Regina Mills
O barulho dos saltos que preenchiam o corredor, assemelhava-se aos meus batimentos cardíacos; tão confusos quanto minha mente. Estava incerta do que fazer, sentia como se caminhasse para a forca e ainda assim, não conseguia recuar. Minha mente gritava para que não me rendesse às vontades de Emma Swan, mas meu corpo lançava-me automaticamente para o caminho da perdição.
Fitei o papel que tinha em mãos, endereço e o número do apartamento escritos num dourado que ardia os olhos. O recebera mais cedo, juntamente de uma caixa um tanto quanto curiosa, que dispunha de um manual com instruções e uma camisola branca que mais se assemelhava a um trapo. Estava no horário, tinha me alimentado antes de ir, meus cabelos curtos estavam presos num pequeno rabo de cavalo, a pele livre de maquiagem e acessório. Não usava roupas íntimas, apenas um sobretudo cobrindo o que havia por baixo. Acatei todas exigências de Emma. De início, relutei, me revoltei. A loira sequer havia atendido minhas ligações, sentia-me caminhando no escuro.
No verso do manual, um pequeno resumo sobre práticas de BDSM, listando alguns objetos, dando exemplos de situações e citando brevemente o conceito. Mal lera, achei um descaso ela tratar de tais assuntos daquela forma, porém, admiti que tal fato criava uma nuance misteriosa. Entendi então, que aquilo também fazia parte da fantasia. Meu corpo pulsava em excitação e ansiedade, mas o orgulho me reprimia. Estava insanamente apaixonada pelo demônio, não fazia um dia inteiro e já me desmanchava de saudade. Não esquecera a conversa que ouvira com sua cliente, mas afinal, o que desejava? Sabia de sua profissão e o que implicava, nem por isso cogitei restringir o envolvimento; talvez, nem que desejasse teria o feito. Emma me invadiu de forma única, devastadora e não teria sido diferente em quaisquer hipóteses.
O pânico correu minhas veias quando por fim, cheguei. Minha caminhada terminou e com ela a minha capacidade de raciocinar. Num gesto automático apertei a campainha, como quem diz “sim” ao profano. Havia uma dualidade de sentimentos brigando em meu ser; raiva e desejo. Raiva pelo rumo que as coisas tinham tomado na noite anterior e um desejo profundo de descobrir esta face de Emma. Eu a queria tanto… Isso implicava suas mil e uma caras. Vê-la atuar em contrastes era delicioso. Intimamente ansiava para o que ela me mostraria.
A porta se abriu e junto dela um buraco em meus pés. A sensação fora de sucumbir, tropeçar e não ter controle sobre onde meu corpo iria colidir. Meus lábios se abriram, o gesto fora rápido demais para que pudesse conter. Emma me encarava com um sorriso perverso, satisfeito. Seus olhos estavam mais escuros do que nunca, a expressão de seu rosto era devastadora. De fato, encarava o próprio demônio. Fitei cada detalhe de seu corpo e apoiei uma das mãos no batente da porta, o desejo era tamanho, explodia e transbordava, tremulando minhas pernas.
Seus seios estavam apertados num cropped de couro de gola alta, os braços fortes totalmente à mostra, enlouquecendo-me. Apenas uma linha de seu abdômen estava ao alcance dos olhos, a calça também de couro preto, ficava acima do umbigo. O tecido delineava suas pernas, deixando evidente cada músculo bem desenhado de suas coxas, desejei ordenar para que se virasse, imaginando como estaria sua bunda. Calçava botas de salto; tão altos que sua presença me reprimia. Canos longos e negros terminavam acima do joelho. Subi o olhar, totalmente hipnotizada. Seus cabelos continham cachos pesados, pendidos para um lado do ombro. Nunca a vira tão maquiada, estava assustadoramente mais bela. Lábios preenchidos por um vinho apetitoso, bochechas realçadas por uma linha invisível que afinava ainda mais suas expressões. Sombra preta, assim como o lápis que contornava seus olhos. Uma felina. Arrependi-me de ter acatado suas ordens, desejava estar tão deslumbrante quanto ela. Idiota!
Emma moveu o corpo, dando um passo para trás, o simples ato me fez salivar. Ela movimentava-se com maestria dentro daquelas vestes, pareciam tão difíceis de serem tiradas. Seu gesto fora um convite mudo para que eu entrasse e assim fiz, sem controlar minhas pernas ansiosas. Novamente, aturdi-me. As paredes eram negras, algumas possuíam papéis de parede dourado, combinando com os inúmeros espelhos emoldurados que adornavam todo o local. Uma cama repousava no centro, ao seu lado havia uma jaula consideravelmente grande, sustentada por barras de ferro grossas, não houve como não pensar que seria impossível escapar; mas, quem tentaria? Talvez, apenas talvez, a maioria implorasse para estar ali.
Era um cômodo enorme, possuindo apenas mais uma porta, o que imaginava ser o banheiro. Havia aparelhos que eu não poderia descrever, sequer tinha noção de para que serviam e como usá-los, mas como tudo ali tinha cunho sexual… Minha mente fluiu. Algumas correntes de aço pendiam do teto, contendo algemas de couro nas pontas, troncos, poltronas, pedestais, estofados, cadeiras e alguns assentos que não conseguia identificar. A parede maior era repleta de objetos, deduzi que fossem chibatas, chicotes, palmatórias e coisas do gênero. Uma diversidade de modelos, alguns com fios, outros com cordas, ou então somente a fivela de couro. Couro… Havia por toda parte. Emma devia apreciar demasiadamente.
Minha curiosidade e meu desejo aumentavam a cada instante. O ar ali parecia escasso. A presença de Emma era imponente, por si ela já se fazia alfa, mas daquela forma… Chegava a ser assustadora. Seu cheiro pairava no ar, o que tornava até mesmo o ato de respirar um deleite. Senti sua aproximação e meu corpo enrijeceu, meus ombros tornaram-se duros e minha postura ereta. O papel que antes tinha em mãos, caíra ao chão, o que entregava meu nervosismo. Merda!
Suas mãos tocaram meus ombros, os dedos ágeis pressionaram minha carne, fazendo-me relaxar instantaneamente, iniciando uma massagem leve. Um contraste para toda combustão que havia naquele cômodo.
– O que pretende, Emma? – Minha voz soou mais mansa do que desejava, fazendo-me bufar.
– Muitas coisas, senhorita Mills. – Ronronou próxima ao meu ouvido e desceu as mãos até o laço que mantinha meu sobretudo fechado. Lentamente ela o desfez, deslizando em seguida a peça por meus ombros. Encolhi-me ao lembrar que estava naquele traje deplorável. – Oh, não! – Soou firme atrás de mim, segurando meus ombros com força, fazendo-me endireitar a postura. – Eu aprecio, Regina. – Novamente a voz denotava um tom baixinho, rouco.
Senti seu aperto ao redor de minha cintura e logo suas mãos se apossaram de minhas coxas, alisando e apertando a parte interna das mesmas, fazendo-me lançar o corpo para trás. Seu toque se aproximou de minha virilha e o ar ficou preso em minha garganta, com tão pouco ela me fazia perder totalmente a noção de tempo e espaço. Seus polegares roçaram nos lábios de minha buceta, um toque sutil que ela não prolongou, o que me fez protestar num grunhido frustrado.
– Cacete, Emma! – Esbravejei e ela virou-me, encarando meus olhos com tamanha fúria. Tomou meu queixo em sua mão e cravou as unhas no mesmo, causando um ardor quase insuportável.
– Não ouse, senhorita Mills. Falará somente quando sua dona ordenar. – Fiz menção de rir, mas seu sorriso sádico congelou-me. Respirei profundamente e tirei sua mão de meu queixo.
– Não pense que tem esse poder sobre mim, Swan. – A desafiei, entortando meu sorriso.
– Não? – Perguntou num tom irônico olhando ao redor, como se me mostrasse onde eu estava, fitando meu traje em seguida. – Me obedeceu muito bem, cadela. Porém, pode latir. Permito, por ora. – Desgraça, filha da puta, maldita!
A raiva foi tamanha que não pude conter o gesto posterior, me lancei contra Emma, tentando feri-la de qualquer forma, usando as unhas e as palmas para tentar acertá-la. Sua força era maior que a minha e facilmente tive ambos os braços cruzados para trás. Arfei frustrada, debatendo-me contra seu corpo. Sua destra se apossou de meu pescoço, o apertando firmemente, o ar faltou-me e parei de me debater, na tentativa inútil de recobrar a respiração. Ela afrouxou o toque e me virei, empurrando-a. Podia sentir meu rosto vermelho, ardendo em chamas, meu corpo também, cada mínima parte pulsava. Ela avançou e eu não recuei, meus punhos trincados desejavam soca-la. Antes que eu pudesse desferir os golpes, um tapa certeiro encheu minha face, jogando-me para o lado. Minha buceta latejou. Estava provando um lado da excitação desconhecida. A raiva estava no mesmo nível de meu desejo. As palavras de Emma me enfureceram e ela parecia satisfeita com isso, como se fosse o que desejava. Seu sorriso era triunfante.
Grunhi raivosa e tomada por um tesão extremo, dei um passo à frente e novamente sua palma me acertou; desta vez forte o suficiente para fazer meu corpo perder o equilíbrio. Ela segurou-me em seus braços e nossos lábios buscaram uns aos outros instantaneamente. Um beijo inédito e avassalador teve início. Brigávamos por dominância, resvalando nossas línguas desesperadas, enrolando, chupando e mordendo. Minha boca inchada doía tamanha voracidade do beijo, mas não ousava parar. Desferia mordidas fortes em seus lábios finos e ela fazia o mesmo. Nossas mãos tocavam os corpos por inteiro. As suas estavam em meus cabelos e em toda lateral do meu corpo, as minhas cravavam as unhas em sua pele exposta, punindo-a por estar me fazendo sentir-se de tal modo. Gememos descontroladas ao findar o ato, nossos olhos se buscaram ferozmente, eu podia sentir a névoa que nos cercava.
– Submeta-se à mim, Regina. – Sua voz saiu calma, mas ainda imponente.
Sustentamos nossos olhares, compartilhávamos tantas coisas. Entrei numa guerra interna entre ceder ou não. Estava louca por Emma e por toda aquela brutalidade deliciosa, o modo fácil e rápido com que me mostrou um pouco do prazer infindo que poderia me proporcionar. Ponderei. Seu olhar era ansioso e fitava-me com gana. Não entendia muito sobre, mas agi instintivamente. Dobrei os joelhos em sinal de redenção, atendo-me aos seus pés, baixei o olhar e acenei positivamente num menear. Juntei as mãos em meu colo e controlei toda fúria em meu ser, para então voltar a olhá-la; os olhos mais calmos e serenos, assumindo uma submissão desconhecida, mas que provaria até saciar-me. Não se tratava do poder de Swan sobre mim, mas a intensidade de nossas fantasias e descobertas. Eu leria todas as páginas daquele livro sádico e decoraria cada trecho, para futuramente, assumir a postura oposta.
Emma Swan.
Nada poderia descrever com perfeição o que sentia diante daquela cena, meu corpo estava leve, inerte no turbilhão que me instigava. Apertei com força o bastão do chicote de três tiras que tinha em mãos. Suava frio, tremulava de desejo, sentia como se fosse sucumbir a qualquer momento. O que diabos ela estava fazendo-me sentir?
Seus braços erguidos estavam presos por algemas que descansavam em grossas correntes de aço, o que permitiria que eu virasse seu corpo para o lado que desejasse. Sua face pendida para o lado, o olhar baixo, totalmente submisso, tirava-me o juízo. O curto tecido que a cobria muito pouco escondia, dando-me uma visão deliciosa das curvas de suas coxas, o início de sua bunda e os lábios de sua buceta. Os joelhos levemente dobrados, uma das pernas sustentando seu peso e a outra numa posição curvada, mais relaxada. Infernal. Regina Mills era deliciosamente infernal.
Ultraviolence - Lana Del Rey ♪
– Vire-se. – Ordenei e prontamente ela obedeceu, girando os tornozelos e os punhos, dando-me uma visão mais ampla de sua traseira. Admirei sua cor oliva, a perfeição de suas costas, a nuca exposta pelo cabelo curto que tanto amava. Desejava ver mais de sua pele e riscá-la, marca-la; não somente seu corpo, mas também sua alma. – Esteja pronta no três. Conte comigo, entendido? – Dei um passo a frente, girando o chicote em punho, o manuseando com destreza.
– Sim… – Ela sussurrou, enfurecendo-me.
– Não ouvi, cadela! – Rosnei alto, estalando o chicote no chão, causando um barulho enlouquecedor, descarregando uma adrenalina infinda em meu corpo.
– Sim, senhora. – Respondeu-me num tom audível, pude sentir uma pitada de ironia em suas palavras, o que fez-me sorrir, balançando a cabeça negativamente.
– Criança tola. – Estalei a língua no céu da boca e dispensei a contagem, erguendo a palma, girando o cabo do chicote em minha mão, para então desce-lo num gesto rápido e forte, açoitando-lhe a cintura. Regina gritou e eu gemi. As tiras prontamente fizeram três cortes em sua camisola, mostrando-me as belas marcas que formaram-se em sua pele.
Um arrepio devastou-me, fazendo-me puxar os braços para trás e estalar minha espinha, suspirando profundamente. Me aproximei mais de Regina, podendo ouvir seus suspiros pesados, observando como sua respiração estava irregular. Dei a volta para fitar seu rosto, seus olhos estavam fechados, como se esperasse a qualquer momento um novo golpe.
– Olhe para mim! – Gritei e ela me fitou imediatamente. – Diga-me o que quer. – Estudei o brilho perverso em seus olhos, jamais continuaria se não fosse de seu agrado.
– Quero que pare de rosnar e mostre-me algo, Swan! – Surpreendeu-me com tamanha afronta, fazendo-me rir deliciada.
Regina parecia ter sido feita para o sadismo, talvez tivesse sido feita para me pertencer. Dei um passo para trás, ecoando o barulho de meu salto pelas quatro paredes que nos cercavam. Fitando seus olhos cometi o segundo golpe; este mais forte, arrancando-lhe um grunhido alto e lágrimas dos olhos. Uma marca gritante formou-se em sua coxa esquerda, um pequeno filete de sangue escorreu por sua perna, fazendo-me sorrir.
Voltei para trás de seu corpo e tomei uma distância razoável, dando início a uma sessão de sete chibatadas, todas desferidas em suas costas, reduzindo a camisola à tiras de pano, revelando-me sua bunda por inteiro. Ela gemia, gritava, grunhia, berrava meu nome e a fera que havia em mim sentia fome, tanta fome que não tinha mais controle algum sobre minha força.
– Mais, Emma. Por favor! – Regina era masoquista e sequer sabia, implorava por mais e sua pele já se mostrava extremamente machucada. Como uma boa dona atendi seu pedido e passei a acertar-lhe a bunda. Ela empinava-se para trás como se buscasse por um contato maior, apertava as coxas e choramingava com a voz rouca devido aos berros. Tudo que se podia ouvir era a música ambiente que ecoava, o estalar das tiras e seus barulhos desesperados a implorar por mais.
– Diga-me à quem pertence. – Ordenei ao aproximar-me e tomá-la pela cintura, deixei o chicote cair sobre o chão e rasguei com as unhas toda a lateral de seus trapos. Minhas unhas cravaram em seus cortes, arrastando-as, aumentando o ardor que lhe acometia. Ela já não tinha fôlego para gemer, usava o resto de suas forças para esfregar a bunda contra meu corpo.
– Sou sua, Swan. Sua. – Resmungou baixinho, com tamanha manha. Acertei um tapa forte em sua bunda e ela lançou a cabeça para trás. – Emma? – Sua voz ainda denotava o tom ameno.
– Diga, cadela. – Sussurrei contra sua orelha, lambendo a aresta.
– Mostre-me tudo. – Meus olhos nublaram com tal pedido, não daria a ela tudo, mas uma boa amostra do que poderia ser.
O sorriso que rasgava meu rosto era demasiadamente perverso, a passos calmos afastei-me, vislumbrando minha vitrine de brinquedos, como uma criança empolgada tentando escolher um deles. Abri o vidro e retirei do mesmo uma mordaça ball gag¹ preta, caminhei até Regina e soltei seus cabelos, os apertando fortemente em minhas mãos.
– Abra a boca. – Ordenei e prontamente ela o fez. Coloquei a mordaça diante de seus lábios. – Morda. – Aguardei que mordesse a pequena bola de borracha para então puxar as fivelas para trás, travando-as. Sua respiração tornara-se descompassada imediatamente. – Tenha calma, meu bem. Aprenda controlar-se. – Disse como se fosse algo fácil e novamente voltei até meus objetos.
Vesti a cinta que acoplaria o strap-on em meu corpo e escolhi minuciosamente qual usar. Optei pelo que mais se assemelhava à pele humana, extremamente maleável e sensível, porém comprido e grosso. Após prendê-lo, arfei profundamente, fechando os olhos momentaneamente, amava aquele brinquedo. Foder com ele era uma de minhas coisas favoritas. O brilho prateado de uma corrente que ligava duas presilhas, chamou minha atenção, a peguei para juntá-la à brincadeira.
Caminhei até Regina, desta vez parando à sua frente. Os olhos dela caíram em meu corpo, fitando com gana o pau que agora eu sustentava entre minhas pernas. Agarrei o tecido que sobrara em seu corpo e num único golpe o rasguei ao meio, livrando-me de qualquer detalhe que me privasse da visão de seu corpo desnudo, totalmente marcado. Fitei seus seios eriçados e lambi a ponta do dedo, passando-o ao redor de seus mamilos, umedecendo-os. Prendi uma presilha em um e fiz o mesmo no outro, deixando a corrente pendurada entre eles.
– Suba. – Indiquei meu colo para ela, perguntando-me como o faria sem as mãos. Sorri satisfeita quando a vi segurar firmemente nas correntes acima de sua cabeça e levantar o corpo, mostrando o quão bom era seu preparo físico. Suas pernas rodearam minha cintura e de imediato começou a se esfregar em meu pau, fazendo-me acertar-lhe um tapa forte na coxa. – Calma, vadia. Devagar, hm? Não irá gozar sem que eu permita. – Apalpei sua bunda fortemente, fitando o marrom escuro de seus olhos, ela fuzilava-me como se estivesse me repreendendo. Como punição ao seu ato insolente, impulsionei-a para cima, fazendo-a sentar de uma vez em meu pau, metendo-o inteiro em sua buceta. Ela uivou e virou os olhos, contraindo-se inteira. Esperei que se acostumasse com o volume que a preenchia e ondulei meu quadril, o movimentando dentro dela. Regina gemia abafado devido a mordaça, mas soava estridente, rouco, alto. Movia-se de encontro às minhas investidas, apertando as coxas ao redor de minha cintura, cavalgando com maestria sobre o strap. Ela me surpreendia. Sua desenvoltura era impecável, o modo como se rendia e deixava que os instintos a guiasse, me enlouquecia. Nossos corpos se chocavam em atritos bruscos, moldando-se um ao outro, nos apertávamos e rebolávamos num ritmo sincronizado, como se há tanto fizéssemos tal posição.
Mordi a corrente que prendia as presilhas que beliscavam seus mamilos e a puxei, aumentando a pressão nos mesmos, causando-lhe uma dor mais aguda. Pude ver em seu rosto a expressão que se mesclava a descontentamento e prazer. Puxei mais uma vez e soltei. Minhas unhas se enterravam em sua pele e meu corpo suava devido aos movimentos rápidos, frenéticos. Nossos gemidos se misturavam, o atrito da base do strap contra minha buceta causava-me tamanho prazer.
Regina não tinha ideia do poder que exercia sobre mim, mesmo estando no controle, era ela quem ditava os acontecimentos. Era seu modo enlouquecedor de reagir e instigar, no fundo, ela me dominava. Se tornara minha domadora no momento em que nossos olhos se cruzaram, fui tola ao pensar que submeteria aquela mulher e sairia ilesa. Meu coração estava tão afetado quanto meu corpo que ardia. Não se tratava somente de minhas arremetidas profundas em sua buceta, ou o modo como seus seios saltavam para cima e sua cabeça pendia para trás, revelando-me seu pescoço desnudo, tão convidativo. Tratava-se de sentimentos; uma infinidade deles, um amontoado confuso, mas tão intenso. Minhas unhas rasgavam sua pele, aumentando a gravidade das marcas anteriores e criando novas. Meus olhos não ousavam desviar de sua face, sorvendo toda e qualquer expressão. A mantive firme em meus braços, afastando o pau de sua buceta, ela gritou em desgosto e eu ri satisfeita.
– Filha da puta! Vadia desgraçada. – Sussurrei perto de sua boca e mordi seu queixo com força. Escorreguei para seu pescoço e o ataquei com ferocidade, mordendo, lambendo e chupando; marcas se formavam instantaneamente e ela se contorcia como uma boa cadela, fodendo meu juízo.
Sem que ela esperasse, direcionei o pau para seu centro numa metida certeira, soquei com todo ardor que sentia e ela gritou, soltou as mãos das correntes e permaneceu presa pelas algemas, seu corpo convulsionou em espasmos, denunciando seu orgasmo. A senti tremular e perder a força com que abraçava minha cintura com as coxas. Firmei-a em meu colo e continuei a me mover, entrando e saindo abruptamente. Rasgando-a, ganhando espaço, acometendo e metendo. Investidas tão fortes quanto rápidas. Ela balançava a cabeça negativamente, como se me dissesse que não aguentaria mais, que ainda estava sensível pelo orgasmo. Oh sim, eu sabia disso, porém, não pararia. Rosnei contra seu rosto e apertei sua bunda, a puxando de encontro ao meu pau que deslizava por suas paredes molhadas, entrava com facilidade e estocava lá dentro, a fazendo virar os olhos incansavelmente e se agarrar às correntes outra vez. Uma, duas, três estocadas e ela se desfez novamente. Pude ver lágrimas brotarem de seus olhos e morrerem na mordaça que tomava sua boca. Dei-lhe um tempo para recuperar-se e soltei suas pernas, consequentemente tirando o strap de sua buceta.
Seu corpo estava totalmente voltado para frente, rendido e cansado. Dei a volta até parar atrás de si, soltei a mordaça de sua boca e ela respirou aliviada. Desprendi as algemas e seu corpo tombou para trás, chocando-se contra meu corpo. Beijei seu rosto e apertei sua cintura, Regina fora brilhante.
– Gozou duas vezes sem minha permissão, querida. – Sussurrei contra sua orelha e chupei seu lóbulo demoradamente.
– Puna-me. – Sua voz rouca acertou-me em cheio. Não esperava tal rendição, tampouco que fosse descobrir-se tão sado. Porém, ela estava lidando com o próprio diabo neste quesito, alimentando uma fera que a devoraria.
Soltei as presilhas que apertavam seus mamilos e os acariciei, apalpando seus seios. Minhas mãos rumaram pelas laterais de seu corpo, alisando-as.
– De joelhos e braços para trás. – Ordenei ao soltar-lhe o corpo.
Regina cambaleou, mas recobrou a postura, me lançando um sorriso carregado de intenções e malícia. Majestosamente se colocou de joelhos, sentou sobre os calcanhares e levou os braços para trás, com uma naturalidade tremenda, como se fizesse aquilo sempre. Abaixou a cabeça em sinal de respeito, o que me agradou profundamente.
Caminhei até a parede onde diversas cordas pendiam em seus derivados formatos, materiais e nós, optei por uma lisa, a qual eu mesma moldaria em seu corpo. Voltei à ela e me agachei, alisei seus braços e passei a corda embaixo dos mesmos, contornando-os, os apertando um ao outro. Feito isso, cruzei um ‘x’ e repeti o contorno de cima, abaixo dos cotovelos, por fim, amarrando seus punhos e unindo-os num nó. Era apenas apertado o suficiente para imobilizá-la, deixara o nó prático para ser desfeito caso fosse de sua vontade ser solta. Certifquei-me de que havia prendido os pontos certos, preocupando-me com a segurança, não desejava causar dores agudas e desconfortos extremos. – Boa garota. – Sussurrei orgulhosa e mordi o cantinho do lábio.
Ajudei-a levantar-se e a conduzi até a grande bancada que ficava de frente para uma parede espelhada. Cuidadosamente a coloquei debruçada sobre a mesma, segurei seu queixo, fazendo-a levantar a face e fitar nossos reflexos no espelho. – Não desvie o olhar um segundo sequer. – Ela acenou positivamente com a cabeça e novamente me afastei, ponderando o que deveria ou não usar. Meus dedos tilintavam sobre a superfície de uma grande gaveta, meus lábios secos denunciavam o quão sedenta estava por aquilo. Ao abri-la, vesti um par de luvas de couro, eram grossas e possuíam pequenos discos de metal na ponta dos dedos. Ao lado na parede, escolhi uma barra de ferro extensora, que possuía duas argolas nas pontas, perfeita para prender seus tornozelos e mantê-la com as pernas abertas para mim. Para finalizar, uma palmatória cujo cabo emborrachado era roliço e a ponta de couro dura, cortante.
Crazy in love - Beyoncé (50 Shades of Grey ) ♪
Meu caminhar até a designer fora lento, aproveitava a bela imagem que tinha, procurando gravar como uma fotografia em minha mente. A cada passo o contato do couro em meu corpo causava-me uma sensação deliciosa de prazer, resvalavam minhas coxas, fazendo-me apertá-las por instinto.
Descansei a palmatória sobre a mesa e alisei a bunda empinada de Regina, descendo a mão por suas coxas, acertando um tapa nas partes interiores, ordenando silenciosamente que as afastasse. Quando assim fez, abaixei-me e prendi as argolas ao redor de seus tornozelos, mantendo-a bem aberta para mim. Lembrei-me de seus saltos que outrora tirara para prendê-la nas correntes, procurei-os e sorri ao encontra-los recostados num canto da parede. Peguei-os e voltei até ela, inclinando-me para calçá-la, eles levantaram mais sua bunda para mim, dando-me melhor visão da buceta aberta e completamente encharcada.
Apalpei sua bunda, fazendo-a sentir a força que a luva fazia com que minhas mãos ganhassem, marcando-a apenas com apertos; marcando meus dedos no que me pertencia. Ela gemeu manhosa e fitei seus olhos através do espelho, lhe dirigindo um sorriso vasto.
Levantei a palma e fiz menção de acertá-la, seu grito ecoou brando pelos quatro cantos, fazendo-me rir debochada, sequer havia lhe estapeado. Vislumbrei sua face furiosa, demonstrando sua frustração e quando ela menos esperava, estalei três bofetadas em sua nádega, arroxeando-a imediatamente. Ela fechou os olhos, mordendo o lábio com tamanha força, o que fez-me acertá-la uma quarta vez.
Gemidos baixos e manhosos saltavam de sua garganta, presenteando meus ouvidos com meu som preferido. Sim, de tantas mulheres as quais já havia possuído, nada poderia se comparar aos grunhidos de Regina e sua forma recatada de ser uma boa cadela. Usei o cabo da palmatória para provocar seu clitóris, deslizando-o entre os lábios de sua buceta, espalhando a umidade crescente, masturbando-a superficialmente, de modo torturante. Ela tentava se mover a todo custo, balançando minimamente o quadril na esperança de alcançar algum alívio. Divertia-me o seu desespero.
– Em-ma! – Choramingou.
– Diga, vadia. – Minha voz soou firme, fazendo-a apertar os olhos e ruborizar violentamente.
– Por favor, me coma! – Seus olhos fitaram os meus, seu semblante era sério, sua cicatriz em evidência tamanho o sorriso torto que me dirigia.
Prontamente escorreguei o cabo da palmatória para dentro de sua buceta, o metendo por inteiro, deixando somente a fivela de couro para fora. Ela gritou em desespero, arfando profundamente, tentando recuperar-se do ato repentino. Alisei a extensão de meu pau, como se o punhetasse, por puro fetichismo. Encaixei a cabecinha em sua entrada, juntamente do objeto introduzido e ela arregalou os olhos, temendo o que eu estava prestes a fazer.
Esperei que ela recusasse, mas nada recebi além de seu olhar curioso e seus lábios abertos num perfeito ‘o’. Penetrei-a vagarosamente, tomando o devido cuidado para não machucá-la, permitindo que seus músculos engolissem naturalmente a extensão do brinquedo. Regina movia o quadril vagarosamente, desci o olhar para observar seus movimentos e era clara a forma com que habilmente contraía sua buceta para engolir-me.
Sua punição não se tratava apenas das palmadas que desejava desferir em sua bunda, mas sim de como ela teria de se virar para obter o que desejava. Eu não me movia, mantinha-me na mesma posição e seus olhos pidões me fitavam, balancei a cabeça negativamente. Não havia muito que ela pudesse fazer, além de levar o corpo minimamente para trás, quase nada comparado ao que necessitava para conquistar o gozo. Teria de usar seus músculos para contrair-se e toda sua força para roçar o clitóris na superfície gélida da mesa. Tomei uma distância considerável com a palma e desferi um tapa mais forte que os anteriores, para que então ela entendesse o propósito. Ao bater-lhe, consequentemente seu corpo era puxado para trás, de encontro ao que lhe preenchia e somente de tal forma seria capaz de se aproximar, o que necessitaria de muitos tapas.
Seus lábios abriram-se mais ao compreender, porém, lá estava o sorriso desgraçado novamente. Ela me desafiava a todo instante, o que me levava ao auge da excitação.
– Diga-me, de quantos precisa? – Perguntei referindo-me aos tapas, ela não teria direito a nenhum a mais caso não conseguisse, então deveria pensar num número considerável.
– Trinta. – Foi a minha vez de abrir os lábios. Regina era uma iniciante, mas estava lançando-se de tal forma, talvez fosse seu fogo desenfreado ou estava testando-me.
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Acataria seu pedido, mas estaria sempre atenta aos limites, era minha obrigação conduzir tudo de maneira saudável. Soltei um riso baixo e acenei positivamente.
Alisei meus cabelos, jogando-os para trás, meu corpo suado arrepiava-se a todo instante, denunciando tamanho meu prazer naquela situação. Dei início às palmadas, começando a contagem, porém, na sétima já havia perdido a voz e somente gemidos preenchiam minha garganta.
A cada estalar sua bunda lançava-se para trás e ela gritava, não tinha pudor algum nos sons que proferia. Xingava-me, clamava meu nome e implorava por mais. Agarrei seus cabelos com a canhota e usei a destra para continuar os estalos. Vez ou outra movia meu quadril, dando-lhe mais. Meus olhos não desviavam do espelho, poderia gozar apenas com a imagem de seu prazer. Estávamos no vigésimo tapa, sua bunda completamente marcada, dedos e círculos avermelhados gritavam em sua pele. Meu braço exercia toda minha força, através do reflexo notava como meus músculos ficavam em evidência a cada golpe. Um estalo antes de terminar e ela urrou como uma boa puta, fazendo-me apertar fortemente seus cabelos. Como um prêmio por novamente ter sido impecável, rebolei vagarosamente, fodendo-a enquanto derramava seu líquido.
Fechei os olhos, deitando a cabeça para o lado, inalei o cheiro que inebriava o ar, puramente sexual. Não tinha noção das horas, mas muito tempo parecia ter se passado, pouco me importava, ficaríamos ali até decidirmos que era suficiente; talvez nunca fosse. Cuidadosamente, tirei o strap de sua buceta e puxei a palmatória. Levei a mesma até meus lábios e sorvi todo o gozo presente, deliciando-me. Dei a volta na bancada e parei em frente ao seu rosto, alisando sua face suada. Toquei seu queixo com o objeto e bati no mesmo, roubando-lhe um rosnado. Aproximei de seus lábios a cabecinha do pau e ela entendeu meu desejo, abocanhando-o com seus lábios fartos. Fechou os olhos e sugou com gana, escorregando-o através de sua garganta, sorrindo-me como uma putinha ao virar a face, lambendo o canto da boca.
Nada disse, apenas encarei-a como se fosse lhe devorar a alma e me afastei, passei as mãos pelas cordas de algodão e com habilidade fui desfazendo o enlace, livrando-a. Observei-a estender os braços, alongando-se deliciosamente e sorri, umedecendo minha boca. Desprendi o strap de minha cintura e o deixei cair ao chão, livrando-me também das luvas.
– Levante-se. – Ordenei e caminhei até o balcão de bebidas, servindo-me de uma dose de whisky puro.
Sentei na poltrona e afastei as pernas, batendo o salto de minha bota no chão, observando-a caminhar até mim. O corpo desnudo à não ser pelo salto que lhe tomava os pés, totalmente marcada, mais linda do que nunca. Meu coração encheu-se com a visão, meu estômago se agitou e meus olhos arderam, dando-me indícios de que poderia até mesmo emocionar-me ao vislumbra-la de uma forma tão clara, sem pudores.
Sorvi um pouco do líquido em meu copo e sorri largamente ao vê-la se aproximar, sentou-se no tapete á minha frente, os olhos cheios de promessas fitando-me. Era claro seu incômodo devido às marcas em sua bunda, mas ainda assim, se portava como se estivesse alheia àquilo. Suas mãos tocaram meus joelhos, alisando-os calmamente, entendi então suas intenções. Fiz um sinal negativo com o indicador e ela continuou com seus toques, arranhando o couro de minha calça com selvageria, provocando calafrios em minha espinha. Apoiei minha bota em seu peito e empurrei-a para trás, fazendo-a apoiar as mãos no chão e afastar as pernas para mim. Fitei sua buceta e salivei.
The Jack - ACDC ♪
Subi o bico de minha bota por entre seus seios, passando pela garganta, até empurrar-lhe o queixo. Ela tomou meu pé, alisando o salto com tamanha adoração, beijou o cano de meu calçado e deslizou os lábios até a ponta, lambendo-o. Desgraçada, mil vezes desgraçada! Tal gesto me enlouquecia e denotava tantas coisas, tirando-me o fôlego. Virei o copo na altura de meu joelho, fazendo o líquido escorrer pelo cano da bota, ela prontamente entendeu e lambeu os resquícios da bebida, sem nunca desviar o olhar. Levantei mais o pé, insinuando o salto em seus lábios, ela sorriu lasciva e o meteu em sua boca, chupando-o demoradamente.
O modo como ela se movia, roçando as coxas uma na outra, denunciava sua excitação. Novamente fui pega de surpresa quando ela cessou o ato e conduziu a sola até sua buceta, esfregando-se no salto arredondado. Gemi e soou como um rosnado, tamanho meu tesão. Não calculei o próximo ato, apenas apoiei a ponta em seu púbis e desci o calcanhar, escorregando o salto para dentro de sua buceta. Regina gemeu, agarrando meu tornozelo, arranhando o tapete felpudo abaixo de si. Rebolava como uma cadelinha no cio, latia para mim, grunhindo o nome de sua dona. Afastei repentinamente o pé, observando seu olhar raivoso.
– Maldita! – Esbravejou, fazendo-me arquear uma das sobrancelhas.
– O que disse? – Desafiei-a dizer novamente e inclinei-me para fita-la de perto.
– Mal-di-ta. – Proferiu pausadamente, o cenho franzido e os lábios próximos aos meus. Não tardei a descer a mão em seu rosto, estalando um forte tapa. Ela olhou-me como se tivesse aprovado tal gesto, o que me deixou furiosa.
Me levantei e a tomei pelos braços, fazendo-a me acompanhar. Ela soltou um riso divertido, o que me deixou ainda mais surtada. Porém, seus olhos ganharam tons mais escuros ao notar que caminhávamos na direção da jaula. Parecia incerta se aprovava ou se deixava o pavor tomar conta, porém, ela não teria escolha. Empurrei-a para dentro da mesma, batendo com força as barras de ferro ao fechar a porta. Travei o cadeado e olhei-a bufar.
Sorri, sentindo-me vingada e caminhei até a extremidade do cômodo, a procura do controle-remoto, encontrei-o sobre uma pequena mesa e com o mesmo abaixei as luzes, aumentando apenas a que pairava sobre a jaula, dando foco à ela, mas deixando ao redor parcialmente iluminado também. Com o mesmo controle, alterei a música que ecoava, aumentando o volume. Respirei profundamente, fechando os olhos, buscando em meu interior aquela parte de mim. Quando abri os olhos, uma nova postura havia sido assumida.
Earned It - The Weekend ♪
Caminhei ao som da música, sentindo-a invadir-me. A voz começou a ecoar, enlouquecendo-me. Movi meus braços para cima e ondulei o quadril, aumentando meus passos. Meu corpo reagia instintivamente, curvando-se e movendo o abdômen, levando o quadril no mesmo ritmo. Puxei uma cadeira que havia à deriva e apoiei-me na mesma, ficando de costas para Regina. Desci rebolando vagarosamente, movendo as coxas, abrindo-as e fechando, para logo levantar empinando-me. Ouvi suas mãos baterem fortemente contra as barras de ferro e sorri. Virei a cadeira e sentei-me de frente para a mesma, apoiando as mãos em seu encosto, mantendo as pernas afastadas. Levantei minimamente o quadril, o levando de um lado para o outro, travando-o ao som da batida, voltando a rebolar, porém, para trás, alternando ir e vir, sentando-me enquanto continuava a roçar na cadeira. Meus olhos encontraram os castanhos, pareciam vorazes, predadores. Fitava-me como se a qualquer momento fosse derrubar as grades e me atacar. Exatamente como eu desejava. Uma punição por ser tão levada.
Ri internamente e pendi a cabeça para o lado, deixando os cabelos caírem como cascata em meu ombro esquerdo. Levantei e apoiei um dos pés no assento, desci a mão até o bico de minha bota, alisando toda a extensão de minha perna ao voltar para cima. Acariciei meu abdômen, arranhando-o. Toquei o zíper traseiro do cropped que trajava e lentamente o abri, porém, não o tirei, deixei solto em meu corpo, para que revelasse apenas um pouco mais enquanto meus movimentos se intensificavam. Empurrei a cadeira e aproximei-me da jaula, fitando os amendoados de perto, mas longe o suficiente para que suas mãos não me tocassem.
– Emma… – Pude ouvir sua voz rouca, excitada e tal fato ateou fogo em meu corpo.
Dei mais um passo à frente e deslizei o cropped por meus braços, revelando meus seios empinados, eriçados devido ao roçar incessante no couro. Pude ver os olhos dela caírem sobre os mesmos, passei as mãos nos cabelos, puxando os fios para frente, os mesmos cobriram meus seios, interrompendo a visão. Dei a volta contornando a jaula, apoiando-me nas barras de ferro, movendo-me com toda sensualidade e sexualidade que possuía. Ondulando minha cintura e quadril, elevando os braços para então descer e empinar a bunda contra as barras. Afastei-me habilmente quando ela se aproximou num movimento brusco. Balancei o indicador num sinal negativo e pisquei um dos olhos.
Salivei ao vê-la apertar o próprio corpo, deslizando as mãos pelo mesmo, demorando-se em sua buceta, passando os dedos entre os lábios molhados. Meus olhos nublaram tamanho meu desejo e naquele instante, tive certeza: Regina era uma jogadora nata. Ela virou as costas para mim e apoiou-se na grade, exibindo seu quadril volumoso e seu maldito rebolado latino. Um riso rouco tomou-me e ela me olhou por cima de seu ombro, sorrindo como o demônio. Eu estava perdida.
Aproximei-me novamente e ela fez o mesmo. Nossos movimentos se tornaram sincronizados. Sentia sua respiração vir de encontro a minha e nossos corpos roçarem minimamente. Já não se tratava mais de uma punição. Estávamos separadas pelas barras e pouco nos importávamos. Nossas mãos procuraram meios de se saciarem. Passei os braços através e ela fez o mesmo, estalei um tapa em sua bunda e a apalpei enquanto ainda rebolava. Seus dedos ágeis acertaram-me em cheio, sentindo-os apenas quando apertaram-se entre minhas pernas. A prensei contra a grade, fazendo-a roçar a buceta ali, sem reservas ela o fez, tombando a cabeça para trás, em sua dança enlouquecedora, enquanto gemia como uma felina.
Blue Jeans - Lana Del Rey ♪
A essa altura uma nova música já havia iniciado e não conseguia me atentar a mais nada que não fosse a morena a roubar-me o controle da situação. Suas mãos foram até meus cabelos, puxou os fios, levando-me para perto, passou a língua em minha face e lambeu meus lábios, não dando-me chance de recusar.
Desceu uma das mãos até meus seios e apertou ambos, beliscando os mamilos, puxando-os, me fazendo gemer. Espalmei a mão em sua coxa e a puxei, fazendo-a passar a mesma pela grade, elevando-a. Caí de joelhos e passei sua perna sobre meu ombro, a deixando colada o suficiente para ter acesso à sua buceta. Os lábios abertos e vermelhos eram um convite irrecusável. Lambi de baixo à cima, sugando seu clitóris avidamente, fazendo-a gritar. Minha língua desesperada disferia lambidas contínuas, mergulhando em seu interior e logo voltando a chupar os lábios, brincando com seu nervo inchado.
Seu gosto me entorpecia e seu cheiro era como uma droga. Sua umidade molhava-me o queixo, os lábios e eu desejava apenas melar-me naquele prazer infindo. Regina gemia sem intervalos, sobrepondo a música que ainda tocava. Chamava meu nome com sua voz aveludada e pedia para que fosse mais rápido. Não havia como resistir, sequer pensava em punições. Meus lábios se fechavam nos dela, logo se abriam e sugavam, mamando seu clitóris com fervor, apertando os dentes ali vez ou outra. Seu líquido veio quente, repentino, não houve avisos. Apenas invadiu-me, me fazendo gemer como uma cadela sedenta. Engoli o máximo que pude e continuei a lambê-la até que não houvesse rastros de seu gozo.
Olhei para cima e ela tinha uma das mãos apoiadas na barra de ferro mais alta, a outra ainda apertava meus cabelos e sua boca estava aberta, soltando resmungos de prazer. Eu a amava. Senti naquele instante que ia além de tudo que eu imaginara. Eu amava Regina Mills. Amava com todo meu ser e não tratava-se apenas da melhor foda da minha vida, mas do maior sentimento, do anseio mais devastador. Senti meus olhos marejarem e beijei os lábios de sua buceta. Rapidamente me levantei, soltando-a. Andei a passos apressados até a porta da jaula, abrindo-a em tamanho desespero, precisava senti-la.
Quando por fim o maldito cadeado se abriu, lancei-me para dentro, a puxando como se minha vida dependesse daquilo. Beijei-lhe os lábios, invadindo-a com a língua. O gosto salgado de minhas lágrimas se misturavam ao ato e ela sequer se importava, apenas agarrava-me e acompanhava o ardor de meu beijo desenfreado, chupando e brincando com minha língua que serpenteava em sua boca.
Tomei-a em meus braços e ela prontamente rodeou as pernas em minha cintura. Levei-a para fora dali e a joguei sobre a cama, ela arrastou-se pela mesma, livrando-se dos saltos, afastando suas pernas e apoiando os cotovelos sobre o colchão. Seu sorriso era o mais lindo que conhecera. Tudo nela estava a níveis elevados diante de tudo que tivera. O que seria de minha vida sem seus olhos amendoados? Já não me recordava de como eram meus dias antes de provar o sabor de seus beijos. Eu faria qualquer coisa para tê-la, possuí-la de todas as formas. A liberdade que fosse à merda.
Aturdida em meus sentimentos, perdi o foco de minha força e ela avançou sobre meu corpo, tombando-me para o lado, pensei em resistir, mas nada fizera. Suas mãos se apossaram do meu pescoço, roubando-me o ar. Enquanto gemia a procura de ar, sua língua adentrou meus lábios, punindo-me. Sua coxa se encaixou entre as minhas, fazendo uma pressão deliciosa. Tentei me livrar de seu enlace e ela cravou as unhas em minha garganta.
– Quieta, cachorra! – Gritou contra meus lábios, fazendo-me suspirar.
– Não ouse, Regina. – Disse convicta, porém, incerta. Recebi como resposta um estalo forte em meu rosto, quando pensei em olhá-la, a costa de sua mão voltou, acertando-me novamente.
– Shhh, Swan! – Ela desceu desesperadamente por meu corpo, parecia tão sedenta, tão desejosa. Com destreza arrancou minhas botas, lançando-as para longe, o mesmo fizera com minha calça, puxando-a com pressa por minhas pernas, não hesitei, desejando ver o que ela faria. Pude ver seu sorriso safado ao notar que eu não trajava calcinha.
Question existing - Rihanna ♪
Sua boca depositava beijos e mordidas por meu abdômen, alternando com lambidas e chupadas. Afastou minhas pernas bruscamente e sequer ponderou. Afundou-se entre minhas coxas e tomou meu clitóris entre os lábios, maltratando-o, fazendo-me gritar. Apertei os lençóis, puxando-os. Sequer percebi quando seus dedos invadiram-me. Me contorci e tentei fechar as pernas, recebi um tapa forte e suas unhas se firmaram em minhas coxas. Ela empurrava a cabeça ali, pressionando os lábios, chupando-me com uma fome incomum.
Eram sugadas longas, demoradas. Seus dedos começaram a mover-se, entrando e saindo com uma habilidade tremenda, socando sem cessar. Meus gemidos tornaram-se gritantes e eu não aguentaria muito. Ela acrescentou um terceiro dedo e eu gritei seu nome, levando as mãos até seus cabelos, apertando-a contra mim.
– Fode, caralho. Fode! – Implorei e ela riu contra minha buceta, fazendo a raiva corroer meu corpo.
– Quem é a cadela agora, Swan? – Olhou-me e soltei um arfar pesado.
Forcei o corpo para levantar-me, usando toda minha força para interrompê-la. A derrubei contra a cama e ela se debateu, empurrando-me, chutando-me e aquilo apenas me atiçou. Ela mordeu meu ombro e suas unhas rasgaram a pele de minhas costas, me roubando um urro. Com muito custo consegui prender seus punhos, travando uma tesoura em nossas pernas, gesto que fez nossas bucetas se chocarem com força.
Ambas uivamos, acalmando o ritmo da briga corporal, nos colocando para rebolar com tamanha força e raiva. Nos esfregávamos como se descontássemos todos nossos anseios e vontades. Apossei-me de seu pescoço e ela de meu abdômen, suas unhas marcavam minha pele sem piedade e eu punia sua garganta, roubando-lhe o ar. Urrávamos e os movimentos aumentavam a cada instante. Era possível ouvir a guarda da cama em contato com a parede, batendo incessantemente.
O orgasmo viria duro e eu já não suportava mais. Meu corpo parecia estar em ebulição, sentia até mesmo o sangue borbulhar em minhas veias, espasmos já me tomavam e Regina pareceu perceber. Usando tal fato para inverter as posições e ficar por cima, continuando nossos movimentos. Não pude reprimir, gozei violentamente, gritando com desespero, sentindo cada mínima reação. Me aliviava de tudo que havíamos compartilhado até ali, tamanho tesão era desconhecido até mesmo para mim. Ela veio a seguir, mas não consegui me atentar, estava nublada, perdida dentro da combustão que me transbordava.
Senti seu corpo exausto cair sobre o meu e a envolvi com braços e pernas, apertando-a contra mim. Para onde fugiria? Sequer desejava. Regina Mills havia mudado completamente minha vida e por ela faria qualquer mudança. Meus pensamentos, minha profissão, meus conceitos, tudo, tudo caíra por terra. Jamais perderia minha essência, mas meu coração já não me pertencia, ele martelava dolorosamente pela morena que agora me cobria de beijos e se aconchegava contra mim.
Seu rosto escondeu-se na curva de meu pescoço e nos entrelaçamos tão perfeitamente. Não havia necessidade de palavras, declarações, ou falar sobre o que havia acontecido, isso ficaria para outra hora. Naquele instante desejava apenas sentir e sugar todas nossas nuances e deliciar-me com sua presença. Viver o resto daquela madrugada como se não houvesse nada além de nossos corpos nus e exaustos. Pude ouvir seu ressonar baixinho e sorri, sentindo uma lágrima teimosa escorrer pelo canto de meus olhos. Suspirei, sentindo uma paz desconhecida e a apertei. Deixaria que descansasse por ora, mas ainda não havia sido o fim para mim.
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