares. Eu não iria reclamar, pra mim era ótimo ter dois dias de folga para dormir e colocar os trabalhos da faculdade em dia.

Após o almoço, lavamos a louça e arrumamos a mesa com um vaso de flores artificiais no centro que Wheein usava como enfeite. Ela se dirigiu ao seu quarto, alegando que iria dormir um pouco, já que na noite passada havia dormido pouco. Então, fui ao meu quarto e me sentei em minha cama. E era aquele momento que eu não sabia o que fazer. Adoraria tirar uma boa soneca mas sentia que era tempo perdido, tempo que poderia estar fazendo algo que preste. Deito-me e encaro o teto, fechando os olhos lentamente. Logo me entregando ao sono repentino.

Acordo algumas horas depois, vendo o relógio dar três da tarde. Passo minhas mãos em meu rosto e me espreguiço. Que soneca gostosa. Fico alguns minutos olhando para o nada enquanto criava coragem para levantar. Noto que meu celular estava piscando em cima da minha estante, me levanto e vou até ele. Desbloqueio a tela e vejo que recebi várias mensagens. Meu coração dá uma pequena falha ao ver algumas mensagens da Moonbyul de algumas horas atrás.

Moonbyul: Oi, ta aí?

Moonbyul: Ocupada?

Moonbyul: Eu entendo.

A última mensagem tinha sido mandada dez minutos atrás. Sinto uma culpa dentro de mim por não ter visto suas mensagens e fico triste por talvez tê-la feito se sentir mal. Abro a conversa e me preparo para digitar algo, quando meu celular notifica que mais uma mensagem havia chegado.

Moonbyul: Apareça…

Arregalo meus olhos ao ser a mensagem. Meu coração acelera e sinto um arrepio por todo o meu corpo. Um sorriso surge em meu rosto involuntariamente, mesmo que eu não tive o impedindo. Minhas mãos começam a suar tanto que o meu celular fica úmido.

Eu: Estou aqui.

Moonbyul: Aleluia!

Eu: Desculpe, acabei esquecendo do meu celular e não vi suas mensagens.

Moonbyul: Entendo. Você tem compromisso a noite?

Eu: Não! O que tem em mente?

Moonbyul: Aquele bar perto da minha casa, quer ir de novo?

Eu: Claro, eu realmente gostei daquele lugar. 19 horas?

Moonbyul: Sim, nos vemos lá.

Eu: Até!

Coloco meu celular de volta na estante e vou até a minha cama, me jogando nela e abraçando meu travesseiro. Começo a dar pequenos gritos e risadas, que começaram a se intensificar conforme eu pensava no que acabara de acontecer. Eu iria sair de novo com a Moonbyul, era algo difícil de acreditar. Eu batia as pernas na cama em forma de expressar todos os tipos de alegria que estava sentido. Era como se tivesse ido ao céu e voltado, ou talvez ficado por lá mesmo.

– O que está acontecendo aqui?

Paro o que estava fazendo e me sento na cama. Encaro Wheein que estava parada na porta e com uma expressão irritada.

– Desculpe, é que… - abaixo a cabeça e sorrio, deixando a vergonha e timidez tomar conta de mim.

– Esse sorriso… O que aconteceu, ein? - ela se aproxima e senta ao meu lado.

– Moonbyul me convidou para ir naquele bar que fomos aquele dia! - solto com a maior animação, abraçando forte o travesseiro que ainda estava em meus braços.

– Pera… Você está falando sério? - Wheein me olha espantada com a informação.

– Sim. - sorrio para ela, que se anima batendo palmas enquanto ria alto, imitando a mesma reação que tive alguns minutos antes.

– Vocês duas sozinhas, ein? Já pensou no que pode acontecer?

– O que?

Wheein para no mesmo segundo de rir e me encara séria, com uma expressão de “sem acreditar”. Ela mexe a cabeça em negação e se levanta, andando em direção a porta. Eu seguro seu braço e a puxo de volta.

– Pare de encenação. - digo ao meio de risadas. - Eu estava brincando, apenas não consigo imaginar algo acontecendo, para ser sincera.

– Acho bom ir se preparando. - solta uma risada e sai do meu quarto, me deixando apenas com meus pensamentos.

Ela tinha razão, eu deveria me preparar, ou talvez só estava me iludindo? Eu não sabia como Moonbyul se sentia e ela pode muito bem ter me chamado com a intenção de beber com uma amiga. Wheein disse que ela pode ter algum interesse, mas será realmente verdade?

X

A cada cinco minutos eu ia até o banheiro para me olhar no espelho e conferir se a maquiagem estava inteira e sem nenhum borrão. Certifico se minha roupa está boa e em bom estado. Eu revirei todo o meu guarda-roupa atrás de uma roupa diferente para usar sem ser aquela roupa que usava em todas as vezes que saía. Não concordava com nenhuma roupa que eu escolhia, então Wheein me ajudou. No final das contas, estava vestindo uma blusa vermelha escura, uma jaqueta preta e uma calça jeans. Ela me emprestou um tênis seu, ele era todo preto, disse que ficaria melhor que as minhas sapatilhas que usava todo dia. Eu realmente preciso comprar roupas novas. Olhando para o espelho e observando como o meu corpo tinha ficado bom na roupa que usava, sorrio satisfeita.

– Você vai de táxi?

– Não sei, acho que vou de ônibus. O táxi é muito caro. - respondo para ela, a olhando pelo reflexo do espelho.

– Tem certeza? Não é muito perigoso? - era nítido a preocupação dela.

– Sim, não se preocupe, eu conheço o caminho. Esqueceu que vou a semana toda para aquele lugar? - solto uma risada fraca.

– Certo, tome cuidado, por favor.

– Irei! - digo e bato algumas palmas, mostrando minha determinação. - Me deseje boa sorte.

– Não irei desejar só boa sorte como também bom beijos! - me encara com seu olhar malicioso, mas acaba rindo.

– Você não presta!

Me despeço de Wheein e pego minha bolsa, me dirigindo ao ponto de ônibus que tinha perto do prédio. Não precisei esperar muito para que chegasse o meu ônibus, o pior de tudo era que eu tinha que pegar outro depois desse. Espero que eu não me atrase. Rezei aos céus quando consegui pegar o outro ônibus que já estava quase saindo quando cheguei no terminal. Sentei-me e respirei fundo, tentando descansar da corrida repentina que tive alguns segundos atrás. Pelo reflexo do vidro, vejo se meu rosto ainda está lindo e meu cabelo arrumado. Ao meu lado, mas sentado no banco do outro lado do ônibus, noto um homem que me observava. Seus olhos fixaram nos meus pelo reflexo do vidro. Abaixo a cabeça e sinto minhas mãos começarem a tremer a suar. Senti um certo alívio ao saber que o ônibus estava consideravelmente cheio, tendo noção que ele não faria nada com pessoas presentes. Calma, Yongsun! Você está sendo precipitada, ele só deve estar olhando! Pego meu celular para olhar as horas e me espanto ao ver que faltava menos de quinze minutos para o horário marcado. Olho pela janela para tentar enxergar o lugar que estávamos e suspiro quando noto que não estava longe. Quando vejo que estava chegando no ponto que deveria saltar, levanto-me aperto o botão, dando sinal para o motorista. Com uma parada vagarosa, que estranhei por estar acostumada com as paradas bruscas, desço do ônibus e caminho em direção ao bar. Sinto uma presença atrás de mim e minhas mãos voltam a tremer. Olho rapidamente pelo canto do olho e o reconheço, era o homem do ônibus. Apresso meus passos, estava quase correndo e me aproximava cada vez mais do bar. Quando estava há alguns metros, sinto meu braço ser puxado.

– O que uma menina tão linda anda sozinha a noite? - o homem segura firme meu braço, apertando com força me impossibilitando de escapar.

– Só me solte, por favor. - minha voz sai fraca.

Eu estava com medo. Medo do que ele poderia fazer comigo e eu não iria conseguir impedir. Olho em seus olhos e vejo que não havia nenhuma bondade, conseguia sentir o ódio e maldade neles, me fazendo estremecer.

– Por que eu soltaria? Podemos nos divertir a noite toda! - diz de forma animada, como se tudo isso fosse uma brincadeira. - Você não concorda? - puxa mais meu braço, me fazendo chegar perto de seu corpo. Ele cheirava a bebida, mas notava-se que não era de hoje, sua roupa estava suja há dias.

– P-por favor, me deixe ir… - sinto que as lágrimas estavam querendo descer mas aguento, não poderia mostrar fraqueza ao homem. Tudo se tornaria pior.

– Não vamos desobedecer, certo? Se você for boazinha comigo, eu também serei com voc…- é interrompido com um soco.

Com a força do soco, o homem é jogado para o lado, caindo no chão e me fazendo cair junto. Sinto mãos em minha cintura, me segurando e puxando para longe do homem. Olho para trás para ver quem era. Meu coração amolece ao ver o rosto de Moonbyul. Ela se mostrava desesperada e querendo falar comigo, mas eu não estava sendo capaz de entender seus sinais. O homem começou a resmungar de dor no chão, tentando se levantar e manter o equilíbrio para não cair de novo.

– Sua mulherzinha dos infernos! - ele avança em nossa direção, mas é paralisado por alguns seguranças do bar.

– Querendo se aproveitar de uma mulher? É sério? - diz um dos seguranças que o segurava. - Espero que apodreça na cadeia! - grita, deixando o homem mais irritado.

Ele é levado pelos seguranças, que acionaram a polícia em seguida. Um deles conversa comigo, perguntando o que ele havia feito comigo e se eu estava bem. O despreocupo falando que não tinha acontecido nada, já que Moonbyul chegou a tempo. O segurança a elogia pela bravura e ela apenas concorda, conseguindo entender o que ele tinha dito através da leitura labial. Ele segue em direção aos outros guardas, me deixando sozinha com Moonbyul. Com sinais trêmulos e lentos, ela me pergunta se estou bem, mas a certifico que sim. Noto que sua mão estava um pouco roxa pelo soco, seguro-a e toco com cuidado, recebendo um gemido de dor como resposta. Subo meus olhares, a encarando. Tinha um pequeno sorriso tímido em seu rosto. Seus olhos começaram a marejar e por conta do instinto, abraço-a forte, sentindo seus braços me envolver também. Ficamos desse jeito por longos minutos, apenas deixando nossos corações aliviarem com o susto que tivemos. Era o primeiro abraço que tivemos, não era um simples abraço de cumprimento ou despedida, mostrava que eu estava aqui para ajudá-la e vice-versa. Me afasto lentamente e tiro os cabelos que estavam na frente de seu rosto, ficamos nos olhando até que começamos a rir, sem nenhum motivo. Ela retira os braços que ainda estavam me envolvendo e pega seu celular, escrevendo alguma coisa.

“Bloco de Notas

Ainda tá no clima de ir no bar?”

Leio com atenção e a olho. Realmente, não estava afim de ir ao bar depois disso tudo, encarar toda aquela gente que presenciou o incidente não seria fácil. Eu apenas queria passar algum tempo com ela. Sorrio e mexo a cabeça para os lados, mostrando minha indisposição para ir ao bar. Moonbyul volta a escrever.

“Bloco de Notas

Quer ir lá casa?”

Sinto meu corpo travar ao ler a pergunta, não sabia como reagir ao seu convite. Minhas mãos voltaram a suar, mas dessa vez era por um bom motivo. Seus olhos estavam atentos em mim, mostrando preocupada com a minha demora para responder. Passo meus dedos em sua bochecha e concordo, vendo-a sorrir rapidamente. Ela segura minha mão e a acompanho ao seu lado, apreciando o contato de nossas mãos. Caminhávamos sem pressa, sempre trocando olhares e sorrisos pelo caminho. Não nos importamos com os olhares que recebemos por estarmos de mãos dadas, era como se ninguém mais existia, apenas nós. Depois de quase dez minutos caminhando, paramos em frente ao um pequeno prédio, que suspeitei ser do seu apartamento.Tinha três andares, era branco com alguns detalhes em cinza, deixando o prédio mais luxuoso. Ela digita uns números no interfone e a porta se abre. Adentramos e andamos pelo estacionamento até chegar ao prédio, onde mais números são digitados. Dentro do prédios, subimos dois andares até pararmos numa porta, que Moonbyul faz sinal dizendo ser sua casa. Ela abre a porta, deixando que eu entre primeiro. A primeira coisa que noto é em como sua casa é simples mas modernas. As paredes da sala eram brancos, um sofá de veludo da cor marrom escuro deixava o ambiente deslumbrante. Havia alguns quadros de paisagens na parede, era como se cada detalhe deixasse o local mais incrível possível.

Agora num lugar mais iluminado, pude ver como Moonbyul estava elegante em sua roupa. Usava uma blusa de gola branca com listras azuis, o tamanho era enorme e ia até suas coxas. A calça preta que ficava um pouco apertada em suas pernas só a deixavam mais sensual.

– Você está com fome? Podemos pedir uma pizza. - Moonbyul pergunta.

– Demais, quero muito comer uma pizza agora! - a respondo de forma animada.

Moonbyul concorda e pega seu celular, digitando algumas coisas e fazendo expressões engraçadas.

– Pronto, espero que gosta de pizza de queijo.

– E como gosto!

Enquanto a esperávamos a pizza, ficamos conversando sentadas em seu sofá. Era como se entre nós nunca faltasse assunto, sempre ria das coisas aleatórias que saía. Parecia tudo tão natural, nada forçado. Depois de um tempo, Moonbyul recebe uma mensagem em seu celular, era o motorista avisando que já estava em frente ao seu apartamento, então ela vai até a entrada para pegar e pagar. Mesmo insistindo em ajudar, ela recusa qualquer dinheiro que eu queira dar. Comemos a pizza sem conversas, apenas apreciando o sabor. Cara, essa pizza está ótima, penso. Após terminar de comer, voltamos a conversar e assim ficamos por algumas horas. Pego meu celular e me assusto ao ver que já passava das onze da noite. Me levanto e pego minha bolsa.

– Moonbyul, está tarde, preciso ir embora.

Dou alguns passos com a intenção de me despedir, mas a mesma me afasta. Começa a mexer com a cabeça para os lados, enquanto fazia sinal de “não” com as mãos.

– Não posso deixar você sair sozinha a noite, não depois de hoje.

– Moonbyul… - digo, mesmo sabendo que ela não iria ouvir mas notou que meus lábios mexeram e sinto que percebeu que falei seu nome.

– Durma aqui, só ficarei tranquila assim.

Era incrível como ela conseguia fazer meu coração parar com frases simples. Mas que pra mim, não eram tão simples assim. Ela me olhava seriamente, me fazendo esquecer de respirar algumas vezes. Mexo minha cabeça lentamente, concordando com sua proposta. Solta um suspiro alto, mostrando estar aliviada e sorri, saindo da sala em seguida e voltando depois de alguns minutos com algumas peças de roupas.

– Um pijama para você, pode tomar banho no banheiro do corredor.

Pego o pijama e vou até o banheiro. Tiro minha roupa e ligo o chuveiro, deixando a água descer sobre o meu corpo. Tinha sido uma noite de muitas emoções. Eu estava feliz que Moonbyul foi capaz de me fazer esquecer totalmente o incidente de antes com aquele homem, que estava rezando nunca mais encontrar. Desligo o chuveiro e me seco, colocando o pijama que Moonbyul me deu. Ele era verde claro com alguns desenhos de sapinhos por todo o tecido. Começo a rir pensando o motivo dela ter comprado um pijama desse. Ao sair do banheiro, encontro uma Moonbyul pensativa sentada no sofá da sala, ela nem ao menos notou minha presença ao seu lado, só depois que sentei ao seu lado e a despertei dos seus devaneios.

– Espere aqui, vou tomar um banho rápido.

Observo-a ir para o corredor e fico encarando o nada depois que não era mais possível vê-la. Fico encarando minha mãos que estavam pousadas em meus joelhos. Noto que ao lado da televisão havia uma pequena moldura com uma foto, conseguia enxergar uma pessoa. Me aproximo pegando moldura e vendo melhor a foto. Era Moonbyul, seus cabelos eram pretos e estava sorrindo de um jeito espontâneo. Estava incrivelmente linda. Provavelmente alguém lhe fez rir e aproveitou para tirar a foto, deixando-a fofa. Viro a moldura e percebo algo escrito atrás.

“Continue sempre com esse sorriso.

-K”

Começo a pensar que seria o possível dono da frase, talvez quem tirou a foto e deu de presente a ela. Sinto uma mão em meu ombro, me assustando e quase deixando a foto cair no chão. Olho para o lado e vejo Moonbyul com os cabelos molhados me encarando.

– Essa foto é antiga, ganhei de presente de uma amiga.

– Oh… - encaro a foto mais uma vez para captar toda a beleza dela antes de colocar de volta ao seu lugar. - Você está muito linda nessa foto.

Vejo-a corar, desviando o olhar por alguns segundos e sorrir timidamente. Ela volta a me encarar e abre lentamente sua boca.

– Solar…

Senti como se tudo tivesse parado no momento que ouvi sua voz. Era rouca e um pouco desafinada, mas conseguiu me fazer arrepiar por todo o meu corpo. Não pude conter uma pequena animação mas me contive, para não assustar a mesma.

– Solar? - digo baixinho, deixando que ela fizesse leitura labial.

– Seu apelido, você é como o sol que ilumina o meu dia. - coloca sua mão em minha bochecha, acariciando o local.

– Moonbyul… - coloco minha mão sobre a sua e a encaro, sorrindo timidamente por causa do seu contato.

Moonbyul começa a se aproximar lentamente, sem acabar com o carinho em minha bochecha. Seus olhos estavam fixos aos meus, me hipnotizando e aproximando de seu rosto também. Coloco minhas mãos sobre seus ombros e fecho meus olhos, sentindo sua respiração pesada perto de mim. Seus lábios encostaram aos meus, era como se um choque percorresse por todo o meu corpo. Suas mãos vão para a minha cintura e me puxando para mais perto, intensificando o beijo. Sua língua explorava cada canto da minha boca, e a cada toque eu sentia meu corpo se arrepiar ainda mais. Coloco minhas mãos em sua nuca, acariciando-a enquanto apreciava o beijo.

Eu me sentia no céu e era tudo por causa de Moonbyul.