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História SeuSegredo.Com - Oi, sou a Anna


Escrita por: Naaatchu

Notas do Autor


Boa noite bolinhos de chocolate branco com granulado, como vocês estão?
Eu estou com o coração partido, cada capítulo mais perto do fim.
Ao mesmo tempo estou muito contente por concluir outra história, bem estranho né? kkkkk
Espero que tenham uma boa leitura e leiam atentamente as notas finais ♥

Capítulo 29 - Oi, sou a Anna


Fanfic / Fanfiction SeuSegredo.Com - Oi, sou a Anna

Observo Lucca saindo da pequena lanchonete com dois sacos pardos em mãos e abro a porta do motorista para que ele possa se acomodar.

Nós estamos muito longe da pequena cidade de Oasis agora, ele dirigiu sem parar desde que saímos do baile e acho que só parou no posto de gasolina semiabandonado onde estamos porque o carro precisava reabastecer.

Se olhar atentamente para o céu serei capaz de ver nuances mais claras nele alertando sobre o nascer do sol que se aproxima.

-Trouxe frapuccino – ele anuncia – Com cafeína extra.

– Fico surpresa que neste fim de mundo saibam o que é um frapuccino – comento enquanto pego um dos sacos da mão dele.

Lucca se senta no banco do motorista e liga o rádio do carro. Eu não sei para onde estamos indo e acho que ele também não faz ideia, mas continuamos seguindo pela estrada vazia livre de qualquer trafego de carros ou pedestres.

Nós desligamos nossos celulares assim que saímos do baile, inclusive o da Secret. Praticamente nos isolamos para evitar qualquer contato com os colegas do Saintine.

Imagino como o blog deve estar cheio de comentários e mensagens agora, ainda bem que responder isso será uma dor de cabeça para a “nova” Secret.

Certa vez, uma sábia adolescente me disse que se eu, por ventura, jogasse uma bomba teria que garantir que estaria bem longe quando ela explodisse para que não fosse atingida pelos estilhaços. Sou grata a minha irmã por ter me dado essa lição de vida tão útil no momento.

Coloquei todos os detalhes sobre a morte por overdose de uma garota de Sparks durante uma festa em Oasis há três anos, sei que demorei muito para ter feito essa denúncia contudo, eu quebrei algumas leis para descobrir o que aconteceu com ela então estava me protegendo. Denunciei o abuso psicológico que alguns pais fazem com seus filhos e até alguns casos de abuso sexual. Falei abertamente sobre a enfermeira que ajuda garotas com abortos ilegais, arriscando a vida delas. Expus casos extraconjugais de pessoas importantes para a comunidade de Oasis.

Joguei cada merda que tinha guardado no caderninho preto da Secret no ventilador em um vídeo que foi assistido por vários adolescentes dos quais pelo menos metade gravou cópias com os celulares que devem estar rodando pelo YouTube nesse exato momento.

 Estudo as poucas estrelas no céu procurando alguma constelação sem sucesso enquanto o carro continua pela estrada. Essas estrelas são tão diferentes das que colei no teto do quarto do meu melhor amigo. Será que as estrelas observam os humanos buscando padrões para enxergar nossa beleza ou apenas aceitam que somos complexos demais?

A maresia me tira dos devaneios e faz com que preste atenção no percurso. Lucca entra em uma estrada de terra e sinto o sacolejo no carro causado pelas irregularidades dela. Começo a ver uma extensa linha no horizonte e cada músculo do meu corpo relaxa. Sei exatamente onde estamos.

Assim que Lucca estaciona o carro saio do veículo descalça, com a máscara na mão esquerda e a sacola com nossa comida na direita. Lucca faz o mesmo que eu usando a mão livre para bagunçar os cabelos escuros e sorri em minha direção.

– Sabia que ia gostar do nosso destino.

– Faz anos que não venho aqui.

Sinto a areia entre meus dedos dos pés a cada passo que dou e o vento matinal soprando as mechas do meu cabelo que há muito se soltaram do penteado complicado.

Não me importo com a parte de trás do vestido se arrastando na areia e deixando um rastro por onde eu passo. Hoje não vou me importar com nada.

Encontro algumas rochas grandes o suficiente para servirem como bancos e me sento em uma delas esperando por Lucca.

– A última vez que meu pai nos trouxe a essa praia, você usava mechas coloridas falsas no cabelo.

– E aquilo era terrível para tirar – sorri – Você usava camisetas do Scooby-Doo.

– Sempre fui estiloso, é uma maldição.

Ele tira algumas coisas do saco pardo que carregou e entrega um pão de queijo com provolone para mim. Como com voracidade, faz muito tempo desde a última vez que me alimentei.

Aprecio a visão das ondes e do céu clareando mais a cada momento enquanto saboreio meu café da manhã. Sinto como se estivesse no piloto automático há anos e só agora conseguisse enxergar o mundo de verdade. Droga, até mesmo o sabor do pão de queijo parece melhor.

– Uma moeda pelo seu pensamento.

Lucca sorri para mim com uma moeda de cinco centavos na mão. Pego a peça de cobre e brinco um pouco ela antes de respondê-lo.

– É estranho não estar pensando na próximo pessoa que irei expor ou respondendo mensagens em busca de escândalos  – olho para Lucca – Parece que durante anos eu não vivi por mim, mas sim por alguém que não existia... Um parasita, por assim dizer. Finalmente encontrei a cura, mas sem meu parasita não sei qual rumo tomar.

– Pode começar escolhendo uma faculdade ou curso. Acho que jornalismo combinaria muito bem com você.

Dou risada baixa e sinto a intensidade do olhar dele sobre mim. Lucca têm olhos lindos que conseguem a tonalidade ideal de dourado quando expostos a um nascer do sol como o que estamos vendo agora. É injusto que ele fique tão bem ao alvorecer após uma noite sem dormir.

– Como você se sente? – murmuro.

– Sinto como se finalmente tivesse minha Anna de volta – ele ajeita uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e tomba a cabeça para o lado sem desviar o olhar de mim por nenhum instante.

“Minha Anna”. Ele não disse “minha amiga” ou “minha melhor amiga”.

Dizer apenas “minha Anna” demonstra tanto sentimento de posse, porém parece tão correto. Sempre pareceu correto que eu fosse a Anna do Lucca e ele o meu Lucca.

– Acho que eu já sei qual rumo tomar, pelo menos parte dele – minha voz sai quase um sussurro.

Lucca não desvia o olhar do meu e agora parece tentar me encorajar a completar a frase. Será que ele sabe quais palavras serão ditas? Será que anseia por ouvi-las como eu em dizê-las?

Analisando o brilho em seu olhar, eu acho que sim.

– Eu sou uma confusão aleatória e vene– Bem, nem tão venenosa – ele sorri – E você só piora isso me roubando sorrisos e fazendo piadas só para que eu dê risada. Você almoça comigo nos lugares mais esquisitos, me vê chorar e tem um abraço incrível para me consolar quando preciso. Tira sarro com a minha cara, briga comigo, ataca com palavras e fica bravo sem motivo – respiro fundo, pensando nas palavras que durante anos guardei apenas para mim – Você intimida para me proteger, tem ataques de piti e me abraça sem razão. Já viu minha risada mais sincera e o choro mais dolorido – Lucca não parece confuso, ele sabe o que vou dizer. Vejo os olhos dele começando a marejar e resolvo continuar – Às vezes você envia carinhas engraçadas sem motivo, conta histórias tristes de maneira engraçada e pede para me ver do nada. É estranho, mas eu acho que você gosta de mim – ele não fica surpreso com as palavras – E o mais estranho, é que eu acho que eu gosto de você.  Será que agora que eu não sou a Secret nós poderíamos, sei lá, sair juntos e pegar um cinema como um... Casal?

Arrisco as palavras sem qualquer segurança e mordo o lábio para acalmar a ansiedade enquanto espero a resposta dele.

Nunca me senti tão insegura durante toda a minha vida. Quando eu era a Secret sabia que não podia dizer essas coisas a ele, não por ser meu melhor amigo, mas sim porque eu não teria como namorar e cuidar da vida de metade da cidade ao mesmo tempo. Sempre tive um pequeno fio de esperança de que ele também sentisse o mesmo, de que não fosse só uma ilusão minha e agora estou mordendo o lábio com tanta força que está quase sangrando enquanto espero a resposta dele.

Lucca segura meu rosto com as mãos e sorri para mim da forma mais linda e sincera que já vi na vida.

– Anna, se você continuar dizendo as coisas que eu sonhei em ouvir a vida toda terei que te beijar.

– Então você gosta de mim? – assim que as palavras saem da minha boca tenho vontade de dar um tapa na minha cara – Quero dizer, acho que gosta já que você não me mandou embora ou deu um chute na bunda...

Vou balbuciando as palavras sem encontrar sentido entre elas como se meu cérebro tivesse desligado.

– Meu Deus, Anna. Cala a boca.

Fiquei surpresa ao sentir a quentura dos lábios dele contra os meus e mais ainda com a maciez deles, é como se labaredas tivessem se espalhado pelo meu corpo inteiro e quando em dou conta estou com o cabelo dele entre meus dedos puxando-o para mais perto de mim. É um beijo calmo e carinhoso expressando cada sentimento e palavra que não dissemos um ao outro em anos.

Devagar, como se estivesse me sondando ele fez algo diabolicamente bom e mordeu meu lábio inferior. É impossível listar todas as reações que meu corpo teve diante desse gesto.

É normal sentir a pulsação tão acelerada ou estou doente?

 Sem se afastar, ele fala próximo aos meus lábios.

– Eu sempre amei você, Anna. E ainda amo.

– Então, nós estamos juntos? – perguntei esperançosa.

– Se você quiser, sim. Hoje, amanhã e sempre.

Como resposta eu o beijo com tanta vontade que fiquei surpresa.

Meu melhor amigo agora é meu namorado, quem diria que eu seria um clichê?

Afasto-me dele que me olha surpreso.

- Estou beijando mal? – pergunta em tom brincalhão.

- Não, mas para seguir esse rumo preciso me livrar de alguns souvenires do antigo.

Lucca me olha confuso. Pego o celular da Secret e tiro o chip com os contatos e mensagens armazenados do aparelho.

- Adeus Secret, foi bom ser você – murmuro para o aparelho antes de jogá-lo no mar.

Faço o mesmo com a máscara e fico vendo enquanto a maré e as ondas cuidam de desaparecer com minhas preciosas lembranças como Secret.

- Isso foi ecologicamente errado, mas moralmente correto – Lucca coça a nuca – Fiquei confuso.

- Não pense muito, só me beije – brinco enquanto o abraço.

- Dez beijos por cada ano que estive apaixonado por você sem dizer.

- Só dez? – finjo estar decepcionada.

O olhar dele me diz que serão bem mais do que dez por ano. 


Notas Finais


O coração de mais alguém palpitou quando leu sobre os sentimentos da Anna?
Pois é, o "textão" que ela falou pro Lucca foi escrito por mim para o carinha que eu gosto kkkkkkk
Difícil essa vida de quem gosta e não sabe se é correspondida ai ai ai
Como eu sei que vocês estão MEGA curiosos sobre a nova Secret, vou trazer algumas informações sobre ela no próximo capítulo.
Acham que ela será venenosa? E alguém percebeu a máscara da Anna?
Curtam a fanpage:https://www.facebook.com/NatchuFics/
Obrigada por ler o capítulo.
Beijos de hortelã ♥


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