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História Sharks And Serpents - Discussões e Foras


Escrita por: LadyFear

Notas do Autor


Olá, pessoas <333
Como muitos concordaram, trago aqui o primeiro P.O.V alheio ao casal.
Escolhi o James, por que como se sabe, e se percebeu ele já está meio caidinho pela nossa menina.
Espero imensamente que gostem, por que eu sinceramente tive trabalho de entrar no personagem do James, exatamente por que não vou muito com sua cara kkkkkk
Não se preocupem, os P.O.V's normais do futuro casal (ou não) voltaram após desse com tretas que sabemos que tem que acontecer.
<3 obrigada pelo carinho e por estarem confabulando comigo <3
~SectumSempra!

Capítulo 11 - Discussões e Foras


Fanfic / Fanfiction Sharks And Serpents - Discussões e Foras

James P.O.V

- Era sábado, e apesar de ter uma pilha de lições sobre Transfiguração, Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas, eu ainda queria ficar ali do lado da janela aberta esperando algo que realmente não viria pela minha coruja-da-torre. Mesmo eu querendo. Já havia lhe enviado pelo menos quinze convites alguns extensos outros mais diretos e elogiosos, e ela não havia me respondido nem um A, muito menos sim. Eu sabia que estava perdendo tempo, mas ainda tinha alguma esperança de que ela aceitasse ir comigo ao baile no dia seguinte. Por incrível que pareça eu não havia ficado com raiva quando ela me fez ficar sem roupas naquele dia do lago, em contrapartida, havia me interessado mais do que deveria por ela, e agora estava ali feito um idiota a espera de uma resposta confirmativa de suas mãos de gelo.

Almofadinhas e Rabicho dormiam feito duas pedras. Havíamos passado a noite inteira jogando Snap explosivo e bebendo cerveja amanteigada que gentilmente os elfos domésticos da cozinha nos “cederam”. Era quase um exagero dizer ceder, já que bastava pisar os pés lá, zilhões de bandejas com comida nos era oferecida. Um estava roncando feito uma morsa e o outro resmungando coisas sem nexo que as vezes nem eu queria entender quanto mais ouvir. Aluado havia saído mais cedo em busca de livros na biblioteca para começar a fazer suas próprias lições. Eu admirava o seu senso de estudo e responsabilidade, mas não conseguia seguir os mesmos métodos que ele. Sem contar que na quarta feira começaria o seu ciclo mensal de transformações, e quanto mais ele adiantasse as coisas, melhor.

- Pontas, o que está fazendo ainda aí? – Era ele com sua pilha gigantesca de livros emprestados.

- Nada ainda, Aluado. – Respondi olhando para o céu.

- Deveria desistir Pontas. Você sabe que ela não vai com você ao baile, e muito menos com qualquer outra pessoa. – Ele parecia saber mais do que devia, pois logo percebeu o que tinha dito e se calou depressa abrindo o primeiro livro apenas para fingir que já havia começado.

- Como assim não vai com ninguém, Aluado? – Perguntei me levantando da minha cadeira encostada a parede e fui até onde ele estava dando um chega para lá naqueles tomos empoeirados e cheirando a mofo velho.

- Por que não chama a Evans, Pontas? Achei que estivesse apaixonado por ela. – Tentou desconversar.

- Não mude de assunto. Como você sabe que a garota de gelo não vai? – Eu a chamava assim pois achava um título digno a sua falta de piedade comigo.

- Ela tem nome, Pontas. Ruby Mihaela. Não custa chama-la pelo primeiro nome. E, sim, pelo que andei sabendo pelas conversas das Sonserinas pela biblioteca, ela é a única que não vai, nem mesmo com alguém da própria casa. – Aquilo era interessante, mas ainda não me explicava por que ela não tinha me respondido nada.

Bufei.

Pelo menos ela não iria com o ranhoso.

Voltei para onde eu estava, ainda esperançoso. Havia um ditado trouxa que dizia que a esperança era a última que morria. Então não faria mal esperar apenas mais um pouco. Quem sabe ela decidisse pelo menos uma vez que talvez valesse a pena.

- O que foi que você viu tanto nela, Pontas? Quer dizer.... Ela é bonita, inteligente, e tem aquela aura cheia de mistério que você gosta nas coisas já que se arriscar é seu sobrenome. Mas, o que tem por trás de tudo isso? – Havia curiosidade na voz do meu amigo, e pela primeira vez eu realmente me colocava a pensar nisso.

- Eu não sei, Aluado. Quer dizer... Saber eu sei, só não acho que seja correto contar isso, acho que seja um segredo dela.

- Do que está falando? Delirou mesmo? – Almofadinhas havia parado de roncar e agora se sentava. Estava ouvindo a conversa como bom ouvinte que era.

- Não seu idiota. – Joguei o travesseiro mais próximo nele que tentou se esquivar mas acabou caindo para o outro lado da cama. Estava parecendo um leão despenteado.

- Então o que é? Que segredo é esse? – Ele se sentou interessado. – Quer dizer que a senhorita de gelo tem segredos, e você sabe deles? O que andou aprontando, Pontas?

- Demente. – Revirei os olhos. – Tudo bem, tudo bem, eu conto. – Respirei fundo vendo aqueles olhares cheios de expectativa. No fundo eu me sentia culpado, mas não sabia exatamente por que. – Faz algumas semanas que eu vi ela entrando dentro do lago.

- Sem roupa? – Almofadinhas se adiantou sorrindo malicioso.

- Cala a boca Almofadinhas. – Aluado pediu. – Continue, Pontas.

- Ela entrou dentro do lago, mas não saiu de imediato. Lembram-se que fiquei pelo menos duas horas fora, e depois eu desconversei sobre qualquer coisa e fui dormir? – Eles assentiram em concordância. – Eu passei aquele tempo todo esperando ela sair. Não sei o que diabos ela é, ou como ela conseguiu passar tanto tempo embaixo da água, mas a cena dela saindo molhada valeu a pena. – Sorri relembrando como se estivesse vendo naquele momento. A garota de gelo poderia muito bem ser a garota do fogo, nunca vi um corpo tão bem feito na vida mesmo por debaixo das roupas molhadas. E olha que já tinha visto muitos. O que me deixava curioso eram todas aquelas cicatrizes espalhadas pelo seu corpo, e o tempo que demorou para sair de dentro do lago negro, tendo em vista que existiam criaturas ali que adorariam causar uma tragédia.

- Espera, ela demorou todo esse tempo lá dentro? – Aluado franziu a testa. – Nem uma pessoa com Guelricho demoraria duas horas, no máximo uma.

- Vai que ela tem parentesco com os sereianos. – Almofadinhas brincou. – Sabemos que tem algo errado nela. Ninguém é bonito daquele jeito sem uma causa anormal.

- Isso não é possível, Almofadinhas. – Aluado se interpôs. – Existem meio gigantes, meio anões, meio duendes, e até meio Veelas. Mas, meio sereiano? Acho difícil.

- Vai que é possível? Não se sabe. Até explicaria por que ela consegue fazer surgir água quando estamos passando nos corredores para que a gente pise e escorregue quase todo dia mesmo ficando de alerta. – Almofadinhas bufou. – Sei que ela gosta de proteger o ranhoso, mas ficar nos azarando e fazendo a gente quase se quebrar todo dia não é legal. Por exemplo do dia da torre de astronomia eu praticamente fiquei uma beterraba com tantos hematomas.

- Merecemos. – Aluado comentou escrevendo. – Devíamos parar de zoar o ranhoso. Até por que, qual era o motivo mesmo, Pontas?

- Eu ainda sou apaixonado pela Evans, Aluado. Mas eu me sinto atraído pela Ruby. Eu não sei bem explicar mas tem algo nela que me atrai como se fosse um imã.

- Por isso que está com essa cara de retardado o tempo todo. Nunca vi isso, nem mesmo pela Evans. Acho bom parar. – Almofadinhas voltou a se jogar na cama revirando os olhos. – Sabe, uma coisa é gostar de alguém da própria casa. A outra gostar de alguém de outra casa, a pior de Hogwarts e que ainda vem de uma das piores escolas de ensino em magia.

- É uma das melhores. – Aluado franziu a testa. – Não é por que lá a magia negra é ensinada que é a pior. Todas as outras disciplinas que temos aqui são vistas lá, menos Defesa Contra As Artes das Trevas. É uma escola disciplinar e referenciada, não julgue tudo como se fosse a mesma coisa. Eu entendo a sua aversão, mas não quer dizer que ela seja a mesma coisa que todos lá.

- Está defendendo ela, Aluado? Se bandeou para o outro lado também? – Zombou.

- Pare com isso. Ela é uma pessoa normal, só é acompanhada por más influências.

- O que torna ela a mesma coisa. Não me julgue mal, mas até meu irmão está nesse mesmo saco.

- Parem os dois! – Bufei alto. Rabicho acordou abobalhado olhando para todos os lados como se tivesse tomado poção para desnortear, de novo. Massageei a ponte do nariz por debaixo da armação de meus óculos me levantando novamente andando em direção ao salão comunal.

- Aonde você vai? – Aluado perguntou desconfiado.

- Fazer o que eu deveria ter feito desde o princípio.

- E o que seria? – Pareceu confuso.

- Convidar ela pessoalmente.

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- Sabia muito bem onde encontra-la nos dias de sábado à tarde. Por alguma razão ela se distanciava do seu grupo habitual e ficava enfurnada na biblioteca até perto da hora do jantar. Parecia estar mantendo seu tempo individual, pelo menos um dia da semana, já que nos outros estavam sempre rodeada pelas primas e irmão do Almofadinhas, e aqueles outros imbecis, incluindo o ranhoso que mais parecia cola. Eu não sabia se me sentia desconfortável com ele estar sempre perto da Ruby, ou da Evans. No fundo eu sabia que com a Evans, ele só estava por que ela queria me fazer ciúme. A Ruby, eu tinha um fundo de convicção de que ele gostava dela, mas não queria dar o braço a torcer pois sabia que perderia a Evans para mim.

Era uma situação impensada até o ano passado.

Passei por algumas Lufanas que sempre faziam questão de falar comigo e perguntar sobre a próxima temporada de quadribol, mas naquele dia eu apenas respondi o básico. Não estava a paz de falar com ninguém fora ela. Passei por alguns corredores e lá estava ela na mesma mesa perto da janela, depois da sétima estante. Sempre parecia estar escrevendo algo, ou fazendo transcrições extensas dos livros para os pergaminhos que se acumulavam a sua frente. Já era quase tradição minha ir ali todos os fins de semana apenas para observá-la com calma. Sabia que ela tinha noção de que eu sempre ia ali, mas nunca falou nada contra. Estava ininterruptamente me ignorando com aquela sua expressão fria e vaga. Era tão linda, porém perguntava-me por que nunca sorria, nem mesmo com as piores piadas do professor Kettleburn.

Seu cabelo, quase prata sempre preso, refulgia com os raios de sol que entravam pelos vitrais, e aqueles olhos azuis escuros frios e selvagens hoje estavam calmos e monotonamente concentrados em um tomo que eu reconhecia pertencer a Seção Especial da biblioteca. Assim como Almofadinhas havia dito, ela também pesquisava sobre as Artes das Trevas, mas eu não quis dizer nada disso a ele, apesar de também odiar aquelas coisas. Perguntava-me se era por isso que o ranhoso vivia perto dela, quem sabe ela tivesse o que ensiná-lo, ou aprender com ele já que sempre parecia viver atolado naquilo, e não duvidava de que provavelmente depois de Hogwarts se tornasse um Comensal da Morte.

Afastei aqueles pensamentos e voltei a me concentrar naquela boca carnuda que infelizmente nunca dizia nada para mim que eu gostasse.

O que havia de errado comigo afinal? Eu era um Grifinório, e ela uma Sonserina. Esperava que ela dissesse o que? Que ficaria comigo mediante eu parar de dar em cima das outras, ou que adoraria me ver jogando? Estava sendo idiota.

- Concordo. – Ela falou em alto e bom som me fazendo estremecer.

- Concorda com o que? – Perguntei me aproximando. Era a minha deixa.

- Você está sendo idiota. – Murmurou ainda com os olhos apregoados ao livro.

- Assim você me assusta, desde quando saber ler mentes dessa forma? – Brinquei sentando-me ao seu lado. Aquele cheiro de bergamota era maravilhoso.

- O que você quer, Potter? – Continuou com seu tom inflexível e indiferente. Era como se eu não fosse nada. Nada além de um bobão.

- Estava admirando sua beleza de gelo. – Sorri de canto. Talvez funcionasse.

- Achei que iria admirar a beleza avermelhada e refulgente da Evans, senhor Potter. – Escreveu algumas linhas alheia a minha expressão. – Ela está a dois corredores daqui.

- Está me enxotando? Tão logo cheguei, não faça assim. É pior.

- E então, Potter? O que quer vindo até aqui me atrapalhar?

- Não tem como eu atrapalhar você, é sempre tão centrada que me faz parecer uma estátua mesmo conversando comigo. – Ri. Era verdade. – Vim aqui cortesmente pedir a princesa de Gelo que me honre com sua companhia no baile de amanhã.

Ela parou de escrever. Talvez eu tivesse ganhado. Ou talvez não.

- O que lhe faz acreditar que eu iria com você, Potter? – Seus olhos viraram-se para mim. Arrepiei-me.

- Por que eu estou pedindo, e creio que eu não seja de se jogar fora. Me considero um bom partido, você não?

- Olha. Temos alguém aqui com um ego bem inflado. – Voltou a escrever um pouco mais rápido. Eu podia ver as cicatrizes esbranquiçadas em suas mãos, a maioria se dobrava junto com as articulações, mas pareciam mais enfeites.

- O seu também não é diferente. Dá para ver o quanto é orgulhosa. Se não fosse não teria evitado me responder para que eu viesse até aqui lhe pedir. – Não era verdade mas quis provoca-la. Apesar de quase nunca dar certo.

- Acha mesmo que eu fiz isso? – Aquele sotaque puxava-se sempre nas sílabas tônicas quando estava ficando entediada ou irritada. Torci para que fosse irritação.

- Com toda certeza. Vamos lá, aceite. Lhe garanto que não farei nada que não queira.

- Então está me confessando que já tem intenções?

Sorri. Ela não parecia se tocar de fato nos atributos que possuía.

- Claro, quem sabe alguma coisa pudesse... acontecer. Digamos assim.

O pergaminho em que estava escrevendo acabou, e assim como sempre, ela o enrolou rápido e fechou o livro levantando-se ereta e graciosa. Levantei-me também. Não a deixaria sair dali sem que obtivesse uma resposta. Se fazia necessário saber, mesmo que para acalentar um ego quebrado.

- Saia da minha frente, Potter. – Ordenou sutilmente enquanto usava um feitiço não verbal para mandar os livros de volta para a bancada da bibliotecária e fazer seus pergaminhos irem para seus braços, assim como o resto das suas coisas entrarem em sua mochila indo parar em seu ombro.

- Não.

- Saia, agora.

- Não. Só irei sair quando você me responder. – Estava sendo cínico e achei que ela jogaria uma azaração sem piedade como das outras vezes.

- Então quer dizer que o silêncio não foi o suficiente para confirmar o não? Achei que usasse o cérebro, Potter. – Não havia tom ofensivo ou de escárnio em sua voz. Aquela monotonia me deixava mais confuso do que pomo voando em ziguezague no meio de balaços.

Deixei-a passar por mim, não sem antes aspirar novamente mais uma dose daquele cheiro dela, doce, cítrico e frio.

Tinha levado um fora. O primeiro fora da vida. Mas não iria ficar por isso.

Eu faria ela querer ficar comigo.

Mesmo que na base da raiva.

Ah, Ruby. 


Notas Finais


Espero que tenha sido do agrado docês! <3


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