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História Seven love letters - A burocracia francesa e a americana


Escrita por: myavengedromanc

Capítulo 23 - A burocracia francesa e a americana



 

Legalmente falando, ficamos sabendo no consulado francês em Los Angeles que seria muito mais fácil se nós amarrássemos o nó na França e depois fizéssemos a cerimônia para a família e amigos em Malibu. Na França, o único casamento que contava era a cerimônia civil, realizada na mairie local, isto é, na prefeitura. Um casamento adicional na igreja ou no templo era comum, mas não era o que legalizava a união, de fato, isso não entrava em nossos planos por sermos um casal homossexual, então apenas uma festa de comemoração seria o suficiente. Antes que nos dessem uma data, teríamos de entregar à prefeitura uma pasta de casamento, e só então eles iriam publicar o que era chamado de la publication des bans, as proclamas, afixadas numa vitrine para que toda a cidade visse, caso alguém — um ex vingativo, por exemplo — desejasse questionar o casamento. Um resquício da Idade Média, sim, mas era a lei. A papelada era confusa e parecia não ter fim.

Assim que voltamos para minha nova casa, fomos direto para o Hôtel de Ville — um jeito elegante de dizer “paço municipal” — para pegar a lista de documentos exigidos. Entramos no prédio da prefeitura, nos sentamos num banco rígido do lado de fora de état-civil e esperamos pacientemente por nossa vez de sermos chamados. Alguns instantes depois, uma mulher robusta, com cabelo escuro e olhos castanhos nos chamou para a sala dela com um movimento do dedo indicador. Ela se sentou atrás de uma mesa e apontou para as cadeiras à sua frente.

Enquanto Gerard explicava o propósito da nossa visita, ela o olhava com curiosidade, seus olhos castanhos cintilando com reconhecimento. A mulher abriu uma pasta, tirou um pedaço alaranjado de papel e o colocou na nossa frente.

— Vous avez des questions? (Você tem alguma dúvida?)

Os olhos dela revelaram o que a boca não disse: você deve saber o que é necessário, não esteve aqui no ano passado? Quando nos levantamos para sair, a mulher teve um vislumbre do meu anel brilhando e lançou um olhar fulminante para Gerard. Estávamos condenados. Eu podia sentir.

A lista de Gerard era bem simples: certidão de nascimento, declaração de divórcio, comprovante de identidade e comprovante de residência. Os meus, no entanto, eram um pouco mais tediosos. Além dos mesmos documentos, os quais teriam de ser traduzidos por um tradutor juramentado, eu também teria de fornecer uma das seguintes opções: um certificat de non-remariage ou um certificat de coutume. O certificat de non-remariage era exatamente isso: um certificado comprovativo de que não havia me casado de novo desde o divórcio. O certificat de coutume era um parecer jurídico informando que, de acordo com as leis do meu país, eu estava legalmente livre para me casar e não tinha me casado desde o meu divórcio.

— Acho que precisamos contratar um advogado para fornecer os dois documentos. — disse Gerard.

— Por quê? Parece um pouco redundante. Quero dizer, está escrito ou... Ou significa ou...

— Só estou com um pressentimento.

Pela forma como a mulher tinha olhado para Gerard na mairie, eu concordava.

— Você já falou ao Chris sobre nós? — perguntou ele.

— Ainda não. Você já contou à Natasha?

— Ela não responde aos meus e-mails nem aos telefonemas. Ela não se importa. — franziu os lábios — Mas Chris ainda te manda e-mails. Isso tem que parar.

— Eu sei. — respondi — Mas as coisas são diferentes entre Chris e eu. Ficamos juntos por quase treze anos…

— Frank, agora você está comigo.

— Vou dizer a ele. — disse eu. A única coisa era que eu não sabia como dominar aquele medo, como diria ao meu ex que eu estava feliz. Finalmente. Feliz.

Enquanto Gerard estava no trabalho e as crianças, na escola, passei meu tempo procurando por todas as oportunidades potenciais de design freelance nos Estados Unidos apenas para descobrir que não havia nada, além de tentar descobrir a melhor forma de conseguir os documentos do meu casamento iminente e próximo. Embora o site do consulado francês listasse advogados e suas áreas de atuação, encontrar um que agisse tanto nos Estados Unidos quanto na França se mostrou um desafio. Gerard e eu reunimos os documentos dele, mas decidimos que era melhor eu reunir os meus quando voltasse para os Estados Unidos.

Uma semana não nos faria mal, faria?

Gerard tinha me prometido um vislumbre de sua vida cotidiana com os filhos. E agora, com o fim das festas, a vida cotidiana foi exatamente o que vi. À noite, Gerard me ensinava a cozinhar gastronomia francesa básica, uma habilidade com a qual ele era mais do que familiarizado, tendo sido um pai solteiro por tanto tempo. Eu abria uma garrafa de vinho e tomávamos uma taça enquanto ele me instruía sobre os pontos mais delicados de se preparar uma quiche — o segredo era a massa pré-assada, minúsculos pedaços de presunto chamado lardons, crème fraîche, herbes de Provence e mostarda dijon, a verdadeira. Eu cozinhava os lardons enquanto Gerard misturava os ovos com um batedor, um fouet. Nós nos encontrávamos em algum lugar no meio do caminho e nos beijávamos: sobre uma quiche, um pot-au-feu, um boeuf bourguignon ou as ainda mais simples “ettes” — raclettes, tartiflettes ou galettes. Trabalhávamos bem juntos e eu adorava o fato de que ele gostava de cozinhar tanto quanto eu. Uma noite, porém, Gerard chegaria tarde do trabalho e eu estava preparando a refeição sozinho, quando Elvire entrou na cozinha, seguida por Max.

— On mange quoi ce soir? (O que vamos comer hoje a noite?) – perguntaram, suas expressões um pouco temerosas.

Gerard me havia alertado sobre a experiência alimentar que haviam tido com Natasha.

Pelo que parecia, ela tinha preparado uma refeição russa carregada com toneladas de maionese, e as crianças se recusaram a comê-la, o que fez Natasha ter um acesso de raiva. Ela subiu as escadas chorando, bateu a porta e não quis sair do quarto até a manhã seguinte.

Também se recusou a novamente tentar cozinhar alguma coisa para as crianças ou para Gerard.

— Ce soir — eu disse com um grande sorriso — on mange un magret du connard.

— Connard? — repetiu Max.

— Oui. — respondi — T’aime le connard?

As crianças irromperam em gargalhadas, e eu não entendi o motivo até Elvire explicar que connard significava babaca em francês, e que canard era pato. Opa. Embora minha última gafe francesa tivesse me feito encolher de vergonha no início, era uma das boas. Pela primeira vez, Max e Elvire estavam realmente rindo comigo.

Durante nosso prato de pato servido com um acompanhamento de arroz e vagens francesas, olhei para o sofá. Precisava de almofadas coloridas, algumas mantas. O chão da sala precisava de um tapete. Um pouco de arte nas paredes também seria bom. O designer em mim não conseguia se conter em planejar tudo; nem tudo tinha de ser utilitário. Além disso, eu precisava colocar minha marca no local, fazer da casa um lar. Fiz uma lista mental do que eu precisava trazer dos Estados Unidos e o que seria necessário declarar. Como pratos e talheres que combinassem, bules e panelas que não estivessem amassados e tigelas de servir.

Felizmente, Gerard concordou. Ele queria animar nossa casa, mas com seu horário de trabalho cheio, ele não tinha tempo. Comecei com pouco, indo ao centro e comprando itens decorativos — em promoção, claro — como dois castiçais de vidro mercurizado e uma bandeja de madeira entalhada.

Quanto às tarefas domésticas, parecia que lavar roupa nunca chegava ao fim. Era o que acontecia quando se tinha uma garota adolescente cuja ideia de limpeza do quarto incluía jogar tudo o que tinha dentro do cesto de roupa suja. Eu lembrava daqueles dias. E estava agradecido por Gerard ter comprado a secadora. Eu era um homem americano acostumado às conveniências modernas e não conseguia me imaginar pendurando todas as roupas e lençóis no quintal durante o inverno, usando pregadores de madeira, como nossos vizinhos.

As noites de sexta eram reservadas para compras de supermercado e aos sábados de manhã íamos ao mercado local para comprar frutas, legumes e verduras frescos. No domingo, Gerard, as crianças e eu fazíamos faxina juntos. Acredite em mim, não havia nada mais sexy do que observar aquele homem passar aspirador e passar pano, especialmente porque eu não gostava de fazer nenhum dos dois. Eu estava mais para espanar as superfícies e organizar. O único drama acontecia quando as crianças não davam ouvidos a Gerard ou, como filhos típicos, respondiam. Quando isso acontecia, eu apenas fingia que não os entendia. Até que estivesse mais integrado em suas vidas, eu queria ficar de fora.

Só havia uma coisa que faltava em nossa crescente unidade familiar franco-americana: nossa gatinha.

Então, carregamos o carro, dirigimos as duas horas até Bordeaux, cantando o tema de Happy Days, para buscar Bella no criador. No momento em que a vimos, nos apaixonamos.

Ela era linda e sua pelagem era incrivelmente macia, suave como seda. A gatinha ronronava como o mais alto dos motores. Esguia e musculosa, sua barriga tinha manchas de leopardo e suas pernas eram como as de um tigre. As marcas na carinha davam a impressão de que ela exibia um sorriso permanente. Seus olhos eram gigantescos, um belo verde e amarelo, e ela parecia sábia, quase mística. As crianças ficaram mais do que empolgadas. Eu também. Por isso, podíamos ter comprado um dos gatos mais caros do mundo, mas o simples fato de que ele me aproximava das crianças era inestimável. Éramos como uma grande e feliz quase família.

Era bom demais para ser verdade.

E era mesmo, porque, mais uma vez, o tempo passou rápido demais. Tínhamos acabado de nos entrosar, as crianças estavam começando a me conhecer e agora era hora de ir embora.

Olhei nos olhos de Gerard no aeroporto. Ele insistiu em esperar comigo na fila do check-in, gastando até o último segundo comigo enquanto podia.

— Por favor, você tem de contar a ele sobre nós. — por ele, eu sabia que Gerard se referia a meu ex-marido, Chris — Consigo ver nos seus olhos. A culpa.

Antes que tivéssemos saído de casa rumo ao aeroporto, eu havia cometido o erro de verificar minha caixa de e-mails e tinha encontrado várias mensagens de Chris me dizendo como a saúde de Ike estava definhando depressa, o que era mais do que preocupante. Meu instinto sobre o meu cachorro tinha sido certo.

— Agora não. Não é o momento.

— Frank, eu te conheço. Você tem um coração bom, mas ele é uma toxina na sua vida. Veneno não te mata imediatamente; mas, pouco a pouco, vai trabalhando pelo seu sistema. Você tem que tirar o veneno da sua vida antes que ele danifique tudo. Você tem coisas mais importantes para pensar. Tem a mim e às crianças. Precisa abandonar sua culpa e seguir em frente.

Eu sabia que ele estava certo, mas magoar Chris ainda mais do que eu já tinha magoado não estava na minha lista de prioridades. Evitar conflito estava.

— Prometo que vou contar.

— Quando?

— Não posso despejar isso nele agora. Ike…

— Entendo sobre Ike, de verdade. Mas também acho que ele está usando o cão para te manter na vida dele.

A mulher atrás do balcão da British Airways me chamou. Gerard segurou minha mão enquanto eu fazia o check-in, apertando-a. Tínhamos apenas alguns minutos restantes juntos antes que eu fosse até o portão. A tristeza pairava sobre meu coração outrora feliz.

— Frank, sei que você vai fazer a coisa certa. — Gerard sussurrou em meu ouvido — Preciso de você aqui comigo, totalmente.

— Vou fazer o que puder. O mais rápido possível.

 

**

 

Reparti minha vida em pedaços que eu conseguia administrar, o que tornava os problemas que eu estava enfrentando muito mais fáceis de engolir. Em primeiro lugar, casamento. Em relação à minha certidão de nascimento, o documento mais importante da lista para o governo francês aprovar nossa petição de casamento, eu precisava preencher alguns papéis e enviá-lo juntamente de uma declaração autenticada, afirmando quem eu era, e um cheque de quatorze dólares. Fácil. Dei ok no primeiro item da lista.

Estava na hora de falar com a advogada de falência. Para me livrar da minha dívida, ela me custaria pouco mais de dois mil dólares. Antes que eu fechasse, contei sobre minha situação e como eu planejava me mudar para a França. Isso, ela me assegurou, não era problema. Poucos dias depois, fiquei sabendo que minha audiência havia sido marcada para o final de fevereiro.

— Querido — disse Gerard em um de nossos telefonemas diários —, se sua falência não passar, estou aqui para te ajudar. Vamos cuidar das coisas juntos. Eu pago as mensalidades até conseguir vender a kitchenette nos arredores de Paris. Afinal, eu já tinha vontade de me livrar daquilo.

De jeito nenhum. Eu agradecia a oferta, mas não ia acontecer. Não com meu orgulho.

— Mas isso é seu pé-de-meia. É seu único investimento. Eu cuido dessa confusão financeira sozinho. Isso não é problema seu.

Gerard não tinha qualquer dívida, nunca teve. Quando disse a ele pela primeira vez sobre o montante necessário para pagar meus cartões de crédito, ele não entendia como eu poderia ter chegado a dever tanto. Ele havia definido o limite de seu cartão para três mil euros e todos os meses sua fatura era paga no débito automático. Claro, às vezes, isso o deixava “no vermelho”, como ele dizia, mas nunca por muito tempo e havia poucos encargos bancários.

— Agora estou investindo em você.

Que homem. Ele ficaria comigo em qualquer crise.

O tom de Gerard ficou sério:

— Você já contou ao Chris?

— Ele é a última coisa da lista, mas estou chegando lá.

— Estou orgulhoso de você. — disse Gerard.

— Orgulhoso?

— Por ser tão forte.

No momento, eu não me via como forte. O estresse era esmagador, e eu estava começando a questionar minha sanidade. Eu me perguntava se seria capaz de realizar tudo o que precisava fazer para ter minha vida de volta nos trilhos. Minha lista de tarefas estava uma confusão de rabiscos ilegíveis. Quanto mais eu pensava sobre o que precisava fazer, mais a lista crescia.

Liguei para Bert, precisando ouvir uma voz amiga.

— Você pode vir me visitar antes de eu me mudar para a França? — perguntei.

— Estava pensando em quando?

— Bem, tenho de voltar em abril, então, março?

— Vou procurar passagens assim que desligar. — disse ele — Não posso acreditar que você vai se mudar para a França. É uma loucura.

Engoli em seco. Aquilo tudo era uma loucura. A ficha da realidade estava começando a cair. Mudar para outro país era uma experiência assustadora, para dizer o mínimo. Em que eu estava me metendo? Já que estava no espírito das listas, decidi criar uma com todos os prós e contras de me casar com Gerard e de me mudar para a França:

 

Contras

1. Ficaria longe da minha família e dos meus amigos.

2. Não falava bem a língua.

3. Me tornaria pai instantaneamente.

 

Prós

1. Tinha passado o último ano vivendo na casa dos meus pais, e a França estava a apenas um voo de distância. Poderia voltar para casa sempre que quisesse.

2. Faria novos amigos. E todos os meus amigos nos Estados Unidos estavam morrendo de vontade de me visitar na França, especialmente minha irmã.

3. Eu estaria imerso na sociedade francesa, então obviamente o meu francês iria melhorar.

4. Os filhos de Gerard e eu nos dávamos muito bem. Tinha certeza de que havia espaço no coração deles para mim.

5. Mudar para um novo país seria uma aventura.

6. Não conseguia imaginar uma vida sem Gerard. Eu o amava.

 

Todos os prós anulavam os contras, e a revelação que eu tinha tido na véspera de Natal atingiu meu cérebro. Lembrei-me de que eu estava lutando por amor. Se aquilo tudo era loucura, que a loucura começasse. Eu poderia lidar com o estresse, mas os itens da minha lista de afazeres não iam ser realizados sozinhos. Havia apenas uma pessoa a quem eu poderia recorrer para me tirar do lodo da minha vida: eu e somente eu.

Minha conta bancária estava bem próxima de ficar negativa. Eu realmente precisava de dinheiro. Liguei para Ray para que ele soubesse que eu estava pronto e disposto a passear à noite, mas só poderia andar com Kira, a husky, já que ela morava no meu bairro e eu ia entregar o carro. Depois de desligar o telefonema com Ray, deixei uma mensagem de voz para minha recrutadora e, em seguida, para garantir, enviei-lhe um e-mail. Mandei alguns currículos para mais algumas oportunidades freelance que tinha encontrado no Craigslist.

Liguei para o banco e os alertei sobre meu infortúnio, para informá-los de que estava passando por um processo de falência e que entregaria meu carro. Durante o resto da tarde, trabalhei nos meus impostos. Porque eu tinha descontado meu fundo de previdência mais cedo, vi minha declaração ir de positiva a negativa em trezentos dólares. Meu estômago também afundou. Exausto, desabei na cama. Estava prestes a cochilar e a dormir quando o telefone tocou. Era a vendedora de bens que estava trabalhando com meus anéis.

— Boas notícias, más notícias. — disse ela — O que você quer primeiro?

Eu ansiava por uma boa notícia.

— A boa.

— Bem, vendemos o jogo de chá.

— Isso é ótimo. — sentei-me na cama, bem desperto — E a má notícia?

— Falei com minha joalheira especialista e ela tem uma oferta nos seus anéis. Não é bem o que você esperava, mas ela acredita que é a melhor oferta possível.

A quantia em dinheiro era decepcionante, mas eu não ia brincar com minha sorte, considerando que ninguém na cidade queria me dar mais do que dois mil. Fiz as contas na minha cabeça.

— Aceito.

— Vou colocar o cheque no correio amanhã.

Dei um suspiro de alívio com tanta vontade, que poderia sacudir cada folha em cada árvore no cânion.


 

**

 

Duas semanas depois, dois capangas musculosos e tatuados vieram pegar meu carro. Não fiz contato visual. Só entreguei as chaves e não disse uma palavra. Algumas horas depois, recebi a cópia autenticada da minha declaração de divórcio, o que foi uma bênção, mas também recebi uma carta do departamento de registros do condado de Los Angeles dizendo que não tinham registros do meu nascimento. Logo fiquei sabendo que, porque eu tinha um pai adotivo, meus registros haviam sido lacrados em Sacramento, e eu tinha de entrar em contato com o Departamento de Saúde Pública da Califórnia (DSPC), cujo website dizia que poderia levar até dezoito semanas para eu receber uma certidão de nascimento. Sem o documento emitido e certificado dentro dos últimos seis meses, eu não poderia me casar com Gerard.

A raiva me invadiu.

Maldito Anthony. Mais uma vez, meu pai biológico tinha atrapalhado minha vida. Se não fosse por ele, minha certidão de nascimento estaria na minha mão, entregue no prazo de duas semanas.

Já que eu não tinha mais carro, adentrei uma milha pelas estradas do cânion para passear com Kira, esperando que a proprietária, Barbara, uma advogada, estivesse em casa. Com aproximadamente a idade da minha mãe, Barbara era minha cliente dona de cachorro favorita, porque não me tratava como um serviçal e sim como amigo. Sem fôlego, quando abri a porta da frente, fiquei extasiado ao encontrá-la sentada em frente ao computador na sala de estar.

Com um queixo tremendo, relatei meu dilema.

— É época de eleições, Frank. Você foi inteligente ao começar escrevendo para o DSPC. Se isso não funcionar, passe para os caras mais importantes, como o senador ou talvez até mesmo o governador. Na verdade, eu não perderia tempo. Faça agora. Os escritórios para o público servem apenas para isto: ajudar os eleitores em seus distritos. Não faria mal a ninguém. — Barbara ergueu o punho em gesto de vitória. — Lute por seu amor. Estou torcendo por você.

Escrevi a cada oficial de estado, na Califórnia, implorando ajuda. Depois dei a notícia a

Gerard.

— Querido, não fique tão chateado. — disse ele — Por enquanto, só temos de seguir em frente com o que temos. Digitalize a certidão de nascimento antiga e sua declaração de divórcio, envia-os para mim e eu vou mandar traduzir tudo enquanto você procura os originais. E agora que você tem o divórcio, contrate o advogado para executar o certificat de coutume e o de non-remariage. Não se estresse. Vai dar tudo certo.

Mas e se não desse?

 



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