1. Spirit Fanfics >
  2. Shadow of the Day >
  3. Afundando

História Shadow of the Day - Afundando


Escrita por: UchihaSpears

Capítulo 11 - Afundando


Sakura olhava atônita a cena no noticiário. Outras pessoas iriam morrer se ela não fosse de imediato. Ela já conhecia aquele jogo, ainda tinha marcas da última vez que Nanok fez algo de tamanha magnitude, pessoas morreram e Sakura sentiu-se culpada.

Eram pessoas inocentes…

Tinha tido uma noite mágica com Sasuke, enfim tinha conseguido o seu desejo oculto de se entregar a um homem, nada podia ser tão magistral para ela. Sasuke tinha sido o perfeito cavalheiro como ela sempre imaginou. Ela tinha descoberto o sexo e gostou bastante do que viveu e sentiu. Por que os bons momentos tinham que ir embora daquela maneira?Não era justo, porém ela não podia ser egoísta naquele momento, não ali. Pessoas iriam morrer.

Sasuke ainda estava no banheiro, ela olhava para a porta e via a sombra dele lá dentro. Olhou a janela vitoriana e a cortina que balançava diante da brisa da manhã. Era o último andar do hotel. Não precisou ponderar, correu em direção da janela mergulhando em um céu azulado. Uma velocidade inalcançável para um mortal. Conseguiu o seu uniforme e o vestiu de imediato. Precisava deter a bruxa.

Nanok, ou simplesmente Konan andava tranquilamente diante de centenas de policiais atirando contra ela. Nenhuma bala lhe atingia, havia um escudo como uma aura protetora em sua volta. Na capital do país, no pentágono era discutido meios de como deter aquela mulher uma outra vez. O general do exército olhava enfurecido a imagem daquela mulher tratando a força nacional do país como se fossem bonecos de papéis.

— E se enviássemos mísseis terrestres? — um oficial sugeriu a ideia.

— Pelos céus! Aquela área é o centro de Nova Iorque, quantos milhões não morreriam. — o presidente do país qual foi convocado de última hora.

— Os heróis?

— Não creio que eles sejam a melhor escolha. Afinal, é difícil saber em qual lado eles estão. A Embaixatriz falhou e dezenas morreram.

— Não temos um plano? — perguntou o presente estarrecido. Os generais presentes entreolharam-se e com a melhor expectativa de achar uma saída.

Sakura pousou em um prédio, de lá podia ver Nanok agindo. Sua cabeça fervilhava, não podia agir de imediato, na última vez que tentou pessoas morreram. Foi inevitável não lembrar de seu passado como a deusa Atena. A deusa da sabedoria, Ino e a História lhe contaram como a deusa era astuta em sabedoria, estratégica em guerras. Era venerada pelos os homens que iam ao campo de batalha. Deusa da reflexão. No entanto, ela não tinha essas lembranças, era apenas a Sakura fantasiada de uma heroína que falhou. Por um breve momento, desejou ter as memórias novamente.

O que Atenas faria…

O que eu poderia fazer?

Não podia mais esperar pela a tragédia, voou em direção à Nanok, pousou em sua frente. A bruxa quando a viu, deu um sorriso de lado um pouco debochado. Sakura estava com a postura de heroína, mesmo que duvidasse de sua capacidade para deter aquela mulher.

— Chegou rápido dessa vez. — Nanok falou, estava claramente debochando da Embaixatriz. — Quer assistir da primeira fila pessoas morrendo?

— Ninguém irá morrer. — Sakura pronunciou firme. Ela virou o rosto levemente e viu pessoas acuadas em um beco. Não poderia haver uma luta ali, seria um desastre e mais mortos em sua conta. — Você pode me matar, se conseguir me pegar.

Sakura flutuou, ficando acima da bruxa. — Ou você não consegue?

Nanok ergueu a sobrancelha intrigada pelo o desafio. Viu a sua presa voando para longe do centro da cidade. Ela não iria ficar para trás, tratou de conjurar um feitiço e conseguiu levitar e foi em direção da Embaixatriz. Sakura estava fora do limite da cidade, em uma área de cultivo de milho.

Nanok quando avistou-la, expeliu feitiços. A Embaixatriz desviou de todos. Sakura fechou o punho e partiu em direção da bruxa, lhe acertou um golpe inesperado em seu ventre. Nunca odiou tanto uma pessoa como Nanok, não cessou os golpes, o ódio corria em suas veias, pulsava.

 

Sasuke estava ajeitando o seu colete e não desgrudava os olhos da televisão. As emissoras mostravam o combate das duas mulheres. Sasuke deu um ponto para a Embaixatriz, ela foi esperta dessa vez em não lutar no centro e atrair Nanok para um lugar afastado. Como parte de seu disfarce, ele ligou para Sakura e mandou mensagens, o celular dela ainda estava no quarto. Fingiu que estava preocupado com ela, já que ela sumiu sem dar nenhum tipo de explicação. Ela tinha tomado a decisão certa.

Seus pensamentos de reprovação do ato que consumiu na noite passada lhe perturbavam, usou Sakura de uma maneira baixa e não conseguiu informações, talvez ele estivesse mais chateado por não ter conseguido informações. Aquela mulher ainda era um mistério. Acessava o celular dela, olhava as galerias de fotos, blocos de notas, a nuvem online e nada que a pudesse incrimina-la. Certo que encontrou um excesso de livros eróticos na biblioteca. Sakura era uma esfinge. Qual seria os verdadeiros motivos dela. Não achou nada relacionado com a Rússia e o seu passado ao lado dos comunistas

Teria que ter provas para mostrar que ela estava do lado errado e era perigosa. No entanto, só encontrou literatura erótica e gifs engraçados.

 

Nanok estava em uma situação que nunca imaginou, tentava reagir, contudo era complicado até abrir a boca. A mulher em cima dela estava tomada pelo ódio, foi naquele instante que lhe caiu a ficha, ela subestimou a Embaixatriz. A mulher de cabelos rosados a jogou no meio do milharal.

— O que foi? Não consegue reagir? — ela gritou furiosa. Sakura já não raciocinava mais, estava consumida. — O que leva alguém matar pessoas inocentes apenas por prazer?

Nanok escutava os passos dela vindo, quebrava os milhos.

— Parece que temos a verdadeira face da Embaixatriz. — falou, o sangue escorria pela a sua boca. — Enfim despertei a menina má que vive em você.

— Você não merece viver. — Sakura olhou-a  com desprezo.

— Nenhuma de nós merece viver. — ela retrucou. Exibindo dificuldade, ela conseguiu levantar-se. — Ninguém merece. Olhe para você, luta para proteger eles e ao mesmo tempo eles te odeiam, abominam. Te chamam de aberração e te acusam de mortes. Ninguém merece, estamos vivendo em um mundo prestes a explodir e a flama quem acendeu foram eles.  Eles trouxeram o caos para esse mundo.

Sakura deu um passo à frente, Nanok deu um em recuada. Sakura poderia mata-la ali. Nanok sabia e não queria acabar daquela forma. Soergueu o olhar e viu helicópteros de emissoras filmando os acontecimentos.

— Você não entende, não é? — falava para ganhar tempo. Mentalmente criava um feitiço em silêncio, era o seu último trunfo. — Você e eu não somos diferentes querida. Endilev.  — pronunciou essas palavras. — Você tem uma escolha, me matar agora ou salvar aquele helicóptero. — ela enfeitiçou as hélices, a aeronave estava entrando em pane e perdendo altitude.

Sakura franziu o cenho, não tinha escolha. Voou em direção a aeronave que estava caindo e não colocou força para pega-la, trouxe seguramente ao chão. Foi questão de segundos, nem esperou pelos os agradecimentos e voltou para encontrar Nanok, essa já tinha escapado.

Sakura tomada de ódio deu um soco no chão. Quem estava presente ali sentiu a terra balançar como se fosse um terremoto, uma rachadura apareceu no chão.

 

 

Tenten supervisionava Ino, a deusa não tinha nenhuma aptidão para garçonete, era um desastre. A semana de provas dela tinha chegado e ela não encontrava tempo para estudar e agora com Ino dificultava. A parte boa, era que podia aliviar para Sakura que estava atrasada. Todos ali estavam parados diante da televisão ligada na CNN. Alguns horrorizados com a Embaixatriz espancando a sua inimiga, eram imagens fortes.

Tenten ficou surpresa com a cena, nunca tinha visto Sakura agir daquela maneira. Estava tão descontrolada e tomada pela cólera. Ino estava indiferente diante da cena e com o fim do espetáculo, ficou atônita como Sakura pode ter falhado em matar aquela mulher por um simples truque. Já não pensava tão brilhante.

— Que surra. — o homem ruivo falou.

— Não devia estar na cozinha? — Tenten questionou. — Não querendo ser a chata, mas sabe.

— Sem problemas, é que estou esperando o Konohamaru. — Gaara respondeu. — Ele foi encarregado de trazer as batatas e sumiu.

— O centro deve estar um caos. — Tenten comentou.

— Ela devia ter cortado a cabeça dela com a espada. — Ino falou e se abanava com a bandeja.

— Perigosa. — Gaara disse, ele já sabia que ela era a sua ex-esposa Afrodite, no entanto, ela não tinha a mínima que ele estava ali. Ino sempre foi estabanada em sua visão, então ele não a achava um risco.

— Não liga para ela. Isso é o que dá assistir Game of Thrones, quer decapitar a cabeça de todo mundo. — Tenten disse tentando desviar o assunto. — Vai para as mesas, deusa. — falou sarcástica.

— Deusa? — Gaara perguntou.

— É, olha ela, que linda, loira e de olhos azuis. — se arrependeu de dizer aquilo. — Ela se acha, sabe.

Ino bocejou e revirou os olhos.

— Isso é chato.

— Temos que ganhar a vida amor. Não é Gaara?

— Infelizmente. Nem todo mundo é bilionário ou um deus. — ele riu. — Por falar, Sakura ainda não chegou.

— É… — a porta foi aberta. — Ela chegou. Ali. Sakura! Com licença Gaara.

— Toda.

Tenten correu para perto de Sakura que colocava o avental. — Eu vi tudo.

— Não quero comentar. — respondeu grossa.

— O que houve com você? — ela insistiu.

— Eu disse que não quero comentar. — falou alto e assustou algumas pessoas que estavam na mesa próxima. Tenten entendeu que ela não estava bem e saiu de perto.

— Fraca. — Ino disse para ela. — E nem grita, eu te bato aqui mesmo.

Sakura lhe fitou com um olhar furioso.

— Sai da minha frente.

— Fraca e idiota. A Atenas de verdade nunca teria caído num plano ridículo daquele.

Sakura fechou o punho.

Tenten olhava aflita a cena, teria que se intrometer no meio, ou cabeça de deusas iriam ser decapitadas.

— Sakura, um, dois, três e respira fundo. Lembra da mulher da televisão. Ino, mesas, mesas querida, não provoque a sua irmã mais velha. Toma. — ela estendeu uma caixinha de chicletes. — Vai gostar.

— Barganhando?

— Longe de mim. Apenas deixa ela em paz, viu como ela está. Não destruam o Icha Icha.

Ino abriu a caixinha de chiclete e mascou alguns. — Gosto exótico. — e saiu de perto. Tenten sorriu aliviada, mas logo tirou o sorriso do rosto quando olhou para Sakura. Preferiu deixa-la em paz e foi para cozinha onde encontrou Konohamaru e Gaara numa guerra de batatas.

— É uma merda quando eu sou a única ajuizada neste local.

 

Sakura limpava as mesas em silêncio. A televisão local, comentaristas debateram o tempo todo sobre o ocorrido. De uma coisa Nanok estava certa, os humanos a culpavam por tentar defende-los. Sakura pensou se estava do lado errado, como eles podiam julga-la daquela maneira?

Balançou a cabeça em negativo.

— Chegou atrasada mocinha. — Jiraya estava ao lado dela. — Aqui. — ele lhe entregou uma bolsa. Sakura abriu.

— Meu celular?

— O motorista do Uchiha mandou te entregar. Ele estava ocupado e não podia vir até aqui. Eu vi as fotos do evento e a bagunça que rolou. Vocês estão juntos?

— Eu não sei.

— Dormiu com ele, não dormiu?

Sakura riu da forma que ele perguntou, Jiraiya conseguiu ser escroto e adorável ao mesmo tempo.

— Isso é particular.

— Estou pesquisando para o meu livro. Talvez, não é de certo, mas talvez… a mocinha seja uma garçonete e o par romântico seja um CEO riquíssimo. O que acha do enredo?

— Familiar.

— Não. Eu te perdoo por ter chegado atrasado, porque estava com o Uchiha.

— Isso é interesse. — ela estava aos poucos deixando a ira ir embora.

— Minha mocinha se chamará Sabrina.

— O chefe dela também será inconveniente? — Sakura questionou. Notou que tinha uma mensagem no celular. Era de Sasuke.

 

Eu não entendi o que aconteceu, eu voltei do banheiro e você tinha sumido. Mil desculpas se foi algo que te fiz Sakura, não foi a minha intenção. Infelizmente eu tenho problemas para resolver em Gotham, não pude te devolver o celular pessoalmente. Mas, me perdoe por qualquer coisa.

Espero te ver mais vezes.

Beijos.

U.S

 

Sakura riu, nada como uma mensagem do bilionário de Gotham para amolecer o coração dela. Teve uma noite tão incrível ao lado dele, foi injusto da maneira que terminou. Teve que fugir para salvar algumas pessoas ingratas.

 

 

Alguns dias depois…

 

Gotham estava fria, o inverno estava dando as caras. As portas da mansão foram abertas assim que o Corvo entrou com a sua moto rumo ao seu esconderijo secreto. Mais uma patrulha tinha terminado, tinha sido uma noite tranquila. Sasuke tirou a máscara, bocejou um pouco. Estava cansado.

— Tarde e ao mesmo tempo cedo. — era a voz de Mikoto, ela estava acordada.

— Que surpresa. — ele falou ao vê-la ali parada em sua frente.

— Bom sair da minha caverna um pouco. Os novos remédios que o médico prescreveu, estou me adaptando aos poucos.

— Entendo.

De um modo positivo, ela estava reagindo bem ao sequestro que sofreu. Ela evitava falar no assunto e Sasuke entendia. Para ele, era bom encontra-la acordada e sem estar dopada.

— Muito trabalho?

— Pequenos delitos. — ele tirava a armadura. — Faz tempo que está acordada?

— Não. Acordei, tomei um pouco de ar, está frio lá fora. — falou meiga.

—  O inverno está vindo.

— Já?

— Quase fim de outubro.

Ela pareceu surpresa.

— Halloween está vindo. Eu gostava dessas festas, adorava as fantasias. Seu pai não era tão apreciador. Saudades dele.

— Também tenho.

— Todos usavam máscaras engraçadas, era divertido. Eu gostava de usar aquelas máscaras, seu pai trouxe várias de Veneza do carnaval de lá. — Sasuke lembrou dos bailes que a sua família dava nessa data. Ainda era pequeno, sua mãe sempre gostou de tal festividade. Lembranças de um passado que não voltava mais. — No fim todos usam máscaras. Eu vou dormir, estou com sono. Tem leite quente na cozinha, não vá dormir sem comer algo.

— Certo. Bom te ver por aqui.

Ela deu um discreto sorriso meigo.

— Se cuide.

A situação de sua mãe já se arrastava há um bom tempo, em seu íntimo, o Corvo sentia um aperto ao vê-la daquela maneira, Mikoto simplesmente tinha parado de lutar pela a sua vida e ficou presa apenas as lembranças. Mesmo com psicólogos, terapeutas, visitas de amigas e até mesmo a presença do único filho ali, ela não conseguiu vencer. Mesmo não sendo diagnosticada com depressão, era como ela vivesse em uma, o seu mundo tinha acabado quando o seu marido foi assassinado.

 Aliás, não só Mikoto, a vida de Sasuke também parou desde a morte brutal do seu pai. Mesmo o Uchiha fingindo a sua vida social em festas, ele estava morto e a única solução para não se entregar a escuridão, foi aliando-se. O Corvo era a sua verdadeira identidade, Sasuke era a máscara.

Quando acordou, já era tarde, voltou para o seu esconderijo. Tinha trabalho a fazer, precisava descobrir quem era o Caos e tentar adivinhar seus próximo plano. Desde que ele apareceu Gotham tornou-se um lugar ainda mais inseguro. Até os vilões que ele costumava a enfrentar temiam o tal Caos, ele não tinha limites e muito menos pudor.

Ele treinou o resto da tarde. Pegava pesos para exercícios para os braços, costumava a desafiar a sua própria força. Afinal, ele não era um ser mágico como o Guardião, era um simples mortal movido pela justiça.

 

— Você é uma assassina. No passado você teria matado aquela mulher sem o mínimo de piedade.

— Eu já disse que não quero continuar nessa conversa. Eu ainda terei chances.

— Vocês duas poderiam parar com a discussão de assassinato?Meu namorado está vindo. Ino, poderia por favor vestir as roupas?

 

Sasuke coçou a sobrancelha e ainda por cima, tinha a misteriosa Embaixatriz, de alguma forma imortal e assassina. A escuta na casa de Sakura ainda funcionava, porém nada saia tão claro. Ela nunca falava explicitamente. Ele abriu a foto da mulher na revolução Russa, não tinha dúvidas que era ela.

Assassina.

Ela era um perigo, porém não podia combatê-la de imediato, precisava de mais provas e para consegui-las, teria que se envolver ainda mais. Tinha em mente que estava fazendo um trabalho sujo brincando com ela daquela maneira. Sakura era uma boa mentirosa.

 

 

Sakura estava olhando pela janela, o ruim de Nova Iorque é que ela não conseguia ver as estrelas; as luzes da cidade ofuscam o brilho das estrelas, o céu era escuro.  Ino cochilava em um colchonete, a deusa estava cansada depois de trabalhar algumas horas na lanchonete. Ela iria sair mais tarde com o professor Sai, ele estava curioso para saber como era a Grécia antiga e Ino podia lhe providenciar muito bem essas informações.

Sakura olhava o celular, pensava se deveria ligar para Sasuke, estava um pouco envergonhada por ter deixa-lo. Em sua mente tentava formular uma ideia, mas nada aparecia. Nenhuma mentira vinha. O que iria dizer para ele? Não podia assumir que saiu de lá voando para tentar salvar o mundo. Não podia revelar a sua identidade e essa mal ela conhecia.

— Já está na hora? — Ino tinha acordado.

— Eu não sei, quem deve saber da sua vida é você.

— Ainda continua áspera. Pouca coisa mudou em você, irmã. Tenten disse que preciso de roupas, pode me ajudar?

— Abre o meu armário. — ela entrou para o quarto.

 — Eu nunca saí com um humano antes, o que eles fazem?É estranho conviver com eles e não ser venerada. Você não acha? — perguntou enquanto vasculhava as roupas de Sakura.

— Não. Eu não tenho a minima ideia.

— Essas roupas são tão feias. Não tem nenhuma túnica?

Sakura revirou os olhos.

— Está pensando no humano com qual você saiu, não é?

— Não é da sua conta. — ela jogou-se na cama.

— Você está insuportável. Estou tentando te ajudar.

— Não, você não está. Você quer que eu vá para o Olimpo e derrote seja quem for que esteja lá, para tudo voltar ao normal.

— Eu disse, estou tentando te ajudar.

— Você quer se ajudar. Eu não tenho intenção de voltar lá ou assumir que sou uma deusa. Eu só quero ser a Sakura.

— Da lanchonete. — Ino disse com desprezo.  — Você é maior do que isso.

— Não sou. — disse afundando o rosto no travesseiro.

Ino sentou-se ao lado dela, alisou levemente as madeixas de Sakura. — Não se pode confiar em humanos minha irmã, eles são ardilosos e na primeira oportunidade eles te apunhalam.

— Você vai sair com um.

— Eu sou Afrodite, eu posso manipular aquele homem. Eu que dou a primeira punhalada neles. Não confie neles Sakura. — ela levantou-se. — Suas roupas como humana são horríveis, nem parece com as das mulheres daquela caixa com imagens.

— Televisão.

 

 

Sakura olhou Ino saindo com o professor. O Sai estava nervoso e quase não acertou a fechadura do carro. Bom, não era todo dia que ele saia com uma deusa grega. Tenten entrou no quarto com uma vasilha de pipoca, o cheiro incensou o quarto.

— Vamos maratonar alguma coisa?

— Não deveria estudar?

— Eu já me dei mal. O que me resta é esperar a recuperação. — ela sentou-se na cama. — O professor estava tão cheiroso, nossa acho que despejou um vidro de perfume.

Sakura riu.

— Você me parece tão estranha, sabe diferente. Ontem você foi ao baile mais famoso da cidade com o Uchiha, dormiu com ele. Quero detalhes.

— Foi bom. Ele é uma pessoa especial.

— Atenas depois de quatro mil anos perdeu a virgindade.

— Não sou Atenas. — ela disse, Tenten pediu desculpas. — Eu tive que sair, Nanok apareceu no meio da cidade e você sabe o resto. Eu quase a matei.

— Claro, ela é uma assassina. Não é justificável matar, mas ela é louca. Ela irá matar outras pessoas.

— Eu não pensei nisso. Eu estava tomada por um ódio, nunca senti daquela forma. — ela pausou e logo retomou. — Ela me disse que os seres humanos não valem a pena, eles não querem ser salvos.

— Alguns de nós não. — Tenten falou e apoiou as costas na parede. — Já falou com o Sasuke?

— Ainda não, eu não estou conseguindo pensar em nada.

— Diz que a sua irmã quase morreu, inventa que tinha que chegar cedo. Segue essa linha. Coloca um sorriso nesse rosto, você dormiu com um homem. Foi bom?

— Ele não fez igual aos filmes pornôs.

Tenten gargalhou.

— Isso é bom, isso é muito bom. — ela ainda sorria.

— De início parece que ele não queria, mas depois eu que insisti ele quis. Achei estranho.

— Sakura, ele deve ser receoso, ele é um homem rico e já deve ter tido problemas com mulheres. Ele deve pensar bem nas mulheres que leva para cama, acho que já teve oportunistas, mulheres que queriam engravidar dele por pensão, essas coisas. E ele já teve alguém, a namorada dele foi morta, ou era noiva. Não recordo.

— Eu não sou assim.

— Ele não sabe. Bom o que vamos assistir? Paguei a Amazon, HBO, Netflix e a Hulu.

 

Preciso que venham imediatamente até à nossa base.

 

Era a voz do Saturniano na mente dela.

 

— Você vai ter que esperar quando eu chegar, eu preciso ir na Akatsuki.

Tenten nem reclamou, já sabia como isso funcionava. — Boa sorte.

 

A Embaixatriz foi umas das primeiras a ser teletransportada até a base. Ela nunca se perguntou como eles conseguiram aquela base no meio da capital do país. Parecia ser algo caro, também não questionou de onde veio o dinheiro para construir. Ela estava sentada na mesa redonda, o Saturniano analisava alguns dados, estava em transe. O segundo a chegar foi o corvo. Ele ia falar com o Saturniano, mas percebeu que ele estava em transe. Viu a Embaixatriz sentada despreocupada do outro lado, ela o encarou por alguns segundos e depois passou a observar um tablet na mesa.

Sentou-se de frente para ela na mesa. Os dois nunca tiveram uma conversa, bem que a Embaixatriz tentou, mas o Corvo sempre foi fechado e ríspido. No final, eles sempre acabavam trocando farpas. Sakura tamborilava o dedo na mesa, viu os olhos negros através da máscara lhe encarando. Ela não cessou o movimento.

Aquilo o irritava.

— Quer parar?

— Não. — ela respondeu séria.

— Tão cheia de prepotência. Aliás, devo lhe parabenizar.

Sakura cruzou os braços.

— Enfim usou um pouco do cérebro e atraiu a bruxa para longe da cidade. — Sakura mordeu o lábio irritada.  — Algo especial aconteceu?  — ele sabia como irrita-la, mesmo que dependesse de um golpe baixo.

— Não tem algo melhor para fazer do que me provocar?Quem sabe tentar achar o vilão que aterroriza Gotham. Você já foi melhor.

Ele deu um riso irônico.

— Se acha esperta.

— Será que as duas crianças não podem ficar um minuto sozinhos sem trocar farpas do maternal? — o Guardião apareceu. — Inacreditável. Eu devo dizer para vocês que somos uma equipe?

— Alguns não entendem, —Sakura proferiu. — É complicado.

Sasuke escolheu ficar em silêncio.

 

— Me desculpem, cadê o Veloz?  — o Saturniano perguntou.

— Aqui, — ele tinha acabado de chegar. — Tive problemas. O que houve?

— Temos alguns. Captei uma energia anormal na atmosfera da Terra. Nunca senti algo tão poderoso.

— O que era? — O Guardião perguntou curioso.

— Foi breve, uma luz apareceu e depois se foi. Liberou essa energia, no entanto ela não dissipou, ela está ocultada, é um ser poderoso que está entre nós.

— Onde essa luz apareceu?

— Roma, vinha do panteão, depois sumiu. Espero que fiquem atentos. E sobre o senado, bom eles querem nos ouvir novamente.

— Eu estou fora. — o Corvo pronunciou.

— Calma. O país e o mundo estão passando por uma onda de caos com pessoas que tem super poderes, nem todos querem ajudar o próximo como nós. Eles desconfiam de todos.

— Eu posso falar com eles novamente.

— Não, eles não querem falar com você dessa vez Guardião.

— Como não?Eles adoram o Guardião. — Veloz falou. — As crianças nem se falam.

— Querem falar com a Embaixatriz.

Sasuke escondeu a sua surpresa. — Comigo?

O olhar do Corvo repousava sobre ela. — Sim. Depois do último incidente no centro de Nova Iorque.

— O que eles querem de mim?

— Estão te culpando indiretamente pelas mortes. Quer que você as responda.

— Tudo bem. — ela disse, estava imparcial ainda mais com o olhar do Corvo, tinha certeza que ele estava sorrindo dela de alguma forma. — Quando será?

— Entrarei em contato.

 

 

O arco do triunfo no centro de Manhattan naquela noite não estava iluminado. Já era tarde, e até a cidade que nunca dormia desligava as luzes em alguns dos principais pontos turísticos. A Embaixatriz estava sentada ali na ponta, balançava seus pés. Tentava entender o porquê deles a acusarem, ela tentou salvar. Deviam ir atrás de Nanok. Deitou-se frustrada na fria mármore do arco do triunfo. Humanos eram tão complicados, mas o que mais lhe chateava era o Corvo e sua prepotência, lhe chamou de irresponsável, Sakura perdeu o controle e foi para cima dele, o Guardião a segurou.

 

 — Isso só demonstra o quão você é fraca e descontrolada.

 

Ela quase socou o arco quando relembrou o que ele disse, mas pensou bem, era um arco de mais de duzentos anos e não queria mais problemas para si. Ela pegou o telefone, não era a melhor hora, mas queria falar com Sasuke. Ela queria se desculpar por ter o deixado no quarto.  Sasuke poderia estar dormindo, era a hora perfeita para deixar na caixa de mensagens.

— Oi...Me desculpa.

— Sakura!

Ela levantou-se surpresa da mármore. — Está acordado?

Estou sem nono.

Sakura olhou no relógio do celular, eram três da manhã. — Pelo visto você também.

— Sim. O que está fazendo?

Estou deitado. — ele tinha acabado de retornar da periferia da cidade, estava procurando dois criminosos. Deixou os dois presos em um poste.

— Hm. Queria te pedir desculpas por ontem, eu tinha que resolver uns problemas, minha irmã estava morrendo, eu nem pensei.

Ela está bem? — perguntou.

— Sim, está.

A sua voz não está muito boa. — ele entrou no carro. — Algo aconteceu?

— Hm… tive problemas no trabalho, sabe... — ela voltou a se deitar na mármore, olhava as nuvens.

Com o quê? — ele retirou a máscara, colocou no auto-falante  a conversa.

— Tenho que responder por algo que não fiz, dai me rebelei e disse algumas coisas para um cara da equipe e quase bati nele, então me seguraram.

Sasuke não disse nada. Lembrou do momento, ele sabia que não deveria ter agido daquela maneira, porém queria chegar o mais longe que pudesse com a Embaixatriz para descobrir até qual ponto ela iria.

Te compreendo. Mas você teve culpa, como foi?

— Não, eu não tive. Alguém fez algo, deu a maior merda e sobrou para mim. — ela bufou frustrada. — Você tenta ajudar as pessoas, mas acaba sendo apunhalada. Agora eu tenho que responder por isso.

Está com medo?

— Estou nervosa. — ele notou que ela estava falando a verdade.

Por quê?

— Porque eu não sei o que eles querem comigo. Todos procuram me culpar por algo.

E o seu colega de trabalho?

— Não se damos bem, ele é o cara esquisito fechado, se acha o dono da verdade. Ele me provoca sempre, como se fosse para me tirar do sério. O que não suporto entende?Daí eu respondo a altura e brigamos.

É um valentão.

— Não. Talvez ele seja perturbado assim como eu sou, cheia de problemas e tenta se esconder atrás de uma máscara. A forma dele agir eu acho que é de alguém que já sofreu muito, deve ter perdido muita coisa e então não confia em ninguém. Por isso ele deve ser cascadura.

Sasuke ficou em silêncio do outro lado da linha. Fechou o seu punho direito e encostou a cabeça no banco de motorista.

Ele tinha perdido muito.

— Eu não sei bem o que fazer. — ela disse um pouco triste.

Quer que eu te ajude? — a voz dela embargada no outro lado da linha pareceu verdadeira. Porém, ele associou ao dia do ataque, os russos e ao passado. Não fazia sentido.

— Não, é coisa minha, não se preocupa. Posso te ver?

Eu vou estar em Gotham esses dias.

— Não será problemas, pego um trem. Mas só você quiser.

Sem problemas. — ele fechou os olhos.

Não podia se envolver tanto e não queria. Ainda não conseguia entender bem Sakura e a Embaixatriz, nenhuma delas pareciam real para ele. Era como se ela tivesse mais de uma máscara e ele queria alcançar  e desmascara-la. No entanto, era um jogo perigoso, no qual ela poderia tirar a verdadeira máscara dele.

 


Notas Finais


Bom, eu demorei para caramba, estava ocupada, muito trabalho e sem vontade de escrever. Agora que estou de férias, vou conseguir postar algumas coisas.
Bom, essa fanfic é um pouco diferente, eu acho que viajo demais na maioneses nela, mas até que gosto de escrever. Sou apaixonada por super heróis da DC, então eu tento recriar um pouco disso no universo Naruto e sem pretensão de nada, é só para passar o meu tempo.

Obrigada por lerem até aqui<3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...