1. Spirit Fanfics >
  2. Shadowhunters: Governante de Edom >
  3. 6- Ciclo Eterno

História Shadowhunters: Governante de Edom - 6- Ciclo Eterno


Escrita por: H0whelkins

Capítulo 6 - 6- Ciclo Eterno




  CAPÍTULO SEIS

 

  Maia, indo de mesa em mesa, é surpreendida pelo sino na porta da frente. Não surpreendida pelo som em si, pois é recorrente, mas por quem está por trás do som tilintante. Uma mulher de cabelos escuros, corpo coberto por símbolos, que Maia já está cansada de ver, atravessa a porta. A lobisomem sente um calafrio acalentar seu pescoço, quase tropeçando nos próprios pensamentos. A mulher é Isabelle, que se senta à mesa, como se esperasse ser atendida. Terminando de atender um Seelie, com cabelos longos e azuis, ela foi até a Nephilim.

  — Que bom te ver, Maia. — diz, tirando o cardápio que atrapalha sua visão.

  A licantrope se acomoda à frente de Izzy, afagando os cachos em um aceno.

  — Isabelle. Me sinto na necessidade de te parabenizar pela sua posição. — As duas dão as mãos, rindo.

  — Que bom te ver nesse clima. Está ótima. — diz Izzy, distanciando seus dedos da mão de Maia.

  — Muito obrigada… — A voz falha. — Bem, te procurei no instituto recentemente, mas não estava. 

  — Simon me disse. Alguma coisa aconteceu? Você parece… preocupada. 

  — Não é nada muito sério, imagino. Mas achei necessário te avisar. Me incomodou, de certa forma. — diz ela, franzindo o rosto. 

  Isabelle dá a confirmação por meio do silêncio, esperando que Maia prossiga. 

  — Certo… É que tinha um homem aqui esses dias, um mundano. Ele falou que “Todos saberão a verdade.” — Ela reflete a respeito, pela vigésima vez desde o ocorrido. — Olha, se não fosse pela forma como ele falou… eu teria deixado passar, certamente. 

  — É? E como ele falou? — Izzy encarou a licantrope, esperando uma resposta. 

  — Ele falou como… como se… — faz-se silêncio. — Como se sentisse ódio. Como se odiasse cada alma presente aqui. Como se fosse capaz de entrar aqui atirando em todos, como se fosse gostar disso. — A angústia, como uma lula marinha, agarra seus tentáculos em cada ponto do coração de Maia, pressionando-o sem o menor desdém. 

  — Você acha que ele falava de quê? Dos submundanos? — diz a Shadowhunter, arranhado a ponta de seus dedos com a própria unha. 

  — Na verdade, sim. É exatamente o que pareceu. 

  — É possível que os mundanos possam ter descoberto a respeito do submundo? Como seria possível? — Refletiu.

  — Não sei. Bem, não somos como vocês, nephilins. Somos visíveis para qualquer um, mesmo que protegidos por magia. Se algum lobo se transformar na frente de um humano comum, ou um vampiro queimar ao sol, eles veem. Não existe uma runa de invisibilidade que nos ajudaria com isso.

  As duas permanecem em silêncio, até que os pensamentos de Isabelle falassem mais altos do que poderiam aguentar. 

  — Se esse homem… Se esse mundano sabia… Há uma grande chance de haverem mais que também sabem.

  — É o que acredito. — diz Maia.

  Isabelle deixa a cadeira de madeira, seguida por Maia, e se aproxima da Licantrope.

  — A gente vai ficar de olho, Maia. Eu prometo. — diz Izzy, sussurrando.

  Uma tela colossal exibia um filme, com os alto-falantes estrondosos que tremiam o chão e as cadeiras do local escuro. A única fonte de luz era de pequenos aparelhos que iluminavam os olhares vidrados de adolescentes descansados. 

  Atrás de Clary, uma criança chorava, e, mesmo longe de sua visão, supôs que esperneava também. Em um avanço repentino, Lisa pegou duas pipocas grandes — brancas e oleosas — as pondo em seus ouvidos. Clary riu, e pessoas murmuram descontentes. Como podiam se importar mais com risos abafados do que uma choradeira eterna? Clary imaginou se nenhum segurança poderia simplesmente entrar na sala e retirar a criança e o pai.

  Foi mais ou menos o que aconteceu. Uma mulher, com um chapéu azul e lanterna em uma das mãos, abriu luz dentre o escuro. O brilho atingiu os olhos de Clary, contraindo as pupilas em um aperto inesperado.

  — Vou pedir para que se retire, senhor. — Ela desviou a lanterna da criança.

  — Claro, sim. — Ele riu brevemente. — Onde eu estava com a cabeça para trazer uma criança para ver um filme de vampiros? — colocou o óculos e deixou a sala grande, puxando a criança birrenta pelas mãos.

  Na tela, o personagem mostrava presas grandes no lugar dos caninos, que cravaram no pescoço de uma mulher. Ela gritou de dor, caiu no chão, mas o filho da noite bebeu até a última gota. Clary tremeu com a cena. Tinha algo naqueles dentes… algo familiar. Do modo como o vampiro se movia, como sugava o sangue. Sentiu um breve aperto no peito, e sentiu uma dor repentina no pescoço. Ela levou a mão rapidamente até o local, mas não havia nada.

  Simon, curvando seu corpo de modo que seu peito viesse à frente, desvia de um ataque de um chicote, que parece quente ao quase tocar a pele pálida.

  — Você quase me acertou! – Simon exclamou.

  — Achei que desta vez você estaria mais preparado. — disse Izzy, devolvendo o laço para sei pulso. 

  A Nephilim pega uma arma feita de madeira, mais inofensivo para o sangue demoníaco. Simon avança em Izzy com o bastão, mas seu golpe é interrompido por outro golpe, desta vez de Isabelle, que atinge sua barriga. A sala de treinamento é invadida por uma mulher alta e ruiva, que caminha até Izzy. 

  — Senhorita Lightwood. — a mulher faz uma pequena reverência, quase que imperceptível. 

  Isabelle faz um sinal para Simon, que deixa a sala. 

  — Alguma atualização sobre o ataque em Albany? 

  — Não. — diz a mulher, tirando os olhos do Tablet e os direcionando para Izzy. — Quer dizer, também. A equipe mandada deu conta da situação. 

  — Ótimo. E então? 

  — Há um ataque em um covil de vampiros, em Syracuse. O delegado dos vampiros na cidade nos alertou. 

  — O que demônios iriam querer com vampiros?

  — Na verdade, não eram demônios, Diretora. Foram mundanos. Mundanos atacaram o covil.

  — A Clave, em seu momento mais decisivo, optou por se juntar aos Submundanos. Agora, os filhos de anjos se relacionam com demônios em cascas humanas, lutam lado a lado. — Uma mulher, de cabelos verdes ao fraco vento do espaço aberto, profere as palavras com rancor. — Não é lindo? Demônios, os seres que fomos destinados a destruir, se juntando com a Clave! Seres sanguinários, seres malignos, sob os nossos tetos! 

  — Horrível! Monstruoso! — grita alguém da multidão. 

  — A Clave, senhores e senhoras, está envenenada! As baratas invadiram cada brecha, e tomaram nosso espaço. Isso não revolta vocês? — Se ouve altas vozes, afirmando cada parte do discurso. — É nosso dever retomar a função do nosso povo! Graças a Valentim, o maior revolucionário que os Shadowhunters já viram, estamos aqui. Podemos lutar por um mundo livre de demônios! E é exatamente isso que faremos! 

  A água do Brooklyn é rala, uma mistura confusa de verde e azul. Ela se move com a ventania, como um cubo de gelo em um copo d'água. Como algo tão orgânico, tão genuíno, pode ser comandado por situações que não dependem dele mesmo? Pois bem. Algo cintila abaixo da nuvem líquida, algo grande. Some e desaparece, como o ciclo do dia e noite, mas em uma velocidade desesperada. Como um ciclo eterno, um ciclo que não se cansa.

  O brilho se amplifica à medida que o corpo sai da água, respirando a luz da terra firme. Uma mulher, de cabelos longos e totalmente brancos, emerge do mar. Os cabelos expelem a água quase que às encondidas, desaparecendo com cada gota. Os cabelos estão secos, mas isso não assusta Magnus. Já havia visto isto algumas vezes. 

  Uma voz moderada, melosa e doce invade os ouvidos do feiticeiro. Um som quase que não identificável, mas que vai ficando mais claro ao passar do tempo. Os ouvidos de Magnus derramam uma fina linha de sangue, que se arrasta até o pescoço, com dificuldade. Não doía, mas com certeza machucava. A mulher quase que não mexia os lábios, com os seios cobertos por algumas conchas e algas. 

  — Não precisa se admirar, feiticeiro. — A mulher sorri. 

  Magnus a olha nos olhos, pretos como carvão, revelando uma grande pupila que atingia cada extremidade. Por um momento, Magnus imaginou como seria a visão pelos olhos de uma Sereia, como seria estar em um corpo que cheira a algas, mas desejou jamais saber ao ver os dentes afiados o bastante para arrancar seu pescoço em uma mordida. 

  — Arabella. — Magnus move a cabeca, como se estivesse acenando para um oficial. 

  — Magnus Bane. O alto feiticeiro de Alicante. Que triste fim… 

  — Estou aqui, enviado pela Clave, para convocar sua rainha para a cidade de vidro. Precisamos delimitar certas condições em relação às suas intromissões aquáticas. 

  Ela gargalha, fazendo, agora sim, o ouvido de Magnus doer. 

  — Claro, meu Alto Mensageiro. Informarei imediatamente a rainha Submersa. Aliás, por que você mesmo não avisa? Parece estar precisando se molhar mais… — Outro sorriso. 

  — Eu passo, querida. – Magnus se afasta um pouco. — Foi um prazer. Sempre é um prazer. 

  

  


Notas Finais


Espero que tenham gostado, por favor deixem suas opiniões nos comentários. A história volta em breve.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...