Pov. Joana Mendes:
Meus pés berravam de dor. Eles estavam tão doloridos devido a caminhada no CT da velha senhora, mas andar valeu a pena. Além de ter ouvido aquela proposta maravilhosa do Giuseppe, eu me senti bem sendo observada por tantos homens.
Eu não digo que estou me sentindo maravilhosamente bem, até porque é impossível se sentir assim depois do que aconteceu ontem, mas saber que eu ainda desperto desejo em algum homem, renova o meu folego.
Passei o resto da tarde na cama fazendo ligações. Comentei quase tudo com Jorge sobre a proposta e ele ficou animado, disse que iria falar com o colombiano. Me senti aliviada pelo fato dele ter esquecido que eu havia ido para os EUA e não perguntou nada sobre Josef.
Fiz algumas ligações para saber como estavam as coisas na Gestimodel, verifiquei meus emails, olhei planilhas e quando sai do mundo da empresária vi que as horas haviam passado com muita rapidez.
Me vi entediada e sufocada pelo quarto de hotel.
-Sabe de uma? Vou sair e comer alguma coisa. - digo para mim mesma.
Acho que os olhares masculinos me deixaram mais animada.
Fui para o banheiro, tomei banho, tirei toda a maquiagem. Depois fiz uma nova, só que mais leve e sem tanta vontade de esconder olheiras e tudo mais. Vesti um vestido justo e por cima joguei um sobretudo verde tom militar e calcei uns saltos.
Ao olhar no espelho, fiquei satisfeita, só que dessa vez por dentro eu me sentia um pouco melhor.
Fui para a recepção do hotel.
-Boa noite. - digo educada.
-Boa noite, senhora, posso ajudar em algo? - a educada recepcionista pergunta.
-Você tem algum restaurante para me indicar?
Ela se surpreende um pouco.
-Bom, temos ótimas refeições aqui no hotel.
-Eu sei, mas eu queria sair um pouco.
-Ah, claro... a senhora tem alguma preferencia de lugar? Deseja um lugar sofisticado?
-Um lugar com boa comida já está bom. - digo sorrindo.
-O L'Acino é uma ótima opção e durante a semana ele tem movimento tranquilo. - ela indica.
-Obrigada pela indicação. Pode chamar um carro para mim?
-Claro, só um minuto. - ela fala e já pega o telefone.
Ela chama um carro para mim e eu sigo para o restaurante que a recepcionista havia me indicado.
O L'Acino não era tão longe do hotel, então não demoramos para chegar nele.
-O senhor poderia me dar o seu número? - peço ao motorista.
Ele me olha um tanto surpreso.
-Não precisa o senhor ficar me esperando aqui, é mais prático eu te ligar quando terminar minha refeição. - explico.
-Sim senhora. - ele confirma e mexe no porta luvas.
Ele retira um cartãozinho e me entrega e eu leio o nome dele.
-Obrigada... Edgar. - digo e salto do carro.
Caminho para dentro do restaurante e sou recebida pelo maitre.
-Boa noite, em que posso ajuda-la? - o cinquentão diz educado.
-Eu desejo uma mesa.
-Para quantas pessoas? - ele pergunta.
-Uma.
Ele olha no pequeno caderno que tinha em mãos.
-Me desculpe senhora, não temos mesa para uma pessoa.
-Pode ser para duas mesmo.
Ele se mostra um tanto constrangido.
-Elas também se esgotaram, a ultima que tínhamos fora reservada.
Isso porque esse restaurante não é movimentado durante a semana.
-Desculpe a intromissão, mas eu não me incomodaria em dividir minha mesa com a senhorita. - um voz masculina nos interrompe.
Olho para trás e vejo um rosto conhecido. Sami Khedira, jogador da Juventus e ex atleta do Real Madrid.
Sorrio para ele.
-Não precisa se incomodar... - ele me interrompe.
-Não será incomodo nenhum, será um prazer desfrutar da sua companhia. - ele fala e sorri.
Diante de um convite desses, eu decido aceitar.
-Muito obrigada. - digo.
-Posso direcionar vocês para a mesa? - o maitre pergunta.
-Sim. - Sami responde.
O maitre vai a nossa frente e Sami me deixar ir logo atrás.
Assim que chegamos a mesa, o alemão fez as vezes do maitre e puxou a cadeira para mim.
Opa, opa.
Ele se acomodou na cadeira em frente a minha e sorriu.
-Desejam algo para a entrada? - o maitre pergunta.
-A escolha está nas mãos da dama. - Sami fala.
Acho que não foi uma boa ideia aceitar dividir mesa com ele.
-Bruschettas sempre caem bem. - digo.
-Sim senhora. Desejam fazer logo o pedido do prato principal?
-Por mim sim. - digo.
-Concordo.
-Sugeri algo? - pergunto ao maitre.
Gosto de ouvir opiniões, principalmente quando visito algum país.
-O risoto de camarão é uma delicia. - ele fala.
-Então eu quero um risoto.
-Dois, por favor. - Sami fala.
-Aceito sugestão para o vinho também. - comento e dou um pouco de risada.
-Trarei um que combina perfeitamente. - o maitre fala e sorri educado.
O maitre se vai para repassar na cozinha os nossos pedidos e eu fico na companhia do alemão.
Olha para frente e percebo que o jogador me admirava com um leve sorriso nos lábios. Eu me sinto constrangida.
-Obrigada por dividir a mesa comigo, eu provavelmente voltaria para o hotel. - digo tentando acordar ele.
-Não poderia deixar uma dama voltar para o hotel por causa de um imprevisto. Não me agradeça, será um prazer ter a sua companhia.
O intenso olhar dele estava me deixando completamente desconfortável.
-Eu acho que nunca tivemos a oportunidade de termos uma conversa. - ele fala.
E nesse momento eu estou me arrependendo de ter aceitado te dar essa oportunidade.
-Desculpe se eu estou te assustando um pouco... não é minha intenção. - ele fala.
Acho que eu fiz uma cara de desgosto.
-Tudo bem. - digo e tento sorri.
-Podemos começar do zero? - ele pergunta.
-Podemos.
Ele estira a mão para mim e eu aperto sua mão.
-Sami Khedira. - ele fala sorrindo.
-Joana Mendes.
-Espero que agora eu não te assuste. - ele fala e rimos.
-Eu também espero. - concordo rindo.
Ele faz uma careta e acaba deixando o clima leve.
Nossas bruschettas chegam e nós vamos começando a bater um papo descontraído.
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