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História Shadow of the Day - Indiferente


Escrita por: UchihaSpears

Capítulo 15 - Indiferente


Konohamaru tentava conter a fúria de uma bruxa medieval, mesmo sendo um semi-deus, não tinha a agilidade para deter aquela mulher. Ela estava arrasando uma área da cidade, seus feitiços eram devastadores e Konohamaru notou da pior forma possível que arco e flecha não iriam funcionar, no momento, ele lutava para proteger a sua vida esquivando-se dos ataques.

Konan estava cheia de ira, era o seu dia, o Halloween era a sua data especial e ter que ouvir do seu guia que a Embaixatriz era superior, foi um golpe. Sempre foi uma mulher que agia racionalmente, mas ali ela parecia longe de usar sua sensatez.

— Não virá Embaixatriz? — ela gritava enquanto atingia a mureta onde o Konohamaru estava se protegendo. — Irei matar quantos hoje, sua desgraçada? Talvez eu deva começar com o moleque com o saco na cabeça. Askan! — a mureta voou para longe.

Konohamaru estava desprotegido.

— Veio fazer o trabalho dela? Agora ela manda crianças fazer o trabalho de adultos?

Konohamaru tentou usar sua força, mas foi desastrado, não causou estrago, senão no calçamento. Ainda não sabia lidar com isso.

 

— Péssima ideia, moleque. — ela preparava um feitiço para lançar, assim que conjurou em direção ao garoto, Sakura interviu com o seu escudo. — Então apareceu e não foi atrasada.

Os olhos de Sakura brilhavam e estavam fixados na Nanok, repletos de ódio. Mesmo sabendo há pouco tempo da existência do irmão, já nutria certa afeição por ele e não aceitaria que o machucassem.

— Procure um lugar longe daqui. — ela deu ordens à Konohamaru.

— Certo! — ele saiu correndo.

— Protegendo as crianças, que lindo. — debochou. Lançou um raio em direção ao garoto, mas Sakura interceptou.

— Sua luta é comigo! — exclamou séria. — E eu quero acabar com isso hoje.

— Duvido. — ela partiu para cima da Embaixatriz que empunhou a sua espada e repeliu o raio. Sakura deu um salto em direção a bruxa que defendia-se com um escudo de magia. Sakura cravou a espada no escudo que rachou de imediato e logo esvaiu-se.

Konan conjurou outro feitiço e a espada de Sakura foi arremessada para longe. Isso não intimidou a deusa, ela estava em seu modo de ataque e ia para cima. Aproveitou uma breve distração de Nanok e voou em sua direção pegando-a pelo pescoço, Sakura lançou a mulher com toda força no chão, o asfalto cedeu.

— Essa é a última vez que você me causará problemas. — Sakura disse e deu um soco no rosto da bruxa, a máscara não rachou. Nanok conjurou outro feitiço, Sakura foi arremessada contra a parede de um prédio.

— Eu que te destruirei!

Sakura recuperou-se.

Lembrou da garotinha morrendo em seus braços e das mortes que Nanok causou. Seu corpo queimou, uma sensação diferente a estava dominando. Ela voltou a aparecer na frente da bruxa.

— Você ousa me desafiar? — sua voz saiu como forte, estridente como um raio. — Conhecerá a fúria da deusa. — sua espada voltou para sua mão, seu corpo resplandecia de alguma forma, um brilho intenso.

— Quem é você?

Era uma energia que Konan nunca tinha sentido, era algo surreal, celestial. Konan deu um passo para trás, iria recuar, foi tarde. A espada foi lançada em sua direção acertando-a bem no meio de seu abdômen. Tão rápido que ela não conseguiu desviar.

O brilho que emanava de Sakura foi cessando, já não era mais a deusa em plenos poderes ali. A Embaixatriz voou para perto de Konan tomada de furor. Puxou a espada do corpo da bruxa e a ergueu, iria terminar o seu trabalho. Decapitá-la. Assim que se moveu para atingir a sua inimiga, a sua espada foi interceptada.

— Embaixatriz! — o Guardião segurou a espada. — Não a mate.

— É a punição dela. Ela merece.

— Não, ela tem que ser julgada e assim você será inocentada. — ele falou.

— Eu quero matá-la! Eu irei matá-la.— bradou.

—Não é sábio.

— Não quero saber. — ela tentou puxar a espada do Guardião, mas ele fez força. — Não me obrigue a lutar com você.

—Deixe-a viva. Ela será julgada como merece.

— Não! — ela empurrou o guardião, ele voou para longe. — Me devolva a espada. — ela foi para cima dele, Naruto se defendia, ela era realmente forte. Eles dois eram os mais poderosos da Akatsuki e uma luta deles poderia ser devastadora para o Planeta. Naruto tentou agir sensatamente, sabia que Sakura estava tomada pelo ódio.

— Por favor, Embaixatriz!

Ele continuava a se defender dos socos furiosos de Sakura. Em anos, uma pessoa conseguiu lhe causar dor.

— Não irá me deter. — gritou.

 

— Faça o seu trabalho. — o Saturniano disse do topo de um prédio.

— Deixa comigo. — o Veloz respondeu e com uma velocidade inimaginável, ele chegou perto da luta dos dois colegas de Akatsuki. Ele conseguia mover-se tão rápido que quando chegou à luta, parecia que os dois estavam brigando em câmera lenta, o tempo era lento para ele. Ele retirou a espada do Guardião e puxou Sakura para longe, o próximo soco que ela iria dar com certeza iria destruir o Empire State building, o prédio mais alto de Nova Iorque.

Assim que ele se afastou o tempo voltou ao normal.

Sakura estava na baía da cidade, seu soco foi na água. Uma onda forte foi gerada. O Veloz agiu rápido e salvou algumas pessoas que estavam em um barco pesqueiro.

— O quê? — Sakura olhou assustada, ela não estava ali naquele momento. Ela tomou um banho.

O Saturniano teletransportou-a para a sede da Akatsuki junto com os outros envolvidos.

Mei assistiu a cena perplexa, tinha acabado de retornar da Grécia, seus olhos não conseguiam piscas. Aquela mulher poderia destruir o planeta com um piscar de olhos.

 

Konan estava presa em uma cela, estava sangrando, mas por ser imortal, não corria o risco de morte. Tentou fazer alguns feitiços, mas não conseguiu, a cela era protegida. Konohamaru olhava incrédulo para aquele lugar, estava na sede da Akatsuki.

— Está mais calma? — o Saturniano perguntou.

Sim, ela estava mais tranquila, mas seus ânimos ainda estavam agitados.

— Foi o necessário. — o Guardião falou. — Me desculpe.

— É o Guardião! — Konohamaru gritou. — Cara, eu te amo!

— Ela merece morrer. Ela matou pessoas inocentes, é a sua punição. — Sakura disse, a água ainda escorria por seu corpo.

— Eu te entendo, mas se matá-la, não provará aos civis que você é inocente. Sua prova estará morta. — ele respondeu pacificamente.

— É o Corvo! — Konohamaru gritou e deu um passo atrás, de perto ele era assustador.

— Quase destruiu Nova Iorque, de novo. — foi a sua primeira fala.

O Veloz e o Saturniano entreolharam-se. Tinha sido o maior trabalho acalmar a Embaixatriz, agora com a presença do Corvo isso iria por água abaixo.

— Corvo. — Naruto tentou intervir.

— Matá-la não seria a solução.

— Quem você pensa que é para me dizer algo? — Sakura deu um passo na direção dele.

Konohamaru olhava atentamente.

— Você é irresponsável. Tem um barco no meio da avenida devido o seu descontrole.

— Opa, vamos tentar manter a paz. — Naruto disse.

Sakura sentiu a fúria crescendo pelo o corpo.

— Maldito! Quem você pensa que é hein?

— Alguém que pensa melhor que você. — ele respondeu. Sakura deu um empurrão nele. Ele foi lançado na parede.

— Você é especialista em me julgar, não é?

— Parece que os dois não se dão bem. — comentou Konohamaru abismado.

— É visível. — o Veloz respondeu.

— Tudo o que você faz é me julgar. O que você pensa que é? Sem seus equipamentos você não passa de um humano qualquer que provavelmente deve ser a pessoa mais vazia e egoísta que existe nesse mundo.

Naruto pensou em impedir, mas achou bem apropriado a fala de Sakura contra o Corvo. Deixou acontecer.

— Não deve ter ninguém que te ame, não é porque algo aconteceu de ruim com você que você precisa agir assim. Não conhece o amor e não conhecerá, viverá aprisionado, as sombras habitam em você.

— E por acaso você conhece o amor? — Sasuke revidou.

— É algo maravilhoso. — ela apertou o pescoço dele. — Que você nunca conhecerá.

Sasuke, mesmo numa posição desfavorável, deu um meio riso.

Ela soltou o pescoço dele. — Eu te desprezo. — falou.

— O que irá fazer com ela? — Sakura perguntou.

— Desmascará-la e levá-la às autoridades. — o Guardião respondeu. — Saturniano, tire a máscara dela.

— Não a deixem perto de mim, eu ainda quero matá-la. — cruzou os braços.

O Saturniano atravessou a parede de alta proteção e tirou a máscara, Konan estava desacordada.

Assim que Sakura viu a identidade da mulher ela teve um choque. Sasuke estava surpreso, mas não expressou nada.

— Konan! — Sakura disse surpresa.

— A conhece? — Naruto perguntou.

—Não pode ser — expressou com tamanha tristeza.

— É uma socialite famosa. — o Corvo respondeu.

— Como ela pode ter me enganado?  — Sakura disse perplexa. — Maldita!

Sakura retirou-se da sala como um raio, o Guardião notou o semblante de decepção no rosto da mulher, resolveu ir atrás dela.

— Aqui é sempre assim? — Konohamaru perguntou.

— Hoje foi o dia. — comentou o Veloz. — Mas espera… quem é você? — perguntou.

 

Sakura estava sentada na cadeira e isolada. Ver Konan presa naquela cela, ela era a sua inimiga, que ironia do destino. Nunca imaginaria que a bruxa que trouxe para Nova Iorque dezenas de morte, era a mulher que conversava quase sempre sobre qualquer assunto. Konan estava abaixo de qualquer suspeita.

Que dia pavoroso ela teve, tudo estava dando errado e da pior maneira. Estava arrasada. O Guardião entrou na sala, viu a imagem da mulher de olhos fechados.

— Como está? — perguntou delicadamente.

— Péssima.

— Vi que foi um choque para você descobrir a identidade da mulher.

— Eu estava falando com ela ontem sobre uma festa de Halloween, e olha, a bruxa era ela. — disse inconformada.

— Às vezes quem está próximo de nós nos machuca de formas misteriosas. Nunca sabemos quem está por de trás de uma máscara.

— Eu tinha tudo para ter um bom dia hoje, era para tudo ir bem, sem preocupações. Sabe..., — ela gesticulava com as mãos. — O cara que eu gosto disse que me amava, eu descobri um irmão que eu não tinha ideia e tudo estava bem, mas desandou. — desabafou.

— Te entendo, eu tenho desses dias. No dia que eu iria me casar, sequestraram a minha mulher, quase a mataram. Parece que tem sempre alguém pronto para estragar um dia.

Sakura o olhou, Naruto realmente entendia o que ela sentia.

— Eu sou um fracasso. — disse.

— Não, você não é. Você é uma das mais poderosas que conheci.

— Imagina quando eles descobrirem que ela era uma conhecida minha, eles vão me odiar de vez. — pausou um tempo. — Eu sou um desastre como heroína, esse não é o meu papel. — Naruto sentou-se ao lado dela.

— É normal se sentir desse jeito, mas tente lembrar-se do quanto já fez e de quantas pessoas salvou. Você é brilhante Embaixatriz, temos dias horríveis, mas o diferencial é não permitir que eles nos destruam. Heróis sempre renascem das cinzas.

— Pode algo de belo sair das cinzas? Eu estou em chamas. — passou a mão nos olhos tentando deter as lágrimas.

— As melhores melodias foram compostas pelos corações apertados e tristes. — ele deu um sorriso — Permita-se sair das cinzas e assim encontrará quem você é e o seu papel. — ele pousou a mão no ombro dela. — Vai ficar tudo bem, apenas descanse.

 

Naruto levantou-se. Achou justo naquele momento deixá-la sozinha, ela precisava aliviar a sua mente. Ela precisava ser ajudada de alguma maneira. Saiu da sala e viu que Sasuke estava na porta, com certeza ele tinha ouvido a conversa.

— Afaste-se dela Sasuke. — disse sério, era raro vê-lo daquela maneira. — Você é desprezível e sujo. — proferiu. Sasuke não comentou.

 

Ino estava com um saco de batatas fritas na mão. A deusa estava tão furiosa naquele momento.

— Humanos... babacas.

Tenten sorria da cena.

— Nenhum beijo?

— No. — ela disse e colocou a mão no saco de batatas pegando uma generosa porção.

— Eu não sei sobre a vida do professor. Será que ele é gay?

— Não. Ele gosta de mulher, todas, exceto eu.

— Desistiu Afrodite?

— Não mesmo. — disse irritada. — Irei fazer aquele professor babaca cair aos meus pés. Só não sei como.

— Poderes não vale. — Tenten informou novamente.

— Eu sei querida. Eu irei conseguir, anote e verás.

Sakura chegou pela janela, não falou com as meninas. Tenten desconfiou que tinha algo errado, mas sabia que quando ela chegava dessa maneira, era melhor deixá-la sozinha.

— Aconteceu algo. — Tenten comentou por alto.

Ino concordou.

 

O despertador de Sakura tocou pontualmente às seis e meia da manhã. Ela acordou sonolenta, uma dor de cabeça horrível, parecia uma sensação de ressaca. Seu celular tinha dezenas de ligações perdidas de Sasuke, sem mais nem menos, jogou o celular na parede, a tela foi destruída em milhões de pedaços. Estava irritada com a situação, no entanto não era apenas isso, uma sensação de medo sempre lhe abatia quando pensava em ter que contar toda a verdade a Sasuke, ele iria achá-la uma aberração. — Talvez ele estivesse achando, pensou ela.

Não queria que ele descobrisse daquela forma que ela era a Embaixatriz, aliás, ela não tinha nenhuma intenção de contá-lo.

— Noite difícil?

— Sim. Não consegui dormir. — respondeu. Tenten viu o celular destruído.

 — Eu sei, bateu a noite toda na parede. Problemas na Akatsuki? Corvo?

Sakura passou a mão no rosto, percebeu que tinha dormido com o uniforme da Embaixatriz.

— Bom, é uma longa história.

— Parem de falar. — Ino reclamou. — Ainda é madrugada. — ela dormia na beliche.

Tenten sentou-se ao lado dela. — Pronta para ouvir, se quiser compartilhar.

Sakura respirou profundamente.

— Então, nem sei por onde começar… — foi despida do uniforme. — Sasuke descobriu que sou a Embaixatriz.

Tenten ficou boquiaberta. — Como?

— Eu tive que me transformar para proteger a cidade dos ataques de Nanok, ou Konan.

 — O quê? Não entendi.

— Nanok é a Konan, ela é a bruxa.

— Estou falecida.

— Aquela sua amiga rica? — Ino perguntou e flutuou da cama. — Te disse vadia, não confie em humanos.

— Hey, eu sou humana. — Tenten rebateu, Ino deu de ombros.

— Ela está presa na Akatsuki e destruiu todos. Enfim…

— E o Sasuke? — Ino perguntou.

— Eu não expliquei tudo a ele, ele só me viu fantasiada e tive que correr para salvar as pessoas. — falou triste. — Tinha ligações dele, mas eu não tenho coragem de responder sabe, eu não sei, eu não consigo olhar nos olhos dele.

— Entendo. Que situação complicada.

— Ah, temos um irmão Ino.

— Novidade, Zeus enfia o trovão divino em todas. Temos dezenas de irmãos Sakura.

— Konohamaru. —falou. Ino caiu no chão.

— O quê? — Tenten gritou.

— Ele é um semideus, filho de uma humana.

— Essa é novidade para mim. — a deusa falou. — Comeu uma mortal?

— Aparentemente.

— O pai do Konohamaru foi para o exército e morreu no Iraque, isso é impossível. — Tenten comentou.

 — Ele sabe onde está Zeus?

— Não, ele não sabe. Teve um sonho e descobriu ser um semideus, por isso ele está agindo daquela forma maluca.

 — Chocada, abismada. Gente se fossem drogas era mais fácil.

— Ele sabe de nós? — Ino perguntou.

— Não, eu não sei como falar isso para ele.

—Você não sabe falar nada. — Ino disse. — Aquele garoto pode ser uma pista para encontrarmos o nosso pai.

— Como eu explico para o Sasuke do meu passado, eu nem sei da merda do meu passado.

— Você está na merda irmãzinha. Temos que pensar em Zeus primeiro, deixa os amores para depois Sakura.

— Você me falando disso, o seu marido quase dizimou metade do Olimpo, você?

— Eu aprendi com os meus erros querida. — defendeu-se. — Precisamos falar com o Konohamaru, aquele moleque babaca é o nosso irmão, quem diria. Estamos no fim do mundo, onde eu estou mais ajuizada que Atena. Fim do mundo!

— Não exagera!

— A verdadeira Atena já teria resolvido essa situação. — Ino falou rígida para Atena.

— Uma prova que não sou ela.

— Não pode fugir de quem você é Sakura.

 

O movimento no Icha Icha estava agitado, as obras do novo prédio das empresas Uchiha estavam em pleno vapor. Sakura estava um pouco área naquela manhã. Cada novo cliente que entrava o seu coração sofria um mini infarto, pensava ser Sasuke querendo respostas. Odiava admitir para si, mas estava insegura com a reação do Uchiha, ele poderia rejeitá-la, afinal ela era uma aberração, era assim que boa parte via os heróis. Os antigos discursos de Sasuke tinham um tom contra os seres poderosos e especialmente sobre o Corvo de Gotham — desse ela achou justo, ele era de fato louco.

O jornal local da manhã noticiava um assassinato macabro em um dos quartos do Plaza, local onde Konan realizou a sua festa.

— A socialite ainda não foi encontrada desde a noite passada. — a repórter informava.

Sakura lembrou da cena da mulher presa na cela, desgosto.

Não sabia se Sasuke continuava ligando para ela, seu telefone tinha morrido de vez. Do outro lado do restaurante, Ino observava Konohamaru, — ela não disfarçava.

— Semi-deus. — disse em um tom de sarcasmo.

Konohamaru ajudava a limpar algumas mesas, o garoto estampava um sorriso no rosto, mal podia acreditar que ontem tinha conhecido a equipe da Akatsuki.

— Olha para a Ino. — Tenten falou para Sakura. — Konohamaru já notou.

Sakura observou.

— Não vai fazer nada?

— Não sei bem o que fazer ainda. — disse e terminou de servir um homem.

— Ela vai assustar o garoto. — Tenten notou que Sakura não estava interessada. — Eu mesma irei fazer algo, você está indiferente.

— Eu não estou nem um pouco interessada no meu passado. — proferiu irritada.

— Sabemos que está mais interessada no Uchiha. Voa até Gotham, o estrago já está feito.

— Não consigo.

— Patética. — Ino disse quando aproximou-se. — Nosso irmãozinho voou para salvar a cidade, está rolando um assalto.

— Rolando? — Tenten perguntou estranhando a gíria da deusa.

— É. Aprendi hoje com um cliente. E você com essa cara de enterro? — falou para Sakura.

— Me deixa.

— Quero saber até quando você vai ficar pensando nesse mortal e esquecendo a família.

Sakura revirou os olhos.

— Bom, eu falei com o Jiraiya sobre o pai do Konohamaru e ele disse que o pai dele foi para o exército e morreu no Iraque. Confirmou a história.

— Zeus não está morto, ele nunca morreria. Aposto que ele deve estar por aí sem memória como a Sakura.

— Faz sentido, mas onde? — questionou Tenten.

Um Breaking news apareceu na televisão, a notícia de última hora mostrava um rastro de destruição em Gotham. Sakura olhou de imediato para a televisão. Chamas saiam de um prédio no centro da cidade e pessoas corriam desesperadas no meio da rua.

— Um avião cheio de coelhos atingiu um dos prédios da cidade.

 — Cheio de coelhos?  — Jiraiya repetiu, limpou o ouvido, achou que tinha ouvido errado.

— Que cidade macabra, odeio que o Neji foi trabalhar lá.

— Coelhos sabem pilotar aviões? — Ino perguntou-se, quando achava que nada mais no mundo dos humanos poderia surpreendê-la…

— Eu não tenho a mínima ideia. — Jiraiya respondeu. — Que mundo louco.

A âncora do jornal mostrava uma imagem do Google Street da localização do prédio.

— Não pode ser! — Tenten gritou e deixou uma xícara cair.

— O que houve? — Sakura perguntou.

— É onde o Neji trabalha, é onde ele está trabalhando. — estava branca.

 

 

Sasuke tinha acordado naquele instante com barulhos infernais de seus instrumentos. A escuta dos carros da polícia estavam a todo vapor, algo tinha acontecido. Ele pulou de imediato da cama, assim que saiu do quarto viu a sua mãe conversando com um quadro na parede, deixou de lado.

— Sasuke, olha que quadro lindo. — ela riu. — Tão lindo. — Sasuke observou o quadro, era uma pintura de uma fazenda e um fazendeiro com alguns animais.

Não teria tempo para aquilo e seguiu para o seu esconderijo. Quando chegou, viu em um monitor o que acontecia na cidade.

— Coelhos? — esfregou os olhos e voltou a ler manchete novamente. Sim, coelhos em um avião.

Foi logo trocando de roupa, colocou o seu uniforme. Desta vez o Caos tinha ido longe demais.

— Uma testemunha afirma que viu alguém em cima do avião segundos antes dele bater diretamente no prédio.

— Eu vi, tinha alguém lá. Eu estava no prédio da quadra ao lado, eu vi, alguém estava em pé no avião, tinha cabelos negros enormes, eles voavam e do nada sumiu e bateu.

 

As ruas de Gotham estavam um caos. Uma nuvem de fumaça tinha tomado conta do quarteirão onde o prédio estava em chamas e perto de desabar. A polícia estava lá, o investigador Hatake assistia a cena perplexo e ainda mais por ouvir que coelhos pilotaram o avião. Era insano para ele, mas ao nível de Gotham, nada era insano. Já tinha visto de tudo ali. Não era comum ver o Corvo em plena manhã nas ruas, mas ali estava ele.

— Tem pessoas presas lá dentro ainda. O elevador do décimo quinto está lotado de pessoas. — o bombeiro gritou. — Nossa equipe não vai conseguir ajudar todos, precisamos de reforços.

Sasuke olhou a situação, realmente sozinho ele não poderia ajudar.

“Preciso de reforços para Gotham.” — pediu ao Saturniano.

 

O Saturniano estava na sala da Akatsuki olhando Konan, que ainda dormia, tinha usado centenas de feitiços tentando sair da cela na noite passada, ficou esgotada. Ele ficou surpreso com o pedido do Corvo, quando ele pedia ajuda, era porque tudo tinha saído do controle.

— Veloz e Guardião, peço que vão imediatamente para Gotham.

 

Sasuke adentrou ao prédio junto com os bombeiros, a estrutura do local iria ceder a qualquer momento, os gritos estavam vindo lá de cima, tinha gente presa nos andares. Os bombeiros não sabiam o que fazer, a própria vida deles estava em riscos, alguns não se intimidaram e subiram pela escada de emergência, iriam salvar as pessoas. Sasuke pegou outra direção pelos escombros, algumas pessoas que conseguiam sair do segundo andar estavam indo por ali, os rostos delas sangravam. Ele tirou um pedaço de gesso do meio da escada, ajudou algumas pessoas a saírem. O segundo andar estava deserto e o chão repleto de estilhaços de vidros oriundos das janelas. Ouviu gritos de pessoas no elevador. Puxou um maçarico no formato de um corvo de seu uniforme e usou para desemperrar a porta do elevador. As pessoas dentro quando viram as portas sendo abertas correram desesperadas.

Olhou por uma das janelas e coelhos caiam, uma verdadeira chuva de coelhos.

— Ele ainda pode estar aqui. — falou.

 

O Veloz foi o primeiro a chegar ao local.

— Cara, está chovendo coelhos!

— Tem pessoas presas em todos os andares, vá ajudá-las. — deu a ordem. Suigetsu correu como um raio. O homem de cabelos prateados não negava o quanto estava assustado com a cena dos coelhos e ainda mais quando soube que eles pilotaram um avião.

— Só podia ser a cidade do Corvo! — ele passou pelos corredores e ia pegando duas pessoas por vez e levando para fora, isso em questões de segundos.

 

Naruto chegou no momento certo onde uma pessoa iria se jogar do décimo andar que estava em chamas. Ele pegou a pessoa e a colocou no chão.

— Obrigada. — disse a mulher ainda em estado de pânico.

— Meu dever. — voou novamente e viu por uma janela que o Corvo estava no oitavo andar. — O décimo andar está em estado crítico, o avião bateu direto lá.

— Então vá lá.

Naruto nem esperou a resposta, ainda estava profundamente irritado com Sasuke com a situação da Embaixatriz.

Um barulho foi ouvido e era um elevador do quarto, ele havia chegado e abriu, coelhos saiam de lá, no entanto eles não foram na direção do Corvo que estava pronto para atacar. Tinha algumas pessoas lá dentro, todas mortas. Uma cena horripilante. Sasuke subiu as escadas de emergência e chegou ao nono andar, havia no chão dezenas de coelhos queimados, estavam mortos. Notou que a estrutura iria desabar a qualquer momento. Foi em direção a janela e viu que o Guardião estava segurando uma pessoa, um homem de cabelos negros.  De repente lembrou do depoimento da testemunha.

— Caos.

Desceu as escadas correndo, andar por andar, tinha colocado na mente que aquele homem poderia ser o Caos. A estrutura do prédio começava a tremer, o prédio estava começando a cair, Sasuke ainda estava no segundo andar, não iria dar tempo, o prédio caiu.

O Corvo apareceu fora do prédio, o Saturniano tinha o tirado de lá para surpresa do próprio Sasuke. Uma nuvem de poeira tinha tomado conta do local. O Guardião tinha um poder curioso, apenas com um sopro, ele afastou uma parte da poeira para o outro lado, foi um alívio para os bombeiros.

— O homem que você salvou, onde está o homem que você salvou? — perguntou.

— Salvei vários. — respondeu o Guardião.

— O de cabelos negros longos.

— Ah, estava bem ferido e coberto por coelhos. Foi para o hospital geral de Gotham.

 

 

Tenten ligava a todo segundo para o telefone de Neji, não atendia.

— Não atende.

— Calma. — Sakura pediu.

— Ainda não entendo bem isso, coelhos como pilotam com as patinhas? — Ino dissertava com Jiraiya.

— Já viu aquele filme Vida de Insetos, animais unidos fazem muitas coisas.

—Nossa!

O celular de Tenten tocou, era o número do Neji.

— Neji, meu amor, meu amor onde você está? — ela pausou. — Como? Não, ele está bem? Não sabem? Cirurgia? Certo, eu irei.

— O que foi?

As lágrimas desciam dos olhos da morena.

— O que houve? — Jiraiya perguntou. — Ele está bem?

— Ele está ferido no hospital, grave. Eu preciso ir para Gotham, urgente. — falou, estava um pouco perplexa, sua voz tremia. — Eu vou para Gotham.

— Você não pode ir assim. — Sakura disse. — Vem comigo.

— Eu quero ir também. — Ino falou.

— Iremos. — Sakura respondeu.

 

Era de costume o hospital de Gotham estar com constante movimento, a rotina ali não era calma. Os sobreviventes do prédio foram transferidos para o hospital central, a cada minuto chegava uma ambulância trazendo pacientes. Os médicos não tinham um minuto de descanso.

Tenten chegou em questão de segundos ao hospital graças ao Saturniano, Sakura tinha falado com ele. Ela correu de imediato para a recepção procurar por notícias de Neji.

Sakura observava o local ao lado de Ino, o ambiente era caótico.

— Ele está passando por um cirurgia. — Tenten disse, estava nervosa e com os olhos marejados.

— É grave? — perguntou Sakura.

— Ainda não sei.

— Vai ficar tudo bem. — Sakura disse a tranquilizando. — Vamos esperar ali. — apontou para a sala de visitas, estava lotada.

— Eu não posso perder o Neji, eu não quero perdê-lo. Sakura, o seu amigo que nos trouxe aqui, você disse que ele curou o Konohamaru, por favor, peça para ele ajudar o Neji. — disse segurando as mãos de Sakura.

— Verei o que posso fazer.

— Por favor.

— Ok.

 

Sakura teve uma breve conversa mental com o Saturniano e esse disse que iria apurar o estado do homem. Tenten ficou um pouco aliviada quando soube.

— Ele veio para Gotham para comprarmos o nosso apartamento. Financiar seria a palavra certa. É a palavra certa. Emprego em outra cidade, mesmo longe de mim, ele disse que valia a pena por estar construindo o nosso sonho. E do nada…

— Ele vai ficar bem. — Sakura disse.

Ino observava cada parente que chegava à sala de visitas, há um bom tempo não sentia um local tão carregado com amor, no entanto esse aliado com a tristeza.

— Eles estão sofrendo. — comentou. — Dói ver o quão estão desesperados.

— Estão com medo de perder alguém especial. — Sakura falou. — Deve doer.

— Sim. — Ino respondeu. Ela fechou os olhos e citou alguma prece. Sutilmente a tristeza no rosto de cada um foi dando lugar a alegria, as pessoas começavam a lembrar dos momentos felizes com seus entes queridos.

— Neji caiu quatro vezes na pista de patinação, sério ele é péssimo nisso. — Tenten lembrou.

Sakura olhou para Ino surpresa com a atitude da irmã.

— O que foi? Não gosto de lugares tristes. — disse e deu de ombros.

— Ajudando humanos.

— Sou uma deusa oras, boa parte da casta divina ajuda as pessoas.

— Sei. Vou comprar alguma coisa para gente, quer algo?

— Chocolates. — pediu Ino.

— Cachorro-quente. — pediu Ten. — É a comida favorita do Neji.

“Não preciso ajudá-lo, ele não está próximo da morte. Os médicos sabem o que fazer.” — Saturniano respondeu.

Sakura deu um sorriso de lado aliviado, Neji iria ficar bem.

Ela saiu do hospital, com certeza por ali próximo deveria ter alguma barraquinha de comida. Para ela, era estranho estar em Gotham e não ter Sasuke por perto, Gotham para ela era quase um sinônimo de Uchiha. Pensou em ligar para ele, mas lembrou que tinha destruído o telefone. Sasuke com certeza estaria ligando para ela... ou não.

Contar para o Uchiha sua identidade secreta era de grande responsabilidade, ela agiu sem pensar ao se revelar naquela noite. No entanto, agora teria que contar algo que nem mesmo ela sabia, teria que explicar quem era a verdadeira Sakura, explicar o seu lado divino, que ela mesma mal conhecia e que a assustava tanto. Eram três de si, a Sakura, a Embaixatriz e a deusa desconhecida.

Sentia-se em um labirinto enorme em sua mente. Mesmo negando a sua divindade, não negava o fato dela ser uma deusa imortal. E quando retornasse a memória? Como ficaria os sentimentos em relação à Sasuke? Ela pensava a todo tempo.

De fato precisava de um tempo para organizar toda bagunça mental e achar um caminho para seguir. Recordou da luta com o Guardião e do quão próximo chegou de destruir a cidade de Nova Iorque, nunca tinha sentido o seu poder daquela forma, de fato não era mais a Embaixatriz ali, era a deusa e ela tinha convicção disso.

 

A roupa de seda branca marcava o seu corpo. Ela andava pelas ruas de Atenas como uma mortal, os atenienses estavam cantando, era noite e a lua nova brilhava no céu. A lua marcava o início da Plintéria, uma festa em homenagem a deusa Atena. Era a festa da sua adoração. Era uma noite de celebração à deusa Atena, ramos de trigos eram levados pelas donzelas que cantavam alegremente para a divindade e alguns animais para o sacrifício.

Sakura estava submersa naquela cena, estava em estado de transe.

— Estão comemorando a vitória em Tróia junto com a celebração da deusa. — um homem apareceu à sua frente. — Vencemos lá graças ao poder da inteligência da nossa deusa. Ela é maravilhosa, não acha?

— Odisseu... — Sakura respondeu em voz alta. Sua imagem estava borrada, não conseguia ver os detalhes do seu rosto. Era alto, forte.

— Cuidado! — um homem de patins quase derrubou a mulher, que para desviar tropeçou em falso e caiu sentada na calçada. Despertou.

— Sakura?

Sakura olhou para o homem parado à sua frente, o terno negro bem alinhado e o colete folgado na cor azul marinho.

— Odisseu. — ela respondeu. — É você.


Notas Finais


Teorias?
Qualquer dúvida me perguntem nos comentários e prometo não demorar tanto, eu adoeci esses dias.
Ah, somos agora 515 leitores, gratas a todos por embarcarem nessa loucura hehehe
Obrigada por lerem até aqui <3


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