Capítulo 7.
Título do capítulo: Nunca achei que ela fosse assim!
Música do capítulo: This Kiss - Carly Rae Jepsen
Eu e Harry nos separamos rapidamente, respirando profundamente e olhando para onde as vozes vinham...
Eram Anne e minha mãe.
Eu arregalei os olhos, e Harry olhou pra mim, passando o dedo polegar pelo lábio de baixo dele...
- Mãe? – disse baixo, ainda surpresa.
- O que significa isso que nós vimos? – minha mãe continuou quieta, apenas Anne continuou a falar... – Harry? – ela se dirigiu ao filho.
- Foi um beijo mãe... Não é o que parece?! – ele disse irônico.
- Harry, eu estou falando sério! Pare com suas ironias! – Harry olhou pra ela, assim como eu.
- Ariana, o que significava isso? – dessa vez minha mãe abriu a boca, finalmente...
- Não foi por nós queríamos! – eu disse.
- Eu quero saber o motivo... – ela cruzou os braços.
- Harry e eu estávamos conversando, normalmente, mas uma amiga dele apareceu e ele queria despista – lá, então nós nos beijamos... – minha mãe estava ficando com raiva. – Mãe, fica calma... Não foi de língua. Foi só um selinho!
- Teve língua sim! – Harry disse, brincalhão.
Eu olhei pra ele, assim como Anne e minha mãe, todas com raiva... Ele riu fraco, mas depois desfez seu sorriso...
- Ariana, vamos pra casa agora... – minha mãe ia puxar meu braço, mas eu desviei. – Ariana... – ela disse autoritária, com muita raiva...
- Eu preciso ir no banheiro e pegar minha bolsa na igreja...
- Deixe isso pra lá! Vamos, agora! – eu estava tremendo...
- Mas mãe... – ela me interrompeu.
- Já chega Ariana, eu disse, agora!
- Por favor, estou apertada para ir no banheiro, e tenho coisas pessoais na bolsa...
- Não me faça perder mais a paciência do que eu já perdi Ariana, vamos logo!
- Mãe...
- Eu cansei! – ela levantou o braço para me bater, e eu apenas arregalei os olhos, surpresa e paralisada.
Anne segurou minha mãe e Harry entrou na minha frente, colocando seu braço direito na frente do meu corpo, eu me segurei nele, por pura defesa...
- Louise, acalme – se! – Anne disse para minha mão, abaixando o seu braço...
Harry parecia surpreso por minha mãe ter levantado a mão para mim, pois ele continuou com a mão na frente do meu corpo... Harry Styles estava me protegendo?!
- Ariana, eu estou cansada... – minha mãe disse. – Não aguento mais ficar aqui. – prestava atenção nela, assim como Harry e Anne, que ainda a segurava. – Eu vou pra casa... Se eu não te ver lá até 8 da noite, você nem queira saber qual será o seu castigo... – meu corpo se arrepiou.
- Tudo bem... – disse quase num sussurro, abaixando a cabeça.
- Quer que eu te acompanhe Louise? – Anne disse, educada.
- Adoraria Anne... – Anne deu a mão para a minha mãe e elas se viraram.
Antes de saírem dali, minha mãe olhou para mim com um olhar fuzilador, indo até a calçada...
As duas foram até a minha casa, que era na rua de baixo, ficamos apenas eu e Harry.
- Você está bem? – ele perguntou, calmamente, olhando para mim. Eu não disse nada, apenas balancei a cabeça positivamente.
- Eu vou pra minha casa... – sussurrei e fui caminhando até a saída daquele espaço com os arbustos...
- Ariana! - Harry me chamou, eu me virei para ele. – Você beija muito bem... – ele passou a língua pelos lábios e eu senti minha bochecha corar aos poucos.
Sorri em agradecimento e sai daquele local, caminhando para dentro da igreja.
Fui ao banheiro, e quando sai, peguei a minha bolsinha, saindo da igreja pelo portão da frente, enquanto todos os fiéis estavam no altar, saboreando a todas as guloseimas que estavam ali.
Desci os quatro degraus do portão e fui caminhando até a calçada, mas quando levantei meu olhar, vi uma coisa linda...
Harry subiu na moto dele, sem se quer colocar o capacete, ligou o motor e olhou para mim antes de sair.
Eu caminhei até o lado de sua moto, a apreciando...
- Quer subir? – olhei pra ele. – Te deixo na sua casa...
- Não, obrigada...
- Tem certeza?
- Harry, eu moro na descida dessa rua... – rimos fraco. – Até amanhã... – sorri e quando ia caminhando pela calçada, o Harry me impediu.
- Vamos nos ver amanhã? – corei.
- Não sei! Era só modo de falar... – ele concordou.
- Então, tá bom... Até amanhã. – e aquela frase foi a deixa para Harry sair em disparado com a moto, virando a rua e sumindo de minha visão em poucos instantes...
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Depois de alguns poucos minutos descendo a rua, cheguei até o portão da minha residência.
Abri o portão, entrei no quintal e fechei o portão, caminhando até a porta.
Quando ia segurar a maçaneta, a porta foi aberta por outra pessoa. Levantei meu olhar e vi Anne saindo de casa, e antes de fechar a porta, me ver e deixa – lá entreaberta.
- Mamãe está ai dentro? – perguntei.
- Está Ariana, e acho melhor você se acalmar para conversar com ela. – concordei. – Amanhã você irá no culto?
- Provavelmente sim... Mas irei depois do começo, pois amanhã é segunda e tenho aula.
- Tudo bem. – Anne abaixou a cabeça. O clima ficou tenso. Um silêncio perturbador e a paralisia de ambas.
- Anne... – ela me olhou. – Você está brava comigo?
- Você sempre foi tão querida por todos... Por que ficaria brava com você, Ariana?
- Pelo acontecimento de hoje...
- Fique tranquila, não condeno vocês dois... – eu abaixei minha cabeça, mas Anne a levantou com o dedo, fazendo – me olhar no fundo de seus olhos. – Vocês são jovens... Vocês provam coisas novas.... É normal.
- Que bom que entende. Mas só quero deixar claro que só aconteceu uma vez. Não se repetirá. – Anne sorriu fraco e concordou.
- Até amanhã, querida... – Anne deu um beijo em minha testa e sorriu, acariciando minhas bochechas.
- Até amanhã... – ela caminhou até o portão, abriu ele, saiu de casa e o fechou, caminhando pelas calçadas, provavelmente indo para sua casa...
Respirei fundo e olhei para frente, vendo a porta entreaberta, fazendo com que a luz da sala de casa saísse para o quintal.
Coloquei a mão sobre a porta e a empurrei levemente, abrindo – a e entrando em casa num silêncio total.
Fechei a porta e olhei para a sala, vendo minha mãe.
Ela estava ajoelhada no chão, de frente para uma mesa pequena, onde tinham vários terços e estátuas miniaturas de santos diferentes.
Louise mantinha um terço enrolado em seus dedos, de cabeça baixa, parecendo estar orando por algo.
Em sua frente, pendurado na parede, o quadro que minha mãe havia comprado, com a imagem de Jesus.
Caminhei até sua direção fazendo o mínimo de barulho. Quando cheguei ao seu lado, apoiei minha mão sobre seu ombro levemente, fazendo – a levantar a cabeça, mas não olhar para mim.
- Mamãe?... – disse baixo.
Ela se levantou, e se virou para mim. No seu rosto, via olheiras e marcas avermelhas, sinais de que lágrimas haviam saído de seus olhos...
- Que horas são? – ela só disse aquelas três palavras.
- Fique tranquila, ainda não são oito horas... – mamãe engoliu o choro e me olhou profundamente. – A senhora está brava comigo?
- O que você acha? – abaixei a cabeça. – Ariana, você se comportou de uma maneira ridícula... – olhei para ela. – Acha que isso é correto?!
- Mamãe, não fui ridícula...
- Como não, Ariana?!
- Eu apenas beijei um garoto... Todas as garotas fazem isso um dia... E já era hora de eu beijar... Esperei 17 anos por isso!
- E tinha que esperar mais tempo ainda! – olhei incrédula para ela. – Beijo é só com o homem correto!
- Mamãe, hoje não existe mais isso! Você não beija o homem que vai se casar.... Beija o homem por qual é apaixonada...
- Você é apaixonada pelo filho de Anne?! – ela perguntou, com medo da resposta.
- Não... Não sou apaixonada pelo Harry, mamãe...
- Então por quê o beijou?
- Eu já expliquei pra você e para a Anne hoje de tarde!
- Você realmente acha que eu acreditei naquilo, Ariana?!
- Mas é a verdade, mamãe!
- Eu sei que não é! – ela me olhou fundo. – Como castigo, você vai... – interrompi ela.
- Castigo pelo o que?!
- Por ter caído no papo daquele filho bastardo da Anne!
- Ele não é tudo isso que todos acham mamãe!
- Como não, Ariana?! Todos do bairro sabem bem o tipinho daquele menino!
- E todos estão enganados! – ela me olhou incrédula. – Harry não é tão ruim, ele tem um coração ótimo, é uma boa pessoa!
- Não imagine coisas, minha filha!
- Não estou imaginando! É a pura verdade! Harry é cabeça dura, mas por trás daquele menino frio, existe um garoto puro e doce!
- Já chega Ariana!
- Mas, mamãe, acredite em mim...
- Neste momento, você vai cumprir o seu castigo, ou terei que ser mais severa do que já serei! – abaixei a cabeça... – Já sabe o que terá que fazer... – olhei para ela, com os olhos arregalados.
- Não, mamãe, o milho não, por favor!
- Cale – se! Agora, estou mandando!
- Mamãe, me dê outro castigo... O milho não, eu te imploro!
- Agora Ariana, estou perdendo minha paciência... – ia me defender, mas não adiantava...
Terei que fazer aquele castigo...
Minha mãe me deu licença, e eu passei. Fui até a cozinha, peguei um milho e voltei para a sala, parando em frente aquela mesa que minha mãe estava orando quando cheguei.
Coloquei o milho no chão e respirei fundo...
- Ande logo com isso Ariana! Você acha que é fácil para mim?! – nem dei ouvidos.
Me segurei na mesa e ajoelhei em cima do milho, quase gritando de dor.
- Mamãe... Me deixe levantar... Te imploro! – disse gemendo, a dor no meu joelho era insuportável...
- Não! Você vai continuar! Vou buscar a água!
- Mamãe... – uma lágrima saiu dos meus olhos... Aquilo era horrível!
- Deus vai te curar... – ela virou meu rosto para ela, me encarando... – Vai se arrepender de ter se tornado uma vadia! – aquelas palavras doeram em mim, foi como uma pontada no coração...
- Menina, você está com a alma do Demônio presa em seu corpo, mas Deus te curará! – ela jogou uma água benta em cima de mim, nem se importando com a dor que eu sentia...
Pareciam que várias facas estavam sendo enfiadas nos meus dois joelhos. Como um milho pode doer tanto assim?!
- Em nome do pai, do filho... – ela parou e me olhou. Meus joelhos ardiam. – Diga Ariana!
- Não consigo... – disse gemendo de dor.
- Agora Ariana! Quer a cinta?! Seu pai a deixou aqui! – eu arregalei os olhos e juntei forças...
- E do espírito santo... Amém. – disse por final, não aguento mais o milho...
- Já está a salvo... – olhei para ela, chorando mortalmente... – Pode sair. – assim que ouvi o sinal, retirei minhas pernas do milho e me joguei no chão.
Fiquei deitada no chão, passando minhas mãos pelos joelhos, ainda doloridos e totalmente machucados...
- Vou me deitar. Não deite tarde... – ela disse e subiu as escadas. Ela me deixou ali, gemendo no chão, e foi dormir... Nunca achei que ela fosse assim!
CONTINUE...
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