1. Spirit Fanfics >
  2. Shall Never Surrender >
  3. Hope

História Shall Never Surrender - Hope


Escrita por: evasparda

Capítulo 19 - Hope


Fanfic / Fanfiction Shall Never Surrender - Hope

E com isso fechei meus olhos. Minha morte estava próxima. E eu estava tão próxima de Nero. Tão próxima de resgata-lo... Trish havia me dito que se a coisa ficasse feia, eles iriam vir me resgatar. Será que haviam conseguido entrar? Será que estavam aqui?

Tudo o que eu queria era que eles localizassem Nero. Salvassem-no para que ele pudesse fechar o Portal e os planos de Sanctus irem por água abaixo. Sanctus estalou os dedos e dois Mephisto me seguraram pelos braços. Gemi de dor, pela minha clavícula que ainda não estava totalmente recuperada. Sanctus foi até a minha frente e me segurou pelo queixo. Ele me encarou nos olhos com um sorriso mortal. – Quem sabe os dois não sucumbem a mim agora? Os dois? Os Mephisto me seguraram com mais força e eu gritei. Eles estavam me apertando em todos os lugares machucados. O chão em volta de Sanctus começou a ficar azul. Inscrições em uma língua que eu não poderia compreender começaram a se incrustar no chão. Todas as voltas e ladrilhos começaram a ficar azuis. Sanctus se elevou a um nível alto, acima. O chão começou a se abrir em um perímetro circular e uma luz começou a surgir. O chão se alargava como uma grande boca e uma forma começou a surgir. Primeiro, embaçada. Depois, lentamente, começou a ficar nítida. Os demônios me ergueram e me seguraram. Lágrimas escaparam de meus olhos, tamanha era a dor. A forma começou a ter mais claridade. Ela estava curvada, claramente cansada. Havia leves hematomas em seu rosto, como se eles se curassem a cada vez que eram feitos. Os olhos estavam fechados, e a boca estava em uma linha de exaustão. Correntes de grande porte, muito mais fortes que ferro e desconhecidas de meu conhecimento estavam prendendo-a. Meu coração se alastrou e deu uma guinada violenta. Abri a boca para gritar, mas os demônios me deram um chute e colocaram suas mãos fantasmagóricas em minha boca. Quase vomitei com o odor. A forma abriu a boca em uma careta. Seus olhos continuavam fechados. Nero. – Já disse que não vou cooperar com você, Sanctus. – Nero respondeu furioso. Seus olhos permaneciam cerrados. Gemidos de terror escapavam de minha boca e eu me debatia violentamente para sair das mãos daqueles demônios nojentos. Sanctus riu ao ver meu estado. Não me importava o quanto eu perderia tentando lutar contra ele. Nero estava ali. Bem a minha frente. Tudo pelo que eu lutei estava ali. – Ah, meu rapaz – Sanctus riu levemente, tocando o braço de Nero. Ele se esquivou. – Sabe que será melhor para você e para ela se você me obedecer.

O corpo de Nero se retesou e ele apertou ainda mais os olhos. – Ela morreu. – Ele disse em uma voz dura e fria. Meus olhos encheram-se de lágrimas. Então, ele não sabia que eu havia sobrevivido à fuga? Que eu estava a sua procura? Tentei gritar seu nome, mas eles me apertaram ainda mais. – Sabe que está enganado. Os olhos de Nero finalmente se abriram. E ele encarou Sanctus com um ódio tenebroso. Ele não disse nada, mas Sanctus continuou rindo. Lentamente, ele saiu do campo de visão de Nero, para dar lugar a minha imagem. Os olhos dele focaram-se em mim, demorando-se. Quando a compreensão tomou conta de seus olhos, ele os arregalou. – Você...? – Ele disse em surpresa, misturado com um grande alívio. Mas depois o ódio tomou conta de sua voz. – Você... O QUE FEZ COM ELA? O urro de ódio de Nero me deixou arrepiada. Seus olhos violentamente ficaram vermelhos e ele começou a tentar se soltar. Minha imagem não seria lá das melhores, mas ainda assim, encarei-o com terror nos olhos. Todas aquelas noites a sua procura, a sua fuga e tudo pelo que passei, para agora estar frente a frente com ele e saber que não iria mais poder ficar com Nero fora demais para mim. As correntes que o seguravam eram a prova de fuga, especialmente criadas para manter grandes demônios em cativeiro. Nero era meio-demônio, o que significava que era ainda mais inútil tentar escapar. Os Mephisto me soltaram violentamente no chão, e eu gritei. Toda a minha articulação estava rompida, com violentos espasmos. Nero deu um grito de ódio e uma grande forma começou a se formar ao seu redor. Seu Devil Triger. Eles correram até Nero e o detiveram com chutes. Ele estava terminantemente fraco, por isso não conseguiu segurar. Sanctus foi até mim e me ergueu pelos cabelos. Segurei meu grito, para não prejudicar ainda mais a situação. – E então, Nero? – Ele sorriu triunfante, me balançando como uma boneca de pano. – Vai recusar a minha oferta agora? E foi aí que eu percebi. Nero não havia morrido ainda porque ele não podia morrer. Era ele quem deveria abrir ou fechar o Portal, não importava como. Se ele morresse, mesmo que em sacrifício, o poder da Yamato se extinguiria ou passaria para Dante. Por ainda ter o sangue de Vergil. Nero estava sendo mantido ali para não poder fechar o Portal. Mas ele ainda não havia sido aberto por completo. Ele precisava abri-lo corretamente. Por isso, Sanctus não queria mata-lo. E por isso ele não estava cooperando.

Nero não tinha escolha. Eu estava nas mãos de Sanctus e ele também estava. Ele não poderia arriscar a minha vida e eu não poderia arriscar a dele. Mas eu não ia deixar. – Nero, não! – Gritei. – Você não pode fazer isso. Nem por minha causa. Nem pense nisso! Ele me olhou com força nos olhos. Ele não ia me sacrificar, isso estava escrito. – Eu não tenho escolha. Sanctus está com a minha vida nas mãos. Lágrimas escorreram de meus olhos. Não. Não! Isso não poderia acabar dessa forma. – E você, garota? – Ele me virou para que eu encarasse-o nos olhos. Segurei um gemido de dor. – Não ouse encostar nela! – Ouvi o grito furioso de Nero atrás de mim. – Vai me dizer a verdade? Nisso, ouvi um estalo atrás de mim. Eles estavam segurando Nero pelos cabelos e uma espada cortava seu braço. Eles iriam arrancar o Devil Bringer. – Com ou sem braço, ele ainda me é útil. Mas, digamos que ele vai ficar muito debilitado sem o braço. Parte da vida dele está nessa estrutura, querida. – Não! – Berrei. – Você tem dez segundos. – Tudo bem! – Gritei em pânico. – Eu me rendo. – Kyrie, não! – Nero gritou. Seus lábios estavam apertados por causa da dor, mas ainda assim ele estava furioso. – Nero... – Eu comecei a chorar, vendo a situação em que fomos parar. Estávamos um sendo rendido para o outro não morrer. – Muito bem, menina. Sábia escolha. Agora... Diga-me tudo. Fechei meus olhos com veemência. Tentei localizar o chip em meu cérebro, tentar mandar um pedido de socorro. Mas nada aconteceu. Eu não podia contar a verdade, contar sobre o plano. Mas eu tinha de inventar algo. – Eu me rendi a você, por que... Porque eu não aguentava mais. Porque eu não aguentava mais ser perseguida. Porque eu queria ter uma chance, mas não tinha. – Dante, Lady e Trish fugiram, porque pensaram que eu estava blefando. Meu plano acabou ruindo e eu não tive escolha. Eu não queria morrer... Eu não queria morrer sem ver Nero antes. Lágrimas explodiram de meus olhos. A tensão estava caindo em meus ombros, mas eram lágrimas de terror e medo. Terror por não saber o que fazer e medo de ser descoberta. O olhar gélido de Nero perfurou meus olhos. Ele estava furioso comigo. Na mente dele, eu tive a chance de fugir e fiquei para poder ver um garoto antes de morrer. Sorri sem jeito para ele. Eu não poderia contar a verdade para ele agora, mas duvido que ele fosse gostar de saber que eu estava tentando resgata-lo.

O silêncio predominou a sala. Os demônios tiraram a espada do braço de Nero. Sanctus estava meditando, tentando considerar minhas opções. Eu esperava que ele estivesse fazendo a equação de que... Se eu estava resistindo naquela hora era por pura vergonha de admitir que eu tivesse de sucumbir a ele e para poder ver Nero. Isso fazia sentido. Eu esperava que ele considerasse minha versão. Sanctus me soltou violentamente no chão e apontou a espada para mim. Fechei meus olhos. – Nero... Você está vendo o estado dela. Ela não aguenta mais um golpe. Abri os olhos novamente e encarei Nero com força. – Eu vou ser bem claro. Vou te dar quarenta e oito horas. Você tem esse tempo para decidir se quer tentar cooperar amigavelmente comigo. Se dentre essas quarenta e oito horas você não cooperar, ela morre. E pior. Além de morrer, condeno a sua alma a ser torturada eternamente no Inferno, tendo ela merecido ou não. Encarei Nero com dor e frustração. Meus olhos estavam em fúria e entre as lágrimas, gritei: – Você não vai fazer isso! – E depois me dirigi a Sanctus. – Pode fazer o que quiser comigo. Eu não valho nada. Mas não vai mais ameaçar ele dessa forma. Eu não tenho medo de morrer. Não tenho medo da Eternidade ao qual fui sucumbida a passar. Mas ele não vai fazer isso! E você – Me levantei, encarando-o de frente – Vai se dar muito mal. Sanctus me bateu violentamente na face. Mas eu segurei meu grito e continuei em pé, mesmo com o impacto. Meu ódio por Nero estar naquela situação era tamanho que eu não tinha mais medo dele. E não ia sucumbir as suas vontades. – Se abrir novamente essa boca, sua peste – Ele me empurrou no chão e me chutou. – Eu corto essa sua língua fora. – PARE! – Nero urrou. – VOCÊ ESTÁ PASSANDO DOS LIMITES! JÁ CHEGA! NÃO AGUENTO MAIS. EU FAÇO O QUE VOCÊ QUER. – NERO! – Berrei. – Kyrie, chega! Não vou perder você outra vez. Avancei contra Sanctus, mas os demônios me pegaram. – Nero, não! – Eu chorava. Lágrimas escaparam de seus olhos, mas ele continuou firme. Sanctus ria em triunfo. Tudo estava acabado. Ele iria conseguir o que queria e Nero e eu iríamos morrer depois. Gritei de frustração. Nero começava a desaparecer, sendo levado de volta até sua cela. Eu soluçava, tentando impedir o que não podia. Mas então, algo estranho aconteceu. Eu senti um pequeno choque na nuca. E um zumbido baixo na minha cabeça. Era o chip.

Ele foi ativado e estava dando coordenadas de onde eu me localizava. Sem Sanctus ver, abri um sorriso triunfante. Eu estava sendo rastreada.


Notas Finais


A coisa está ficando interessante, espero que esteja do agrado.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...